Índice de Capítulo

    À noite, como sempre, um redemoinho de estrelas e segredos. O ar pesava, quente e antigo, como o hálito de um dragão.

    O rei Colin havia retornado, e a cidade, inquieta, sorria.

    No gabinete de Valagorn, a luz das velas corria pelas maquetes de torres e castelos, arrancando sombras das suas arestas. Eram sonhos talhados em madeira e papel, visões de grandeza tiradas das dobras mais escuras da sua imaginação. Sobre a mesa, as anotações jaziam espalhadas como folhas de outono.

    Valagorn, o arquiteto, alinhava papéis com a precisão de quem mede um precipício. Os dedos varriam uma página, depois outra, até reuni-las num calhamaço espesso. Estava à beira de dar por encerrada a jornada, mas a noite ainda tinha mais a oferecer.

    Toc! Toc! Toc!

    Bateram à porta. Valagorn levantou-se, e o suspiro que fugiu dos lábios soou quase como uma prece.

    Era Tuly, o mensageiro da rainha. Pediu desculpas, mas a urgência cintilava nos olhos.

    — Ordem do rei — sussurrou, um pouco irritado quando disse “rei”.

    Valagorn assentiu, resmungando que Colin jamais perdera o dom de ser inconveniente.

    Seguiram pelo corredor, entre tapeçarias que narravam feitos de Sua Majestade. Quando Tuly empurrou a porta, os olhos de Valagorn se alargaram.

    O Rei dos Elfos do Mar estava ali, sentado à mesa, tomando chá.

    Valagorn perdeu a fala.

    Jurara que aquela raça tinha desaparecido, e, no entanto, um elfo marinho erguia-se diante dele como uma miragem.

    — Como… isso é possível? — gaguejou, caindo numa cadeira.

    O rei sorriu com uma antiguidade mansa, como conchas polidas pela rebentação.

    — Arquiteto? — A voz vinha em ondas. — É ainda mais imponente do que dizem as histórias. Temos muito a conversar. E agradeça ao rei mestiço, Colin. Até um velho rei do mar ele convenceu a vir a Runyra.

    — Colin… — Valagorn sorriu, concordando com a cabeça. — Esse garoto nunca se cansa de me surpreender.


    Colin abriu a torneira da banheira e deixou que a água quente a enchesse, o vapor subindo em véus. Quando o nível tocou a borda, ele se deslizou para dentro. O calor o envolveu, pesado e bom, dissolvendo a fadiga nos músculos.

    Reclinado, braços estendidos na borda, encarou o teto.

    Estava, enfim, de volta.

    “Casa”, pensou, saboreando a palavra como algo novo.

    Tantas mudanças com os pais, tantos tetos — e nenhum lar. Agora tinha um. Tinha esposas, filhos, um império. Tudo antes dos trinta.

    “Eu mereço isso?”

    O peso das conquistas se ajeitou nos ombros. Era inconsequente às vezes; gostava do risco de uma briga difícil. E, ainda assim, sabia o que representava. Não só para o seu povo, mas para o cosmo inteiro.

    Entre tantos poderosos que cortejavam o caos, ele era o único que zelava pela ordem. Não por si, como Jane dissera, mas pelos que viriam depois.

    Colin já havia aceitado sua natureza, a natureza caótica.

    Deixou a cabeça pender, permitindo que a água quente desfizesse nós que estavam ali há tempo demais.

    Pensou num futuro longínquo… o mundo, enfim, estável; os filhos carregando um legado diferente do seu. Criá-los-ia para serem honrados, justos, benevolentes, decentes — virtudes que admirava com a mesma devoção da mãe, mas que aprendera a não vestir.

    O jogo sempre fora armado contra ele; jogar de acordo com as regras teria sido oferecer a garganta. E fraqueza era um luxo que aquele mundo não permitia.

    Quando morresse, desejava que o pior morresse junto, seus pecados, batalhas na sombra, decisões impiedosas tomadas por um bem maior.

    Queria deixar aos filhos um mundo onde pudessem viver essas virtudes sem serem esmagados por elas. No fundo, esperava que o seu sacrifício bastasse.

    Abriu os olhos. Ayla estava à porta, cenho franzido, braços cruzados.

    — Precisamos conversar — disse, firme.

    Ele sorriu de leve. — Você tá linda, sabia?

    O elogio afrouxou um pouco a rigidez no rosto dela.

    — Você não pode desaparecer sem avisar — continuou. — Em quase dois anos de casados, nunca ficou sessenta dias seguidos em casa. O problema sou eu? Fiz algo?

    Colin estendeu a mão. — Vem. Senta aqui, na beira da banheira.

    Ayla hesitou, mas se aproximou. Ele tomou a mão dela e a beijou.

    — Tira o vestido e entra comigo. A gente conversa melhor assim.

