Capítulo 20- A cidade dourada

Maxwell não entendia nada, como o Serguei saberia de algo que só veio a existir muito tempo depois, para o velho caçador, isso é estranho demais para apenas deixar batido, Carl olha pra ele e percebe a grande confusão em seus olhos.

“Imagino que tenha algo de errado com esse suposto amigo…” Carl diz enquanto anotava em um bloco de notas digital.

Maxwell apenas solta ar pela boca, claramente frustrado por Serguei estar escondendo algo dele, Carl apenas olha para o velho caçador e faz outra pergunta:

“Poderia me dizer como vocês chegaram aqui?”

“Até parece que você acreditaria… mas bem… vamos nessa”, Maxwell diz já pensando em tacar tudo no ventilador. “Nós viemos de outro tempo, basicamente uns duzentos anos atrás, é bem… muita coisa rolou…”

“Tipo o que?”, Carl pergunta, olhando algo no bloco de notas.

“Tipo… não sei se você sabe porque acredito que a ENT deve ter apagado isso da história… as “Quimeras” que nós humanos lutamos, se chamam filhos de Ermes que é uma Deusa, é bem… tinha um cultista louco que queria matá la, porque eu não sei, porque ninguém me contou” Maxwell dizia quase rindo de tão absurdo o que ele estava contando já esperando ser chamado de louco, mas surpreendentemente, Carl olhava sério e deixa ele continuar sua aventura. “E bem… enfrentamos ele, salvamos a deusa viemos para esse tempo e agora estamos aqui…”.

Carl olhava como se já tivesse escutado essa história antes, e diz:

“Poderia me especificar como vocês vieram para esse tempo?”

Maxwell apenas coça a cabeça, tentando se lembrar do que tinha na caverna, até que se lembra da grande runa é de sua teoria, e então diz:

“Bem… tinha uma grande runa…”.

Nesse momento, Carl olha com os olhos arregalados, e olha de volta para o bloco de notas, como se tivesse comparando o que ele já tinha ouvido antes, ele fica em um silêncio constrangedor, até que finalmente ele decide falar:

“Bem… eu preciso que você volte para o seu grupo…” 

Carl faz um sinal e máquinas entram na sala que seguram Maxwell e o leva para, Serguei, Mia e Konan, ao sentar a filha de Ermes apenas olha pra frente é diz:

“Você contou tudo, né?”

“sim, eu contei”, Maxwell afirma olhando para a mesma direção que Konan.

“Será que eles acreditaram no tio Maxwell?”, Mia questiona olhando para Serguei.

“Eu não sei… só sei que a gente deve estar bastante encrencado”, Serguei diz.

Cinco minutos se passa e eles estranham o fato de nenhum deles ter sido chamado depois do Maxwell, depois disse Carl aparece novamente entre abrindo uma das portas e diz:

“Bem… notícias boas vocês não serão presos… e bem… o rei Arthurik quer falar com vocês…”.

Maxwell apenas pensa no nome estranho, e olha para Serguei com uma cara de quem não está muito contente pelo o que está acontecendo.

“Serguei você tem que nos contar o que tá rolando, por que diabos vamos ter que falar com um rei?”, Maxwell sussurra para serguei.

“Bem… você não vai acreditar…”, Serguei responde.

“Como eu não vou acreditar? tem uma reencarnação de uma  deusa do nosso lado!”, Maxwell berra quase rindo de tanto que ele está confuso e irritado. “Lutamos contra um dragão, UM DRAGÃO”

“É… eu acho que você está certo”, Serguei responde, já sentindo Konan segurar a sua mão.

“Você precisa nos dizer o que está acontecendo!…” Konan afirma, sussurrando para Serguei, enquanto olha nos olhos do assassino.

Serguei apenas respira fundo, olha para a Konan e logo em seguida olha para Maxwell, e se prepara para revelar o que está acontecendo.

“Eu encontrei… Deus… tipo eu acho que é Deus por conta que… não sei dizer… tudo parecia confuso… foi ele ou ela que nos ajudou na caverna”, Serguei finalmente revela em partes o que de fato está acontecendo.

Konan e Maxwell, acreditam em Serguei com base em tudo o que eles já passaram, Mia por mais que não esteja entendendo nada, Ermes está prestando atenção em tudo o que eles estão dizendo, a Deusa dos filhos de Ermes, fica apenas analisando tudo a sua volta.

