Capítulo 262 - A Verdade.
Sabendo que a meditação era uma ferramenta poderosa para que evoluísse, Colin decidiu dedicar um tempo para essa prática, na esperança de acelerar sua evolução e alcançar a tão almejada variação vermelha.
Encontrando um espaço tranquilo em sua casa, Colin se sentou confortavelmente no chão, com as pernas cruzadas em uma posição estável.
Ele ajustou sua postura, mantendo as costas eretas e os ombros relaxados, criando uma base sólida para sua prática meditativa.
Com suavidade, ele colocou as palmas das mãos sobre os joelhos, sentindo a conexão entre seu corpo e o chão.
Cada toque era uma lembrança constante de sua presença física, ancorando-o ao momento presente.
Com os olhos fechados, Colin começou a direcionar sua atenção para a sua respiração. Inspirava profundamente, sentindo o ar preencher seus pulmões, e expirava lentamente, liberando qualquer tensão ou preocupação.
Ele notou a sensação do fluxo de ar passando pelas narinas, o movimento sutil de seu peito e abdômen se expandindo e se contraindo a cada respiração.
Conforme sua respiração se tornava mais calma e regular, Colin permitiu que seus pensamentos e preocupações se dissolvessem gradualmente, deixando espaço para a quietude interior.
Ele se concentrou em cultivar um estado de serenidade e clareza mental.
Após alguns minutos, Colin começou a visualizar-se envolto por uma luz branca, brilhante e reconfortante.
A luz começou a se expandir, preenchendo todo o espaço ao seu redor.
Ele fechou os olhos e permitiu-se mergulhar em um estado de tranquilidade profunda. Enquanto sua mente se acalmava, uma sensação de leveza e serenidade o envolveu.
Gradualmente, ele sentiu como se estivesse se desprendendo das amarras do mundo material, flutuando em um espaço vazio e infinito.
Nesse estado de contemplação, Colin sentiu-se minúsculo diante da grandiosidade do cosmos.
No entanto, ao mesmo tempo, ele experimentou uma conexão visceral com tudo o que o cercava. Era como se os átomos de seu ser estivessem entrelaçados com os elementos do universo, compartilhando uma energia universal.
Enquanto aprofundava sua meditação, Colin notou que sua consciência se expandia, permitindo-lhe sentir-se em sintonia com o cosmos.
Ele sentia-se capaz de se comunicar silenciosamente com o universo, transmitindo suas emoções, pensamentos e intenções mais íntimas.
Era como se as fronteiras entre ele e o universo se dissolvessem, revelando uma profunda interconexão entre tudo o que existe.
Aquela sensação era semelhante, foi como se tocasse o Lithium novamente, sentindo parte daquele conhecimento sendo absorvido mais uma vez.
Deixando sua mente vagar livremente, Colin abriu-se para a recepção de novas ideias e compreensões.
Através dessa prática contínua, ele começou a perceber que a meditação era uma porta para o autoconhecimento e para a compreensão das leis universais que regiam a existência.
Era um caminho para desvendar os mistérios de sua própria natureza e a essência do universo ao seu redor.
O Errante deu um longo suspiro e abriu os olhos, encontrando-se dentro da sala de treino particular de Ayla.
Colin ofegava, com a respiração pesada após uma meditação intensa.
O cabelo escuro molhado estava grudado na testa e no pescoço. Gotas de suor escorriam pelo seu rosto anguloso, formando pequenos riachos que desciam pelo seu pescoço e peito musculoso.
Seus braços grossos e definidos estavam tensos, revelando as veias saltadas sob a pele lisa e morena. Seus olhos amarelos brilhavam com uma intensidade quase animal, enquanto ele aos poucos recuperava o fôlego.
Vestia somente uma calça moletom preta, que se ajustava perfeitamente às suas pernas musculosas e bem torneadas. Seu corpo e físico estavam ainda mais impressionantes e bem trabalhados.
Mais alguns centímetros e ele alcançaria os dois metros de altura.
Enquanto o suor continuava a escorrer por seu rosto, ele se permitiu um breve sorriso, orgulhoso dos resultados alcançados.
— Hora de ver quanto evoluí nesses dias.
Colin ergueu uma das mãos e faíscas azuis começaram a pulsar em volta dele, fazendo com que as sombras se afastassem e a escuridão recuasse.
Ele fechou os olhos, respirando fundo, e então abriu-os novamente, fixando o olhar em um ponto distante à sua frente.
Uma faísca elétrica saltou entre seus dedos. A faísca cresceu, expandindo-se em um clarão que iluminou todo o recinto.
Quando a luz se dissipou, uma espada reluzente apareceu flutuando diante dele.
A espada parecia ser feita de um metal azul brilhante, com padrões intrincados gravados ao longo de sua lâmina.
