Índice de Capítulo

    Algo com uma mana imensa se aproximava no fundo da mata em uma velocidade absurda.

    “Está chegando!”

    Brighid e Colin derraparam na grama e ficaram em guarda.

    Ainda distante, a criatura rosnou e abriu a boca, formando um círculo mágico frente aos lábios. Do círculo, se formou um orbe feito de luz.

    — Colin! — Chamou Brighid — Fique atento!

    A criatura disparou a esfera de energia que chegou até eles tão rápido que os espectadores fora do espelho não conseguiram acompanhar.

    Brighid deu um passo a frente e ergueu a mão direita milésimos de segundos antes da esfera de energia a atingir.

    Booom!

    Aquilo parecia a detonação de uma bomba de grande porte. Demorou até a onda de choque alcançar Leidvard, mas alcançou, agitando todas as árvores ao redor.

    Leidvard encarava aquele cogumelo de fogo subir aos céus. O fogo iluminou a noite como uma pira de dois quilômetros de altura.

    — Seu idiota! — bradou Fledris cruzando os braços na altura do rosto para se proteger dos galhos e pedras trazidos pela onda de choque — Você os matou?!

    — Se eles forem tão bons quanto dizem, então isso não deve ter nem feito cócegas.

    O cogumelo de fogo começou a diminuir de tamanho bem depressa, como se estivesse sendo sugado por algo até desaparecer por completo, revelando aqueles dois sem um único arranhão.

    Uma redoma esverdeada entorno deles os protegia. O braço de Colin estava erguido, e suas tatuagens cintilavam em alvo.

    Aquela cena deixou Leidvard incrédulo em vários níveis diferentes.

    Um poder daquele porte foi parado com uma barreira simples, e o mais intrigante não era isso. Não era fácil absorver magia daquele jeito. Mesmo entre os errantes, eram poucos que conseguiam realizar algo como aquilo em um nível tão perfeito.

    Após usar a análise, Leidvard focou nos olhos de Colin e depois nas tatuagens do seu braço, tatuagens que ele conhecia.

    “Um Altmer? Esses olhos amarelos, essas tatuagens… hehehe isso será interessante!”

    — Aquele pirralho é um Bëoranar — bradou Leidvard ainda em cima da árvore — Eu reconheceria aqueles olhos e aquelas tatuagens em qualquer lugar!

    Fledris engoliu o seco.

    — Não devíamos falar com o ruivo primeiro?

    — Não! — Leidvard abriu um portal — Fique aqui, Fledris, eu resolvo isso!

    — Espera!

    Leidvard não deu ouvidos e adentrou o portal, saindo dele há alguns metros de Colin, bem ao lado de suas três evocações contratuais.

    “Um errante?” pensou Colin ao ver aquele homem sair de um portal “Nunca vi esse aluno antes…”

    — Não pensei que as coisas poderiam melhorar dessa maneira, um Altmer e o que você é, mulher? Você fede a ser místico, mas não é só isso, tem outra coisa dentro de você que não sei o que é, mas descobrirei enquanto esmago vocês!

    — Colin! — sussurrou Brighid — Aquelas criaturas… elas são fortes, mais fortes que o evocador. Aparentemente são do plano de Celis, seres alados usuários da flama. A criatura de chifre é de primeiro nível, e as outras duas são de segundo.

    Colin permaneceu calmo diante aquela situação. Ele entendia que aqueles seres eram poderosos, mas a presença de Brighid o deixava calmo, assim como a presença de Colin também acalmava Brighid.

    A criatura com três pares de asas tinha quase o dobro de poder das outras duas somadas.

    Colin não se importava em enfrentar todos eles de uma vez, mas Brighid pensava diferente. Seria melhor afastá-los e abater um por vez. Por conhecer a imprudência de Colin, ela julgou que o estilo de luta dele seria melhor enfrentando um único inimigo.

    — Cuidarei das três evocações — disse Brighid — O errante é seu.

    Aquilo foi uma surpresa para Colin.

    Ele não esperava que Brighid dissesse algo daquela forma sem relutar, ainda mais por demonstrar preocupação com ele a todo momento, mas ele não reclamou.

    — Pode deixar!

    Colin não precisou que Brighid explicasse aquele pedido. Ela simplesmente o fez por saber que Colin era um oponente difícil de se vencer em um confronto de um contra um.

    — Tome cuidado! — disse ela amarrando o cabelo em um rabo de cavalo — Ele é um monarca da flama e ainda é um errante que consegue usar portais. Com certeza esse homem deve ser alguém difícil de lhe dar.

