Capítulo 428 - Civilização perdida.
A atmosfera estava carregada de tensão, o ar pesado com a promessa de violência.
O silêncio era denso, quebrado apenas pelo som de folhas sendo esmagadas sob pés inquietos. Os elfos, com suas armaduras escuras e olhares penetrantes, cercavam Colin, que se mantinha sereno, quase inexpressivo.
O elfo com a lança, cujos olhos brilhavam com uma luz interna, inclinou a cabeça, estudando Colin.
— Quem é você?
Outro elfo, mais impetuoso, brandiu sua espada com raiva.
— Não importa quem eles são! Vamos matá-los! São invasores e devem ser mortos!
A lâmina refletia um desejo de sangue, uma sede que parecia insaciável.
Colin, com um sorriso que não alcançava os olhos, deu de ombros com uma calma desconcertante. — Vocês não vão conseguir me machucar, desistam.
Sua voz era um sussurro, mas carregava uma confiança que parecia abalar a certeza dos elfos.
— O que disse? — Um dos elfos, movido por um orgulho ferido, avançou e tentou golpear Colin com uma estocada rápida. Mas, para seu choque, sua espada se estilhaçou ao contato, deixando-o com nada além de um cabo na mão.
Seus olhos se arregalaram em incredulidade, e ele ficou ali, encarando Colin, suas mãos tremendo pelo que acabara de acontecer.
— O quê?!
Com um gesto desinteressado, Colin golpeou o elfo com as costas da mão, enviando-o rolando pela relva úmida.
O som de sua armadura chocando-se contra o solo ressoou como um aviso para os outros.
Os elfos restantes começaram a se preparar para a batalha, mas o líder, erguendo sua lança, interveio.
— Não ataquem! Não conseguem ver? Ele é um monarca da pujança, vocês não têm chance de vencê-lo. — Sua voz era firme, mas havia um traço de admiração em seu tom. Ele abaixou a lança em um gesto de respeito relutante. — Quem é você e como sabe quem somos?
Colin ergueu o indicador, apontando para o céu acima, onde a luz da constelação de orbes lutava para penetrar a copa das árvores.
— Sou o rei de Runyra, fica na superfície. Vocês se parecem com um amigo, por isso deduzi isso. Na verdade, pensei que estivessem extintos.
O líder elfo suspirou.
— … É impressionante como vocês conseguiram chegar até aqui. É um caminho difícil, até mesmo para os exploradores experientes do subterrâneo.
— Ele está mentindo! — O elfo que havia sido atingido no rosto retornou, esbravejando enquanto limpava o sangue do nariz. Havia um tremor em sua voz que denunciava seu medo.
Colin abriu um sorriso.
— Não tenho que provar nada para você — disse ele, sua voz tranquila.
— O que disse? — O elfo, com o orgulho ferido, encarou Colin com olhos flamejantes.
— Já chega! — interrompeu o líder dos elfos, sua autoridade silenciando a discussão. — Não conhecemos a superfície, não sabemos sobre Runyra, mas irei supor ser verdade.
— Senhor! — protestou o elfo ferido, incapaz de esconder sua desconfiança. — Ele é um estrangeiro! Vai confiar nele?
— Não seja tolo! — repreendeu o líder, sua paciência se esgotando. — Enxergue a situação, ele tem a vantagem, ele é mais forte que todos nós, e mesmo assim, está sendo pacífico. Se ele quisesse nos fazer mal, já teria feito.
Com um aceno de cabeça, ele sinalizou para o seguirem. — Nos siga, monarca, vamos até o vilarejo.
Os elfos partiram na frente e Colin os seguiu, com Morwyna a passos curtos atrás dele.
A vila dos elfos do mar era um espetáculo para os sentidos. As casas, construídas com madeira entrelaçada e cobertas de musgo, pareciam ter brotado da própria terra.
Túnicas de cores suaves adornavam os elfos, fluindo como água ao redor de seus corpos esguios.
À medida que Colin e Morwyna passavam, os elfos paravam suas atividades diárias para observá-los. As crianças, com olhos grandes e curiosos, espiavam de trás das pernas dos adultos, sussurrando entre si em admiração. Fazia décadas que estrangeiros não pisavam em suas terras, e a presença de Colin era um mistério tão grande quanto sua estatura imponente.
Embora alguns elfos estivessem fascinados, a maioria sentia um medo instintivo dele. Ele era alto, com músculos definidos e um tom de pele estranho para eles. Seu rosto, marcado por uma expressão severa, não convidava à aproximação. Mas havia algo nele, uma calma e uma confiança, que fazia com que até o mais temeroso dos elfos hesitasse antes de julgá-lo.
Então seguiram para um enorme casarão.
À medida que Colin e Morwyna atravessavam o limiar do casarão, sentiam os olhares curiosos dos elfos do mar a lhes pesar sobre os ombros.
