Capítulo 108 – Sentimentos
Colin e Leona deixaram os seus aposentos e caminharam pela universidade em direção ao alojamento de Brighid. Olhos de todo tipo se concentravam nos dois. Não era segredo que por serem usuários avançados da pujança, os corpos de ambos chamavam atenção.
Não pelos músculos, mas pela simetria perfeita e o belo efeito estético de um corpo atraente, principalmente para o sexo oposto.
Colin havia crescido mais um pouco, beirando a 190 centímetros, enquanto Leona alcançava fácil os 180 centímetros.
Subiram as escadas do dormitório feminino e foram em direção ao quarto de Brighid. Colin bateu na porta três vezes e esperou ela ser aberta.
— Senhor Colin! — disse Alunys empolgada — O senhor realmente veio!
Alunys pegou no pulso de Colin e o arrastou para dentro. Ele ficou surpreso ao ver que aquele apartamento estava tão cheio.
— Essa é mesmo Leona? — Indagou Samantha — Está enorme!
Leona cruzou os braços e abriu um sorriso convencido.
— Bem, vamos indo nessa, meninas, deixem os dois conversarem — Alunys apoiou as mãos nos ombros de Leona a empurrando para fora.
— O quê? — exclamou Leona — Acabei de chegar!
Uma a uma as garotas passavam por Colin.
Lei Song foi a última a sair, e assim que ela saiu fechou a porta, deixando Colin e Brighid sozinhos naquele lugar.
— O que é isso, alguma festa do pijama?
Brighid abriu um sorriso de canto e fez que não com a cabeça enquanto mexia na trança de cabelo sobre seu ombro.
— Só estavam me fazendo companhia. E como foi a viagem, correu tudo bem?
Colin coçou a nuca.
— Ainda estou vivo, então acho que é um sim.
Brighid deu uma melhor encarada em seu amado. Colin não só estava mais alto, mas também mais forte. Não só sua magia havia aumentado, mas todos os seus atributos físicos como um todo. Até mesmo a aura que o cercava estava diferente.
Colin transmitia uma confiança que ela nunca viu antes. Sua postura não era a mesma de alguns meses atrás. Mesmo que fosse mais forte e habilidosa que ele, apenas sua presença a fez se sentir protegida.
— Colin… você… está diferente…
Ele se sentou no sofá ao lado dela e viu haver alguns petiscos em cima da mesa deixado pelas garotas. Os pegou e começou a comer um por um, enchendo a boca em segundos.
— Caramba! — exclamou de boca cheia — Isso aqui parece com peixe frito, qual o nome disso?
— Ah! Isso foi Samantha que trouxe. É alguma comida de nobre ou algo assim.
Colin assentiu.
Engoliu e lambeu até os dedos.
Até mesmo aquela aura sombria que sempre o cercava havia diminuído um pouco, mas ele continuava com seu semblante intimidador. Ela se perguntou o que havia acontecido para ele mudar tanto em tão pouco tempo, já que não faziam nem um mês que eles haviam se separado.
Ela tocou a mão dele e olhou em seus olhos. A luz que vinha da janela atrás deles iluminou o rosto de Brighid, e Colin ficou hipnotizado.
As pessoas sempre diziam que Brighid era bela, e Colin viu aquela beleza de perto. Sua respiração travou na garganta por um instante e ele ficou sem palavras.
A mão esquerda de Colin tocou a bochecha esquerda de Brighid.
— Eu já disse que você é linda?
Brighid ficou sem palavras por um instante. Abriu um sorriso de canto e colocou uma mecha de cabelo para detrás da orelha. Colin não era de fazer elogios de maneira tão direta.
— Obrigada… você está diferente. Parece mais brilhante, mais magnético… está até mesmo mais bonito. — Ela franziu o cenho e cruzou os braços — Não me diga que está me tratando assim para redimir a culpa de ter conhecido outra mulher…
Colin abriu os braços no sofá e abriu também um sorriso de canto.
— Por que eu me interessaria por outra mulher se minha companheira é a mulher mais bonita e mais forte do continente?
Foi a vez dela de abrir um sorriso bobo.
