Capítulo 206 – A sádica
Há alguns quilômetros do ducado, Falone e seus homens travavam uma batalha atroz contra mercenários. Seu objetivo era simples, tomar um forte outrora usado pelo duque. No forte havia algo valioso usado como mercadoria, escravos.
Os muros do forte chegavam a vinte metros de altura.
Mercenários haviam enviado sua primeira leva de homens, achando que os carniceiros não passavam de camponeses sem técnica alguma.
Os escudeiros ficaram na frente e firmaram seus pesados escudos de ferro no chão, esperando a cavalaria dos mercenários avançar. Cavalos no ápice de sua força física se chocaram contra a parede de escudos. Os soldados se fecharam completamente, como se estivessem dentro do casco de uma tartaruga.
Por pequenos espaços entre os escudos, lanceiros avançaram com estocadas, derrubando cavalos e mercenários. Falone estava mais atrás junto a alguns de seus homens, e atrás dele estavam os arqueiros.
— Arqueiros! — Eles puxaram a corda até o limite, apontando para o céu — Atirar!
Stuck! Stuck! Stuck!
Seus homens estavam protegidos por escudos, enquanto os mercenários foram alvejados aos montes. Dos quase 200 mercenários que deixaram o portão do grande forte, cerca de 10 retornaram vivos para dentro dos portões.
A formação dos escudeiros mudou. Eles avançaram em forma de “V” rumo aos portões. Mercenários tentaram os alvejar com flechas, mas o escudo de ferro era impenetrável.
— Preparem! — berrou Falone do alto do morro desembainhando sua espada — Avançar!
Uma marcha com aproximadamente vinte homens avançou enquanto os escudeiros ainda colocavam os portões abaixo. Não era um número tão expressivo, mas com Falone estavam os melhores espadachins de seu esquadrão.
Boom!
O portão do forte foi destruído e os escudeiros abriram caminho para que Falone e seus homens avançarem. Antes de alcançarem os portões, arqueiros de Falone dispararam contra o forte mais uma vez, desta vez em seu interior.
— Cuidado com a chuva de flechas! — berrou um dos mercenários.
Fora tarde demais.
Enquanto tomavam cuidado para não serem alvejados pelas flechas, os homens de Falone adentraram os portões. Eles eram implacáveis.
Mercenários estavam com medo, sua desorganização era evidente. Logo, os escudeiros também adentraram o forte, esmagando ferozmente os mercenários.
Colin ordenou que nenhum mercenário fosse polpado, e assim aconteceu. Dentro do forte haviam algumas pessoas presas em jaulas. Muitas Elfas da floresta, a maioria mulheres e crianças. Também haviam alguns humanos, a maioria homens que eram sujeitos a trabalhos braçais visando aumentar a segurança do forte, enquanto mulheres e crianças serviam a prazeres violentos.
Falone libertou a todos.
Ordenou que todos os prisioneiros fossem bem tratados, alimentados, vestidos. Ele disse aos escravos que eles estavam livres, mas se quisessem se juntar a eles e ter segurança, eles seriam bem vindos.
Nenhum deles recusou esse pedido.
Foi separado um grupo de escolta que marcharia direto para o ducado.
Lettini não era tão corajosa quanto Falone ou Dasken. Ela não atacaria de frente, muito menos a luz do dia. A maioria de seu esquadrão era arqueiro, então ela optou em ser sorrateira.
Seus homens eram escaladores habilidosos, e sua sorte foi que o forte que atacou não tinha tantos mercenários. Usando ganchos e cordas, escalaram as torres e se esconderam nas sombras.
Os vigias foram os primeiros a serem abatidos. Depois continuaram sorrateiros por boa parte da torre, abatendo um por um sem emitir nenhum tipo de som.
Um dos guardas foi mijar. Caminhou despreocupado e notou estar sozinho do lado de fora. Olhou para baixo e viu um dos seus companheiros no chão com a garganta cortada. No momento que começou a correr para tocar o sino de aviso, foi alvejado na têmpora.
Lettini abaixou o arco e suspirou.
Aquela missão estava bem tensa. Seu pessoal continuou avançando, liquidando todos um a um. Dentro do forte havia uma torre onde ficavam os prisioneiros e dormia parte dos mercenários.
Havia um alçapão no topo da torre. Uma parte do pessoal de Lettini se preparou para adentrar, e a outra ficou do lado de fora com flechas mirando na porta. Ela abriu o alçapão sorrateiramente e adentrou, esgueirando-se pelas escadas.
