Índice de Capítulo

    O ar estava carregado com uma tensão torturante, a vista estreita de Colin encarando o seu pai lá em cima, as roupas dele tremulando ao vento.

    Coen olhou para Morwyna e depois para Samantha, voltando os olhos para o filho.

    — Você ficou mais forte. Bem, é esperado de um filho meu, mesmo um indesejado como você. — Ele abriu um sorriso de canto. — Pelo menos, Celae serviu para alguma coisa além de aliviar o meu tédio.

    Colin continuou sério, até que também abriu um sorriso de canto.

    — Acha que vai me tirar do sério?

    — Não, claro que não. — Ele apontou com o queixo para Rian lá embaixo. — Tenho um acordo com o mestre dele, e infelizmente não posso permitir que o mate. As coisas ficariam complicadas sem ele.

    No momento em que a lâmina carmesim iria atravessar o crânio de Rian, o sacerdote desapareceu. Coen respondeu ao ataque do filho com um sorriso.

    “Filho?” pensou Morwyna, suando frio. “Então… é ele o homem que derrubou o véu? A sensação de perigo que vem dele… é ainda mais opressiva do que aquela que exala do senhor Colin! Droga, o que eu faço?”

    — Morwyna… — murmurou Samantha, ela também suava frio. — Não se mova… se tentarmos qualquer coisa, pode ser o fim…

    A Elfa respondeu, engolindo em seco.

    Aquela tensão era torturante, nem mesmo os Alfas conseguiam se mover, somente Colin não se sentia afetado pelo medo, seu ódio se colocava acima disso.

    — Aliás, tenho que parabenizar você por conseguir vencer Gorred. Nunca pensei que ele perderia, ainda mais para você. Não negarei que fiquei um pouco desesperado, por isso tive que acelerar um pouco as coisas.

    Coen ergueu o dedo indicador, conjurando uma pequena bola de fogo.

    — Partiu o meu coração quando tive que pegar isso dela… a nossa pequena Safira tinha um futuro brilhante pela frente. Bom, se te fizer sentir melhor, acho que ela e a sua mãe estão juntas agora, pela eternidade naquela mentira religiosa que ela acreditava, o paraíso. É assim que chamavam, né?

    Cabrum!

    Com um movimento ágil, Coen ergueu os braços em defesa, tentando se proteger do devastador golpe de Colin. O impacto foi tão violento que o arremessou a uma distância surpreendente, superando até mesmo a projeção que Rian experimentara em seu confronto inicial com Colin.

    O impacto reverberou como uma onda de choque, atingindo Morwyna e Samantha mesmo estando a metros de distância do ponto de impacto.

    Ambas foram arremessadas violentamente, mas mostraram resiliência ao se recuperarem rapidamente. As residências meticulosamente reconstruídas por Colin foram reduzidas a escombros em questão de segundos.

    A força do golpe foi tão intensa que até mesmo Yonolondor, localizado a uma distância considerável, sentiu os efeitos do impacto. As pessoas foram forçadas a se abrigar, protegendo-se da tempestade de poeira e detritos que se seguiu.

    Enquanto isso, Coen continuava sua trajetória descontrolada. Seus braços foram completamente despedaçados pelo impacto devastador, mas, surpreendentemente, começaram a se regenerar.

    “Desgraçado! Hehe! Sem a minha “Serpente de Sangue”, fica bem difícil reconstituir membros destruídos, sem falar na mana que estou gastando.” O sorriso de Coen se alargou. “Meu filho ficou forte!”

    Com a regeneração completa de seus braços, Coen uniu as mãos em um selo místico e, com uma habilidade surpreendente, desapareceu e reapareceu nos céus, emergindo das camadas espessas de nuvens.

    Posicionando-se como se estivesse empunhando um arco, ele apontou para o solo, e uma flecha flamejante começou a tomar forma.

    — O que é mais importante para você, garoto, o seu ódio por mim ou a vida de seus companheiros? Bom, falando de uma forma que você entenda, eu aperfeiçoei essa técnica para ser tão destrutiva quanto uma bomba atômica de cinco quilotons. — Ele abriu um sorriso. — Você tem noção do quão poderoso isso é, né?

    Mesmo à distância, um arrepio de apreensão percorreu a espinha de Samantha.

    — Morwyna! Corra!

    Ziuum!

    A flecha de fogo foi disparada. Era um golpe demasiadamente devastador.

    Ignorando a ameaça iminente da flecha, Colin avançou furiosamente em direção a Coen. No entanto, como se tivesse sido abruptamente despertado de um transe, ele percebeu repentinamente a gravidade da situação.

    Ao abrir os olhos, Colin encontrou-se deitado de costas em um ringue, como se tivesse sido arremessado por um golpe poderoso. Ao se sentar e coçar a nuca, ele se viu de volta à sua adolescência, em uma academia deserta. Apenas uma mulher permanecia diante dele.

