Capítulo 173 – A outra parte de mim
Boom!
Uma explosão de chamas azuis tomou conta do fim da rua. Da fumaça, despontava Wiben. Suas roupas estavam chamuscadas e seu rosto repleto de superficiais queimaduras.
— Liena! — Ela também saiu da fumaça.
Ela ainda não havia digerido a morte de seu irmão. Tudo isso parecia um sonho, tanto para ela quanto para seus amigos que haviam ficado totalmente passivos depois da perda de Loaus.
Nenhum deles conseguia fazer nada além de escapar das investidas de Safira, que ficavam cada vez mais perigosas.
“Mas que merda! Esses garotos ainda estão em choque, se continuar assim nós morreremos!”
— Fujam! — Wiben empunhou suas adagas — Vocês não estão em condições de lutar contra ela, só vão me atrapalhar!
Nenhum deles queria recuar, mas não havia mentira nas palavras de Wiben.
— E-E sua mana?! — gaguejou Alunys — Se você continuar aqui-
— Me obedeçam!
Kurth ainda insistia em ficar e nocautear Safira de alguma forma. Ele não queria perder duas pessoas que amava no mesmo dia.
— S-Senhor Wiben, e-eu posso ajudar!
Os calcanhares de Safira expeliam chamas azuis intensas, então ela avançou na direção de Kurth como um foguete. Ele ergueu o arco na direção de Safira, puxou sua flecha a vácuo, mas não teve coragem de disparar.
Boom!
Ele saltou parou o lado enquanto o pé direito de Safira afundou na parede de uma casa que veio a baixo posteriormente.
— Kurth! — berrou Wiben — Saia daí!
O garoto ainda estava se recompondo quando Safira avançou mais uma vez em sua direção.
Ele não conseguiu nem ao menos conjurar seu arco e Safira já estava bem próxima a ele.
A caída ergueu a foice acima da cabeça e a desceu, arrancando o braço esquerdo de Kurth.
Os olhos em pânico dele cruzaram com os olhos ensandecidos de Safira.
Crash!
Kurth sentiu a dor lacerante de quando aquela enorme foice rasgou seu peito, esguichando sangue para todo lado. Ele caiu inconsciente de costas na poeira.
— Merda! — berro Wiben.
Aquela foi a gota d’água para que tanto Alunys quanto Liena perdessem completamente as esperanças de trazer sua amiga de volta.
Wiben avançou.
Ting!
Suas adagas vieram de encontro a lâmina da foice de Safira. Por estar sem magia, ele sentiu aquele golpe bastante pesado, um golpe capaz de o jogar para trás.
Enquanto derrapava, Wiben sentia bastar mais um golpe daquele e seus braços seriam completamente destruídos.
“De onde vêm tanta força?!”
Safira avançou novamente com seu corte de cima para baixo. Wiben saltou para trás, esquivando por pouco daquela lâmina mortal.
Safira usou a lâmina cravada no chão como apoio e chutou Wiben no peito, mas ele cruzou os braços a tempo, defendendo-se daquele pontapé brutal.
Trick!
Wiben cerrou os dentes ao sentir a dor dos ossos de seus braços trincarem. Safira não perdeu tempo e avançou novamente, mas foi atingida por uma mão feita de pedras que surgiu de repente ao seu lado, uma mão enorme.
Bam!
Girando no ar, Safira cravou sua foice no chão e derrapou por alguns metros. Liena estava ao longe com as duas mãos apoiadas no chão. Seus olhos estavam cheios d’água, mas o que mais se destacava naquele olhar, era a fúria.
Apesar de ter sido um golpe brutal, Safira continuava inteira, rosnando como um cão.
Wiben largou suas adagas e apoiou um dos joelhos no chão.
Ele não tinha mais forças para continuar, não sem mana.
— Alunys! — berrou Liena — Pegue o senhor Wiben e saia daqui!
A voz da companheira havia a removido do estado de choque. A Elfa correu até Wiben e passou o braço dele por seu ombro, mesmo que ele estivesse sentindo uma dor lacerante somente por movê-lo.
