Índice de Capítulo

    Recuperando-se rapidamente da surpresa do golpe anterior, o rei dos gigantes avançou com fervor, levantando sua espada colossal para um novo confronto.

    As lâminas se encontraram com um clangor metálico ressoante, faíscas voando no ar com o impacto.

    Ting!

    Dessa vez, o gigante demonstrava uma força ainda maior, conseguindo empurrar Colin com uma força assustadora.

    “Ele me venceu em um duelo de força?”, pensou Colin.

    Desarmado pelo poderoso golpe do gigante, o errante foi lançado pelo ar, voando através da arena. No entanto, antes que seus pés tocassem o chão gelado, uma lâmina flamejante rasgou o ar em sua direção.

    Crunch!

    O corte preciso e ardente cortou o torso de Colin, deixando também uma cicatriz brutal nas paredes de gelo.

    Com aquele ataque, o público na arquibancada soltou um grito coletivo de euforia.

    As runas da espada do gigante não paravam de brilhar.

    — Hehe! O que achou desse movimento?

    Suor seco escorreu pela têmpora do errante enquanto seu sorriso se mantinha.

    “O que foi aquilo?”, pensou ele. “Ele não é um usuário da flama, e mesmo assim conseguiu usar fogo, sem falar que ele conseguiu me subjugar em uma disputa física. É a espada?”

    Com a análise, ele focou na lâmina empunhada do gigante.

    “Essa mana… eu já a vi antes… estava na foice de Safira, naquela Katana que Brighid carrega, e na… Claymore!”

    — Uma das sete espadas forjadas com a raiz da grande árvore!

    O gigante abriu um sorriso.

    — Hehe! Você também tem uma, não tem? Percebi desde o momento que conjurou essa espada de mana. A habilidade da sua é absorver mana, não é, garoto? Desde que essa luta começou, eu sinto minha mana sendo drenada.

    “Então, esse gigante não é só músculo.”

    — Fico impressionado que deduziu isso depois de alguns golpes.

    “Não sei se a habilidade da lâmina dele é fogo, mas se considerar o último golpe… preciso de uma afirmação!”

    Com um suspiro, Colin avançou contra o gigante.

    Ting!

    As lâminas se chocaram novamente, faíscas voando com o impacto dos golpes. No entanto, mais uma vez, o gigante demonstrou sua superioridade, utilizando a energia de sua espada para intensificar seu ataque.

    Ting!

    “Ele fez de novo! Conseguiu me superar na força!”

    O gigante girou sua espada rapidamente, e faíscas saltaram dela, envolvendo-o em uma aura luminosa e energética.

    “Espera, faíscas?”

    Em um piscar de olhos, ele desapareceu de vista, apenas para reaparecer instantes depois atrás de Colin.

    Cabrum!

    Com um golpe poderoso, o gigante atacou Colin, mas o errante, mesmo surpreso, conseguiu se defender a tempo, levantando sua espada para bloquear o golpe.

    Ting!

    No entanto, a força do impacto foi tão grande que Colin foi lançado violentamente contra as paredes de gelo da arena.

    Boom!

    O choque foi tremendo, estremecendo toda a arena e deixando uma nova cicatriz nas paredes de gelo.

    O público foi à loucura, aplaudindo e gritando em êxtase diante da intensidade e imprevisibilidade da batalha. Mesmo após o impacto brutal, Colin se levantou novamente.

    Na plateia, Samantha estava apreensiva, focada no combate.

    “Como ele usou dois atributos de tríades distintas?” pensou ela. “Eu entenderia se ele estivesse só copiando o Colin, mas não, Colin não usa habilidades da árvore da flama… essa espada… que tipo de arma é essa?”

    — Quer desistir, garoto? — zombou o gigante.

    — Acho que entendi como funciona — disse Colin caminhando e tirando a neve do corpo. — A habilidade da sua espada é adaptação, né? Ela se adaptou à minha força e se sobrepôs a ela. Quando usou a habilidade de fogo, sua espada deduziu que seria a melhor escolha contra mim, foi o mesmo com os raios de agora.

