Capítulo 216 – Prazeres violentos têm finais violentos
Na manhã seguinte, Colin foi orientado pelos sacerdotes de Runyra a se dirigir para uma catedral que ficava em um extenso jardim, havia uma cerimônia esperando por ele. Runyra era uma cidade de humanos e Elfos da neve, que não eram tão numerosos.
Cada um deles adorava um Deus diferente, e seguiam a tradição religiosa contida em seus manuscritos para o casamento religioso. Ayla era mestiça, mas foi criada para seguir a religião da mãe, embora ela mesma negligencie essa parte da sua história.
Para os sacerdotes e os Elfos da neve, era importante que o casamento seguisse a tradição religiosa da antiga rainha que não viveu o suficiente para ver o que Runyra se tornaria. Ayla aceitou, e Colin também aceitou ser batizado na religião de sua futura esposa antes do matrimônio.
Foi uma ação bem vista pelos mais antigos.
De joelhos em um lago que corria dentro de uma catedral, Colin estava de tanga e com os braços abertos enquanto um sacerdote estava frente a ele. Os vitrais coloridos deixavam o local bem iluminado. Vestindo uma túnica azulada com bordas brancas, o sacerdote Elfo da neve segurava o cálice em uma mão. Molhou a ponta do dedo na água do cálice e desenhou a letra de uma runa na testa de Colin.
Ao redor daqueles dois haviam outros sacerdotes, os cercando em um círculo. Com os braços erguidos, todos eles oravam em silêncio.
Após fazer uma posição de mãos, o sacerdote despejou o cálice na cabeça de Colin. O lago começou a brilhar em um amarelo vibrante. O brilho cessou e o sacerdote ergueu a mão para o carniceiro.
— Seja bem-vindo, filho.
Um dos sacerdotes entregou uma toalha a Colin. Ele também era um Elfo e tinha um semblante sereno. Exalava uma calma que Colin não sentia a anos.
Após o batismo, Colin saiu do lago, enxugou, e vestiu sua camisa preta, calça, moletom cinza e chinelos. Continuou em um caminho pavimentado com pedras lascadas, enquanto os sacerdotes caminhavam até ele, o cumprimentando, beijando a palma de sua mão direita e dizendo “Vida longa ao Rei”.
Assim que todas as formalidades estavam prontas, Colin ficou sozinho com o sacerdote de rosto sereno que o batizou. Ele foi o último a cumprimentá-lo.
— Rei Colin, o homem que convenceu a rainha a se casar, háhá, não achei que isso aconteceria. O senhor tem sido o assunto por aqui. Nunca vi essa cidade tão agitada.
O sacerdote indicou o caminho, e eles caminharam lentamente para frente de um confessionário.
— É um homem religioso, senhor Colin?
Ele deu de ombros.
— Não muito.
— Esta é a última etapa do seu batismo. Vamos conversar, apenas isso, está bem?
Colin olhou para o confessionário e depois para o sacerdote.
— Tenho mesmo que fazer isso?
— Claro, faz parte do processo. E como ministro e representante de vossa religião em Runyra, seria muito importante para mim que fizesse. — Ele ofereceu o caminho até o confessionário — Por que não entra?
Após um suspiro, Colin adentrou, sentindo um forte cheiro amadeirado. O lugar era pequeno para o seu tamanho, mas ele se ajeitou lá dentro. O sacerdote entrou do outro lado.
Era silencioso lá dentro e Colin se sentia em paz.
— Que a terra, a lua e as estrelas despejem a benção deles sobre você, Rei Colin. Como o senhor se sente? Seja sincero com seus sentimentos.
“Ser sincero…”
— Estou bem…
— Majestade, não vou julgá-lo. Portanto, não há necessidade de guardar tudo para si. Faz bem colocar os sentimentos para fora. Então agora me diga, como se sente?
Colin abriu a boca para dizer algo, mas ficou em silêncio. Sempre foi difícil falar como se sentia. Preferia guardar tudo como sempre fez. As pessoas o viam como um símbolo de força, virilidade, imponência, e falar sobre o que sentia, para ele, seria como demonstrar fraqueza.
— Majestade, tudo bem?
— Isso ficará entre nós, certo?
— Sim.
— Escute, sacerdote, não ligo se tem um cargo de prestígio em Runyra, se isso vazar, eu mato você, entendeu? Mas não sem antes fazê-lo sofrer o inferno, e acredite, consigo ser bem criativo quando quero.
— Não precisa se preocupar, nada do que disser sairá daqui.
Colin suspirou.