Na hora em que Serguei iria contar mais coisas, para, Maxwell, Konan e Mia/Ermes, o xerife Carl chega dizendo:

“Chegou o carro de vocês para ir até o rei”.

Sem ter muito o que fazer, todos se levantam e vão em direção a o veículo, chegando parece ser um carro perfeito para andar no gelo, o carro é extremamente blindado feito com um polímero de um material em que eles não conhecem, ao entrarem no carro, Ermes chama a mia para conversar dentro de sua cabeça dizendo que tem algo importante a falar.

Já sentada no carro, Mia deita no colo de Konan e fecha os olhos, enquanto a filha de Ermes faz carinho em sua cabeça, a garota volta para aquele lugar de cinzas e árvores mortas. Mia procura Ermes e não demora muito para encontrá-la, a deusa está sentada debaixo de uma árvore, e chama a garota para sentar ao lado dela.

“Você quer falar comigo, mãe?” Mia questiona enquanto senta ao lado de Ermes

“Sim, precisamos conversar… sobre tudo o que está acontecendo…, Mia… eu não sei se é uma boa ideia ficarmos mais com eles…”, Ermes responde, com uma cara bem preocupada.

“Mas por que?”, Mia questiona, olhando para Ermes.

“Tudo está muito estranho… a gente precisa saber o que está acontecendo… e estamos fracas por enquanto… precisamos de um local seguro”, Ermes responde com um tom de preocupação.

“Mas Serguei disse que esse local é seguro… ele mentiu?”, Mia questiona novamente, pensando em tudo o que de fato ocorreu com elas.

“Não sei, minha pequena…, mas tudo isso está estranho e como eu prometi, meu dever é te proteger”, Ermes afirma seu juramento que tinha feito para a garota, a alguns dias atrás.

Mia sem pensar duas vezes abraça a perna de Ermes com força, como um protesto para elas ficarem juntas com o grupo por mais um tempo, Ermes fica em um mix de sentimentos, sentimentos esses que ela não sentia há muitos anos.

Ermes se agacha e relutantemente abraça Mia, ela luta para não deixar os sentimentos vazarem, mas uma gota de sua lágrima cai de seu rosto. “O que estou fazendo?” pensava a Ermes. “Porque eu estou chorando só por um abraço?”, não demora muito para lembranças de um passado muito distante chegar até ela. Memorias dos seus antigos filhos e família que ela perdeu a muito tempo.

Mia olha nos olhos de sua mãe, preocupada ela pergunta a Ermes:

“Eu fiz alguma coisa de errado?”

Ermes dá um leve sorriso enquanto diz:

“Está tudo bem minha pequena… não aconteceu nada!”

Mia fica um pouco mais aliviada esbanja um sorriso de felicidade para a deusa, Ermes devolve com um sorriso meio tímido, a Deusa dos filhos de Ermes, pega a garota no colo e se aconchega com ela perto da árvore, e a cobre com com a pele de urso para a deixar mais à vontade.

Enquanto Mia dormia, Ermes só pensava nos seus irmãos e no seu pai, como uma forma de auto afirmação ela apenas diz sussurrando:

“Eu não vou deixar nenhum deles tocar em você”.

Serguei, Maxwell e Konan, finalmente chegam a tão esperada cidade dourada, com uma muralha e grandes portões tecnológicos, um domo de Energia que esquenta a cidade deixando em um clima agradável, vários prédios mais tecnológicos que os que eles tinham visto antes na américa do sul unida.

a cidade é bem movimentada, com pais e crianças, metros futuristas e tudo mais que podia se imaginar, e o que parece ser localizada bem no centro da grande cidade é um grande farol futurista, em que solta energia alimentando o escudo que protege a cidade contra o frio e talvez até algo a mais.

ao chegarem no farol o carro para, e uma recepcionista aparece com uma prancheta holográfica e diz:

“O rei está esperando por vocês na sala do trono, que fica no topo do farol, por gentileza me acompanhem”.

Maxwell e Serguei decidem ir, mas Konan insiste ficar no carro, por causa que Mia/Ermes ainda estava dormindo em seu colo, e como as duas não tiveram muitas oportunidades de descanso ela pergunta para a recepcionista:

“Tem algum lugar em que a gente possa ficar?”

A recepcionista confirma dizendo, um apartamento em que já foi alugado para eles ficarem, para um merecido descanso e que é só pedir ao motorista. Konan se despede de Maxwell e Serguei, enquanto eles vão seguindo a recepcionista, para a sala do trono.