Capítulo 15- Tudo ou nada

A primeira coisa que Serguei faz ao chegar no acampamento é olhar em volta procurando por Konan, mas tudo o que ele vê é apenas destruição e cadáveres de filhos de Ermes.

“O’Que aconteceu?”, ele pergunta.

“Nós falhamos Serguei”, responde o Ouroboros.

“ONDE ESTÁ KONAN?! ONDE ESTÁ ERMES?!”, Serguei berra, desesperado.

Ouroboros aponta a direção a onde Konan levou Ermes, Serguei sem pensar duas vezes sai correndo naquela direção, Maxwell pensa em tentar conversar com ele, mas já era tarde demais.

Serguei corre pela a floresta, procurando por Konan, até que finalmente ele acha o corpo sem vida dela, ele paralisa ao ver o corpo dela imovel no chão, ele se aproxima lentamente pensando “Não é possível… eu já vi vários cadáveres antes… mas por que agora… é diferente”, suas lágrimas começam a descer lentamente quebrando sua cara apática.

Serguei, se agacha e abraça o corpo de Konan, o mundo parece estático, sem sentido, vazio… ele não entendia o que estava sentindo, mas era o mesmo sentimento de quando ele perdeu seus pais, mas nem tudo parecia perdido, o assassino teve uma ideia ao se lembrar do que a Ermes já fez. Serguei se lembra bem dela ressuscitando outros animais, então ele se levanta junto com o corpo de Konan e decide voltar para o acampamento.

Maxwell estava arrumando as coisas, junto com a sua família, Ouroboros, ajudava já que ele não tinha mais nada para fazer.

“Pretende fazer o que agora Ouroboros?”, disse Maxwell olhando para o homem torto.

“O que você acha? Pretendo salvar a minha divindade!”, responde o Homem torto.

Maxwell pensa em falar algo, mas acaba que ele entende o homem torto e até mesmo o admira por se manter inabalável, mesmo com a possível morte certa.

Ambos escutam Serguei chegar, junto com o corpo de Konan, Ouroboros olha para baixo tentando não manter contato visual, como se ao menos tentasse dizer pra si mesmo que aquilo não era verdade.

“Onde ele levou a Ermes?”, Serguei questiona.

“Ele foi para o sul…”, responde Ouroboros.

Serguei simplesmente começa a andar para o sul, Calisto se levanta e com o seu enorme corpo começa a ir junto com o Serguei pegando ele e dizendo:

“Você não está sozinho… eu sei aonde ele está levando ela, chegaremos no amanhecer”.

Maxwell olha para Ouroboros vendo os dois indo embora e o questiona:

“Você não vai com eles?”.

“Eu deveria… mas… eu não sei mais o que fazer… eu… preciso pensar”, responde Ouroboros, andando para o caminho oposto do de Calisto e Serguei.

Maxwell se via sozinho, só com sua esposa e filha, então ele se prepara para dar o fora, mas sua esposa aparece e o questiona:

“Para onde vamos… Max?”.

“Para algum lugar longe daqui!”, responde Maxwell, indo em direção a sua esposa, dando um abraço como se esse pesadelo estivesse prestes a acabar.

A filha de Maxwell sai da cabana completamente assustada, seu pai a pega no colo e enquanto termina de preparar as coisas ele e sua família vão embora em busca de um cais para fugir desse pesadelo.

bem ao longe, Serguei esta reflexivo pensando em como derrotar o dragão, sua concentração se dissipa quando calisto fala:

“Você está aflito?… descanse um pouco?”

“Como eu não estaria aflito?… A Konan está morta e possivelmente somos os únicos salvadores da humanidade… então eu te pergunto Calisto… tem como não ficar aflito?”, Serguei responde rudemente, mas depois se acalma e pede desculpa.

Calisto não diz nada, mas é óbvio que ele entende o que o Serguei está passando e depois de um curto período de tempo ele diz:

“Eu tenho uma filosofia de vida, que eu aprendi com o culto da nossa Deusa Ermes…”.

“Qual seria essa filosofia?”, questiona Serguei.

“Seja forte para proteger aqueles que ama!”, Calisto responde. “O espírito de caçador que falei para você não era sobre força egoísta, mas sim de caçar para alimentar os seus… eu via um lobo solitário em você, que precisava se encontrar com sua matilha… e então eu lhe dei a minha carne como pagamento, porque eu lhe daria algo que nenhum dinheiro poderia comprar… uma família!”. 