— Perguntou o que sinto, certo? Inquieto, essa é a resposta. Não sei se é o meu sangue, ou se isso se desenvolveu com o tempo, mas gosto do cheiro de sangue, cinzas, gosto de vinho e de foder. Mesmo quando não tinha sangue, vísceras ou a sensação inebriante de uma batalha brutal, eu podia extravasar com Brighid. Era algo intenso, do tipo que é bom, mas, ao mesmo tempo, violento. Eu gostava disso e ela também. — Colin começou a bater o pé no chão cadenciadamente — Então Ultan caiu, mas esse meu desejo continuou, e eu não tinha nada para alimentá-lo. Os carniceiros começaram justamente para que eu pudesse extravasar no campo de batalha, mas isso não funcionou muito bem. O problema, é que fiquei forte demais. — Ele olhou para cima enquanto sua pupila retraía — Já lutou uma batalha em que tinha certeza que iria morrer, sacerdote?
— Bem, isso nunca me ocorreu…
— A sensação é ótima! Só de pensar como é, eu fico excitado, mas isso sumiu com o tempo, ficou tudo morno. Meus inimigos são fracos, o vinho não tem mais o mesmo sabor e eu não durmo com uma mulher há meses. Nisso, as pessoas esperam que eu seja um exemplo quando eu não sou, então tenho que ficar aqui, fingindo, entrando nesse jogo social e político entediante. Sabe porque matei Otto, sacerdote? Eu disse a mim mesmo no começo que era para ficar conhecido, encontrar minha esposa desaparecida, parte disso é verdade, mas eu queria um desafio, queria aquela sensação de um combate mortal novamente, mas veio outras responsabilidades.
— Fala sobre as pessoas de seu ducado?
Colin fez muxoxo e começou a coçar a cabeça.
— Tenho que cuidar deles, são o meu povo e eles confiam em mim. Então me seguro, tento ser um exemplo, mas a verdade que já estou enlouquecendo. A sensação de ter poder e influência sobre as pessoas é uma faca de dois gumes. Gosto por um lado, mas odeio por outro. Quando enfrentei Nag, me senti revigorado, eu queria descontar nele, colocar tudo para fora, mas ele acabou sendo outra decepção, e eu me frustrei.
O pé de Colin continuava inquieto.
— Sinto muito que se sinta dessa forma, majestade. Deveria tentar a meditação. Ela ajuda a acalmar a mente.
— Não quero meditar, quero colocar tudo que guardo pra fora, descontar em algo ou alguém, só isso vai me acalmar. — Colin mordeu o polegar — Ayla é uma boa mulher, não quero descontar nela, mas se descontasse, eu não me sentiria culpado.
Aproveitando que Colin estava falando bastante, o sacerdote decidiu fazê-lo falar ainda mais.
— Por que o senhor aceitou o casamento político? Pelo que me disse, tudo que o senhor fez foi visando benefício próprio, mas o senhor ainda se preocupa com o povo, certo?
— Queria que eu fizesse o quê? Otto deixou aquele povo na miséria. Com sua guarda corrupta e seus impostos desleais, era só questão de tempo até que todos eles morressem, e esse seria o destino deles se eu tivesse continuado na minha. Mesmo que meus motivos fossem outro, eles são minha responsabilidade. Eu não pretendia me casar com Ayla, mas não recusei quando ela me propôs. Foi o caminho mais fácil e o que lesaria menos o meu povo. Seria bom para eles e bom para mim.
— Bom para o senhor?
— Sim, isso me tornaria reconhecido no Leste. Gente poderosa viria atrás de mim, e eu teria a batalha brutal que busco.
O sacerdote assentiu.
— O que realmente sente pela rainha?
Colin deu de ombros.
— Sendo sincero, não sei dizer. Às vezes quero decepar a cabeça dela, outras vezes tenho vontade de levá-la pra cama e fazer com ela pior que fazia com Brighid. No mais, Ayla é um degrau para o que busco, e isso não mudará.
— Brighid, a santa, é sua esposa, correto? O que sente em relação a ela?
— Eu a amo. Ela me salvou, entende? Sem ela, é como se eu tivesse destinado a me tornar o que desejava quando cheguei neste mundo. Estou me segurando o máximo que posso, mas tenho a sensação de que isso só está piorando. — Colin alisou a testa — No fim, sou só eu adiando o inevitável.
— Filho, o seu casamento com senhora Ayla mudará toda dinâmica não só do centro-leste, mas do continente, assim como a ruptura dele deve causar o mesmo efeito. Como acha que a santa se sentirá se souber que o senhor se casou novamente?
Colin franziu o cenho.
— Ela deve ficar chateada e me odiar durante um tempo, mas isso não importa. Mesmo se ela estiver viva, não acho que eu vá reencontrá-la. Me odiar não é um problema, quero que meus filhos, os filhos dos meus amigos, o meu povo, o seu, cresçam em paz. O continente pacificado será o meu presente de despedida pra todos vocês. Ela me odiar é a última coisa que me preocuparia. Entende agora, sacerdote? Sacrificarei uma boa esposa, uma família instável, em nome de um bem maior. Perderei tudo para dar tudo a vocês. — Ele coçou a cabeça novamente — No fim, sem a Ayla, isso não se tornará possível e eu sei muito bem disso. A rainha de vocês tem alguma utilidade no final das contas.
