Capítulo 102 - Estamos mais fortes
Um portal se abriu e todos eles deixaram o abismo, indo parar bem na frente do portal aberto próximo à vila dos glacitas. Ficar no abismo acabou atrapalhando a noção de tempo deles, mas aquele lugar se encontrava como eles haviam deixado.
Walorin retirou a pedra do bolso e a segurou frente ao portal.
O enorme portal que se estendia do chão ao teto vibrou e emitiu fortes descargas elétricas. Lentamente ele se fechou, sendo inteiramente sugado por aquela pedra minúscula.
— Ufa! — suspirou Walorin — Até que enfim tudo isso acabou. Hora de sair desse inferno de gelo.
Au! Au!
Fixando os olhos no corredor, eles viram cachorros se aproximando. Instantes depois eles viram um punhado de glacitas empunhando espadas, lanças e arcos.
— Parece que a cavalaria chegou — disse Walorin com um sorriso no rosto.
Os glacitas se mantiveram cautelosos em relação a Walorin e sua companheira de cabelos brancos.
— Eles… inimigos? — Se esforçou o líder da guarda para falar no idioma que Colin compreendesse.
Colin fez que não com a cabeça e os glacitas abaixaram suas armas.
— Nós, ajudar!
— Tudo bem! — disse a bruxa no idioma nativo — Já resolvemos as coisas por aqui. Ajude o Elfo e suas companheiras, nós estamos bem.
O líder ficou surpreso ao saber que aquela mulher sabia falar a língua deles.
— Certo! — respondeu o líder — Ajudem o Elfo e suas companheiras!
Saindo de trás de seu líder, os glacitas puxaram trenós com cobertores e medicamentos. Colin deitou Safira em um dos trenós e Walorin deitou Leona em outro.
— Parece que essa é a hora que vamos para casa. — disse Walorin guardando a pedra no bolso.
Colin fixou o olhar naquela pedra por um instante. Várias perguntas pairavam sua mente, mas ele decidiu manter o silêncio. Mesmo depois da ajuda daqueles dois, Colin não confiava neles completamente.
Ambos continuavam transmitindo a mesma sensação assustadora de quando os viu pela primeira vez, principalmente Walorin.
— Obrigado pela ajuda. — Gracejou Colin.
Walorin entrelaçou os dedos atrás da cabeça e abriu um sorriso.
— Minha nossa! Hehe. Agradecer não combina em nada com você. De nada, garoto, a gente se vê por aí. Vamos, bruxa!
A bruxa fixou seu olhar em Colin.
— Cuidado para não se perder. — Ela disse — Você é um errante habilidoso, mas ainda assim continua sendo um errante. Absorver mana tão rápido como um errante faz, não é bom para a mente de ninguém, por isso a princípio, errantes tem uma natureza maligna. Vi sua luta contra aquela apóstola. Senti aquela intenção assassina quase palpável. Você me parece ser um bom homem, então tenha cuidado.
Colin tinha ciência daquilo. Mesmo que estivesse cercado de pessoas, ele ainda fazia um tremendo esforço para se controlar em certas ocasiões. Agora, se sentindo mais poderoso do que nunca, Colin se sentia com ainda mais fome de poder.
— Obrigado pelo aviso, Homrie.
Walorin se virou.
— Homrie?
Colin assentiu.
— O nome dela é bem difícil de falar, então acho que Homrie é mais fácil.
Walorin fez beicinho e franziu o cenho.
— Seei… tanto faz, vamos “Homrie”, hehe, que apelido ridículo. Você gostou disso?
Ela se afastou empurrando Walorin para fora daquele castelo.
— Pelo menos o garoto é educado, ao contrário de você, que nem se esforça para ser um idiota.
— Qual é “Homrie” não precisa ficar tão nervosa.
— Cala a boca!
Os dois desapareceram assim que dobraram o corredor. Colin se juntou aos glacitas e montaram em seus trenós, seguindo para o vilarejo.