    — Ficarei bem, não se preocupe.

    — Sei que ficará.

    As provocações e confiança de Colin costumavam ser uma arma melhor do que sua habilidade propriamente dita. Com uma mente analítica e um físico que estava prestes a atingir o ápice, Colin se tornava o tipo de oponente irritante cheio de truques ardilosos.

    A plateia estava em choque com o que viam, finalmente observariam a tal Monarca de duas árvores em ação. Já Hodrixey e outros professores, estavam desconfiados. Eles nunca suspeitaram que haveria outro errante na universidade, ainda mais um errante na guilda do próprio Loafe.

    Em circunstâncias normais, o torneio seria interrompido para iniciarem uma investigação, mas a elite do império estava assistindo e estavam gostando daquilo que viam.

    Brighid arregaçou as mangas e se concentrou nas três evocações.

    “As evocações vão tentar proteger o evocador. Tenho que levá-las para longe enquanto Colin enfrenta o errante sozinho. Confiarei nele, afinal, ele continua vivo depois de tudo. Ele sairá vivo dessa também.”

    Leidvard era igual a Colin quando se tratava de autoconfiança. Por ser um monarca e deter contrato com criaturas perigosas, Leidvard se achava superior a muitos de sua equipe se tratando de combate.

    Sua mana gigantesca também era um fator determinante nisso.

    — Quer enfrentar minhas evocações, sozinha? — indagou Leidvard achando a situação toda hilária — Defender aquele golpe foi sorte! Se a bonitinha se acha tão forte assim, então tudo bem! Minhas evocações vão esmagar você!

    Colin cruzou olhares com Brighid e ambos fizeram que sim com a cabeça.

    Partículas de mana se formaram nas costas de Brighid, ganhando a forma das asas de uma libélula.

    Vush!

    Ela bateu as asas, se afastando de Colin em uma velocidade impressionante. As outras três criaturas foram logo atrás, se movendo tão rápido quanto Brighid.

    — Que tipo de homem deixa a mulher sozinha contra três oponentes poderosos? — debochou Leidvard — É melhor a bonitinha começar a rezar!

    Colin transformou Claymore em uma adaga e abriu um sorriso de canto.

    — Brighid sabe se virar, e você, consegue sobreviver sem suas evocações?

    Colin analisou a mana de seu oponente, e teve uma amostra do quão grande ela era, mas isso não o intimidou. Ele já estava acostumado com manas grandes.

    Arregaçando a manga do braço esquerdo, Colin mostrou a tatuagem de aranha e a de hidras.

    — Você deve conhecer essas marcas, não deve?

    Todo estudioso de magia conhecia a marca da entidade das mil faces, mas a outra era desconhecida para Leidvard.

    “Ele tem contrato com a entidade das mil faces?” Leidvard ficou em guarda “E aquela outra marca, o que é? Tsc! Ele é um errante, não tem como ele estar blefando. Contrato com uma entidade e com outro ser que eu desconheço. Não é pra menos, as marcas da chave do braço direito dele são as mesmas de Saphielle… Eles são mesmo parentes.”

    — Do que adianta ter esses contratos se sua mana é tão baixa que não consegue sequer evocá-los? E pensar que aquele inseto do Loafe tem ódio de você hehehe como ele pode sentir ódio de alguém tão fraco?

    “Loafe” pensou Colin “Isso explica tudo.”

    Shhhh!

    Leidvard conjurou uma espada flamejante e a cravou no chão.

    Uma trilha de círculos mágicos fez seu caminho até Colin e explodiu.

    Kabom!

    “Pelo visto, a mulher era o verdadeiro problema. O rapaz só tem um bom físico. Com essa reserva de mana miserável, a única coisa que ele pode fazer é resistir até sua derrota eminente. Me mostre o que sabe fazer, Altmer! Brincaremos até que eu me canse de você!”

    A fumaça deixada pela explosão se abriu e um raio negro foi até Leidvard, que rebateu aquele golpe com sua espada flamejante.

    Cabrum!

    O raio de Colin se dispersou e metade da espada de Leidvard foi destruída no processo.

    “A forma da mana dele é concisa” Pensou Leidvard “Mesmo sua mana sendo baixa, o garoto consegue fazer bom uso com o pouco que tem. Ele está longe de ser um amador.”

    A lâmina dançarina foi girando em direção ao pescoço de Leidvard, que desapareceu antes de ser atingido. Um portal apareceu atrás de Colin e Leidvard saiu lá de dentro, preparando uma estocada nas costas do mesmo.