Serguei pensa na última palavra que calisto disse, “família”, de fato ele se sentiu pertencente a algum lugar depois de muito tempo, mas ainda não sabia se era isso que ele queria.

“Eu não sei a sua história… quem era você antes de se tornar… você sabe… um gigante?”, Serguei tenta mudar de assunto.

“Eu era apenas um agente do FBI qualquer… achava que a vida era apenas trabalho e mais trabalho, estava investigando um culto que surgiu no oeste, e então eu fui para lá, ao chegar me deparei com uma cidade bem quieta, não demorou muito para eu achar o Homem torto… e quando eu o achei ele me fez uma proposta…” responde calisto.

“Qual seria essa proposta?”, Serguei questiona novamente.

Calisto para, e analisa cuidadosamente suas próximas palavras, depois de uns 5 segundos em silêncio ele volta a falar:

“Seja livre, ou morra preso… logo eu entendi o que ele queria dizer… eu estava preso a uma espiral de trabalho, e logo eu aceitei a liberdade! e aí me tornei um filho de Ermes”.

Serguei reflete no que Calisto tinha falado, e percebe que ele não é tão diferente de Calisto, ambos estavam presos em rotinas que não faziam sentido com quem eles eram de verdade, mas antes que ele pudesse falar algo, o gigante diz:

“Estamos quase lá”

Ele aponta para uma montanha e continua:

“Falta bem pouco, tá vendo aquela montanha? é lá que ele está!”

Antes que Calisto pudesse falar mais alguma coisa, um disparo de plasma atinge ele na região de uma das suas pernas, fazendo assim o gigante quase cair, mais e mais disparos de plasma começam a chegar e atingir Calisto.

Vários soldados da E.N.T chegam atirando em Calisto, o gigante começa a correr para a montanha, mas os soldados continuam atirando. Até que calisto cai no chão, com suas forças o gigante solta serguei e Konan e diz:

“Vão! vai ficar tudo bem comigo”

Serguei pensa em ajudar, mas o gigante começa a se levantar, dando uma chance dele escapar, sem ter como pensar, o assassino pega o corpo de Konan e a leva para a montanha, ele tenta ignorar os gritos de dor do Calisto, mas uma lágrima cai de seus olhos.

Finalmente depois de trinta minutos de caminhada Serguei chega na montanha, completamente exausto, ele encontra uma caverna cheia de carne, sabendo que esse é o local certo ele decide entrar com o corpo de Konan na caverna.

A caverna é iluminada por umas estrelas vermelhas, escarlates como se alguém indicasse o local exato de onde a Ermes está, de frente a ele estava uma grande sala dentro da caverna, além do cheiro de carne, tinha mofo e também vários ratos transmutados em filhos de Ermes. Serguei deixa a Konan deitada no chão enquanto se aproximava mais de onde as luzes o guiavam.

Ao se aproximar mais e mais, Serguei conseguia escutar som de asas rastejando, sem muito equipamento, sem arma, apenas com os seus punhos, Serguei tinha que fazer tudo valer a pena ou pelo menos morrer tentando.

Se passa mais de trinta minutos de caminhada até que ele finalmente chega em seu destino, ao chegar Serguei vê uma gigantesca gruta, com o que parece ser uma runa cravada no solo, a grande marca iluminava o solo inteiro com uma luz eteria vermelha.

Serguei entra na gruta e procura pelo o Akash, mas Akash já havia percebido ele, e diz:

“Ora ora ora… veja só o que nós temos aqui!”

“Não vim aqui para papinho Akash!”, berra Serguei olhando em volta procurando pelo dragão.

“Ah… mas eu posso te ajudar á vontade, não precisamos ser inimigos, podemos ser muito bem aliados”, Akash tenta barganhar com Serguei. “Imagine… quando eu completar o ritual eu terei todas as habilidades de Ermes, e assim poderei te dar poder!”

“Só tem uma coisa que eu quero de você!”, diz Serguei.

O Grande dragão aparece quebrando uma pilastra de pedra como se não fosse nada, olhando para o pequeno Serguei Akash o questiona:

“E o que seria?”

Serguei olha para o grande dragão, mesmo com um pouco de medo, ele olha para dentro de si mesmo, e acha a determinação que ele procura e então com toda a sua força ele diz:

“Que você morra!”