Não se ouviu nada no confessionário durante alguns segundos. O pé de Colin se acalmou e ele deu um longo suspiro.
— Se der certo como aspiro, morrerei em uma batalha brutal antes dos meus joelhos tocarem o chão. O fim perfeito para alguém como eu.
O sacerdote engoliu o seco.
— Não pensa em sua família? A família que terá com a rainha? As crianças precisam do pai, e o senhor, sendo quem é, os inspiraria profundamente, tenho certeza.
Colin fez que não com a cabeça.
— Pensei nisso quando Brighid me disse que estava grávida, mas não penso mais. Não dá pra criar filhos em um mundo como esse, por isso preciso pacificá-lo. Eu queria ficar, criá-los, mas o senhor também sabe que isso não é possível, sacerdote. Prazeres violentos têm finais violentos.
Colin suspirou. Ele se sentia mais leve, como se tivesse tirado uma montanha dos ombros.
— Acho que já terminamos, sacerdote.
— Posso dizer algo, senhor?
— Diga…
— Os mais velhos, como eu, viram o nascimento de Runyra. O senhor Fangil, pai de vossa majestade, era um homem que se parecia com o senhor, principalmente na imagem que transmitia para os outros. Era alto, forte, a imagem inabalável de um rei. Enquanto ele estava no auge, trouxe muitos avanços para a gente, além de nos proteger dos perigos externos. Ter essa imagem de volta em um novo regente é bastante animador. As crianças estão carentes de um herói para se inspirar, heroínas também. Você e a rainha já são vistos assim pelos mais jovens.
“Tsc…”
— Não sou um herói, depois de tudo que eu disse, você me diz algo estúpido assim?
— Histórias sobre sua carnificina? Já as ouvi antes, mas nunca ouvia nada sobre o senhor matar um inocente ou fazer mal a uma criança, muito pelo contrário. Dizem que entrou no covil de vampiros para resgatar garotinhas e destronou Otto, dando uma melhor condição de vida para o povo que assumiu, e o melhor, trouxe a esperança de um amanhã mais ensolarado para Runyra. Isso não é o que um herói faria? Quando o senhor se sentir em dúvida, basta olhar para as crianças, para o povo e verá que está no caminho certo.
Colin assentiu.
— Eu sei que estou no caminho certo. Passar bem, sacerdote, e não se esqueça, se isso vazar, eu te mato.
Ele empurrou a porta do confessionário e sentiu um clima mais leve. Por um momento foi bom não fingir. Estava na hora de retornar.
Colin retornou ao palácio, começou a subir as escadas para seu aposento, até que alguém o chamou.
— Senhor Colin! — Era um Elfo mordomo com os cabelos brancos penteados para trás. — Ahem! — Ele pigarreou — Vossa majestade me fez um pedido, arrumar o senhor para o casamento de amanhã. É um pouco em cima da hora, mas temos tempo.
— Me arrumar? — Ele abanou as mãos — Não preciso disso.
— Senhor, planeja casar-se dessa maneira? É um evento importante para todo reino. Quando quadros e pinturas forem feitas de vocês, será agradável ver que o senhor exibe a elegância e o charme de um rei, não concorda?
— …
— Perfeito, me acompanhe por gentileza, deixaremos o senhor com o toque real que merece — Após coçar a nuca, Colin começou a descer as escadas — Tem alguma cor preferida?
— Não sei… acho que preto.
— Claro, a cor que combina com tudo. O senhor ficaria elegante em um terno que costurei há algum tempo, só temos que adequá-lo para caber em alguém do seu tamanho.
— Tá…
O carniceiro passou algumas horas com o alfaiate e após tudo pronto, retornou para seus aposentos, deitado naquele colchão fofo e quarto enorme. Seus companheiros estavam se divertindo, conhecendo a cidade de cabo a rabo enquanto ele estava focado em outra coisa.
Após o casamento, sua prioridade seria encontrar sua tia e trazer para a cidade a última civilização organizada dos Elfos da floresta que se tinha conhecimento. Só então ficaria claro que caminho ele deveria seguir.
Ponderava em ir atrás de Alexander e Yanolondor. Era excitante imaginar os destruindo, implorando por suas vidas. Ansiava por tomar o lugar deles, destruir seus Deuses, destronar seus reis, era isso que o movia no momento.
Colin estava mudando.
Quando o sol nasceu, criadas invadiram seu quarto e disseram que o deixariam apresentável para o casamento. Elas fizeram o seu café da manhã, esquentaram a água da banheira e até o esfregaram, mesmo ele negando. O esfregaram como se fosse um animal sujo. Tiraram toda sujeira de seu corpo. Foi a primeira vez que ele se sentiu tão limpo desde que chegou a este mundo.