— S-Senhor Wiben, a-aguente firme!
Safira deixou um sorriso vazar por aquela feição animalesca.
Ela ergueu a mão direita na direção do céu. Fragmentos de suas chamas azuis localizados ao redor começaram a se agrupar, dando forma a uma espada enorme de chamas azuis.
Woosh!
Safira desceu o braço e sua espada avançou na direção de Liena. Após se concentrar, Liena fez um casulo de rochas e esperou o impacto.
Alunys tentava causar o mínimo de dor em Wiben, por causa disso, ela mal viu Safira se aproximar portando sua foice. A Elfa jogou Wiben para o lado e ergueu as mãos, conjurando uma barreira de gelo.
Ting!
A barreira sequer arranhou.
Alunys deu um passo à frente, suspirou e socou o ar com as duas mãos. A barreira deslocou-se, chocando contra Safira.
Bam!
Safira rolou no chão, mas logo se recompôs.
Alunys suspirou e abriu os braços. Sua barreira se desfez, dando forma a várias lâminas gélidas de diversos formatos.
Seus olhos se cruzaram com os de Safira.
Safira foi a primeira amiga de verdade que ela fez naquele ambiente hostil que era a universidade. Tinha por ela um apreço que jamais poderia ser pago. Ver sua melhor amiga matar outros dois de seus amigos a colocou em uma posição delicada.
Era perigoso lutar para nocauteá-la.
Com dor no coração, Alunys faria o que devia ter feito desde o início do combate. Ela lutaria para matar, se Safira fosse nocauteada no processo seria um bônus.
— Sinto muito… — murmurou Alunys.
Safira respondeu aquilo com um rosnado.
Swish! Swish! Swish!
As lâminas de gelo avançaram na direção de Safira. Ela girou a foice pelo cabo e avançou, estilhaçando aquelas lâminas em golpes precisos, golpes que beiravam a perfeição.
Liena havia sobrevivido ao golpe de Safira, mas seu corpo já sentia a fadiga. Sua mana também estava próxima do fim. Parte de sua barreira estava inteira, a outra parte havia se transformado em magma.
Olhando para o lado, ela observou Safira avançar na direção de Alunys com sua foice e, a Elfa, conjurou uma espada para trocar golpes com a caída.
— Droga… Se mova, Liena, se mova! — dizia para si mesma, mas seu corpo não saía do lugar.
Após girar a foice, Safira lançou um corte arqueado na direção de Alunys, mas ela esquivou sem muita dificuldade, conjurando uma lança de gelo e lançando na direção de Safira.
Scrash!
A lança estilhaçou como vidro ao chocar-se contra a foice de Safira.
A caída também conjurou uma lança de chamas azuis, lançando seu golpe na direção da Elfa que prontamente conjurou uma alabarda.
Boom!
Os poderes se chocaram.
Parte do lugar ficou congelado, enquanto a outra parte era tomada por focos de chamas azuis.
Alunys não tinha problema em enfrentar Safira de frente, o problema era que o ambiente todo ficava mais quente e a mana da caída não diminuía.
A derrota seria certa se a luta prologasse.
“Tenho que continuar atacando, mas Safira não me dá abertura para um golpe certeiro.” Alunys olhou ao redor rapidamente “Senhor Wiben se escondeu e Liena parece estar sem mana” Ela engoliu o seco “Tudo está nas minhas mãos!”
— Grrr!
Safira concentrou ainda mais mana em suas lâminas e a bateu no chão. Labaredas foram espalhadas para todo lugar, nublando a visão de Alunys.
“Para onde ela foi?”
Woosh!
Liena sentiu um arrepio na espinha e ergueu a cabeça, vendo Safira erguer sua foice o mais alto que conseguiu. Seu corpo não conseguia se mover e sua mana havia esgotado.
Tudo em sua volta parecia mais lento.