    Foi a vez de o suor seco escorrer pela têmpora do gigante.

    — Uma habilidade e tanto de análise. — Ele apontou a espada para Colin. — Agora que sabe disso, me diga como vai vencer, garoto.

    Colin tensionou os braços sobre a espada, suas veias saltando.

    — É só te bater mais forte que o golpe anterior.

    Woosh!

    Colin avançou mais uma vez, os pés esmagando o chão de gelo com cada passo, criando fissuras que se espalhavam como teias de aranha. Seu olhar era feroz, e sua determinação inabalável.

    “Ele está louco?” pensou o gigante, seus olhos fixos na figura do rei. “Esse garoto vai precisar de pelo menos o dobro da força se quiser me enfrentar de igual para igual!” Mesmo assim, o gigante preparou sua guarda, cravando os pés no gelo.

    Woosh!

    Colin investiu como um furacão, sua espada de raios carmesim brilhando como uma tempestade prestes a se libertar.

    TIIING!!

    As lâminas se chocaram com um estrondo avassalador, faíscas voando no ar e pedaços de gelo se despedaçando ao redor. Para surpresa do gigante, dessa vez nenhum dos dois foi lançado para longe.

    “Tsc! Como ele conseguiu aumentar tanto sua força?”

    Colin sorriu, um sorriso sinistro que fez o gigante vacilar por um breve instante, antes que as espadas se encontrassem novamente com um som ainda mais agudo e penetrante.

    TING!

    O gigante sentiu os ossos de seus braços reverberarem com o impacto. “Impossível! Esse garoto está me pressionando!” O ataque seguinte veio com ferocidade. Antes que o gigante pudesse reagir completamente, a lâmina de Colin rasgou seu peito com precisão.

    Swin!

    — Maldição! — rosnou o gigante, sentindo o calor do sangue escorrer. Com um rugido de dor e fúria, ele girou sua espada em um arco largo, tentando acertar Colin. Mas o rei de Runyra, ágil como sempre, se esquivou com uma facilidade assustadora, e contra-atacou com um chute devastador.

    BOOM!

    O chute atingiu o gigante no abdômen com a força de uma avalanche, lançando-o contra a parede de gelo da arena com um impacto que sacudiu o chão.

    O estrondo ecoou, e a plateia explodiu em gritos e aplausos ensurdecedores.

    Sem perder tempo, Colin avançou novamente.

    “Esse maldito não vai parar?!” pensou o gigante, os olhos arregalados. Ainda assim, com toda sua experiência, ele rebateu o golpe com sua espada colossal no último segundo.

    TING!

    “Como isso é possível?!” O gigante estava ficando cada vez mais incrédulo. A cada impacto, Colin parecia aumentar sua força, dobrando o poder de seus ataques, adaptando-se com uma velocidade que desafiava toda a lógica.

    O duelo continuou em um ritmo frenético.

    As lâminas se cruzavam, faíscas voavam, e o som metálico dos golpes ecoava pela arena. Colin não apenas conseguia igualar a força do gigante, como também parecia antecipar cada movimento, bloqueando e contra-atacando com uma precisão que beirava o impossível.

    — O rei mestiço é incrivelmente hábil! — exclamou um espectador boquiaberto.

    — Nunca vi a majestade Closgant ser pressionado assim antes! — murmurou outro, incapaz de desviar os olhos da batalha.

    Nas arquibancadas, Samantha observava com o peito inflado de orgulho. “Vocês não viram nada.”

    Furioso e determinado a mostrar sua superioridade, o gigante, rei Closgant, apertou o cabo de sua espada com tanta força que os músculos de seus braços incharam, e uma aura de mana percorreu seu corpo como um raio, aumentando sua força e velocidade.

    Era o momento perfeito para um golpe decisivo.

    “Agora ele vai tentar o ataque final,” pensou Colin, observando cada movimento com os olhos afiados. O gigante avançou, o chão de gelo trincando sob o peso de seus passos, sua espada colossal cortando o ar com um rugido.