De banho tomado, Colin teve o cabelo penteado e cortado. Seu corte era semelhante ao undercut. Deixaram uma franja que ia até um pouco abaixo de seu olho e pentearam seu cabelo o partindo ao meio. Fizeram também sua sobrancelha, sumiram com sua barba cerrada e passaram alguns cremes em seu rosto.
Demorou algumas horas até elas terminarem. Com tudo pronto, foi a vez de irem embora e outras mulheres entrarem para vesti-lo. Colin usava um gibão preto com detalhes dourados, calças e botas pretas. Em suas costas uma capa real, algo luxuoso, digno de um rei usar.
Após quase oito horas, tudo estava pronto.
Alguém bateu na porta e ela abriu.
Dasken, Falone e Lettini adentraram. Os dois rapazes estavam trajando gibões pretos, mas sem bordas douradas como os de Colin. Dasken estava com a barba levemente aparada, e seu bigode encaracolado nas pontas destacava-se em seu rosto. Falone estava com os cabelos louros penteados para trás e Lettini estava de vestido escuro que realçava suas curvas. Seus cabelos estavam soltos, e suas olheiras foram cobertas pela maquiagem.
As servas fizeram uma reverência e deixaram o quarto.
— Colin? — disse Falone com a mão no queixo — É mesmo você? Há! — Ele apontou o indicador sorrindo — Eu não sabia que o senhor podia se vestir assim e nem que um dia tomaria banho, e qual é a desse cabelo? Está se parecendo com os nobres almofadinhas do salão hehe.
O carniceiro franziu o cenho e retirou a capa, a jogando no braço da cadeira.
— N-Não liga para ele — disse Lettini com o leque frente aos lábios — O-O senhor está muito bonito.
— Obrigado, Lettini. Não foi fácil ficar assim, sabia?
Falone gargalhou e abanou as mãos.
— Não precisa ficar assim, senhor, é só por uma noite, certo? — Ele apoiou a mão no queixo — Agora estou curioso para ver como senhora Ayla estará… Se bem que ela deve ficar bem em qualquer roupa.
Slap!
Lettini bateu com leque na nuca de Falone.
— Ai!
— Devia ter mais respeito com a mulher do chefe!
— Tá… foi mal…
— E como você está? — Indagou Dasken de braços cruzados atrás daqueles dois.
Colin suspirou e massageou o ombro.
— Estou bem, só sinto meu rosto queimando. O salão está cheio?
— Cheio?! — exclamou Falone — Mal coubemos lá dentro. Estava tão cheio que começamos a sentir calor. A cidade inteira está em festa também, nunca vi nada assim.
— Alunys e Leona estão bem?
— Estão no salão, comendo como sempre. — Falone desviou o olhar e coçou a bochecha meio sem jeito — Se o senhor ficará em Runyra, significa que não nos veremos mais?
— Não exatamente, nós só não nos veremos com frequência como antes.
Tanto Falone quanto Lettini desviaram o olhar cabisbaixos.
Slap!
Foi a vez de Dasken dar neles um tapa nas costas, quase os derrubando no chão.
— Digam para o senhor Colin o que vieram dizer.
Colin espremeu os olhos e aqueles dois ficaram ainda mais envergonhados.
— B-Bem… — gaguejou Falone — A-A gente é muito grato pelo que o senhor tem feito por nós… Depois que o senhor apareceu, eu pude ver meus pais sorrirem de novo… e eles nunca mais reclamaram da fome… — Ele abriu um sorriso bobo — Eles até falam o quão orgulhosos estão de mim e… eu até saio com algumas garotas agora hehe…
Foi a vez de Lettini.
— M-Minha mãe também diz que está bem orgulhosa de mim, e-e eu não tenho tido mais tanto medo das coisas… Meu irmão mais novo até diz que quer se tornar um soldado e ir direto para meu esquadrão… e e-eu finalmente descobri algo em que sou boa, graças ao senhor, senhorita Alunys e senhorita Leona.
Ambos se curvaram.
— Muito obrigado! — disseram em uníssono.
Colin abriu um sorriso genuíno. Foi a primeira vez que ouviu sobre como suas ações impactaram positivamente aqueles ao seu redor. Ouvir era uma coisa, mas ver companheiros que ele confiava demonstrarem gratidão era um sentimento completamente diferente. Ver seus companheiros bem o deixou sem reação. Ele corou levemente, coçou a nuca e olhou para o lado.
“Merda! Não sei o que dizer”.
— Por nada… — Ele recuperou a postura — Bem, vamos logo para o casamento antes que deem falta da gente.
Após apanhar a capa, Colin a passou pelos ombros.
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