O líder adentrou primeiro no vilarejo anunciando para que todos ouvissem que os demônios haviam sido derrotados por Colin e suas companheiras.
Uma enorme comoção se iniciou, com pessoas se abraçando e berrando euforicamente de felicidade. Muitos dos glacitas vieram cumprimentar Colin e desejaram vida longa ao elfo. Suas companheiras foram levadas a suas tendas, enquanto Colin foi se encontrar diretamente com o ancião daquele vilarejo.
Fumando um longo cachimbo, o ancião estava de costas olhando as dezenas cabeças de animais pregadas na parede.
— Pelo barulho, você deve ter conseguido. — disse o ancião.
— Onde está Lars?
— O velho com uma tatuagem no braço? Ele saiu do vilarejo minutos depois de você. Disse ter algo para fazer e não retornou até o dado momento. Pela minha experiência, aquele homem não retornará.
Colin assentiu.
Aquilo só havia confirmado o que Colin já suspeitava. As chances de o velho estar envolvido nisso eram bem grandes, mas ele ainda não tinha provas concretas. O único problema era que uma viagem até a capital levaria semanas.
— Preciso chegar à capital rápido. Conhece algum caminho que eu possa usar? Alguém que saiba usar portais?
O velho deu outra tragada no cachimbo.
— Portais de passagens são bem raros. Não encontrará isso aqui. Mas se seguir em direção a muralha, encontrará uma pequena cidade. Eles são conhecidos por adestrarem Wyverns. Podem alugar um até a capital se quiserem. — O velho encarou Colin por cima dos ombros — Você e seus amigos são… “diferentes”. Eles podem ser hostis em um primeiro momento, mas vão ajudar.
Colin assentiu.
— Irei partir amanhã cedo, assim que Safira e Leona acordarem. Espero não sair daqui de mãos vazias.
O ancião se levantou. Foi até a mesa no canto, abriu a gaveta e apanhou o saco com as joias.
— Aqui está! — entregou nas mãos de Colin — Vocês são os heróis para minha tribo, mas sem ofensas, não quero vocês aqui por muito mais tempo.
Colin guardou o saco de joias no interior do casaco.
— Claro. Partirei assim que possível.
— Sem ofensas, mas não estamos acostumados com estrangeiros e sua cultura bárbara. Preferimos conservar os bons e velhos costumes.
— Amanhã cedo iremos partir. E mais uma coisa, seus rapazes me deram uma espada grande, mas acabei perdendo enquanto resolvia o problema com os cultistas.
O velho deu de ombros.
— Tem uma fonte termal na parte Leste do vilarejo. Recomendo que visite para recuperar as energias.
Colin fez que sim e virou-se de costas, deixando a tenda.
Passou por pessoas que o saudavam e chamavam-no de herói em sua língua nativa.
Foi até a tenda reservada a ele, ficou surpreso ao ver Leona e Safira acordadas, comendo um verdadeiro banquete. Comiam tanto e tão rápido, que pareciam ter ficado anos sem se alimentar.
Faminto, Colin se juntou a elas.
Um pouco depois do regrado banquete, eles foram dormir e acordaram de madrugada. Colin avisou das fontes termais, e para lá eles foram.
Antes de ir, o errante fuçou em suas coisas apanhando o livro que pegou no castelo de Jane.
Safira e Leona pareciam estar com as energias completamente recarregadas. Brincavam nas fontes afogando uma à outra e fazendo guerra d’água. Às vezes até disputando quem conseguia boiar por mais tempo ou segurar a respiração por mais tempo estando debaixo d’água.
Colin estava na fonte com uma toalha na cabeça e com uma das mãos no queixo lendo aquele livro de bolso.
As primeiras páginas explicavam sobre magia e em como aprendê-la. Tinha um processo bem detalhado de como atingir o nível básico.
Foliar aquelas primeiras páginas lhe trouxe uma sensação nostálgica. Se recordou de quando Brighid forçou o despertar da magia tanto nele quanto em Safira.
Ele avançou mais um pouco.