    — Que inferno! — ele esbravejou, erguendo-se e tirando suas luvas, jogando no chão. — Eu me cansei disso!

    A mulher se debruçou sobre as cordas com um olhar afiado.

    — Ei! Colin, o que eu já disse um milhão de vezes? Aprenda a controlar sua raiva. Você tem potencial, mas deixa seus sentimentos tomarem conta sempre que é provocado.

    — Como se eu não soubesse disso.

    Bam!

    As luvas dele foram jogadas em sua cabeça enquanto ainda estava de costas.

    — Isso é seu, não as perca. E não se esqueça, nada de usar o que aprendeu fora da academia.

    — Tsc… — murmurou. — Que mulher irritante.

    — Se vier amanhã para performar igual hoje, é melhor que não venha!

    Arrancado subitamente de suas memórias, Colin viu que Coen estava próximo, mas ele mudou abruptamente de trajetória, indo direto até a flecha, passando por ela e ficando em seu caminho.

    Com determinação feroz, Colin estendeu o indicador em um gesto que lembrava o de segurar uma arma, concentrando a mana de Claymore na ponta do dedo. Com um esforço hercúleo, ele gerou uma esfera de dez metros de diâmetro, suas veias quase rompendo-se sob a pressão da concentração e do poder liberado.

    Cabrum!

    A esfera foi disparada, colidindo com a flecha de fogo em um confronto de poderes titânicos.

    O impacto foi espetacular.

    O céu se iluminou em uma explosão de cores carmesim e laranja, e um estrondo ensurdecedor reverberou por toda a região. A energia resultante do choque entre a flecha de fogo e a esfera de raios gerou uma onda de choque avassaladora. A vila abaixo foi atingida por uma explosão colossal.

    Chamas vorazes consumiram as casas, árvores foram arrancadas de suas raízes e o solo tremeu com a magnitude do impacto.

    Os espectadores que assistiam à luta à distância ficaram horrorizados com a destruição diante de seus olhos. Alguns foram derrubados pelo impacto da onda de choque, enquanto outros foram atingidos por detritos voadores.

    “Que merda está acontecendo lá?” se perguntou Yonolondor, protegendo-se da poeira com um dos braços.

    Morwyna havia criado uma redoma de terra, protegendo tanto ela quanto Samantha.

    No céu, Coen mantinha seu sorriso orgulhoso.

    — Que velocidade impressionante. Conseguiu me alcançar, e depois conseguiu superar a velocidade da minha flecha. Ouvi dizer que quanto mais ferido você fica, melhor luta, é verdade, filho?

    A fumaça se dissipou, Colin estava parado em cima de seu círculo mágico, seu corpo estava cheio de queimaduras, e até parte de seu crânio estava exposta, mas se curou em uma velocidade impressionante. Seu sorriso demente era maior que seu rosto, e seus olhos exalavam uma intensão assassina que Coen raramente viu no campo de batalha.

    “O quanto ele se regenerou? Bem, não importa, regenerar partes do corpo usando mana exige muito não só do corpo, mas também uma quantidade assustadora de mana. Quanto de mana essa Claymore tem afinal?”

    — Hehe! Isso, sim, é impressionante!

    “Ele está mesmo consciente?”, perguntou Coen. “Sua mana está exalando de forma exagerada… é como Safira… bom, o que esperar de bestas selvagens como eles, né?”

    — Coen! — berrou Colin apontando o indicador para a própria cabeça, quase a perfurando. Seu sorriso demente persistia. — Minha mãe não me deixou vivo por capricho!

    Ele abriu os braços.

    — Seria natural que você fodesse com esse mundo se eu não estivesse aqui, por isso mamãe me salvou! Por isso consegui matar o seu pandoriano, por isso me tornei o imperador! Por isso, a prometida de Drez’gan se tornou a minha mulher! Eu sou o inimigo de todos vocês, desgraçados que querem foder com esse plano!

    O dedo de Colin entrou em sua própria têmpora, o deixando ainda mais assustador.

    — Você não entende? Não é você que é amado pela mana, sou eu!

    “O que deu nele, ficou louco?”

    — Hehe! É isso que acha, garoto? Se a mana te ama, então por que ainda não conseguiu me matar?

    Colin tirou o dedo da têmpora e o buraco se curou instantaneamente.

    Cabrum!

    Num piscar de olhos, ele já estava na frente de Coen, pronto para obliterá-lo com somente um golpe.

    Woosh!

    Coen escapou, adentrando um portal e reaparecendo longe, mas assim que levantou o olhar, o ensandecido Colin já estava na sua frente.

    “Hehe! Esse pirralho de merda, sua velocidade supera a minha com os portais?”