    No último segundo, Colin, sempre calculista, identificou o ponto fraco no ataque do gigante. Quando a espada de Closgant desceu com todo o seu poder, Colin contra-atacou com precisão cirúrgica, direcionando o impacto direto para a lâmina do gigante.

    Cabrum!

    O impacto foi tão violento que ecoou pela arena, reverberando diretamente nos braços do gigante. A dor foi imediata, e ele recuou cambaleante, sentindo como se seus ossos fossem se despedaçar.

    “O que diabos foi isso?” pensou o gigante, os olhos arregalados de dor e incredulidade. “Meus braços… estão quase se partindo!”

    Enquanto o gigante tentava recompor sua postura, Colin já estava pronto para o golpe final, sua espada de raios carmesim erguida e pulsando de energia.

    O sorriso no rosto de Colin era assustador, frio, o tipo de expressão que fazia qualquer inimigo tremer.

    — Eu não vou perder para você, garoto! — rosnou o gigante, reunindo toda a sua força restante para um último ataque desesperado. Mas, no momento crucial, a força em seus braços se esvaiu. Sua espada escapou de suas mãos, caindo pesadamente no gelo.

    Clang!

    Por um instante, Closgant ficou paralisado, o corpo grande e poderoso de repente frágil. Um arrepio percorreu sua espinha. “Ele vai… me matar?”

    — Eu venci, rei gigante!

    Mas, em vez de desferir o golpe final com a lâmina, Colin girou a espada e, com a parte plana da lâmina, desferiu um golpe avassalador no peito do gigante.

    BAM!

    O impacto fez o gigante voar para trás e colidir com a parede de gelo da arena em um estrondo que fez o chão tremer.

    BOOM!

    Por um breve momento, a arena foi tomada pelo silêncio, enquanto a poeira do impacto se assentava lentamente. Então, o público irrompeu em aplausos e gritos de admiração.

    O nome de Colin ecoava por toda parte, as vozes dos espectadores em êxtase pela impressionante vitória do rei mestiço.

    Lentamente, o gigante se sentou, o sangue escorrendo dos cantos de sua boca, mas um sorriso de satisfação estampado no rosto.

    — Hehe! Isso foi maravilhoso! — disse Closgant, limpando o sangue com as costas da mão. — Faz anos que eu não me divertia tanto assim!

    Ele se levantou com alguma dificuldade, estendendo a mão para Colin em sinal de respeito.

    — Foi uma batalha e tanto — declarou o gigante. — A guerra do Norte acabou, garoto. Os gigantes reconhecem sua majestade.

    Colin apertou a mão do gigante, seus olhos fixos nos do rei derrotado.

    — Como prometido, vocês podem ficar no Norte — disse Colin com firmeza. — Se os outros gigantes quiserem criar aldeias, cidades, o que for, terão minha permissão.

    Closgant soltou uma gargalhada, o som ecoando pela arena. — Ouvi dizer que você é casado com uma fada, majestade, nossas inimigas há eras. Em outras circunstâncias, essa guerra nunca terminaria. Mas, pelo menos, sei que nem todas as fadas são cretinas completas.

    Colin ergueu uma sobrancelha, sem mudar sua expressão. — Que bom que pensa assim. Bem, acho que está na hora de eu voltar. Tenho uma longa viagem até Runyra.

    — Entendo. Se precisar de provisões, basta pedir. — Closgant se inclinou levemente, um gesto de respeito. — Ah, e me chame de Closgant! — disse ele em tom mais descontraído, enquanto Colin pegava sua camisa e casaco do chão.

    Sem olhar para trás, Colin apenas acenou de leve, caminhando para longe enquanto a plateia continuava a gritar seu nome. Ele entrou no corredor onde Samantha o esperava, os olhos dela brilhando com a emoção da luta.

    — Foi uma boa luta de se ver — disse ela, cruzando os braços, mas com um sorriso satisfeito.