O livro começou a mostrar o tipo específico de magia em cada árvore e como aprendê-la. Uma coisa que o surpreendeu, foi o fato de ler que usuários experientes não paravam de evoluir quando se tornavam monarcas. Outra coisa que o surpreendeu foram as vertentes diferentes dentro de uma mesma árvore.
Um exemplo disso era a árvore do pélago. Dentro dela haviam quatro vertentes que derivavam de uma única. Eles poderiam usar água em seus três estados e ainda dominavam o sangue.
A árvore da flama tinha a vertente da luz, algo que Colin nunca ouviu falar, até porque não era comum ver monarcas, ainda mais aqueles que dominavam diferentes vertentes.
Foliou o livro de páginas que continuavam aparecendo magicamente, curioso com qual vertente encontraria sobre sua árvore.
“Manipulação temporal. Em sua magnitude, monarcas do céu conseguem trazer a mais devastadora das tempestades ou até mesmo afastar a mais devastadora das tempestades. Um exemplo disso é Thoron, o rei do berço de Mordun. O explorador rumou para o continente de Erokorg, lar das bestas feras, e enfrentou sozinho o grande exército das bestas. Erokorg quase foi dizimada assim que Thoron evocou as tempestades. Raios do tamanho de montanhas brotaram dos céus e devastaram aquelas terras, queimando florestas inteiras, secando rios e remodelando todo um ecossistema… Caramba, quanto exagero.”
Erguendo o olhar, Colin se assustou com Safira e Leona tão próximas a ele. Estava tão concentrado que nem as percebeu.
— Que susto! Não deviam chegar de mansinho assim perto de alguém.
— Ei, mestre, o que estava lendo? — Perguntou Leona.
— Algo que encontrei no castelo de Jane. — Ele se virou e guardou o livro em meio a suas roupas próximas ao meio fio.
Abrindo os braços e os recostando na beirada do meio fio, Colin olhou para cima.
— E não é que ficamos fortes!? Safira até conseguiu se virar bem contra aquele apóstolo, mas o empecilho era que aquela desgraçada sempre se curava. Acho que estou orgulhoso da gente.
Safira espremeu os olhos e ergueu as sobrancelhas.
— Você tá diferente.
Colin a olhou no fundo dos olhos.
— Diferente?
— É… não de um jeito ruim… parece mais confiante.
Colin abriu um sorriso de canto.
— Fizemos frente contra um dos apóstolos de Drez’gan, não tem como não ficar feliz com isso. Ainda mais porque vocês duas me surpreenderam. Eu não sabia que você podia usar chamas azuis.
Safira abriu um sorriso convencido.
— Foi senhorita Morgana que ensinou. Ela havia dito que a flama é bem forte em mim, então teve uma semana que foquei somente em criar essas chamas azuis, mas deu um trabalhão.
Erguendo a mão, Colin bagunçou o cabelo dela.
— Essa é minha Safira háhá!
Envergonhada, Safira jogou água no rosto de Colin.
Movendo o braço, Colin jogou uma onda nas duas, as lançando para o outro lado da fonte. Foi tão forte que parte da água da fonte vazou para fora.
“É melhor eu dosar minha força, se não posso machucá-las”.
— Eu quase me afoguei! — berrou Safira do outro lado.
Colin achou graça daquele momento descontraído. Pela primeira vez em sua jornada as coisas correram extremamente bem.
Assim que se trocaram foram direto para seus aposentos. O sol nasceria logo, e os três estavam sem um pingo de sono.
Leona mexeu nas coisas daquela tenda e encontrou algumas cartas. Havia um manual escrito na língua nativa, mas Colin conhecia aquele jogo. Era um jogo bem famoso na capital e também no Norte.
Colin passou as regras para as duas e eles começaram a jogar cartas sentados na cama. Passaram o resto da madrugada jogando e comendo um petisco ou outro deixado ali durante o banquete, sujando o lençol de farelos. O jogo, consistia em ver qual dos oponentes tirava as melhores cartas com melhores atributos. Cada carta tinha uma habilidade e classe diferente. Existiam também cartas, armadilhas e cartas que tornavam os cenários favoráveis para seres que tivesse afinidade em determinado elemento.