Encontraram um corredor extenso, onde haviam alguns quartos. Ainda sorrateiros, abriram as portas vagarosamente e adentraram os quartos, encontrando vários mercenários adormecendo.
A garganta de todos foram cortadas enquanto ainda dormiam.
Um ou outro acordou antes do ato, mas foram rapidamente abatidos, atacados em pontos vitais. O líder daquele forte estava em seu quarto polindo sua espada de prata.
A porta dele abriu devagar, mas ninguém adentrou.
— Quem é? — indagou apertando o cabo de sua espada — Loni, é você?
Lettini adentrou, deixando o mercenário em guarda. Atrás dela, entraram seus companheiros, todos vestindo capas pretas.
— Homens! Acordem!
Lettini abriu um sorriso estranho. Ela estava feliz, mas, ao mesmo tempo, estava com medo, dando a ela um semblante único de estranheza.
— N-Nós matamos todos seus homens.
O mercenário engoliu o seco. A expressão no rosto daquela mulher o assustou.
— Quem são vocês? — Ele deu mais dois passos para trás, encostando na parede.
— V-Você sabe quem somos!
Ele engoliu o seco.
— Os carniceiros do centro-leste!
— B-Bingo!
— Senhora, nós cuidamos dele! — disse um dos carniceiros.
— Não! — disse Lettini retirando uma adaga do interior da capa — C-Como líder, pode deixar que eu mesmo o enfrento.
Sem saída, o mercenário apertou o cabo de sua espada e avançou. Nervoso, tentou degolar Lettini, mas ela era rápida. Abaixou-se e cravou sua adaga no joelho do mercenário. Girou a adaga, arrancando a perna daquele homem que caiu rolando.
Ele berrava sem parar enquanto tentava estancar o sangramento.
— S-Segurem ele! — Ordenou Lettini.
Seus homens seguraram o mercenário que estava desesperado.
— F-Façam um torniquete na perna dele!
Os carniceiros se entreolharam. Se fizessem aquilo, significava que o mercenário estaria livre da morte certa, mas não contrariaram sua comandante.
Após realizado o torniquete, os carniceiros continuaram segurando o mercenário contra o chão.
Lettini abriu um sorriso sinistro naquele semblante bizarro.
Com a adaga, rasgou a calça do mercenário, bem na virilha, deixando seu órgão genital a mostra.
— Senhora… O que você…
— E-Ele invadiu nosso território, t-temos que fazê-lo aprender uma lição por mexer com os carniceiros do centro-leste!
O mercenário entrou em desespero. Tentou se libertar desesperadamente, mas não conseguiu.
— E-Espere, n-não faça isso, por favor!
Lettini não o ouviu. Segurou o membro do homem e o decepou junto as bolas. As cortou como se cortasse um pedaço de frango, cerrando suas partes.
Os carniceiros ficaram em choque com aquela cena.
— A-Aprendeu a lição? N-Não mecha com os carniceiros!
O sorriso sínico de Lettini ficou ainda mais evidente. Ela sentou no abdômen daquele homem e abriu sua boca, enfiando seu membro decepado ali.
O mercenário dava gemidos abafados enquanto ainda era segurado pelos outros carniceiros que estavam em choque. Lettini enfiou ainda mais o membro decepado na boca do mercenário e tapou o seu nariz.
Aquele homem se debateu tentando recuperar o fôlego, até não se debater mais. Lettini saiu de cima dele e seu sorriso estava ainda mais estranho.
Seus homens engoliram o seco, evitando encará-la nos olhos.
— V-Vamos libertar os reféns e retornar para o ducado!
Nenhum deles discutiu.
— Sim senhora!
Lettini havia ganhado um novo apelido naquela noite. Lettini, a medrosa, se tornou Lettini, a sádica. Seus homens passaram a respeitá-la e temê-la, mesmo que em um primeiro momento ela parecesse medrosa e gentil, eles haviam visto a verdadeira face daquela mulher.
Dois grandes fortes haviam caído em menos de uma hora. A fama dos carniceiros começava a ser consolidada não apenas no centro-leste, mas se espalhava pelo continente gradualmente.
O fato de não deixarem soldados inimigos reféns, colocou parte dos mercenários e outros senhores de terra em alerta. Eles temiam que alguém pior que Ultan estivesse em ascensão.
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