O salão era vasto e ornamentado com conchas e corais, e no trono à frente, resplandecente em sua majestade, estava o rei dos Elfos do mar, ladeado por seus súditos e guardas.
O Elfo que os guiara até ali se ajoelhou perante o trono e anunciou com voz clara: — Majestade, estes são forasteiros que encontrei em nossas terras. Eles não nos farão mal.
O rei os observou com um olhar penetrante e perguntou: — Quais são seus nomes?
— Colin — disse ele, com uma reverência.
— Morwyna — ela acrescentou, com um aceno de cabeça.
— E o que vos traz ao meu reino? — indagou o rei.
— Estávamos indo até Gheskou — respondeu Colin. — Não conhecemos o subterrâneo, viemos parar em suas terras por engano, majestade.
Foi então que Colin apoiou um dos joelhos no chão. Ver um homem que exalava uma aura tão opressora se prestar àquele gesto de humildade os fez abaixar um pouco a guarda.
Mesmo Colin, quase um bárbaro, sabia demonstrar respeito.
Um murmúrio agitado percorreu a multidão, mas com um gesto da mão do rei, o silêncio se restabeleceu.
— Não é um caminho fácil — disse o rei, ponderadamente. — Mas posso providenciar uma bússola para vos guiar.
Um dos homens foi até o ouvido do rei Elfo e cochichou, algo que o fez arregalar os olhos.
— Colin… você… conhece outros de nós?
Ele ficou de pé.
— Um amigo, ele havia dito que vocês haviam sido extintos. Ele ficará feliz em saber que não é o único da espécie.
— E… qual o nome do seu amigo?
— Valagorn.
Os cochichos começaram.
— Isso é impossível — disse o rei, silenciando a todos. — Valagorn pereceu há séculos, não há como você…
— Ele não pereceu, estava preso em um plano simulado, num nível específico — Colin ergueu o braço esquerdo, mostrando as tatuagens. — Eu o libertei, com isso. Sou um errante, majestade.
— Um errante… — outro burburinho iniciou. — Vocês… não estavam extintos também?
Colin respondeu com um sorriso. — Ainda não.
O rei ergueu-se, caminhando para os fundos. — Me sigam, você e sua amiga, vamos conversar em particular.
— Certo.
A sala para a qual o rei os conduziu tinha as paredes de madeira escura, entalhadas com símbolos antigos, cercavam um espaço preenchido com móveis robustos e confortáveis.
Uma lareira crepitava suavemente, lançando um brilho dourado sobre os tapetes espessos que cobriam o chão. Colin e Morwyna estavam sentados um ao lado do outro em poltronas de veludo, uma pequena mesa de chá entre eles.
Enquanto o vapor subia das xícaras de porcelana, Colin compartilhava sua história, sua voz baixa e constante.
Ele falou da queda de Ultan, da ascensão de Runyra, das batalhas que marcaram sua pele e alma.
Com cada palavra, ele desenrolava o fio de sua vida, revelando suas esposas, seus filhos, e o reino que ele tanto amava e defendia.
E então, com um peso em seu coração, ele falou de Drez’gan, seu pai, e a guerra que agora fervilhava na superfície, uma guerra que entrelaçava seu destino ao de Morwyna através do sangue de seus pais.
O velho elfo, rei de um povo que muitos acreditavam extinto, ouvia em silêncio. Seus olhos, que já haviam visto o girar de incontáveis eras, refletiam agora a complexidade de um mundo que se revelava muito mais vasto e intrincado do que as histórias contadas ao pé do fogo.
— Bem… — ele não sabia o que dizer. — É uma história e tanto… uma jornada cheia de altos e baixos. Não sei se eu teria resiliência para tanto.
Relaxando na cadeira, o velho bebeu de seu chá.
— Seu amigo, Valagorn… foi um arquiteto famoso para o nosso povo. Já ouvi histórias dele na infância, de como ele projetou toda nossa cidade, de como ele construiu o lar dos meus avôs. Eu o vi uma vez quando era garoto, mas não cheguei tão perto. Não achei que ele… acredito em você, garoto, não há mentiras em suas palavras. Meu povo passou tempo demais escondido, não há estudo aqui, e nossos guerreiros sabem somente o básico. A única coisa que posso fornecer a vocês é uma bússola para chegarem até Gheskou.
— Já é o suficiente — respondeu.
— Bem… — disse a tímida Morwyna. — Como vocês… saíram do mar para acabar… aqui?
O rei tomou do seu chá novamente.
— Conhecem as hidras, crianças?
Ambos fizeram que não com a cabeça.
— Dizem que, na aurora do tempo, Tiamat, a Rainha dos Dragões Malignos, matou um deus dragão rival chamado Lernyria e lançou seu sangue pelo cosmos. Cada gota que caiu nos planos deu origem a uma Hidra de múltiplas cabeças consumida por uma fome tão grande quanto o ódio do deus morto.