— Falando nisso, você nunca me pediu em namoro. Só ficamos daquela vez e desde então… Samantha me disse que os homens costumam pedir isso as mulheres quando eles as amam. Ela disse que Wiben deu a ela flores e doces…
Colin estendeu o braço escorado no sofá e fez carinho com as pontas dos dedos no rosto de Brighid.
— Você quer flores e doces?
Brighid deu de ombros.
— Eu sou uma fada. Tive contato com dríades, elementais e a natureza. Para ser sincera, um presente como flores soaria bem sem graça, já que fadas tem essa conexão intrínseca com a natureza.
Colin levou uma mecha de cabelo de Brighid para detrás da orelha dela.
— Não sente saudade do seu corpo de fada?
Brighid fez que não com a cabeça.
— Não é como se esse corpo no qual estou fosse falso. Por estar nele a tanto tempo eu já consegui me acostumar… Depois que Graff retirou a maldição de ferir humanos do meu corpo, minha essência de fada se fundiu totalmente a ele. Voltar a minha forma original seria muito arriscado. Estou prestes a me tornar uma monarca de tríade e eu me acostumei a lutar com esse corpo. E você sabe que tem coisas que a gente faz que não dá para fazer no meu corpo de fada.
— É, você tem razão.
O clima entre aqueles dois estava bem amigável. À medida que a conversa fluía, Colin se sentia mais conectado a Brighid e Brighid se sentia conectada a ele, aumentando a frequência de toques e carícias enquanto sorriam despreocupados.
Era a primeira vez em quase meio ano que eles estavam totalmente sozinhos sem a chance de alguém fazer alguma aparição surpresa. Leona havia crescido bastante, e a dependência de Colin havia diminuído, assim como Brighid ensinou muita coisa a Lei Song a ponto de ela se virar.
Perto de Brighid, Colin sentia coisas que não sentiu nem com sua ex-noiva. Brighid sempre foi bem atenciosa. Cuidou de Colin e Safira no começo da jornada e depois começou a cuidar de Lei Song e dos outros. Era bem divertida e além de tudo era uma mulher poderosa.
Colin percebeu que ela tinha um grande senso de responsabilidade, até porque ele sabia do possível destino que o aguardava. Por isso, ela tentava resolver algumas coisas sozinha sem envolvê-lo, para que ele vivesse por mais tempo, e talvez para mudar nem que seja minimamente as teias do destino.
Do outro lado, Colin fazia o mesmo. Agora, com suas últimas conquistas, ele não era forte somente para proteger a si mesmo, mas sim proteger outras pessoas, incluindo Brighid.
— Estamos parecendo dois adolescentes apaixonados — Ele ficou em silêncio por um instante — Eu senti saudade dessa calmaria, da universidade, do pessoal, e até mesmo dos olhares de ódio que levamos enquanto vagamos pelo corredor. Acho que tudo é diferente quando você fica mais forte. Não sou tão forte quanto você, mas acho que te entendo um pouco agora… — Colin a fitou no fundo dos olhos — Fomos só nós três por algum tempo. Eu, você e Safira… Ainda lembro como se fosse ontem da vez que enfrentamos o Bakurak. No começo, eu vi que você era forte e depois foi revelado que Safira descendia de um grupo de gente poderosa. Eu queria usar vocês para benefício próprio, e juro que não foi por falta de tentativa.
Colin suspirou e cerrou os olhos se recordando do passado e depois o abriu, encarando Brighid mais uma vez.
— O tempo passou e eu me apeguei a vocês. Viemos para capital e fizemos um monte de amigos. Perdi as contas de quantas experiências de quase morte eu tive. Então encontrei as crianças, ajudei algumas pessoas e muita gente passou a depender de mim. — Colin segurou as mãos dela — Você foi o meu pilar por quase um ano inteiro. Me protegeu, ensinou coisas, me manteve vivo. Mesmo que você seja mais forte que eu, ainda fico preocupado com você.
Não era fácil Colin se abrir daquele jeito, e Brighid reconheceu o esforço do companheiro. Se aproximou para mais perto dele e segurou com força sua mão.
— Colin…
— Durante nossa viagem, acabamos no abismo, e eu vi um dos apóstolos de Drez’gan… Ela era incrivelmente poderosa. Detesto admitir, mas eu perderia para ela se estivesse sozinho. Durante o confronto acabei desmaiando, e de alguma forma estranha, uma mulher que se diz ser minha irmã apareceu em um tipo de sonho lúcido.