Colin já vencia há quatro rodadas sem muito problema. Quando criança, ele passava horas jogando Yu-Gi-Oh no seu play 2 e, antes de ser transportado a este mundo, ele perdeu muitas horas em Hearthstone, sem falar no bom e velho truco que jogava em salas online no trabalho quando não tinha nada para fazer.
— Não é justo! — Reclamou Leona — O mestre está roubando!
— Não estou, você que é ruim.
Safira franziu o cenho e encarou Colin nos olhos.
— Qual o seu segredo?
— Meu segredo?
— É! Como você ganha tão fácil da gente?
Colin esboçou um sorriso de canto.
— Jogos de carta consistem em análise, um pouco de sorte e blefe. Infelizmente vocês duas são ruins nessas três coisas hehe.
Leona esticou o braço para apanhar as cartas de Colin e ele se afastou.
— Me dá, deixa eu ver!
— Sai daqui, vá jogar seu jogo!
Safira também tentou tomar as cartas de Colin.
— Deixa a gente ver se você não tá roubando mesmo!
Colin impediu Safira de se aproximar apoiando a mão no rosto dela e impediu Leona apoiando o pé em seu ombro.
— Já disse que não tô roubando, sai para lá!
— Aham! — Pigarreou o ancião. — Desculpa interromper, mas já arrumamos as coisas de vocês.
Passaram tanto tempo jogando que não perceberam que já era dia.
Colin jogou as cartas na cama e se ergueu calçando os sapatos e vestindo agasalhos quentes. Suas companheiras fizeram o mesmo.
Assim que deixou a tenda, viu os glacitas reunidos os esperando. Havia também um trenó puxado por lobos. O trenó estava equipado com suprimentos para dois dias. Tempo o suficiente para Colin alcançar a grande muralha de gelo.
— Cumpri minha parte no acordo e ainda fiz mais por você — disse o ancião enquanto segurava um cajado — Sem ressentimentos por nossa conversa de ontem, certo?
Colin deu de ombros. A conversa que tiveram na noite anterior era irrelevante, pelo menos para ele.
— Claro. — respondeu Colin — Sem ressentimentos.
Montaram em seus trenós e os glacitas se despediram deles em clima de festa. O trenó avançou, deixando a vila rumo a grande muralha.
Os forasteiros haviam partido, e o ancião caminhou com seu cajado em mãos em direção a sua tenda. Afastou o pano da entrada com uma das mãos e foi até sua estante. Ascendeu seu cachimbo e deu uma longa tragada.
— Satisfeito? — perguntou o ancião.
Ao se virar, ele viu Lars, o velho errante sentado na cadeira.
— Não muito. Você sabe que eu esperava um desfecho diferente para essa história.
O ancião deu mais uma tragada.
— É, eu sei. O que deu errado em seu plano?
— Eu não esperava que os caídos fossem interferir. “A ordem” não vai gostar de saber que ele ainda está vivo, mas não tem mais o que fazer por hora.
O ancião assentiu. Pegou um fósforo e acendeu abaixo do fornilho, dando uma longa e demorada tragada.
— O garoto vai deixar essas terras em breve. A chance de pegá-lo é agora.
Lars abriu um sorriso de canto.
— Estou velho para enfrentar um jovem como aquele. Viu a marca na mão esquerda dele, não viu? O garoto fez o contrato com uma súcubos. Para piorar, foi a rainha de todas elas. O vigor dele será algo difícil de se ultrapassar. — Lars se ergueu — Ele agora é problema do alto escalão.
— Então Jane tem um contrato com ele? Sério? Ou ele é muito esperto, ou muito burro.
Lars deu de ombros.
— Ele deve conseguir invocá-la daqui a algum tempo, aí, sim, teremos um problema de verdade em mãos. O alto escalão tem que agir rápido!