    Ting!

    A lâmina dançarina voltou como um bumerangue, rebatendo a espada flamejante.

    Colin girou sobre o calcanhar e tentou degolar Leidvard com a adaga Claymore, mas seu oponente desapareceu mais uma vez.

    “Ele é rápido!” Leidvard apareceu ao longe “O garoto é bom, não posso me dar ao luxo de ser imprudente. Preciso neutralizá-lo, mas ele absorve magia, então terei que conduzir isso de maneira mais extravagante.”

    A espada flamejante de Leidvard ficou ainda mais incandescente.

    Vush! Vush!

    Dois cortes flamejantes foram na direção de Colin, mas ele não absorveu aquele golpe, apenas esquivou saltando para o lado.

    “Dê adeus a essa cabeça, Altmer de merda!”

    Leidvard apareceu atrás de Colin e tentou um corte tesoura na direção de seu pescoço, mas Colin se abaixou a tempo.

    Vush!

    Apoiando uma das mãos no chão, Colin golpeou o queixo de Leirdvard com um pontapé.

    “Não dá tempo de me esquivar com um portal” pensou Leidvard cruzando os braços na altura do queixo “Esse filho da puta é rápido!”

    Bam!

    O golpe de Colin lançou o errante no ar há alguns metros do chão. Os braços de Leidvard vibravam. Segurar o golpe de um usuário da pujança de nível 9 era um feito e tanto.

    “Que golpe pesado! Mesmo reforçando meus braços, isso foi mais forte que previ”.

    Colin se recompôs e apontou com o indicador na direção de Leidvard, que ainda estava em queda livre. Uma esfera de raios se formou na ponta de seu dedo.

    Bang!

    A esfera energizada foi disparada e Leidvard ergueu os braços na direção da esfera de Colin, conjurando uma bola de fogo disparada em seguida.

    Booom!

    Aqueles dois golpes explodiram no ar e Leidvard caiu no chão enquanto derrapava, conjurando mais uma vez sua espada flamejante.

    Ting!

    Colin saiu de dentro da fumaça deixada pela explosão anterior e sua adaga Claymore se chocou com a espada flamejante de Leidvard, jogando-o para trás.

    “Esse golpe também foi pesado” Leidvard tentava recuperar enquanto derrapava, mas Colin não deu folga, fazendo suas lâminas se chocarem mais uma vez.

    Ting!

    Aquele golpe foi mais forte que o anterior.

    Leidvard tinha noção que se defendesse mais dois ou três golpes daquele, seu punho se quebraria.

    “Tenho que tomar distância!”

    Com a mão esquerda livre, Leidvard a esticou para conjurar um portal, mas recolheu a mão, assim que constatou a lâmina dançarina voando em sua direção, de modo a decepar seu braço.

    Vush!

    Colin ficou cara a cara com Leidvard.

    Os olhos deles se cruzaram por um átimo, mas foi o suficiente para Leidvard temer aquele homem a sua frente.

    “Droga!”

    Desesperado, Leidvard moveu a espada na direção do pescoço de Colin, mas Colin segurou a espada com a mão direita.

    Os olhos de Leidvard arregalaram ao perceber que sua espada havia desaparecido por completo.

    “Ele absorveu?”

    — Peguei você!

    Colin apoiou o indicador na testa de Leidvard e uma esfera de relâmpagos o atingiu em cheio.

    Crack! Crack! Bam!

    Desorientado após ser atingido, Leidvard chocou com o corpo em três árvores e parou na quarta que tinha um tronco mais grosso.

    Recobrando a consciência, o caçador de monarca conjurou um portal, se esquivando da Lâmina dançarina de Colin, que conseguiu cortar aquela árvore ao meio sem problema.

    Crash!

    A plateia estava se deliciando com aquele embate, e as apostas em Colin aumentaram exponencialmente, assim como sua base de fãs.

    As pessoas da capital sempre ouviam o quão incrível ele era e seus feitos um tanto exagerados. Boa parte acreditava e boa parte não, mas, após presenciarem com os próprios olhos o que ele conseguia fazer, as pessoas passaram a acreditar em todos aqueles boatos exagerados.

    Com a testa sangrando, Leidvard estava tentando se recompor há metros de distância de Colin. Aquele homem o superava em força e agilidade, Leidvard só se sobressaía em mana.