De todas as informações chocantes ditas, o que chamou a atenção de Brighid foi o fato de Colin mencionar a palavra “irmã”.
— Sua irmã? — ela perguntou.
Colin fez que sim.
— Ela disse alguma coisa relacionado aos errantes, e disse que nenhum deles era confiável ou algo assim. Foi então que despertei e enfrentei aquela apóstola de igual para igual. Minha mana não tinha fim, e mesmo assim ela não demorava muito para me alcançar. Enquanto nossas espadas se chocavam, eu lembrei de você ter dito que só você poderia matar Drez’gan e seus apóstolos, e eu não vou permitir que isso aconteça, não deixarei você se arriscar assim sozinha.
Brighid foi pega de surpresa com tantas informações importantes. O que mais a assustou foi que ela não se sentiu apavorada com o que foi dito, principalmente porque Colin não transmitia isso enquanto falava. A calma dele a deixou tranquila, mesmo que aquelas fossem informações de entrar em desespero.
— Escuta, Brighid, sei que ainda carrega o fardo de me proteger, mas não precisa se sentir tão carregada, e sei que ainda pensa sobre Safira e mim. Eu sou forte, e também sou bem difícil de matar. Ficar mais forte é uma parte bem importante da minha jornada, já que tenho que enfrentar Drez’gan e os caídos. Prometo que ficarei ainda mais forte, então pode aliviar seu fardo por um instante e confiar em mim para proteger você e os outros, tá bom?
Brighid encarou o rosto gentil de Colin e sentiu que ele havia realmente mudado. Estava mais maduro não só em atitudes, mas também em sua forma de se expressar.
Os lábios dela tremelicaram e lágrimas desceram pelo canto de seus olhos, passando por suas bochechas rosadas.
Pela primeira vez, ela se sentiu completamente segura perto dele, e foi um sentimento novo para ela. Brighid já esteve próxima de gente poderosa antes, gente como Graff e o próprio Drez’gan e, estar na presença deles era ameaçador.
Por ser a mais forte, ela já presumia que um combate dela para proteger Colin desses dois ou de outra ameaça, acabaria acontecendo cedo ou tarde, e isso a deixava paranoica e com um gigantesco peso sob os ombros.
Ouvir aquelas palavras de Colin a fez se sentir aliviada, pois ela sabia que ele não estava apenas falando da boca para fora. Finalmente ela não encararia tudo sozinha, ela tinha ao seu lado um pilar como Colin, um pilar que era bem difícil de se destruir.
Não era qualquer ser que enfrentava um dos apóstolos de Drez’gan e saía vivo para contar história.
Com exceção de seu pai, Brighid nunca teve um modelo masculino descente. Todos queriam tirar proveito dela de alguma forma, até mesmo Colin disse que pensou em algo assim, mas ele não pensou nisso quando a libertou da gaiola do nobre. Colin havia dito que ela estava livre, mas foi decisão dela o seguir.
Lembrar de todas aquelas coisas e com seus hormônios subindo e descendo rapidamente, fez com que ela não conseguisse conter as lágrimas. Tanta coisa passava por sua cabeça que ouvir aquilo a deixou tão leve quanto uma nuvem de algodão.
Colin se levantou e pegou as mãos de Brighid, a levantando também. Ele a abraçou apertado enquanto Brighid chorava em seu ombro. Mesmo enquanto chorava, ela se sentia protegida. Aqueles braços, que passavam por sua cintura e tocavam gentilmente a parte de trás de sua cabeça, pareciam uma rede impenetrável de proteção.
Foi então que ela sentiu que não precisava parecer forte o tempo todo. Durante seus momentos a sós com ele, ela decidiu ser sensível e expor sua fragilidade.
Eles ficaram ali por alguns minutos, com Brighid descarregando seus sentimentos retraídos no ombro do homem que amava.
Eles se encararam e Colin limpou as lágrimas de Brighid com o dedão.
— Tá melhor?
Ela fungou e encarou Colin com aqueles olhos esmeralda brilhantes e seu belo rosto corado.
— Você cresceu tanto… — Ela abriu um sorriso de canto — Fico feliz de ter conhecido alguém como você… — Brighid o abraçou e encostou a cabeça no peito de Colin.