Ele bebeu do chá.
— Os sahuagins nunca se deram bem conosco, mas algo ou alguém os influenciou… Eles vieram com hidras e muitos de nós acabamos perecendo na fuga. Nadando por túneis e corais, chegamos ao subterrâneo e aqui fundamos o nosso lar.
— Deve ter sido difícil… — disse Morwyna, cabisbaixa. — Ter seu lar tirado de você assim…
— Um pouco, mas sobrevivemos.
— Devia parar de se esconder aqui, vovô — disse Colin. — Estão debaixo dessa luz falsa, vivem comendo… musgos? Você mesmo disse que seus soldados são uma vergonha, sua cultura é atrasada… isso não é vida para você nem para seu povo.
— Não é tão fácil assim, garoto…
— É claro que é. Posso ajudar vocês, devolver dignidade ao seu povo. Valagorn pode projetar outra cidade, um lar que seu povo mereça, não esse buraco úmido que fede a mofo.
O rei abraçava a xícara com as mãos, encarando Colin no fundo dos olhos. Ele parecia estar mesmo dizendo a verdade.
— Mesmo não sendo fácil, você fala de maneira que faz parecer que é…
— Seu único trabalho é guiar seu povo para fora daqui, então faço o resto, mas não agora, ainda tenho algumas coisas para resolver lá em cima.
— … Você e sua companheira deviam descansar, deve ter sido uma viagem longa.
Colin se ergueu e Morwyna o seguiu.
— Pense no que eu disse, seu povo merece mais que isso.
A porta se abriu e Colin dirigiu-se para fora, deixando o rei sozinho com seus pensamentos.
Fora da sala, o Elfo líder que o guiou até a cidade, com um gesto suave de sua mão, sinalizou para Colin segui-lo.
— Por aqui, por gentileza.
Eles caminhavam por um corredor adornado com tapeçarias, quando um grupo de crianças elfas se aproximou, seus olhos brilhando com admiração e curiosidade.
— Moço, como fico tão forte como o senhor? — perguntou uma das crianças, olhando para Colin com expectativa.
Colin alisou o queixo pensativamente e respondeu com um sorriso. — Na idade de vocês, eu comia tudo o que meus pais mandavam.
— Até mesmo as coisas ruins? — indagou um garotinho com uma careta.
Colin concordou com um aceno solene. — Até mesmo as ruins.
As crianças se afastaram correndo, sussurrando entre si, claramente impressionadas. Colin foi então guiado até uma casa afastada, onde servas davam os toques finais em um quarto acolhedor.
O Elfo que os acompanhava olhou para Colin com curiosidade.
— Como é na superfície? — ele perguntou.
— Como posso dizer… É bem quente — começou Colin. — Há montanhas tão altas que sua vista não alcança o topo, e o céu se estende infinitamente, um azul tão profundo durante o dia e cravejado de estrelas à noite. As florestas são vastas, cheias de criaturas e sons que vocês nem imaginam.
O Elfo tocou sua própria pele azulada e perguntou: — É por isso que sua pele é escura?
Colin balançou a cabeça. — Não, é apenas a maneira como nasci. Você deve saber de outros Elfos, né? Nunca foram até a superfície?
— Não… o rei é o único que já viu e sentiu o sol… da primeira geração que chegou aqui, ele foi o único que restou.
Eles enfim chegaram a uma choupana enfeitada de musgos.
— Chegamos — disse o elfo com um sorriso gentil. — Uma bússola está sendo preparada, aguardem aqui enquanto isso.
Com uma reverência respeitosa, o Elfo se despediu, deixando Colin e Morwyna sozinhos. Eles adentraram a residência, uma casa rústica que exalava um charme acolhedor.
As paredes eram de madeira seca, entrelaçadas com veios de algas fosforescentes que iluminavam o ambiente com um brilho suave.
O chão era coberto por um tapete fino e branco, e móveis de madeira, esculpidos com adagas, adornavam o espaço.
Colin observou as roupas limpas dispostas ao lado, enquanto Morwyna pegava um vestido branco, simples, mas elegante.
— Você confia neles, senhor?
Colin deu de ombros.
— Não é como se eles pudessem fazer algo contra a gente. — Seus olhos preencheram o entorno. — Esse lugar é perfeito.
— Para quê?
— Adentrar a minha dimensão simulada. Treinarei você, Morwyna, quero ver tudo que um oráculo pode fazer.
No coração de um santuário subterrâneo, o ar vibrava com a energia de um ritual antigo e proibido.
Orbes de luz flutuavam como sentinelas silenciosas, banhando o recinto com uma luminosidade etérea, enquanto cantos litúrgicos, carregados de uma melodia sombria, reverberavam pelas paredes de pedra.