Seu irmão havia sido morto há alguns minutos e sua vez parecia estar próxima. Sua vida havia realmente começado de meio ano para cá. Conhecer Colin e aqueles que o rodeiam foi a melhor coisa que já havia lhe acontecido.
Ela nunca pensou que fosse trocar o pente de cabelo por uma espada, os vestidos por armaduras, o quarto gigantesco por um minúsculo, a prisão, pela liberdade.
Loaus sempre foi mais altruísta, e para Liena estava tudo bem, mas então os perigos de verdade começaram, as pessoas ao seu redor ficaram fortes e ela não queria ser deixada para trás.
Junto a Alunys ela treinou arduamente. Começou a sentir coisas pela amiga que nem mesma ela entendia, e no fim não conseguiu expressar para a amiga o que guardava em seu coração.
Deixou um sorriso de canto escapar por seu rosto antes de a lâmina de Safira alcançá-la. Seu único arrependimento seria não conhecer o mundo em sua totalidade, algo que ela e o irmão almejavam desde criancinhas quando foliavam as páginas dos livros e ficavam imaginando como seria vislumbrar tudo aquilo com os próprios olhos.
“Até que não foi ruim…”.
Swin!
Safira a cortou do ombro esquerdo até o lado direito da cintura. O corte foi tão profundo que suas entranhas caíram de seu corpo.
Uma visão aterrorizante.
Alunys não conseguia acreditar no que estava vendo. Três de seus amigos mais próximos estavam mortos. Suas pernas bambearam e ela caiu sentada, sem a menor vontade de continuar lutando.
Seus lábios começaram a tremer, e por trás daqueles óculos seus olhos se encheram d’água.
— Liena… — balbuciou enquanto lágrimas desciam por suas bochechas.
— Merda! — Wiben saiu do seu esconderijo. Usou toda força que sobrava nos braços e apoiou uma de suas adagas na boca, partindo para cima de Safira.
Ele já não pensava com clareza.
Três de seus companheiros caíram em sequência, e por ser mais velho, ele se julgava responsável por eles. Estava aliviado de ter deixado Samantha em um lugar seguro. Tudo aquilo estava acontecendo justo agora que havia se aproximado dos pais e que assumiria os negócios da família, sentia que o mundo estava o punindo por ser um covarde anos atrás quando deixou sua irmã mais nova ser morta por bandidos.
Levou anos até que seus pais o perdoassem, e ele estava feliz em retornar para casa, mas não iria desfazer a amizade com Colin, pois via nele e no grupo uma aliança forte. A aliança poderia ser melhor aproveitada se ambos ocupassem posições de liderança, Colin controlando uma guilda poderosa e ele assumindo uma das cadeiras dos nobres que constituíam a elite.
Dali poderia sair coisas realmente significativas para mudarem o império, ainda mais quando especulavam que seria Loaus que assumiria a cadeira do pai.
Porém, tudo aquilo desapareceu como fumaça.
O império havia sido reduzido a escombros, sua família a uma hora dessas já deveria estar morta, e Loaus, o futuro do império, havia sido incinerado minutos atrás.
Aquele era o fim.
Sem magia e sem poder usar os braços, Wiben sabia que o golpe de Safira seria fatal, mas seu estado mental não permitiu que ele se importasse com aquele fato.
Safira segurou a foice do lado do corpo e avançou, cortando Wiben ao meio na horizontal.
Swin! Plaft! Plaft!
Os restos dele caíram na poeira e Alunys continuou sem reação.
Seu círculo mais próximo de amigos havia sido assassinado por sua melhor amiga. Sendo a única a sobrar, Alunys observou Safira se aproximar dela com a enorme foice em mãos.
Seu estado mental não permitiu que ela assimilasse tudo que estava acontecendo, então continuou olhando para a amiga enquanto lágrimas escorriam por suas rosadas bochechas.
— Grrr! — Safira concentrou mana na lâmina e se preparou para arrancar a cabeça de Alunys, mas sentiu uma presença assassina atrás dela.
Scrash!
Assim que virou, viu uma bota preta ir ao encontro do seu rosto em uma pancada brutal.