Centelhas de eletricidade corriam pelo comprimento da espada, produzindo um zumbido alto e constante.
Colin estendeu a mão para pegá-la e, assim que seus dedos a tocaram, a espada pareceu ganhar vida própria.
Ela começou a zumbir ainda mais alto, e relâmpagos azuis saltaram da lâmina em todas as direções, iluminando o recinto com uma luz ofuscante.
Colin sorriu, sentindo a energia pulsar através de suas veias, enquanto ele empunhava a espada com uma mão firme.
Sua mana estava mais poderosa, mais agressiva, mas ainda não era o suficiente, ele queria mais.
“Minha conjuração de armas feitas de mana alcançou um nível que nunca imaginei… claro, minha compreensão sobre mana também evoluiu”.
A porta da sala de treinamento abriu, e lá estava Ayla usando blusa de manga longa amarela feita de linho justa ao corpo e uma calça preta que realçava sua cintura e também suas pernas torneadas. Seus pés estavam cobertos por um salto baixo.
Ela parou na porta e o viu ali, todo suado com seus músculos em evidência. Seu coração começou a bater mais rápido enquanto ela o observava.
Já fazia alguns dias que eles não se viam com tanta frequência, já que Ayla estava focando em seus afazeres administrativos, ensinando novas pessoas que estavam compondo esse departamento, enquanto Colin focava exclusivamente em seu treino desde a festa com os nobres.
Com a volta da mana de Colin, seus outros atributos também haviam aflorado de maneira significativa.
O seu treino estava sendo intensificado para todo seu corpo, assim como para as habilidades que tinha com seus contratos.
Ayla se aproximou dele, e ele sorriu ao vê-la.
Ela pôde sentir o cheiro do suor dele, enquanto se aproximava, e isso a deixou ainda mais animada. Parecia um aroma afrodisíaco natural que vinha do Errante.
Ayla notou a mana dele, e em como seu corpo estava se tonificando ainda mais.
— Algum problema? — perguntou ele. Ela balançou a cabeça, tentando afastar a excitação crescente.
— Não, eu só queria conversar com você — respondeu ela. Ele concordou, pegando uma toalha para secar o suor. — Acho que você vai gostar…
— Certo, vamos para o quarto e conversamos lá.
Com a toalha na cabeça, Colin passou por ela e caminhou pelo corredor do palácio.
Os servos encaravam seu rei e ainda ficavam um pouco envergonhados de vê-lo assim, mas Colin não se importava.
Ele subiu para o quarto e Ayla foi atrás.
O Errante foi até o banheiro do quarto e Ayla o acompanhou, observando-o enquanto ele passava a toalha pelo rosto, pescoço e peito.
— Qual a notícia? — indagou, admirando-se no espelho, vendo o resultado de seus treinos.
Como se fosse tirada de um estado de transe, Ayla desviou o olhar.
— Os países pequenos que ocupam uma parte do que já foi Ultan, querem fazer uma reunião com você… provavelmente querem um acordo de adesão, isso não é ótimo?
— Então eles finalmente se tocaram… típico de covardes. Alguma notícia de Valéria? De Brighid?
Ela balançou a cabeça.
— Ainda não…
— Certo. Samantha deve me escrever em breve, e Brighid é inteligente, ela deve tá bem, mesmo com as crianças. — Ele a encarou nos olhos. — E você, está bem?
Ela desviou o olhar, afastando uma mecha de cabelo para trás da orelha.
— Fiquei um pouco enjoada hoje de manhã, mas já melhorei…
Ayla sentia a tensão aumentando entre eles.
— Você parece estar treinando muito… — disse ela, seu tom de voz um pouco rouco.
Ele sorriu e deu de ombros.
— Meus treinos sem você se resumem a meditação. Eu não queria aceitar antes, mas meditar é bom, ajuda a manter a cabeça no lugar — disse ele. Seu olhar predatório pairou intenso sobre ela. Assim como ela, Colin devorou cada parte do corpo de Ayla com os olhos.
Após ter se tornado um rei, Colin sentia que algo dentro de si estava se transformando, evoluindo para além dos limites comuns.
O treinamento estava apenas intensificando isso.
Colin era alguém que tinha bastante energia, por isso sempre dormia pouco, e necessitava estar em constante movimento atrás de problemas para colocar essa energia para fora.
Tudo isso somava ao seu alto nível na Árvore da Pujança, que o deixavam ainda mais agitado, porém, Colin conseguia manter-se calmo na maior parte do tempo através dessa batalha mental consigo mesmo.
Os raros momentos que poderia extravasar, era quando estava a sós com Ayla.
Mesmo com toda essa intensidade, uma parte consciente e atenta permanecia dentro dele.
Essa parte reconhecia que precisava canalizar toda aquela energia, encontrando uma válvula de escape para liberar a tensão acumulada.