O ancião grunhiu em concordância.
— Concordo com você, porém duvido que o alto escalão vá se preocupar com um garoto como ele. A encruzilhada, caídos e até mesmo aquele vampiro. Eles têm problemas bem maiores nas mãos.
Lars abaixou o capuz na altura dos olhos.
— De qualquer modo, eu tenho que desaparecer. Não sei se o garoto virá atrás de mim, mas tomarei as providências quanto a isso. Se precisar de mim, sabe onde me encontrar.
Dentro de uma caverna, Walorin estava sentado em cima de uma pedra encarando a pequena pedra que pegou, segurando-a contra o sol.
Zioom!
Um portal se abriu e Ehocne saiu lá de dentro.
— Até que enfim! — exclamou Walorin — Achei que minhas bolas fossem congelar. Sabe o quão trabalhoso foi encontrar isso? — Walorin mostrou a pedra.
Ehocne se aproximou e tentou pegá-la, mas Walorin afastou o braço.
— Ainda não, primeiro você vai ter que responder algumas perguntas.
Ehocne franziu o cenho.
— Chega de gracinhas, Walorin! — disse a bruxa — Entregue a pedra logo e vamos dar fim a essa missão.
— Eu adoraria fazer isso, mas estou cansado de ser chamado para resolver as merdas de Bledha. Não se sente assim, bruxa? Servimos só para limpar as bagunças que ela faz, mas a partir de hoje isso mudará. Vamos lá, me diga o que de fato Bledha pretende!
Ehocne deu de ombros e abriu um sorriso de canto.
— O tão incrível Walorin não suspeita de nada? Por que não pensa um pouco? Você não deve ser tão burro assim, deve?
Walorin cerrou um dos punhos. Ele não suportava Ehocne.
— Quer brigar comigo? Eu quebraria você como se quebra um graveto!
Ehocne arregaçou as duas mangas, mostrando os dois braços completamente tatuados.
— Sua insubordinação já excedeu todos os limites. Está na hora de dar uma lição em você!
A bruxa se colocou no meio dos dois.
— Vocês sabem que é proibido brigarmos entre nós! Pelos deuses, estamos do mesmo lado!
Nenhum dos dois recuou, até que Walorin deu de ombros e jogou a pedra para Ehocne, que a pegou no ar.
— Vai me dizer o que vocês estão planejando?
A pedra na mão de Ehocne brilhou intensamente e depois desapareceu.
— Bledha não nos deixou a par disso. — Ela respondeu — Mas se fosse para chutar, eu chutaria ser algo relacionado a Graff e a terceira geração. Talvez um banimento, mas eu não sei ao certo.
Walorin entrelaçou os dedos atrás da cabeça e fez que sim.
— Então vai mesmo tentar bani-lo? Não achei que Bledha tivesse coragem.
Ehocne deu de ombros.
— Graff e Bledha são dois ególatras que não suportariam dividir a mesma coroa — disse Ehocne — Uma hora ou outra eles vão acabar se enfrentando.
Walorin suspirou e fez que sim com a cabeça.
— Cuidado ao provocarem esse vampiro, ou vocês já se esqueceram o que ele fez com o próprio irmão?
— Não me esqueci.
— Certo, agora me leve de volta para casa, não planejo participar do genocídio da capital, e nem me envolver com um bando de vampiros malucos.
Ehocne olhou para a bruxa.
— E quanto a você? — ela perguntou.
— Ficarei por aqui. A vila onde resido não é tão longe.
Erguendo o braço direito, Ehocne abriu um portal.
— E então, bruxa — disse Walorin a encarando — Vai recusar meu convite para um encontro? É sua última chance.
Ela abriu um sorriso de canto.
— Quem sabe na próxima.
Walorin deu de ombros.
— Quem estará perdendo é você mesmo hehe!
Dando um passo à frente, Walorin adentrou no portal.
Antes de entrar, Ehocne se virou em direção a bruxa.
— Se cuida.
— Você também.
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