    Abaixando-se, Coen esquivou-se do punho de Colin e apoiou a mão em seu abdômen, causando uma surpreendente explosão capaz de afastar as nuvens.

    Boom!

    “Isso deve tê-lo afastado, mas… por onde você virá agora?”

    Bam!

    Coen defendeu-se de uma poderosa cotovelada surpresa do Errante que foi capaz de quebrar os seus braços.

    “Merda! Que golpe pesado!”

    Woosh!

    Colin já estava em cima dele, preparando um golpe avassalador, mirando o estômago do seu pai.

    Cabrum!

    Fora um golpe devastador como Coen previu. Ele golfou sangue, mas antes de suas costas tocarem o chão em um estrondo, seus braços foram curados e ele adentrou um portal, saindo ainda mais distante do campo de batalha.

    “Seus golpes não são inconscientes. Mesmo que ele esteja fora de si, ele tirou minha fuga de mim… sem meus braços, eu não poderia conjurar portais, dando a ele uma chance limpa… Hehe! Ele destruiu meu estômago… então esse é o plano dele? Me fazer gastar uma grande quantidade de mana para me curar?”

    Colin estava se aproximando em uma velocidade assustadora.

    “Hehe! Que medo! Foi isso que Gorred teve que enfrentar então? Não me surpreende que tenha perdido, o garoto está ignorando tudo e focando exclusivamente em me matar… lutar contra gente assim que possui a resistência dele, é mesmo desesperador.”

    Imediatamente, Coen adentrou um portal, indo para mais longe ainda de seu filho. 

    “Odeio admitir, mas o garoto se tornaria um oponente problemático se essa luta se prolongasse. Ele absorve mana, o que poderia neutralizar meus ataques com a essência das chamas, tem uma velocidade surpreendente, além de uma força física que supera aquela mulher vampiro cheia de músculos.”

    Ele continuava fugindo, o que ficava claro para Morwyna e Samantha, que mantinham os olhos no céu, que Colin estava na vantagem.

    — Ele está… fugindo? — murmurou Morwyna.

    Samantha sorriu, dando um tapinha nas costas da Elfa.

    — Colin nunca ia perder para esse desgraçado!

    “Mas…”, pensou Morwyna engolindo em seco. “Mesmo assim, aquele é o homem que ajudou meu avô a derrubar o véu, não é?”

    Coen fez um selo de mãos e abriu um sorriso.

    Em vez de usar o portal para fugir, ele usou para se aproximar de Colin, que não só viu seu pai abrindo um portal na sua frente como também viu duas mãos com unhas gigantes prestes a esmagar sua cabeça.

    Woosh!

    Ele usou os passos fantasmas e se afastou.

    Lá estava uma criatura totalmente pálida. Sua pele era viscosa, e havia inúmeros buracos de suas costas que se abriam e fechavam. Ela era corcunda, quase andava de quatro como um cão. O monstro não tinha olhos, seus dentes eram afiados e seus braços eram tão longos quanto suas pernas.

    — Que rápido… — disse a criatura, sua voz soando como um lamento. — Jurei que tinha pegado ele.

    — É melhor não o subestimar, é o meu filho.

    — Hehe! Colin? É mesmo aquele pirralho?

    — Não te chamei aqui para conversar, preciso das suas habilidades.

    A criatura abriu um sorriso assustador.

    — O menino é forte, vai custar muito dessa vez.

    — Não importa, só preciso que dê um jeito nele.

    — Quanto tempo quer que dure?

    Coen deu de ombros.

    — O suficiente.

    A criatura bateu palmas e um selo apareceu na palma da mão de Coen e no peito de Colin.

    — Está feito, até logo, Coen, é sempre delicioso fazer negócios com você! — Antes de virar poeira, a criatura lambeu os beiços.

    — Tenho que te parabenizar, filho, você realmente ficou forte.

    Colin saltou para trás, ficando em cima de seu círculo mágico. Ele sabia que a marca que havia aparecido em seu peito tinha alguma relação com a marca na palma de seu pai.

    Com a mão direita, Colin tocou a marca, esperando dissipar qualquer resquício de mana que nela tivesse, mas não adiantou.

    — Você não vai conseguir se safar dessa, filho, meu contrato com o demônio dos mil olhos é justamente para lidar com outros Errantes. Outra péssima notícia para você — Coen ergueu a palma marcada e ela brilhou intensamente, brilhando também a marca no peito de Colin. — Não preciso tocar a marca para ativá-lo.

    Cabrum!

    Instintivamente, Colin avançou contra seu pai, dessa vez duas vezes mais rápido. Antes que qualquer magia fosse ativada, ele liquidaria o combate.

    No momento em que Colin iria alcançá-lo, ele sentiu todo seu corpo vibrar e seu coração bateu forte, fazendo-o perder as forças e despencar.