Bam! Bam! Boom!
Ela transpassou algumas residências e se chocou com uma torre que já estava aos pedaços. A torre desabou, a soterrando.
Alunys conhecia aquelas costas largas.
— Senhor Colin… — disse com a voz engrolada — Sinto muito… Safira, ela…
— Tudo bem.
Após fungar, Alunys ficou em silêncio e Colin se aproximou dela com a pequena Leona nos braços, embrulhada na capa preta.
— Pode segurá-la para mim? — Ele entregou Leona nos braços da Elfa. A pandoriana dormia tranquila.
Ergueu-se e olhou ao redor, vendo o corpo de Liena, os restos de Wiben e de Kurth jogados do outro lado da rua.
— Onde está Loaus?
Alunys abraçou Leona em seus braços e desviou o olhar.
— Ele foi… completamente incinerado…
Colin mordeu os lábios e uma linha de sangue escorreu por seu queixo.
— Consegue caminhar?
— Sim…
— Então se afaste, se esconda em algum lugar.
— S-Sim senhor…
Alunys abraçou ainda mais forte Leona em seus braços e se afastou como Colin sugeriu.
O errante tinha bastante ódio reprimido. Ele não sabia se as crianças estavam vivas e as pessoas que ele prometeu cuidar estavam mortas.
Ele não sabia porque Safira estava daquele jeito e nem quis saber. Colin também não estava pensando direito, tudo que ele queria era descarregar aquela raiva em algo ou alguém.
Boom!
Safira revelou-se ao sair dos escombros. O pontapé de Colin havia quebrado seu nariz, mas ela não se importou com a dor.
— Então o destino realmente estava certo… — Ele olhou ao redor e Claymore se transformou em uma espada — Não podemos mudar a nossa natureza, não é, Safira?
Safira nada disse, apenas continuou rosnando.
— Acredito que era para eu me sentir mal de estar fazendo isso, mas depois do que já vi hoje, não sei se consigo sentir algo além de raiva… E isso me faz pensar no que eu realmente sou… Sabe, quero muito matar você nesse exato momento, mas algo dentro de mim, diz que isso é errado, então me responda, o que devo fazer?
— Grrr!
Safira avançou na direção de Colin e suas lâminas se chocaram. O golpe de Safira era pesado, mas Colin era mais forte.
Ambos disputavam força.
Safira parecia ter dificuldades, enquanto Colin ainda divagava com uma Safira senil.
— A visão que você teve naquele dia no Lithium, você ia me matar, não ia? Estava em um cenário apocalíptico e sua lâmina atravessaria meu peito, mas você não é mais forte que eu. A diferença entre a gente é enorme, mesmo você tendo toda essa mana gigantesca.
A caída saltou para trás e lançou um corte arqueado flamejante. Colin ergueu o braço direito e absorveu aquelas chamas.
— Encontrei meu pai mais cedo… Ele me disse que está aqui não para derrubar Ultan, mas por sua causa. Tudo isso está acontecendo por culpa sua, a morte de Potter, Deb, Loaus, Liena, Kurth, Wiben… e outros milhares de pessoas, isso é por sua causa.
Safira saltou em direção a Colin e tentou cortá-lo de todas as formas possíveis, mas os movimentos de Colin eram excelentes, esquivando-se sem muita dificuldade das investidas da caída.
— Isso me faz lembrar do dia em que nos conhecemos — disse ele enquanto se esquivava — Salvei você por que era o certo a se fazer, e não me arrependo nem um pouco disso. Então veio Brighid e a gente se divertiu bastante no começo, não foi? — Colin deixou escapar um sorriso nostálgico — Comecei a me apegar a vocês duas, principalmente a você, já que somos bem-parecidos. Descobrimos que sabíamos usar magia ao mesmo tempo, treinamos juntos e evoluímos juntos. Eu a considerava uma irmã mais nova que nunca tive…
Ting!
Colin a rebateu para longe, fazendo-a derrapar.