    “Merda! Merda! Merda! Usuários da pujança são sempre um saco de enfrentar. Esse Altmer maldito mal gasta mana, enquanto meus portais só me deixam mais cansado. Ele consegue interceptar todos os meus golpes e a diferença entre nossos físicos é notória. Que merda! Será que peço ajuda de Fledris? Não, claro que não, eu ainda posso vencer, só tenho que pensar em uma boa estratégia!”

    — Tele porte é bem útil — disse Colin apoiando a adaga no ombro — Mas você deve gastar mana a cada vez que o utiliza, estou certo? Minha Estamina é alta, meu corpo é resistente como rocha e eu consigo ser bem rápido. Pensa que levarei quanto tempo até fazê-lo gastar toda sua mana? Cinco, dez minutos?

    — Hehehe Acredita que cairei na sua provocação, moleque? Já enfrentei gente mais forte que você!

    Colin deu de ombros.

    — Você já caiu. Está aí parado há alguns segundos pensando em quê? No que comerá no jantar? É claro que não! Deve estar tentando achar uma abertura — Colin suspirou e coçou a bochecha com o indicador — Foi mal, pensei que você fosse poderoso. Fiquei surpreso quando apareceu com aquelas três evocações de mana absurda, mas Brighid dará um jeito nelas rápido. Se você não consegue sequer me arranhar, devia desistir de enfrentá-la.

    Furioso, Leidvard cerrou os dentes.

    “Esse filho de uma cadela pensa que é mais forte que eu? Eu não perderei para alguém com uma mana tão patética feito essa!”

    — Você é um Altmer — disse Leidvard — Um errante e mesmo assim é um guerreiro incompleto! Essa sua mana é pífia, você não passa de um símio que deu sorte por nascer na árvore da pujança!

    Colin assentiu.

    — Andei reparando em uma coisa desde que começamos a lutar — Colin apoiou a mão no queixo — Você poderia ter absorvido alguns de meus golpes, mas não o fez. Tenho duas teorias para isso, a primeira, é que você simplesmente não quis, a segunda, é que você não sabe.

    Leidvard franziu o cenho e Colin teve a resposta que queria com aquela expressão.

    — E você diz que o incompleto sou eu? — Colin coçou a nuca e abriu um sorriso de escárnio — Eu te deixo vivo se me levar até onde Loafe está. O que me diz, amigo?

    Leidvard juntou as duas mãos e depois as apontou para Colin.

    “Esse imbecil é um Bëoranar, esse jeito prepotente de falar é igual ao dela”

    — Saphielle! — urrou Leidvard — Você tem o mesmo sangue daquela vadia, não têm?

    Colin franziu o sobrolho e continuou em silêncio.

    — Dá para sentir essa petulância de longe! Não pense que é melhor que eu só porque tem sangue nobre, eu mostrarei a você que me subestimar foi um erro!

    “Sangue Nobre?”

    — O que quis dizer com sangue nobre?

    Leidvard o ignorou.

    — A rainha vermelha chama o seu filho. No lamento da antemanhã, o Deus sem nome clama por sua mãe! Sou o nomeado, o senhor do fogo que veio trazer o caos absoluto! Que o céu se abra e o fogo engula à terra!

    “O que é isso?” Colin se perguntou “Um encantamento?”

    Um círculo carmesim enorme cobriu o céu noturno acima de Colin e de parte da floresta. Todos do quarto nível puderam ver aquilo, e sentiram o poder devastador que vinha do círculo.

    “Essa magia é mais poderosa que o canhão Galick de Anton e cobre uma área enorme” pensou Colin “Não dá para absorver algo tão grande assim. Receber esse golpe a queima-roupa parece uma péssima ideia, afinal, esse é o encantamento feito por um monarca, não posso subestimá-lo.”

    Os olhos de Leidvard estavam quase saltando para fora de excitação. Ele adentrou um portal que se abriu atrás dele, mas não o adentrou antes de dizer:

    — Se torne pó, Altmer de merda!

    Uma colossal tormenta de fogo desceu dos céus na direção de Colin.

    Shhhhh!

    Fogo continuava descendo do céu, e gradualmente formava um rodamoinho.

    Ruínas, floresta, o solo, tudo entorno se tornavam cinzas.

    Aquele calor era tão intenso, que mesmo distante, fez árvores se incinerarem por completo, os rios próximos secaram e os animais silvestres se tornaram cinzas.

    Shhhh!

    A tormenta continuou descendo dos céus e o solo começou a se tornar carvão.

    O poder de Leidvard ficava mais forte a cada segundo.