    Colin terminou de vestir o casaco. — É…

    Samantha percebeu a hesitação. — O que foi? Não se divertiu?

    Colin deu de ombros, como se aquela luta não tivesse realmente o empolgado. — Normalmente prefiro uma luta até a morte, mas pelo menos o Norte está pacificado. Vamos até Rontes agora.

    Samantha arqueou uma sobrancelha, surpresa. — Não vamos voltar para Runyra? Os Orcs estão indo para lá.

    Colin a encarou de canto, sua expressão endurecendo. — Está com pressa? Pode ir com eles se quiser. Ainda dá tempo de alcançá-los.

    Samantha revirou os olhos, irritada. — Não quero ir com eles, e não precisa ser tão grosseiro. Só fiz uma pergunta.

    Colin suspirou, balançando a cabeça. — Desde que voltei, me dedico ao reino, aos meus filhos, às minhas esposas. Não estou reclamando, mas… gosto de lutar, de sentir o cheiro do sangue. Gosto da sensação de dilacerar um inimigo, e não dá para fazer isso com duas esposas e cinco crianças pequenas ao redor.

    Samantha o encarou com um olhar cínico, mas compreensivo. — Está tirando férias de Runyra?

    — Interprete como quiser.

    Assim que deixou o túnel, Colin deu mais alguns passos e um círculo mágico carmesim se fez presente. De dentro, saiu um dragão conjurado.

    Ele saltou para cima da criatura e Samantha fez o mesmo, sentando-se no animal etéreo. Após balançar as asas, o dragão alçou voo.

    Lá de cima, eles viram o fantástico coliseu, o palácio de Closgant e a vila de gelo.

    — É bonito aqui…

    — É…

    Ela encarou as costas do amigo.

    — Colin… por que você se tornou rei? Digo… havia outras maneiras de encontrar Brighid, acabar com a guerra do Norte… mas você preferiu esse… jeito.

    Ele a encarou por cima dos ombros.

    — Quer a verdade? — Ela engoliu em seco. — Eu estava entediado de procurar por Brighid. Eu precisava de um pouco de ação, então… Me tornar rei foi o caminho mais fácil de chamar a atenção de gente querendo me matar. Pode chamar isso de loucura se quiser, mas me salvou de enlouquecer.

    — Não vou julgar você… depois da queda de Ultan me senti da mesma forma… agora está tudo bem, eu acho. — Ela fez uma pausa, o vento gélido agitando o seu cabelo dourado. — Colin… como acha que tudo isso vai acabar?

    — … O que te preocupa?

    — Drez’gan, caídos… eles parecem inalcançáveis para mim.

    Ele abriu um sorriso de canto.

    — Não precisa se assustar, se eles vierem, consigo vencê-los, todos eles — ele disse, com toda convicção que lhe cabia no momento. — Não existe ninguém mais forte que eu nesse plano.

    A arrogância de Colin não era infundada.

    Ele havia derrotado Gorred, o devorador de deuses. Em um tempo recorde, havia tomado vastos territórios, estendendo suas fronteiras além do que qualquer homem havia conseguido em milênios.

    Colin tornara-se o primeiro líder a conquistar a maior extensão de terra que se tem conhecimento em toda história do continente.

    Mas o seu poder não se limitava apenas às terras que governava. O amor e a devoção de seu povo por ele eram escancarados. Ele era um líder adorado, respeitado e seguido fervorosamente por seu povo.

    Além disso, Colin tinha a lealdade e o amor de duas esposas dedicadas, dispostas a acatar qualquer pedido seu. Sua linhagem crescia a cada dia, prometendo um legado duradouro e uma descendência que perpetuaria sua grandeza.

    Anos atrás, Colin jamais teria imaginado que viveria para ver e alcançar tantas conquistas impressionantes.

    No entanto, agora ele estava impulsionado por uma fome insaciável por mais. Sua ambição crescia a cada dia, desejando feitos ainda mais grandiosos e conquistas ainda maiores, sem se importar com as consequências ou os desafios que surgiriam em seu caminho.

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