    De costas, ela sussurrou: — Pode descer o zíper?

    Ele obedeceu devagar, levantando e roçando um beijo em sua bochecha enquanto o zíper descia. As bochechas dela coraram.

    — Você… quer mais filhos? — perguntou, baixa. — Sabe que eu faria qualquer coisa que você pedisse, não sabe?

    — Só quero você aqui — disse, macio. — Entra.

    O vestido escorregou, revelando curvas e cicatrizes que, para Colin, eram prova e beleza. Ele se recostou; Ayla deslizou para o colo dele. Sentiu a respiração dele na pele.

    — Senti tanto a sua falta… — confessou, a voz agora mansa. — É horrível viver sempre preocupada.

    Ele a beijou com ternura e, entre um beijo e outro, murmurou:
    — Eu também senti. Você e Brighid seguram tudo com tanta firmeza.

    Ayla assentiu, deixando que o calor — da água e dele — abrandasse, por um instante, o mundo lá fora.

    — É diferente quando você está em casa… — disse Ayla. — Tudo fica mais seguro. Até as crianças, mesmo os menores, choram menos, como se soubessem que o pai está por perto.

    — Eu sei… — Colin suspirou. — Me desculpa por deixar tanto nas suas mãos. Mas aprendi muito com você, Ayla.

    — Comigo? — Ela arqueou a sobrancelha.

    Ele tomou a mão dela e a beijou.

    — Tem uma parte de mim que é muito você e Brighid. As chances estão do nosso lado… os filhos de Milveg são nossos aliados agora… ou serão.

    — Você dormiu com ela? — perguntou, fitando-o sem desviar.

    — Morwyna? Não.

    — Então por que ela está aqui? Se você quer o país dos Elfos Negros, eu tomo para você. Se quer Milveg morto, eu o mato. Não precisamos dos dois.

    Colin pousou a mão no rosto dela e a beijou, prendendo-a pela nuca.

    — Confia em mim, Ayla?

    Os olhos dela brilharam. — Confio.

    — Morwyna e Ghindrion são o plano B. Depois que Milveg cair, alguém precisa assumir os Elfos Negros. Melhor que sejam eles. O garoto não confia em mim, mas Morwyna me obedecerá. Além disso, ela é um Oráculo.

    — Oráculo?

    — Algumas entidades podem habitar o corpo dela. Quando a tomam, ela fica mais forte… herda habilidades e a experiência de quem a possui.

    Ayla desviou o olhar, pensativa. — Entendi… pode ser útil.

    — Viu? Foi por isso que a deixei viva. O garoto parece ter o mesmo dom; se não cooperar, você sabe o que fazer, não sabe?

    Ela assentiu. — Se ele der problema, eu resolvo.

    — É por isso que eu te amo. — Ele a beijou de novo. — Você e Brighid vão vigiá-la, ensiná-la a controlar os poderes. Transformem ela em uma arma perfeita. Morwyna quase não teve convívio com ninguém; deixem que seja grata a vocês duas. Gratidão gera obediência.

    — Pensou mesmo em tudo isso… — Ayla segurou o rosto dele com as duas mãos. — Estou orgulhosa de você.

    Ela se inclinou, abraçando-o com força; a água morna e o calor do corpo dele a envolveram. Colin percorreu a cintura dela com as mãos, puxando-a mais perto.

    — Eu te amo, Ayla — sussurrou, roçando os lábios no pescoço dela. — Acha mesmo que eu dormiria com outra mulher que não fosse a minha esposa?

    O sorriso dela se abriu, claro. — Eu também te amo, Colin.

    Ayla ajustou-se em seu colo, os braços em torno do pescoço dele. As respirações se encontraram, os corações alinharam o ritmo.

    Beijaram-se outra vez, mais lento, mais fundo — saboreando o tempo como se, por um instante, o mundo lá fora tivesse parado.

    As mãos de Colin exploraram o corpo dela, deslizando pelas costas até alcançar suas nádegas. Ele a apertou suavemente, sentindo a firmeza e a suavidade ao mesmo tempo. Ayla arfou de prazer, seus gemidos baixos ecoando no banheiro.

    Ela se levantou ligeiramente, ajustando-se para poder olhar diretamente nos olhos dele. Colin a segurou pela cintura, mantendo-a firme enquanto ela se movia, sentindo o calor e a conexão entre eles crescerem ainda mais intensamente.

    Eles continuaram se beijando, suas línguas se entrelaçando em uma dança lenta e sensual. Ayla se movia suavemente no colo dele, sentindo cada centímetro do corpo do marido contra o seu.

    A água ao redor deles ondulava.

    Depois de um tempo, eles se acomodaram mais confortavelmente na banheira, Ayla repousando a cabeça no peito de Colin. Ele a envolveu em um abraço protetor, sentindo o ritmo tranquilo de sua respiração.

