Capítulo 396 – No meio da floresta.
As estradas de terra serpenteavam entre as casas, ladeadas por árvores frondosas e jardins floridos que começavam a recuperar sua exuberância.
O riacho que corria pelo centro do vilarejo estava agora mais cristalino, suas águas límpidas refletindo os raios do sol como um espelho. As crianças podiam ser vistas brincando à beira do riacho, suas risadas enchendo o ar com alegria.
Colin estava no centro das atividades.
Ele e seu agora companheiro, Yonolondor, estavam dedicados a reconstruir e fortalecer o vilarejo. Com martelos em mãos, eles percorriam a vila, consertando cercas derrubadas, reforçando celeiros danificados e restaurando casas que haviam sido danificadas durante os muitos ataques.
Colin vestia uma regata que mostrava seus braços musculosos, e o sol escaldante o fazia suar copiosamente. Mesmo assim, seu rosto exibia um sorriso de satisfação.
Ele subiu ao telhado de uma das casas mais antigas do vilarejo e, com uma última martelada, finalizou o conserto do telhado. Num movimento ágil, ele desceu, aterrissando no chão com um salto.
O vilarejo estava seguro, todos os monstros que assolavam a região haviam sido eliminados, graças ao esforço conjunto do rei e de seus companheiros.
— Senhor Colin! — A prima de Yonolondor se aproximou oferecendo um copo gelado de água. — Deve estar com sede depois de ter trabalhado tanto.
— Obrigado, Jaleneth — disse Colin, olhando para a prima de Yonolondor com gratidão. — Estar aqui e ser recebido tão calorosamente por você é realmente reconfortante.
Jaleneth ignorou o primo completamente, focando toda a sua atenção em Colin. — E quanto ao jantar de hoje, Majestade? O que gostaria de comer?
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Colin sorriu, um pouco surpreso pela atenção dela. — Qualquer coisa que você quiser cozinhar estará ótimo.
Ela tocou suavemente o braço dele com carinho. — Por favor, escolha algo, Majestade.
Depois de pensar por um momento, Colin deu de ombros.
— Carne de pato seria bom.
Jaleneth pegou o copo de Colin e o levou de volta à mesa.
— O pato assado que faço é o melhor! — disse ela com confiança.
— Estou ansioso por isso!
Assim que Jaleneth se afastou para cuidar dos preparativos do jantar, Colin comentou com Yonolondor: — Sua prima é muito gentil.
Yonolondor o encarou com o cenho franzido, parecendo um pouco desconfiado. — Sim, ela tem sido muito atenciosa desde que chegamos. Mas, por favor, esteja ciente de suas intenções, Majestade. Nem tudo é o que parece.
Colin olhou para Yonolondor, percebendo a cautela em seu olhar. — Ciúme? Não precisa se preocupar, depois de me tornar rei isso ficou bem comum. Se eu correspondesse a todas essas investidas, quase todas as servas de Ayla estariam grávidas.
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— Ela só está assim porque não tem homens nesse lugar, afirmo isso porque a conheço. Você não faz o tipo dela, Jaleneth prefere homens mais magros.
Com um sorriso no rosto, Colin deu de ombros.
— Claro que prefere, vamos voltar a trabalhar, faltam algumas casas para terminarmos de colocar tudo em ordem. Trabalharei até mais empenhado sabendo que Jaleneth está cozinhando especialmente para mim. Se ela for tão boa como diz, vou levá-la para o palácio — provocou.
Eles começaram a se afastar.
— Você já tem duas esposas, não deveria nem cogitar nada assim.
— É só brincadeira, não precisa ficar nervoso.
— Até parece que dou importância a isso para ficar nervoso.
Colin o abraçou pelo ombro, o cenho de Yonolondor ainda franzido.
— Já imaginou a gente sendo cunhado? Puxa, acho que seria uma honra para toda sua família ou algo assim, né?
Com um tapa, Yonolondor afastou a mão de Colin.
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— Até parece!
Morwyna desceu do Wyvern com dificuldade, suas mãos agarrando-se às rédeas enquanto ela lutava para encontrar um apoio estável no chão.
Com um suspiro de alívio, finalmente conseguiu posar com os pés firmes, embora um tanto desajeitadamente. Ela sacudiu sua túnica empoeirada e esticou os braços para alcançar a bolsa de suprimentos presa às costas da criatura alada.
“Puxa vida, acho que deveria ter pegado isso lá em cima…” pensou consigo mesma, fazendo uma careta enquanto esticava os braços o máximo que podia.
Depois de alguns momentos de esforço, ela finalmente conseguiu agarrar a bolsa, mas sua luta estava longe de terminar.
Com dedos ágeis, Morwyna tentou abrir a bolsa, mas parecia estar teimosamente fechada. Com um gemido de frustração, ela puxou com mais força até que, com um estalo, a bolsa cedeu e ela acabou caindo de bunda no chão macio.
Ela esfregou suavemente suas nádegas doloridas enquanto colocava a bolsa de lado e começava a vasculhar o conteúdo.