    Bam!

    Coen observou, lá de cima, enquanto seu filho se revirava no chão, todas as veias de seu corpo saltando.

    — Colin! — Samantha e Morwyna correram até ele, mas um portal se abriu antes delas o alcançarem. Coen saiu lá de dentro, deixando-as em alerta.

    — Desculpem, senhoritas, mas meu filho está ocupado no momento.

    — O que você fez com ele?! — Samantha apontou uma flecha e Morwyna ergueu as mãos. Elas estavam assustadas, mas não iriam recuar.

    — Você, a garota dos Leerstrom, o que aguarda seu pai não é nada agradável. — Ele encarou Colin por cima dos ombros. — Nem o que aguarda suas esposas, filho.

    — Deixe-os em paz! — berrou Morwyna, suando frio.

    Coen deu um passo à frente, fazendo-as recuar. — Morwyna, certo? Seu avô foi um grande colaborador. Não achei que a neta dele estaria aqui, com o meu filho. Estou curioso para saber como se tornaram companheiros. — Ele deu mais um passo. — Quer saber o que seu pai fez com seu avô?

    A Elfa engoliu em seco e Coen continuou com seu veneno.

    — Sinceramente, eu não sabia que um velho tinha uma garganta tão boa para gritar tanto, ainda mais enquanto ele chamava o nome dos netos, mas eles estavam longe demais… pobrezinho, morreu sozinho…

    — Seu desgraçado! — esbravejou, furiosa.

    — Morwyna, espera!

    A Elfa lançou um dos discos de gelo em Coen e ele esticou o braço direito, fazendo-o desaparecer. Samantha aproveitou a confusão e atirou sua flecha, mas Coen a segurou e Samantha estranhou que sua habilidade não havia sido despertada.

    — Quando a mana é absorvida, sua habilidade anormal se torna só comum, garota dos Leerstrom. E você, filha de Milveg, devia aceitar o destino que seu pai reservou a você. É o que incompetentes como você merecem, ser usada pelos outros como um objeto e descartada, como sua mãe foi.

    Aquela foi a gota d’água.

    Morwyna começou a conjurar bolas de fogo enormes, mas antes que pudesse fazê-las, Coen a tocou no abdômen e Morwyna desapareceu.

    Samantha sequer conseguiu reagir a tempo quando Coen também a tocou, fazendo-a desaparecer.

    A passos calmos, Coen se aproximou de Colin que continuava se revirando no chão.

    — Se você se intrometer na guerra de Runyra agora, a balança de poder penderia para um único lado, o seu. Isso provavelmente faria Milveg sair da toca, e depois do que vi aqui, creio que vocês teriam uma boa luta, mas Milveg é um Monarca Arcano da Pujança. Você seria derrotado. Estou salvando você, filho, me agradeça da próxima vez que nos virmos.

    Coen se aproximou de Colin, fazendo-o desaparecer.

    Chegando ao campo de batalha, Yonolondor observou todo aquele cenário caótico e também viu Coen. Imediatamente sacou a espada, mas Coen ergueu as duas mãos em rendição.

    — Se eu fosse você, espadachim, iria o mais rápido possível para Runyra. Mesmo estando em guerra, será um lugar mais seguro que aqui.

    Ziuum!

    Coen adentrou um portal e desapareceu. Nem todos haviam ido embora, os Alfas restantes ainda rondavam as redondezas.

    — Merda!


    Uma luz fraca incomodou sua visão, então Colin olhou ao redor, ele estava em uma cela escura. Todos os objetos que possuía haviam sido retirados dele, até mesmo suas roupas mudaram.

    Estava vestindo farrapos bem justos para o seu corpo grande.

    — Senhor Colin! — Morwyna foi até ele, ela estava vestida com os mesmos farrapos. — Até que enfim o senhor acordou!

    Ele se sentou e coçou a nuca, encostando na parede atrás dele. Deu uma olhada melhor na cela e reparou que havia um anão no canto e um velho no outro.

    — Por quanto tempo apaguei?

    — Algumas horas…

    — E onde a gente tá? Cadê a Samantha?

    — Eu… não sei…

    — Bem-vindo às minas de Gotundria — disse o anão. Ele era careca, mas tinha uma barba longa. — Todo mundo tem a mesma reação que você. Bem… resumindo, trabalharemos até morrer, grandão.

    Colin avistou cristais cercando a cela.

    — Cristais ante-magia? — balbuciou.

    — Tem por toda a mina — respondeu o anão. — É impossível sair daqui. Goblins, Alfas e Hobgoblins são os nossos carcereiros, eles são equivalentes aos usuários da pujança de nível três e quatro.

    Suspirando, Colin se levantou e foi até as grades. Ele segurou as barras e tentou abri-las, mas não conseguiu.

    — Merda… minha força… desapareceu…

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