Maxwell continua correndo o mais rápido que pode para chegar à vila e ajudar os moradores, avisando-os do perigo iminente. Ao chegar, é recebido por seus vizinhos e vizinhas. Todos pareciam calmos até perceberem que o caçador voltou sozinho.

    “Maxwell, o que aconteceu com o xerife Steam e o Murei?”, pergunta um dos vizinhos.

    “Não dá tempo de explicar! Temos que sair daqui agora. Peguem os feridos e os suprimentos!”, afirma Maxwell.

    “Mas para onde vamos? Está nevando, e sem falar das criaturas que nos atacaram mais cedo”, exclama outro.

    “Qualquer lugar, menos aqui! Se ficarmos, vamos morrer. Precisamos ir para outro lugar!”, responde Maxwell, indo em direção à sua casa para buscar a esposa e a filha.

    Sem esperar por mais ordens, os vizinhos correm para reunir os suprimentos e socorrer os feridos. Maxwell entra em casa, pega uma bolsa e começa a colocar os remédios da esposa. Em seguida, desce ao porão, onde encontra Clara sentada em uma cama, lendo livros de história para a filha. Ela para imediatamente ao ver o caçador.

    “Max… está tudo bem?”, pergunta Clara.

    “Precisamos ir agora!”, afirma Maxwell, ajudando a esposa a se levantar.

    Só de ver o rosto preocupado do marido, Clara se levanta.

    “Vamos, Sofia… precisamos ir agora!”, diz Clara, pegando a filha no colo.

    Sofia ajuda a mãe a se equilibrar. Enquanto isso, Maxwell pega algumas roupas de frio e ajuda Clara e Sofia a se prepararem. Do lado de fora, a família se depara com um cenário de caos e desordem. Os vizinhos saem às pressas com o que conseguem carregar, embarcando em seus carros.

    Para o espanto de Maxwell, os soldados chegam atirando contra os moradores. Alguns vizinhos tentam revidar, mas suas armas não surtem efeito contra os escudos de energia dos inimigos. O caçador, sem pensar duas vezes, pega a filha no colo e puxa Clara em direção à floresta o mais rápido que pode.

    Ignorando os apelos de ajuda, Maxwell corre o mais longe possível da vila. Ao alcançar uma distância segura, para com a família para recuperar o fôlego.

    “Agora… só precisamos encontrar uma cidade!”, afirma Maxwell, colocando a filha no chão para respirar.

    “O que eram aquelas coisas, pai?”, pergunta Sofia, com os olhos marejados pela perda dos vizinhos.

    “Eu não sei, pequena…”, responde Maxwell, sentando perto de uma árvore. “Mas talvez aquele cara saiba…”, murmura, perdido em pensamentos.

    Clara e Sofia o olham sem entender. Maxwell sente a fadiga tomar conta do corpo… já é tarde e o pico de adrenalina passou. Suas pálpebras pesam até que ele desmaia.

    Maxwell acorda e percebe que está sendo carregado por uma criatura gigante. Tenta se levantar, mas ainda está fraco. A criatura o observa e diz:

    “Ah, você acordou, pequeno…”

    “Quem diabos é você?”, pergunta o caçador, ainda desorientado.

    “Calisto. Esse é o meu nome, pequeno”, responde, olhando diretamente para ele.

    O caçador imediatamente pensa em sua esposa e filha. Olha em volta, mas não vê nenhum sinal delas.

    “Clara! Sofia! Onde vocês estão?!”, berra Maxwell, desesperado.

    De dentro da enorme juba da criatura, Clara e Sofia aparecem. Maxwell respira aliviado ao ver que estão bem.

    “Para onde você está nos levando?” pergunta Maxwell.

    “Para um local seguro, junto dos meus irmãos e irmãs”, responde Calisto, continuando o caminho.

    “ Pode me deixar com minha esposa e filha?”, pede Maxwell.

    Calisto cede e o coloca na juba com Clara e Sofia. Maxwell os abraça, segurando as lágrimas, agradecendo por estarem vivos.

    Algumas horas depois, o dia começa a amanhecer. A família vê um acampamento ao longe. Calisto se abaixa e rasteja em direção ao local. Ao chegarem, são recebidos pelas pessoas do acampamento. Calisto os coloca gentilmente no chão.

    Maxwell, Clara e Sofia se veem cercados por pessoas com roupas comuns, mas há algo nelas que causa estranheza.

    O caçador se aproxima de Clara e cochicha:

    “Vamos ficar aqui por um tempo… pelo menos até entendermos o que está acontecendo”.

    “Eu não sei, Max… essas pessoas parecem estranhas”, sussurra Clara.

    Apesar da desconfiança dos pais, Sofia está maravilhada e quer explorar o acampamento. Maxwell a segura no colo.

    “Calisto, onde podemos ficar?” grita Maxwell.

    Calisto olha para uma das pessoas do acampamento e diz:

    “Poderia mostrar onde eles podem ficar?”

    Uma pessoa se oferece para levá-los a uma cabana vazia. Maxwell agradece e segue com a família.

    Ao se aproximarem da cabana, Maxwell vê Serguei deitado no centro do acampamento, com uma mulher ao lado.

    “Vão para a cabana… vou resolver uma coisa” cochicha Maxwell para Clara.

    Ela lança um olhar desconfiado, mas obedece. Ao se aproximar de Serguei, a mulher ao lado dele pergunta:

    “Quem é você?”

    “Meu nome é Maxwell…” diz, estendendo o braço.  “E você seria?”

    “Konan” responde ela.

    “Ok… Konan… poderia me responder algumas coisas?”

    Konan respira fundo.

    “Dependendo do que for…”

    “Primeiro, por que esse cara está dormindo no frio? Segundo, que lugar é esse? E por último…” aponta para Calisto ao longe “O que diabos é aquilo?!”

    “Primeiro: esse “cara” está enfrentando os próprios traumas. Segundo: este acampamento serve para manter nossa deusa em segurança. Terceiro: aquilo é um filho de Ermes!”

    “Filho de Ermes?? O que é um filho de Ermes?”

    “Literalmente o que você acabou de ver… humano” responde Konan.

    Mais confuso do que nunca, Maxwell decide não fazer mais perguntas e prefere esperar para conhecer a tal deusa dos filhos de Ermes. Pede desculpas a Konan e vai até a cabana onde sua esposa e filha estão. Ao entrar, as vê dormindo tranquilamente.

    Mesmo querendo descansar, sua mente não o deixa. Sai da cabana e vai até a floresta para espairecer. Senta-se ao pé de uma árvore e deixa a mente vagar. Lágrimas escorrem ao lembrar das famílias e amigos perdidos naquele único dia.

    De repente, sente um toque gentil no ombro. Ao olhar, vê a garotinha Mia, preocupada com ele.

    “O que você está fazendo aqui sozinho, tio Maxwell?”

    Antes que pudesse responder, ele vê uma silhueta atrás de Mia: um homem de manto vermelho e máscara branca.

    “Há quanto tempo, minha filha…” diz Ivan.

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