Então, movendo-se com uma mistura de vigor e paixão, ele avançou em direção à sua esposa, capturando seus lábios em um beijo, abraçando-o com força.
Ayla envolveu seus braços sobre os ombros dele, beijando-o de volta com ardor. Ela sentiu suas mãos grandes percorrendo seu corpo, seus dedos apertando sua pele com força.
Ela gemeu quando ele a levantou, suas pernas envolvendo sua cintura enquanto ele saía do banheiro e a levava para a cama.
Eles se beijaram e se tocaram com urgência. Colin não tirou as roupas de Ayla, ele simplesmente as rasgou.
Seus corpos lentamente se fundiam em uma única entidade. Aquele momento era carregado de intensidade e luxúria, uma manifestação física do fervor que ardia em seu interior.
Ayla não conseguia pensar em nada além do prazer que ele estava lhe dando, a sensação de seu corpo forte e musculoso se movendo sobre o dela, e continuaria assim se ela não tivesse algo martelando em sua cabeça.
Ayla o interrompeu, colocando as mãos sobre os ombros dele, o afastando. Seu rosto corado e seus olhos brilhantes entregavam seus sentimentos, mas ela se manteve firme.
— Colin… — disse com voz manhosa. — Você me ama?
Ele a ignorou, avançando sobre ela, mas Ayla o interrompeu novamente.
— Me responde, por favor… você me ama?
— Por que eu não a amaria?
— Quero ouvir da sua boca. — Por um momento, pareceu a antiga Ayla falando. — Sou sua esposa, você o meu marido e eu estou grávida. Desde o dia em que nos casamos, você se tornou o centro da minha vida. Estou disposta a deixar o reino em segundo plano, mas preciso saber se nossas prioridades estão alinhadas.
Colin continuava com seu olhar predatório sobre ela.
— Não me importo tanto assim com Runyra — disse ele. — Mas ainda assim, esse reino é meu. E daí se virei rei por matrimônio e não por sangue? E daí se sou Elfo, Meio-Elfo ou humano? Eu não dou a mínima para isso. Por esse reino ser meu, eu vou protegê-lo, assim como vou proteger você, as crianças e o filho que você carrega. Quer saber se você é prioridade? Sim, você é, assim como as crianças e todos com quem me importo. Me responda, Ayla, que tipo de homem daria a própria vida para proteger algo se não amasse profundamente aquilo que está defendendo?
Ayla continuou em silêncio, focando seus olhos nos do marido em cima dela.
— Quando decidi me casar com você, Colin… — disse ela em um tom firme. — Fiz uma aposta, e eu nunca entro em uma aposta para perder. Eu te amo, isso é inegável, mas não sou uma pessoa irracional a ponto de fazer escolhas tolas. — Ela desviou o olhar por um momento, como se estivesse compartilhando um segredo profundo. — Admito que, inicialmente, havia ponderado usar você, assim como estava disposta a ser usada. Eu imaginava que minhas prioridades permaneceriam inabaláveis, como sempre foram. No entanto, perdi o foco… deixei as emoções falarem mais alto do que a razão, e isso provocou uma mudança nas minhas prioridades… agora, você, as crianças e a nossa família são minha prioridade absoluta…
Era como se estivesse liberando sentimentos que havia mantido guardados dentro de si por muito tempo.
— Sendo sincera… — Ela continuou. — O sonho de ter uma dinastia que durasse mil anos se tornou distante, e vendo melhor, percebo que é um desejo infantil. Era só o desejo daquela pequena Ayla de querer continuar o legado do pai, mas… eu nunca fui prioridade do meu pai, a prioridade dele sempre foi minha mãe, mesmo depois de morta… — Ela estava compartilhando pensamentos dolorosos. — Fui criada assim, para conquistar, tomar o que pertence aos outros, ser mais esperta que qualquer um, uma arma que faz a vontade dos conselheiros e da elite de Runyra…
As mãos de Ayla, que antes estavam firmemente apoiadas nos ombros de Colin, começaram a deslizar suavemente por seus braços fortes, seguindo um caminho delicado até alcançarem a cama macia onde estavam deitados.
Ayla revelava sua vulnerabilidade naquele momento, entregando-se por completo a Colin.
A Meia-Elfa havia dado sinal para que ele continuasse com a investida, mas ele não o fez.
— O que você quer, Ayla?
Ela o encarava no fundo dos olhos.