Dentro da bolsa, encontrou alguns pães amassados, frutas e um cantil de água. Morwyna suspirou e ajeitou a grama antes de se sentar, comendo os pães com uma expressão de contentamento em seu rosto.
“Será que ainda estou longe…?” Ela ponderou, olhando para o horizonte distante. “Acho que sim, ouvi dizer que o continente é bem grande…”
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Ela tomou um gole da água do cantil, seus olhos caindo em um misto de melancolia e preocupação. — Espero que o vovô esteja bem…
“Tenho que ficar cautelosa para não encontrar nenhum Elfo Negro pelo caminho… Odeio essa sensação de que não posso confiar no meu próprio povo…”
Morwyna suspirou novamente. Apesar de sua aparente falta de jeito, havia uma doçura genuína em sua maneira de ser, tornando-a irresistivelmente adorável aos olhos de quem a observasse.
Ela estava se preparando para partir, ajustando as correias e conferindo os suprimentos. No entanto, um grito desesperado ecoou pela floresta, interrompendo seus preparativos. Seus olhos se arregalaram e ela se virou rapidamente em direção ao som, aproximando-se do Wyvern.
— Não sai daí!
Sorrateiramente, Morwyna se moveu entre as árvores, seu capuz sombreando seus olhos. À medida que se aproximava do local de onde vinha o grito, seus ouvidos captaram vozes rudes e o som de uma mulher suplicando.
Quando conseguiu vislumbrar a cena, seu coração gelou.
Dois Elfos Negros estavam arrastando uma mulher pelo braço, e ela estava claramente em apuros. A mulher tentou resistir, mas foi brutalmente derrubada por um dos homens.
Ao tentar se arrastar para escapar, um dos rapazes colocou os pés em suas costas, imobilizando-a.
— É melhor não se mover, sua vadia. Vamos te levar para onde estão as outras! — Um dos Elfos Negros gritou.
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— Por quê? Ela é bonitinha e foi a gente que achou. É só fazer o de sempre e ir embora — disse outro com um sorriso malicioso.
Um terceiro Elfo se aproximou, desabotoando o cinto. — Se isso vai acontecer, então é minha vez.
— Por favor, não, por favor… — A mulher implorava, lágrimas escorrendo por seu rosto.
O Elfo riu sadicamente. — Essa é a melhor parte, quando elas imploram.
Memórias de seu passado doloroso e traumático invadiram a mente de Morwyna. Ela já havia testemunhado tais atrocidades séculos atrás, na primeira invasão ao oeste.
Seu pai a havia forçado a assistir, e as imagens nunca haviam deixado sua memória.
Com os olhos ardendo de fúria, Morwyna emergiu das sombras da floresta. Estendeu a palma da mão aberta em direção aos Elfos Negros, um círculo mágico começando a brilhar em sua mão. Uma estaca de gelo começou a se formar rapidamente.
Não era uma guerreira como seu irmão, mas neste momento estava determinada a fazer o que fosse necessário para proteger a inocente mulher das mãos daqueles monstros.
— Sa-saiam de perto dela! — Suas mãos tremiam de medo e raiva.
Um dos Elfos ergueu a sobrancelha. — Quem é você? É uma das nossas?
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— O que isso importa, ela está tentando salvar a humana, né? Não importa se é uma das nossas, se está tentando salvar o inimigo, então é um deles.
O Elfo, com os pés na mulher, abriu um sorriso de orelha a orelha. — Eu conheço você, é a princesa Morwyna, né?
Os outros dois ficaram surpresos.
— Ela? A Morwyna? Nunveth não ia tomá-la para ele ou algo assim?
— Que se dane o que o desgraçado do Nunveth iria fazer ou não. Majestade nos prometeu a princesa, certo? Se fôssemos esperar todo mundo na hierarquia, demoraria bastante tempo até nossa vez. — Ele apoiou a mão na empunhadura e lambeu os beiços. — Não sei o que está fazendo aqui, princesa, mas não importa, os deuses finalmente estão nos abençoando.
Zium! Scrash!
Morwyna lançou sua estaca de gelo, mas um dos Elfos rebateu sem esforço com sua cimitarra.
— Então, vai mesmo brigar? — Ele concentrou mana na lâmina. — Não importa, assim você me deixa com mais vontade de sentir o seu gosto, princesa!
Com um movimento ágil, o Elfo avançou em uma estocada feroz. Morwyna, rapidamente, executou um selo de mão e criou uma redoma de gelo em torno de si. O Elfo riu com desdém.
— Isso é inútil, vadia! — ele gritou.
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Morwyna suspirou profundamente, e a redoma de gelo se transformou em água, envolvendo o Elfo em uma bolha líquida. Com um gesto rápido da mão, ela o torceu como se torcesse uma roupa molhada, esmagando o Elfo em um impacto devastador.
Splash!
Os restos do Elfo caíram na grama, alertando os outros Elfos. Furiosos, um Elfo se aproximou pela direita e outro pela esquerda. Morwyna formou uma bolha d’água diante de si, que usou como um chicote, rebatendo as lâminas em movimentos fluidos, típicos de uma usuária do pélago.