    — Sabe que pode me pedir qualquer coisa… — disse ela, ofegante. — Mesmo que vá contra a minha vontade, eu faço… faço qualquer coisa por você…

    Ayla se aninhou mais perto de Colin, suas mãos deslizando pelo peito dele, sentindo cada músculo sob a pele. A sensação de estar tão próxima a ele, depois de tanto tempo separados, fazia seu corpo inteiro formigar de desejo.

    Ela ergueu a cabeça, olhando nos olhos dele com uma intensidade que falava mais do que palavras poderiam expressar.

    Ele respondeu puxando-a para um beijo profundo, suas línguas se encontrando em uma dança frenética. As mãos dele se moveram para as costas dela, descendo até suas nádegas, apertando-a com uma necessidade urgente.

    Ayla gemeu suavemente contra os lábios dele, o som ecoando pelo banheiro.

    Colin se levantou ligeiramente, fazendo com que Ayla se ajustasse em seu colo. Ele a segurou com firmeza, seus movimentos mais intensos enquanto a beijava.

    A água ao redor deles ondulava violentamente, respingando nas bordas da banheira.

    Ayla inclinou a cabeça para trás, oferecendo o pescoço a Colin, que aproveitou a oportunidade para beijá-lo e mordiscar suavemente a pele sensível. A rainha gemeu mais alto, suas mãos agarrando os ombros dele com força.


    Muito tempo havia se passado. Talvez horas.

    O vapor ainda pairava como um véu suave. Colin estava sentado na borda da banheira, as pernas mergulhadas na água morna. Dentro, Ayla repousava, envolta pelo calor, seus cabelos brancos como neve espalhados pela superfície, flutuando como seda líquida.

    As mãos dela repousavam levemente sobre a coxa dele — um gesto de entrega, de confiança absoluta.

    Ele a guiava com firmeza, segurando seus cabelos molhados com uma mão, como um dono segura a coleira de seu cão.  

    De repente, ele parou.

    Um grunhido baixo escapou de seus lábios. Os dedos se abriram, deixando os cabelos escorregarem de volta à água.

    Ayla recuou, devagar.

    A garganta contraiu-se num movimento quase imperceptível. Ergueu os olhos para ele e o encarou.

    — Já anoiteceu — disse Colin, a voz calma. Passou os dedos com delicadeza no rosto dela, afastando uma mecha úmida de seu rosto e colocando-a atrás da orelha. — Vamos voltar.

    — Eu te amo… — sussurrou, a voz embargada.

    Colin fechou os olhos por um instante, respirando nela. Em seguida, acariciou bochecha com ternura.

    — Também te amo — respondeu, baixo, sincero. — Agora vamos nos enxugar. Meus dedos já estão enrugados de ficar tanto tempo nesta água.

    Um riso leve escapou dela.

    Saíram do banheiro com as roupas um tanto desalinhadas e sorrisos tranquilos. O vapor ainda pairava no ar, e os respingos nos ladrilhos captavam a luz suave dos orbes espalhados pelo quarto.

    Ayla ajeitou os cabelos úmidos; Colin passava a toalha pelos ombros, sem pressa.

    Assim que terminou, Colin puxou uma garrafa de vinho do aparador, quebrou o lacre com o polegar e a abriu num estalo seco.

    Serviu-se no cálice, levou-o aos lábios e, sem cerimônia, bebeu quase tudo de uma vez. O suspiro que veio depois pareceu esvaziar a noite.

    — Morwyna né… acha ela bonita? — Ayla provocou.

    — Tira a Morwyna da cabeça — disse, pousando o cálice. — Por favor.

    Ayla, ainda ajustando o cabelo úmido, estreitou os olhos.

    — O que mais você quer fazer com a princesa dos Elfos Negros? Hein? Trouxe uma princesa bonita com um jeitinho inocente para dentro do nosso castelo apenas para “controlar” ela e o povo dela? Acha que sou idiota?

    Ele apenas a encarou, calmo. O silêncio arranhou as paredes.

    — Você não dormiu mesmo com ela? — insistiu. — Pode me dizer, não vou ficar nervosa.

    Colin lançou um olhar de canto, meio cansaço, meio advertência. Ayla cruzou os braços.

    — Eu vi como ela olhou pra você. Eu conheço aquele olhar. E ouvi dizer que você ficou preso numa cela com ela… e com a vadia da Samantha. — A voz falhou no fim. — Você dormiu com elas?

    Colin se aproximou devagar. Parou tão perto que Ayla sentiu o cheiro do vinho e do sabão. Ele passou a ponta dos dedos pelos lábios dela, num gesto leve que pedia silêncio.