— Dois dias atrás eu estava meditando como de costume e percebi que dentro de mim, haviam outras manas além da minha…
“Outras manas?”
Ela encarou Colin nos olhos. Os olhos dela estavam brilhando de felicidade.
— Achei estranho por estar sempre enjoada, mas notei que meu corpo também ficou mais sensível… acho que até meu jeito de agir mudou.
Ela apoiou a mão na barriga e Colin começou a ficar nervoso. Ele já imaginava do porquê ela estava com aquele tipo de sintoma.
— Colin, eu estou grávida.
Sua primeira reação foi a de não ter reação. Demorou alguns segundos para digerir o que ela havia acabado de dizer.
— Grávida? Espera… o quê?
Ela encostou a cabeça no peito dele.
— Sim… acho que deve fazer um mês em breve.
Colin engoliu o seco.
— Você disse que sentiu outras manas quando estava meditando… quantas manas exatamente sentiu?
— Não sei ao certo. As manas ainda estão pequenas, mas acho que devem ter duas ou três.
— Três?! — exclamou Colin assustado.
Uma coisa era ser pai de um único filho, mas três era demais para um pai de primeira viagem.
Ela assentiu, ainda com a cabeça sobre o peito dele.
— Ficarei mais fraca conforme a gravidez avança. Então você terá que cuidar de mim até eu dar à luz. — Ela apoiou as mãos no rosto de Colin e lhe deu um beijo bem apaixonado. — Eu senti tanto a sua falta…
O novo Colin fez com que ela sentisse vontade de se entregar totalmente a ele em um momento mais íntimo. Colin sentia aquilo só pelo toque dela e pelo jeito no qual ela estava agindo.
Enquanto se beijavam, eles foram caminhando lentamente para o quarto e Colin se deitou na cama por cima de Brighid. Beijou o pescoço e os lábios molhados dela enquanto suas mãos deslizaram das coxas dela até os seios.
Brighid sentia que seu corpo estava bem mais sensível aos toques de Colin.
Colin tirou a camisa, e ela correu os olhos pelo corpo definido dele e pelas cicatrizes que ela ainda não havia visto.
Aquilo só aumentou o seu desejo.
Enquanto a beijava, Colin a despia. Começou pelos shorts, roupa de baixo e em seguida foi a camisa dela. Por estar grávida, os seios dela estavam maiores, e no pescoço dela ainda estava o pingente que Colin a deu de presente. Avançando, Colin beijou os seios dela, enquanto ela sentia a língua dele sobre seus mamilos.
O corpo dela se contorcia a cada segundo, ela não conseguiu segurar os gemidos. Continuou assim até que Colin a penetrou. Talvez fosse porque ele era um usuário da pujança ou porque ficou mais forte, mas sentia como se o membro de Colin estivesse avantajado.
Os dois se abraçaram enquanto continuavam se movendo em movimentos cadenciados, indo para cima e para baixo. Os lábios de ambos continuavam se tocando, assim como seus corpos, que sentiam o calor um do outro de maneira mais intensa a cada segundo.
Brighid cruzou as pernas pela cintura de Colin e o beijou de maneira bem mais intensa, passando as mãos pelo cabelo de Colin e arranhando as costas dele.
Por ser tão forte quanto Colin, Brighid era uma das poucas pessoas capazes de arranhá-lo em seu estado atual.
Eles pararam de se beijar para que ambos pudessem recuperar o fôlego e ali ficaram, encarando um ao outro. As mãos de Brighid passaram pelos ombros de Colin e eles se beijaram mais uma vez.
Só então, no exato momento que as mãos de Colin deslizaram para cintura dela, que ela notou uma tatuagem nova na mão esquerda. Ela conhecia aquela marca, a marca de uma súcubos.
Antes de fazer qualquer pergunta, Colin a virou de costas e ela o sentiu enquanto as mãos fortes dele seguravam a cintura dela.
Ela resolveu deixar aquela questão de lado no momento. Não havia do porquê estragar uma sensação incrível como aquela com perguntas.
Pela intensidade e pelo misto de sensações, a única certeza que Brighid tinha, era que aquele reencontro entre quatro paredes levaria horas para ter um fim.
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