“Eles têm movimentos previsíveis e bem fáceis de ler… essa é a diferença do treinamento que meu irmão e eu tivemos para eles?”
— Sua vadia! — berrava um deles, frustrado.
Morwyna recuou seu chicote d’água, formando uma bolha diante de seu corpo. Com outro movimento de mão, a bolha se transformou em um disco que, com um sopro dela, congelou instantaneamente.
— Merda! — exclamou um dos Elfos antes de ser cortado ao meio pelo disco afiado.
Crunch!
Morwyna controlou o disco com seu olhar, mirando no último Elfo que restava, mas em um arco flamejante poderoso de sua espada, ele não só destruiu o gelo como evaporou toda a água.
Os dois ficaram se encarando, uma gota de suor escorrendo pela têmpora dela.
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— Não sou como eles — disse o Elfo, convencido. — Se for esperta, vai parar de lutar. Não quer morrer, aqui, né, princesa?
Morwyna e o Elfo se encararam em um silêncio carregado de tensão. O Elfo, com um sorriso de superioridade, avançou lentamente em direção a ela, confiante de sua vitória iminente.
Em um movimento ágil e surpreendentemente flexível, Morwyna esquivou-se dos arcos de fogo que ele lançava em sua direção.
“Não posso ser atingida por isso, senão…”
O Elfo, percebendo que seus ataques de fogo não surtiam efeito, avançou rapidamente com sua cimitarra em uma estocada mortal.
Woosh!
No entanto, Morwyna estava preparada. Em um movimento fluido e preciso, ela terminou o pensamento:
“… senão ele vai me alcançar.”
Ela executou um selo de mão e concentrou sua mana. Um pilar de gelo surgiu do chão, interceptando a estocada do Elfo e parando o avanço da lâmina friamente.
Ting!
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“É resistente, merda!”
O impacto foi tão forte que fez o Elfo recuar alguns passos, surpreso com a eficiência da habilidade da Elfa.
Sem perder tempo, Morwyna avançou, utilizando a água do solo para criar um chicote líquido. Com movimentos precisos, ela golpeou o Elfo com o chicote d’água, obrigando-o a se defender e a recuar ainda mais.
“Usando a água do ambiente a seu favor? Esperta, mas ainda não é o suficiente!”
Com um grito, o Elfo lançou um corte flamejante poderoso em direção a Morwyna. Ela percebeu a mudança no fluxo de mana e seus movimentos fluidos se tornaram rígidos e sólidos.
Com reflexos rápidos, ela bateu o pé no chão e uma parede de terra surgiu rapidamente, protegendo-a do corte flamejante que cortou as árvores atrás dela, deixando um rastro de destruição em seu caminho.
Swin!
O Elfo ficou visivelmente surpreso.
“Ela domina duas árvores tão bem assim?”
Morwyna, mantendo seu foco, tocou a parede de terra à sua frente. Com um gesto de mão, a parede se comprimiu rapidamente, transformando-se em uma esfera e, em seguida, achatando-se até virar um disco afiado. Os olhos do Elfo se arregalaram de pavor ao perceber que a terra nas mãos dela estava começando a derreter, formando um magma incandescente.
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“Preciso sair daqui, se isso me atingir, estou morto!”
Antes que pudesse recuar, o chão sob seus pés começou a se tornar movediço. Ele perdeu o equilíbrio, afundando em uma substância viscosa.
“Merda, essa vadia!” ele exclamou, lutando para se libertar.
Sem hesitar, Morwyna lançou o disco de magma em direção ao Elfo. Ele conseguiu colocar sua espada na frente em uma tentativa desesperada de se proteger, mas foi em vão.
Crunch!
O disco afiado partiu a espada ao meio e cortou o Elfo em duas partes, finalizando a batalha de forma decisiva.
Ofegante e com o coração acelerado, Morwyna se virou para verificar a mulher que havia ido salvar. Com um suspiro de alívio, viu que ela estava tremendo, mas aparentemente ilesa.
Ela se aproximou, estendendo a mão.
— Você está bem?
Com um movimento rápido e brusco, a mulher deu um tapa na mão da Elfa, afastando-a com fúria. Seus olhos exalavam um ódio intenso, atingindo a Elfa como uma faca afiada.
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— Você é um deles, não preciso da sua ajuda! — A mulher cuspiu as palavras com rancor. Com dificuldade, ela se ergueu do chão e, com o rosto contorcido de medo e raiva, correu floresta adentro.
A princesa ficou paralisada, sentindo o peso da rejeição e da dor da mulher. Ela olhou para a mão que havia sido afastada e suspirou profundamente, sentindo o peso da responsabilidade e da culpa.
— Nem todos somos ruins…
Ela sabia que precisava chegar até Colin o mais rápido possível. A tensão entre os povos estava crescendo e uma campanha de extermínio contra os Elfos Negros poderia se formar devido às atrocidades que haviam sido cometidas.
Com determinação renovada e o coração pesado, Morwyna se virou e caminhou de volta até o Wyvern, decidida a encontrar Colin e tentar impedir mais derramamento de sangue e ódio entre os povos.
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