— Amei você, Safira… Acredito que ainda amo, mas agora enxergo tudo com mais clareza, meu amor por você fez muita gente morrer… Eu devia ter te matado quando descobri que você era um caído, mas fui fraco… O culpado disso tudo não é você, sou eu, e terei que conviver com a morte de todas essas pessoas que ajudei a matar indiretamente…
— Graaaaa!
Safira avançou.
Colin usou toda sua força e rebateu a foice dela para longe. Abaixou-se e a socou no abdômen.
Bam!
Pela primeira vez, Colin usou mais técnica do que força. Safira sentiu para valer aquele golpe. Apoiou a mão no abdômen e golfou sangue. As pernas dela bambearam e seus joelhos vieram ao chão.
Golfou mais uma vez.
Lentamente, Safira recobrava a consciência.
A visão dela estava embaçada, mas ela viu Colin se aproximar em meio as chamas.
“Senhor Colin?!”
A mente dela estava embaralhada, então não se recordou do que havia acontecido horas atrás, pensou que ainda estivesse no espelho.
— O que acon-
Crash!
O punho pesado de Colin foi enterrado em seu rosto. Safira rolou por alguns metros até parar de barriga para cima, encarando uma rachadura no céu que ficava cada vez maior.
Cof! Cof!
Tossiu mais um pouco de sangue e encarou Colin novamente. Demorou para perceber que havia sido golpeada por ele. Tentou dizer algo, mas só fez tossir.
Colin parou frente a companheira no chão e cerrou o punho.
— Sinto muito, Safira… Mas tanto eu quanto você somos uma praga. Ao menos vingarei a morte dos nossos amigos.
Colin cravou Claymore ao seu lado e ficou em cima de Safira, a encarando nos olhos. Os olhos dela estavam cheios de dúvidas, mas Colin não se importou. Cerrou os dois punhos e começou a socar Safira brutalmente.
Bam! Bam! Crash!
Sangue era jogado para todo lado.
Ela somente via a mão pesada de Colin ir ao encontro do seu rosto e depois tudo ficava escuro. Era uma visão que não parava de se repetir.
Colin parou, encarando a feição arrebentada de Safira.
Fitou suas mãos cheias do sangue dela.
Safira não sabia o que estava acontecendo, nem do porquê Colin, a pessoa que ela mais amava, estava fazendo aquilo com ela, mas ela viu as chamas azuis entorno. Logo deduziu que algo grave havia acontecido. Era provável que ela tivesse saído do controle, já aconteceu outras vezes.
A conclusão mais óbvia que conseguiu chegar, foi de que ela acabou machucando alguém importante para Colin, talvez Brighid ou o pessoal da guilda.
— Me… perdoa… — Isso foi tudo que ela conseguiu dizer.
Colin franziu os lábios e desviou o olhar.
Era doloroso encará-la daquele jeito.
Safira foi o primeiro laço que ele fez em anos, mesmo que tentasse avidamente fugir de algo assim. Sua mente começou a montar momentos felizes entre ambos, como daquela vez na cabana do vilarejo da estrada, onde ela se abriu com ele pela primeira vez, das brincadeiras, das risadas, do tempo juntos como irmãos, às vezes até como pai e filha.
Aquela altura, Safira já era parte dele, e ele era parte dela.
— O que estou fazendo?! — Ele apoiou uma das mãos no rosto. Seus lábios tremelicaram e seus olhos se encheram d’água.
Foi como as de mortes de Deb, Potter, Loaus, Liena, Kurth e Wiben tivessem o atingido de uma vez, como um brutal soco no peito.
Colin apoiou a outra mão no peito e saiu de cima de Safira, deitando-se ao seu lado.
Cerrando os dentes, ele tentava segurar o choro, mas não conseguiu, as lágrimas não paravam de cair.
Colin não entendia por que doía tanto.
Se sentia tão patético e fraco que se recordou da pior fase da sua vida, quando ficou completamente sozinho. A dor era intensa porque os laços que fez eram fortes.
Colin estava completamente quebrado.
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