Capítulo 444 - Problema e solução.
Colin se preparou para a próxima investida de Walorin, a dor do golpe anterior ainda vibrando em seu corpo.
Walorin avançou, seus punhos e pernas cobertos por placas de pedra que brilhavam com o poder aterrador de sua mana.
— Vou destruir você, Colin!
Ele esticou a mão e Colin foi violentamente lançado para trás, como se uma força invisível o tivesse empurrado. O Errante colidiu com o chão com um estrondo, levantando uma nuvem de poeira.
Antes que pudesse se recompor, Walorin moveu o braço como se puxasse, e Colin foi arrastado pela extensão do chão, sua pele raspando contra o solo rochoso. Então, o Caído empurrou o ar e Colin foi arremessado contra uma rocha gigante com tanta força que tudo ao redor tremeu.
Boom!
Pedregulhos enormes começaram a desabar,
As meninas, ainda escondidas na caverna coberta de vísceras demoníacas, sentiam a violência dos tremores e os choques de energia reverberando ao redor.
Colin emergiu da nuvem de poeira, seu corpo coberto de escoriações.
— Isso é tudo que você tem, Walorin? — zombou, limpando o sangue do canto da boca e do nariz.
Walorin riu, uma risada fria e cortante.
— Isso tá longe de ser tudo que tenho!
Woosh!
Walorin avançou novamente, usando sua habilidade de atração para puxar Colin em sua direção e, no último momento, arremessou-o para o lado com um golpe brutal de seu punho de pedras bem nas costelas dele.
Bram!
Colin rolou pelo chão, levantando-se rapidamente, mas a cada movimento sentia o cansaço se apoderar de seu corpo.
Os golpes de Walorin eram brutais e incessantes. Atração e repulsão, seus punhos cobertos por placas de pedra se movendo com uma força implacável.
O rei de Runyra se curava continuamente, mas cada cura o deixava mais cansado, mais lento. Sua respiração estava pesada, seus movimentos começavam a ficar previsíveis.
“Ele é resistente”, pensou a bruxa, vendo Walorin desferir impiedosos golpes em um Colin quase exausto. “A mana que se dissipou antes de chegarmos aqui… aquilo não era uma mana comum, e mesmo assim…”
Em um momento de brecha, Colin e Walorin chocaram os punhos.
Cabrum!
A pressão do golpe reverberou pelos corpos de ambos, e Colin tentou mandar a energia do impacto de volta para Walorin. O Caído, por sua vez, tentou redirecionar a força para outro lugar. O resultado foi uma explosão que lançou ambos longe, capotando pelo chão.
Booom!
Walorin se levantou, incrédulo. Ele olhou para Colin, ainda de pé, mas claramente ferido.
— Como é possível? — murmurou, sua voz carregada de incredulidade. — Essa técnica… você roubou de mim!
Colin sorriu, um sorriso de puro escárnio.
Walorin cerrou os dentes, a raiva pulsando em seus olhos. Ele avançou novamente, seus golpes de pedra encontrando o corpo de Colin com uma força devastadora.
Crunch! Crunch! Crunch!
O Errante estava sendo pressionado, cada golpe de Walorin o deixava mais lento, mais exausto. Seus movimentos estavam ficando previsíveis, mas ele continuava a lutar, recusando-se a cair.
“Qual o meu problema?”, pensava Colin enquanto a chuva de golpes caía sobre ele. “Tudo dói, mas eu devia estar acostumado a isso, né…? Esse filho da puta pensa que está na vantagem só por me pegar cansado? Enfrentei o príncipe mais forte do abismo, esse Caído não é nada!”
Em um momento de pura concentração, Colin encontrou uma abertura. Num piscar de olhos, ele levantou o joelho da perna de trás e girou o quadril, estendendo a perna para atingir o rosto de Walorin com toda a força que lhe restava, o golpe ressoando como um trovão.
Cabrum!!!!
O Caído foi lançado longe, capotando e colidindo contra o chão num vigoroso estrondo. Tudo ao redor tremeu com o impacto, e Walorin se levantou lentamente, o olhar de surpresa ainda em seu rosto.
— Você… — começou Walorin, enfurecido.
Colin se endireitou, respirando com dificuldade, mas seu sorriso de escárnio não havia desaparecido.
— Pensei que seus socos fossem mais pesados. — Colin provocou, limpando o suor e o sangue de seu rosto. — Meus filhos devem bater mais forte que isso.
— Seu…
Walorin rugiu de raiva e avançou novamente.
Colin suspirou, assumindo sua guarda.
“Odeio ter que depender disso, mas ainda me lembro como é… Corpo levemente inclinado para frente, pernas flexionadas, pé dianteiro em um ângulo de 45°, pé de trás levemente virado para fora.”
Ele se ajeitava ligeiramente.
“Mão da frente à altura do rosto, mão de trás protegendo a mandíbula. Braços levantados, com cotovelos voltados para dentro, prontos para bloquear e atacar… acho que é assim que se faz.”