No centro, um círculo mágico pulsava com uma luz carmesim, seu brilho intensificando-se a cada verso entoado pelos cultistas.
Um a um, os devotos caíam, seus corpos desfalecendo no chão frio do templo, enquanto suas almas eram arrancadas, consumidas pelo voraz círculo mágico.
Ig’drolluuth, o mestre da cerimônia, observava com um sorriso de satisfação enquanto o poder se acumulava, as paredes do recinto começando a rachar sob a pressão do poder desencadeado.
Do epicentro do círculo, uma mão esguia emergiu, seguida pela figura imponente de uma mulher alta, orelhas pontudas e pálida como um cadáver, vestida com uma armadura escura que absorvia a luz ao seu redor.
Quase simultaneamente, do lado oposto, uma mão colossal rasgou a realidade, e dela surgiu um homem de estatura titânica, envolto em uma capa negra e esfarrapada que parecia tecida com as sombras da noite.
A luz do círculo mágico começou a esmorecer, deixando os orbes como os únicos faróis na escuridão.
Ig’drolluuth avançou com os braços abertos, saudando as entidades recém-chegadas.
— Rogdruth, Arauta da Escuridão, e Kuz’geg, Arauto do Sangue — ele disse, curvando-se em reverência. — É uma honra tê-los aqui, comigo.
Rogdruth lançou um olhar de desdém ao redor. — Esse lugar fede a umidade. — disse, alisando o longo cabelo escuro para trás.
— Estamos no subterrâneo — Ig’drolluuth respondeu.
— Se conseguiu nos invocar, significa que o véu está mais fraco. — Kuz’geg observou, erguendo a mão enquanto um cetro de sangue se materializava, batendo-o no chão com autoridade. — Se até eu consegui passar, significa que as legiões também conseguem.
— Você está certo — Ig’drolluuth concordou. — Mas não será tão fácil, há milhões de criaturas que compõem nossas legiões, levará horas, talvez semanas.
— Temos tempo — disse Rogdruth. — A propósito, o que estava fazendo aqui antes de nós?
— Estamos em uma caçada — respondeu. — O campeão de Kag’thuzir está aqui, no subterrâneo conosco. Pelo que soube, ele é bem forte, conseguiu até mesmo acabar com dois de meus generais mais poderosos.
— É por isso que nos trouxe até aqui, não consegue acabar com ele sozinho — a Arauta zombou.
— Não é só isso — continuou Ig’drolluuth. — Nosso senhor Drez’gan tornará apóstolo aquele que trouxer sua cabeça.
Kuz’geg apontou seu cetro para a parede, e um portal se abriu, um vórtice escarlate que começou a vomitar hordas de demônios.
Um a um, eles atravessavam o limiar, suas formas grotescas e ameaçadoras preenchendo o espaço sagrado, enquanto os cultistas remanescentes mantinham seus cânticos, suas vozes agora elevadas em fervor desesperado.
— O campeão de Kag’thuzir — cuspiu o Arauto de sangue. — Quem ele pensa ser para desafiar o meu senhor? Demônios, cacem esse homem, mostrem a ele o que acontece com quem desafia o abismo e se junta a traidores!
— Que eu saiba, uma de suas servas também fugiu para se juntar ao campeão de Kag’thuzir, Ig’drolluuth — Rogdruth abriu um sorriso de canto. — Uma apóstola e uma princesa do abismo… O que esse rapaz tem de especial, me pergunto.
— Devia focar em destruí-lo, não imaginar porque essas traidoras mudaram de lado — disse Ig’drolluuth, irritado.
Rogdruth deu de ombros.
— Só fiquei curiosa, já que isso é bem incomum. Você não ficou, Kuz’geg?
O titã de quase seis metros não disse nada, apenas se concentrando nas criaturas que saía do portal.
— Vocês dois são muito sem graça, eu vou indo nessa, aproveitar esse lugar, tomar um banho quente, comer algo quente também. Faz quase 4 mil anos que não saio do abismo.
— Foco na missão, Rogdruth — alertou Ig’drolluuth. — Sem distrações.
— Como se eu fosse fazer isso — disse com um sorriso sedutor. — Quando encontrarem esse homem, me avisem, quero saber que tipo de homem ele é.
Grunhindo, uma miríade de criaturas se dispersou, enquanto outra miríade deixava o portal em uma cena grotesca.
Rian, escondido nas sombras, observava com terror as três entidades do abismo.
Ele havia enfrentado Colin, sabia de sua força, mas aquilo era algo além da compreensão. A aura opressora que emanava dos três príncipes dos três primeiros níveis do abismo era sufocante, uma pressão que o estrangulava.
Os três príncipes, unidos, preparavam-se para caçar um inimigo em comum. Isso nunca havia acontecido antes.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.