    — Eu não gosto quando duvidam da minha palavra — murmurou. — Muito menos você, com quem eu divido a alma.

    Ayla desviou o olhar, o ciúme cedendo lugar à vergonha.

    — Desculpa…

    Ayla respirou fundo, conteve o impulso de uma resposta rápida e reformulou, escolhendo cada palavra como quem posiciona peças num tabuleiro.

    — Então me diz… o que você quer fazer exatamente? Porque não se governa um reino só controlando quem vem depois. Coroas não bastam. Você pode moldar sucessores, mas isso não muda o fôlego de um povo. Para manter um império de pé é preciso mais, muito mais.

    Ela começou a andar pelo quarto, o dedo acompanhando as figuras bordadas de uma tapeçaria.

    — Os Elfos Negros são odiados por todos. Não é só política; está na memória. É rancor cantado nas praças, histórias contadas junto ao fogo, luto herdado como sobrenome. Mudar uma mentalidade leva vinte anos, às vezes mais. Uma geração inteira para trocar canções de ódio por canções de trabalho, para fazer o medo desaprender o caminho.

    Parou diante dele.

    — Você pode pôr Morwyna e Ghindrion no trono, mas quem reconcilia as fronteiras? Quem reabre as rotas de caravanas? Quem garante que a guarda das cidades não vire um bando de saqueadores nas noites sem lua? Quem converte tributo em pão e não em ferro? — A voz suavizou, porém firme. — Tudo isso é escola, culto, mercado, justiça visível. E, tudo isso, leva tempo, Colin. Tempo e mãos limpas o bastante para que o povo queira apertá-las.

    Colin ouviu tudo com um meio sorriso que não chegava aos olhos. Pegou o cálice vazio, girou o restante do vinho que não havia, e pousou.

    — Eu espero que Ghindrion me traia — disse, quase leve. — Facilita. Assim não preciso mantê-lo vivo. Como você espera que os nobres a quem deu asilo se voltem contra você, só para poder matá-los todos sem culpa.

    Ayla ergueu o queixo, ferida e desafiada a um só tempo.

    — Não é isso…

    — É, sim. — Ele se aproximou um passo. — Eu sei exatamente como você pensa. Somos parecidos nisso. Jogamos o mesmo jogo e miramos o mesmo prêmio.

    — Controle… — disse ela, num sussurro que era constatação.

    — Controle — ele confirmou, sem triunfo, apenas certeza. — O resto são instrumentos.

    Ayla sustentou o olhar dele por um instante longo, depois cedeu um pouco nos ombros.

    — Se é isso, então me diz onde entram as tais “mãos limpas”. Porque sem elas, as “canções” de ódio só mudam de alvo. Não é a esse ódio que quer dar um fim?

    — Entram quando for seguro cantar — retrucou Colin, enchendo o cálice outra vez. — Primeiro, calamos os tambores da guerra. Depois… ensinamos outra batida.

    Ela fechou os olhos por um segundo, avaliando rotas invisíveis.

    — Então começamos pelo silêncio — murmurou. — Pelas fronteiras quietas, pelo pão barato, pela justiça distorcida que aparece à luz do dia. E, enquanto isso, você “concreta as coisas”.

    — Viu? Não é tão difícil de entender — disse ele, bebendo do vinho. — Primeiro, temos que fixar o chão sob os pés de quem vai nos suceder. O resto… virá com a chuva das estações.

    Ayla cruzou o quarto em duas passadas, parou diante dele e pousou a palma no peito de Colin, como quem mede a pulsação de um plano.

    — Quando você diz “fixar o chão”…  penso sobre quem vai suceder os Elfos Negros… que chão é esse, exatamente? — articulou, lenta e firme. — Não se sustenta um reino apenas domando herdeiros. É preciso raiz, rito, juramento público. O ódio contra eles não se desmancha com coroas; precisa de símbolos, de tempo, de um mito novo que o povo aceite repetir.

    Colin ouviu em silêncio, depois deixou o cálice, o olhar endurecendo um grau.

    — Esse chão começa com a morte de Ghindrion — disse, sem rodeios. — A semente da sucessão, de um herdeiro, tem que vir de mim.

    Ayla o encarou, o ciúme e o cálculo tateando um ao outro.

    — Vai se casar com Morwyna? Vai… engravidá-la?

    Colin respirou fundo, o vinho ainda quente na garganta.

    — É uma possibilidade — respondeu. — Se não vier de mim, não aceito e a guerra continua.

    Ela assentiu.

    — E se essa “chuva de estação” não vier?

    — A gente a cria. Estamos ficando poderosos demais para sermos comparados a reis e rainhas comuns — O sorriso de Colin foi breve. — E, se Ghindrion quiser ser uma tempestade, que seja… toda tempestade deixa um campo mais limpo depois que passa.

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