“Tem algo errado”, pensou a bruxa. “A aura do garoto está diferente… tsc… Walorin seu idiota, analise seu oponente!”
O Caído, com seus olhos sombrios e sorriso maligno, estava preparado para o confronto.
De repente, ambos os Caídos sentiram um arrepio na espinha. Antes que pudessem reagir, um portal se abriu atrás deles, engolindo-os e desaparecendo em um instante.
Colin, surpreso, olhou para cima e viu Ryan flutuando, seu semblante exalando fúria.
Tsc… esse cara ainda tá vivo?
— Veio apanhar outra vez? — zombou o Errante.
— Tudo isso é sua culpa! — gritou Ryan, a voz cheia de amargura. — Minha vila foi atacada, meus pais foram mortos, e agora que eu havia encontrado um propósito, você apareceu e arruinou tudo novamente! Você é um destruidor, e ninguém mais pode acabar com você além de mim, essa é a missão que senhor Alexander me incumbiu!
Colin estava exausto, mas não deixou transparecer sua fraqueza. Ele sabia que precisava manter a aparência de força, mesmo que seu corpo estivesse além do limite.
Ryan, ainda no ar, juntou as mãos, concentrando uma grande quantidade de energia massiva. Colin suava frio, seu corpo cansado resistindo ao extremo.
Samantha e Morwyna saíram do buraco, o vendaval da concentração de energia de Ryan agitando violentamente seus cabelos e roupas.
“Era a última coisa que eu queria”, pensou Colin, suando frio, suas pernas se esforçando ao máximo para deixá-lo de pé. “Um canhão Galick a queima-roupa… merda!”
— Isso é pelo senhor Alexander!
Ryan disparou seu poder massivo, e Colin ergueu a palma, absorvendo a energia enquanto tudo atrás dele era obliterado. Árvores foram arrancadas do chão, pedras foram pulverizadas, e o solo foi rasgado, criando uma cratera enorme.
A destruição foi completa e avassaladora.
Quando a nuvem de poeira se dissipou, Colin estava lá, sem o braço direito e com parte do corpo em carne viva. As meninas ficaram em choque, até mesmo Ryan ficou surpreso de vê-lo resistir ao seu golpe mais forte.
Colin arfava, sangue gotejando de todos os seus ferimentos. Era impossível alguém ficar de pé após se ferir tanto.
— Isso foi o melhor que você pode fazer, Ryan? — perguntou Colin, forçando um sorriso cansado.
“Esse desgraçado…”, Ryan cerrou os punhos. “Como ele ainda não caiu?”
— Seu miserável… você está se exibindo, né? Quero ver manter essa confiança toda!
Furioso, Ryan avançou, usando um portal e aparecendo atrás de Colin, segurando-o pela nuca e arrastando sua cabeça no chão.
Bruuum!
Ele entrou com Colin em outro portal e emergiu no alto, a quilômetros do solo, então lançou Colin de volta à terra. Usando sua magia de vácuo, Ryan lançou um golpe que acentuou a velocidade da queda.
Boooom!
A explosão da queda foi cataclísmica. Detritos voaram para todos os lados, o impacto rachando o solo e levantando uma nuvem de poeira e escombros.
Ryan estava tomado por uma fúria ainda maior ao ver Colin se levantar, mesmo depois de sofrer tantos ferimentos. A fumaça espessa se agitava ao redor, e através dela, a figura de Colin emergia, seus membros e ferimentos curando-se rapidamente.
Antes que Ryan pudesse avançar, um arrepio percorreu sua espinha. Ele instintivamente desviou, escapando de uma flecha disparada por Samantha que explodiu logo em seguida, lançando uma onda de choque pela área.
Booom!
Ryan saiu da fumaça com agilidade, mas não teve tempo para descansar.
De repente, ele teve que agir rápido mais uma vez, imbuindo seu braço com mana e desferindo um soco devastador que destruiu uma espada de gelo que veio em sua direção.
Scrash!
Seus olhos se estreitaram, encontrando as figuras determinadas de Morwyna e Samantha.
Antes que Ryan pudesse reagir, Colin estava à sua frente, sua mão enorme encaixando-se no rosto de Ryan com uma força implacável.
Com um grito de esforço e fúria, foi a vez de Colin jogar Ryan no solo com um estrondo que ressoou como um trovão.
Cabrum!
O impacto foi tão violento que o chão rachou ao redor de Ryan, e uma cratera profunda se formou onde ele caiu.
A poeira se levantou novamente, obscurecendo a visão, enquanto Colin permanecia de pé, seu corpo emanando uma energia sombria e poderosa.
O sacerdote se levantou lentamente, sentindo as costelas quebradas e limpando o sangue dos lábios com um movimento brusco.
Analisou a situação rapidamente: as mulheres e Colin estavam exaustos, claramente não aguentariam muito mais.
Ele sabia que a vitória estava ao seu alcance.
Conjurando sua lâmina de vácuo, ele lançou um corte na direção das garotas. Mas antes que pudesse atingi-las, Colin, usando os passos fantasmas, apareceu à sua frente.