    O solo rasgou e a tormenta entrou mais fundo no solo. Todo solo entorno da floresta começou a rachar, e das rachaduras foi expelido terra fervente, semelhante à lava que, pouco a pouco, transformou aquela floresta em um mar de fogo.

    Shhhh!

    Leidvard estava em uma distância segura. Seus olhos, nariz e ouvido sangravam sem parar. Depois de quase um minuto inteiro, o poder de Leidvard cessou, deixando uma nuvem de fumaça quilométrica.

    Exausto, ele bateu os joelhos no chão.

    Ele já havia gasto mana demais evocando as criaturas, e agora, usou o resto que tinha conjurando uma das magias mais poderosas de seu arsenal.

    A tormenta deixou um enorme buraco onde mal se dava para ver o fundo.

    Toda plateia estava em choque, principalmente as pessoas que estavam torcendo por Colin.

    Charlotte estava incrédula com as duas mãos apoiadas na boca. Sua mãe, Ophelia, não poderia ter ficado mais feliz com aquilo.

    — Hehehe Peguei você, desgraçado! — Leidvard mal conseguia conter o sorriso.

    — Ficou louco? — Indagou Fledris se aproximando do companheiro — Por que usou um poder desse agora?

    Apoiando as mãos no joelho, Leidvard se ergueu.

    — Eu consegui! Avise para aquele brutamontes que fiz a merda do trabalho dele! Minhas evocações deram um jeito na vadia de cabelo verde também, fale para o ruivo que o pagamento é todo meu, me ouviu?

    O sorriso de Leidvard desmanchou quando ele viu haver algo pairando no céu. O vento soprou mais forte, afastando a fumaça e revelando algo que Leidvard desejava ser mentira.

    Colin estava de pé, em cima das costas de sua manticora evocada. A plateia do coliseu foi à loucura com aquilo.

    Os apostadores subiam suas apostas a níveis astronômicos, e Colin começou a ganhar uma ampla base de fãs. Já havia muitos desde o começo, mas subiram rapidamente depois que ele enfrentou Anton, e agora, depois disso, haviam subido muito mais.

    Não apenas Charlotte, mas boa parte da plateia berrou quando viram que Colin estava vivo. Era como se tivessem feito um gol decisivo em final de campeonato aos 45 do segundo tempo.

    Alguns não conseguiram conter as lágrimas, enquanto outros como Ophelia se mordiam de raiva.

    — Filho da puta! — Leidvard ficou em guarda e se preparou para o combate direto — Acabarei com você!

    Colin abriu um sorriso e esticou o braço, preparando para lançar a lâmina dançarina.

    A lâmina foi energizada com toda mana que podia suportar. Ele usou parte da mana que Claymore armazenava e transferiu para a lâmina dançarina, que não parava de vibrar.

    Cabrum! Cabrum!

    Ela estava tão energizada que soltava raios, iluminando com “flashs” de luz aquele céu escuro.

    Eram mais de 50 mil de mana condensados em um só lugar. Colin levou o braço lá atrás e se preparou para lançar.

    — Consegue fugir de um raio nesse estado? — bradou Colin — Terminamos por aqui, seja lá quem você for!

    Zium!

    Colin lançou a lâmina que rasgou os céus em um mergulho.

    Fledris passou o braço de Leidvard por seu ombro, mas aquela lâmina era rápida demais.

    Ting!

    A Lâmina energizada de Colin fora rebatida para longe, bem longe dali. Antes de ela desaparecer, Colin esticou o braço direito e ela foi voando para sua mão.

    Paft!

    Le Jun apoiou os pés no chão graciosamente e guardou sua espada na bainha. O olhar dela e de Colin se cruzaram por um instante.

    Bastou um olhar para um predador reconhecer o outro.

    — O ruivo disse que aquele círculo no céu era obra sua, e pelo visto, ele estava certo. — Le Jun deu as costas para Colin e passou por Leidvard sem encará-lo nos olhos.

    — Pensa que deixarei vocês fugirem depois de tudo? — Bradou Colin.

    Le Jun abriu um sorriso de canto e encarou o Altmer.

    — Sua mana está baixa! — bradou Le Jun — Não faz meu estilo chutar cão morto.

    Le Jun desapareceu na floresta e Leidvard estava atônito.

    As marcas contratuais de suas criaturas haviam desaparecido.

    Fledris notou haver algo de errado com o companheiro.

    — O que foi, Leidvard?

    Ele cerrou os dentes em fúria.

    — Aquela vadia! Ela matou as minhas evocações!

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