Swin!
O golpe atingiu Colin em cheio no tórax, mas ele não esboçou reação alguma. Ryan sentiu um calafrio ao ver aquele homem com um sinistro sorriso ensanguentado e olhos totalmente brancos como a neve, como se nem sequer estivesse consciente.
Ele tentou abrir um portal atrás de si, mas antes que pudesse escapar, a mão grossa de Colin segurou seu colarinho.
A pegada era forte demais para ele se soltar.
Colin preparou um poderoso golpe com seu outro braço que se regenerava, as veias saltando em sua pele morena.
Pensando rapidamente, Ryan abriu um portal à frente do soco de Colin, fechando-o em seguida, decepando o braço de Colin.
Crunch!
No entanto, Colin parecia não sentir dor alguma. O guerreiro então abriu a boca, pronto para arrancar a jugular de Ryan em uma mordida selvagem.
Desesperado, Ryan rasgou a própria camisa e conseguiu se esquivar da mordida, que foi tão forte que criou uma onda de choque ao seu redor.
Nhack!
Aproveitando a oportunidade, o sacerdote abriu um portal e se afastou, mas seus olhos se arregalaram ao ver que Colin, em sua forma incandescida, já estava à sua frente novamente.
Ryan conseguiu esquivar por pouco num salto, mas Colin agarrou seu tornozelo com sua mão restante.
— Merda!
Antes que Colin pudesse fazer qualquer movimento, o sacerdote gritou, imbuindo sua outra perna com mana e desferindo um chute poderoso no maxilar do Errante, arrancando-o brutalmente.
Crunch!
Colin não se deixando abalar, esmagou o tornozelo de Ryan com uma força brutal, fazendo o inimigo gritar de dor. Mesmo assim, Ryan conseguiu conjurar uma lâmina de vácuo e arrancar o braço restante do Errante, voando para longe enquanto se curava.
A Claymore havia ficado para trás, e não havia como Colin se curar. Sua língua pendurada e os braços decepados lhe davam uma aparência tão assustadora quanto desumana.
— Olhe só pra você! — zombou Ryan. — Não consegue mais se achar tanto, não é mesmo?
Mesmo naquela forma horrenda, Colin continuou avançando rapidamente atrás do sacerdote.
“Merda! Ele ainda consegue se mover?”
O sacerdote suou frio e prontamente abriu outro portal. Antes que pudesse se mover, Colin o acertou com um chute nas costelas, deixando Ryan sem chance de se defender.
Bam!
Ele derrapou pelo chão e ergueu-se com dificuldade, vendo uma lança atravessar Colin pelas costas.
Crunch!
Em vez de feri-lo, a lança o curava enquanto ele a retirava pelo abdômen.
Não só os braços de Colin retornaram, mas também seu maxilar, completando seu sorriso assustador.
A visão era o terror personificado para Ryan.
“Porcaria… e-eu… consigo realmente matar alguém assim?”
Os passos pesados de Colin pressionavam a grama à medida que ele caminhava até o sacerdote.
“Esse desgraçado, ele… ele não é comum, essa aura… é mais aterrorizante do que as criaturas do abismo, é pior que a aura dos príncipes. Esse cara… i-isso então é um monstro de verdade?”
Desesperado e tomado pelo puro terror, Ryan gritou enquanto suas mãos tremiam.
— Fi-fique longe de mim!
Ele conjurou um portal e desapareceu, sem deixar rastro.
Woosh!
Finalmente, Colin parou de se mover.
Claymore transformou-se novamente em um anel, e o olhar de Colin voltou ao normal. Aquela sensação que estava sentindo era maravilhosa, algo único.
Ele estava prestes a cair quando Morwyna e Samantha apareceram ao seu lado, e ele se escorou no ombro de ambas.
Encarou uma depois a outra e comentou com um sorriso cansado:
— Vocês estão acabadas.
— O mesmo vale para você — retrucou Samantha com a voz embargada. — Não desmaie agora — continuou Samantha. — Não conseguiríamos carregá-lo nesse estado.
Colin, com uma sobrancelha levantada, perguntou: — Por que estão chorando?
Morwyna, com lágrimas nos olhos, respondeu: — Porque você é um idiota…!
Samantha acrescentou: — Se o sacerdote não fugisse, a gente não saberia o que poderia ter acontecido… e você não estava com cara de quem recuaria…
— E a Orc? — perguntou Colin. — Ela…
— Está bem, está junto das outras pessoas — respondeu Samantha.
— Alguém se machucou?
Samantha balançou a cabeça.
— Terminou tudo bem, mas Gheskou foi completamente destruída…
Colin deu de ombros. — Isso é o de menos. Que bom que todos estão bem… Vamos andar rápido, não sei se a bruxa ou Walorin estão por perto.
Morwyna, ainda chorosa, disse:
— Sobrevivemos mesmo aos príncipes do abismo…
Colin assentiu. — Estou orgulhoso de vocês, agora parem de chorar. Vocês ficam mais bonitas quando estão rindo.

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