— O que quero… — Repetiu as palavras para si mesma. — Não sei… nunca pensei sobre isso… acho que sair daqui e ir para um lugar distante… criar nossos filhos longe de todo esse caos, uma vida tranquila, longe de Alexander, conselheiros ou qualquer tipo de conflito… — Ela forçou um sorriso. — Mas isso é impossível, né? Todas essas pessoas dependem da gente, e se a gente simplesmente desistir, eles serão destruídos… eu não quero que isso aconteça… somos o porto seguro deles, né? Eles veem até aqui sabendo que vamos protegê-los, a gente não pode simplesmente abandonar todos eles…
— Você tem razão — disse Colin tocando o rosto dela. — Somos adultos, Ayla, temos responsabilidades, mesmo que isso implique em sacrificar nossos desejos ou aquilo que nos compõe. Não foi tão ruim quanto pensei me tornar rei, mas meus motivos estavam além de te dar um filho para sua dinastia milenar ou encontrar Brighid. — Ele aproximou seus lábios até os dela. — Eu queria me tornar um alvo, e isso funcionou, todos os desgraçados do Centro-Leste estão atrás da minha cabeça.
Por cima dela, Colin segurou os dois pulsos de Ayla com a mão direita, com a esquerda apalpou seus seios, e deslizou a mão até o rosto dela. Com a mão esquerda espremeu as bochechas dela e deu nela um beijo intenso, afastando-se após quase um minuto inteiro.
— Quando Ultan foi destruída, meus amigos mortos e minha mulher separada de mim, eu percebi que eu era uma formiga no meio de cães grandes demais para eu lidar. Vaguei por meses com uma ideia na cabeça, de que eu precisaria encontrar Brighid para matar o que me deixava inquieto, mas tive um estalo, eu estava esquecendo do mais importante. Não importava o quanto eu a procurasse, eu continuava sendo uma formiga, como eu a protegeria, protegeria os meus filhos sendo tão inútil? Então decidi ficar tão grande quanto meu pai, Graff, Drez’gan… eu queria poder, e me casando com você eu sabia que teria isso, além de terras, uma legião que me obedecesse e um enorme alvo nas minhas costas.
Era uma experiência única para Ayla testemunhar Colin em sua verdadeira essência, sem máscaras ou disfarces, e surpreendentemente, isso não a incomodou.
Desde o início, Ayla havia se casado com Colin por reconhecer nele um potencial sombrio, a capacidade de se tornar um monstro, mas um monstro que ele mesmo pudesse dominar e controlar.
Colin continuou.
— O que eu precisava para alcançar aqueles cães? Um Reino? Poder? Companheiros? Sabe o que aqueles que querem minha cabeça, os assassinos que vagam pelas ruas, estupradores, traficantes de escravos e toda essa corja tem em comum?
Ayla continuou quieta, vendo lentamente os olhos de Colin retraírem.
Ele chegou mais próximo dela.
— Todos esses desgraçados passam dos limites, como eu venceria gente assim sendo o mesmo Colin de sempre? Fazendo as coisas certas e sendo uma pessoa moral? Isso é impossível! Eles sempre estariam um passo a minha frente desse jeito, então pensei comigo mesmo, “Colin, o que você está fazendo? Você precisa ser mais realista e passar dos limites também!”, e foi o que fiz. Agora os desgraçados do resto do continente apontam o dedo para mim e me chamam de louco, de assassino, carniceiro, é, eu sei, mas isso não faz a menor diferença para mim.
“Colin…”.
— Aqui estou eu! — Ele continuou — Disposto a rolar na lama e ficar tão sujo quanto essa escória toda, disposto a sacrificar parte de mim para alcançá-los nem que seja um pouco. É isso que faço, Ayla. E daí se vão me julgar, se afastar de mim? Eu não ligo para isso, e não sou ingênuo a ponto de achar que consigo alcançar meu pai ou Drez’gan sendo o mesmo de sempre. Os grandes sempre fodem os pequenos, Ayla, e se os grandes são um bando de desgraçados, eu vou me tornar o maior desgraçado de todos.
Enquanto ouvia Colin falar sobre tudo aquilo, Ayla começou a sentir uma sensação de ambiguidade. Ela admirava sua determinação, mas, ao mesmo tempo, se perguntava se essa era a única forma de alcançar seus objetivos.
Ela também sentia uma pontada de preocupação.
Ayla entendia que seguir por esse caminho de se tornar “o maior desgraçado de todos” poderia levá-lo a perder parte de sua humanidade e se distanciar de sua essência.
Ele estava se afastando cada vez mais da ideia de controlar o monstro que havia dentro de si. Em vez disso, estava se transformando na própria personificação desse monstro.
As características sombrias e assustadoras que antes ela acreditava que Colin poderia direcionar e dominar, agora pareciam consumi-lo por completo.
Vê-lo se destruir dessa forma não era algo que ela desejava.
— Colin… — Ela desviou o olhar. — Não acho que esse seja o melhor caminho… — Ayla decidiu tocar em um ponto fraco do marido. — Acho… que não é o que Brighid iria querer…
Ele franziu o cenho e desviou o olhar.
— É o que decidi, e isso não vai mudar. — Voltou a encará-la nos olhos. — Alguém tem que proteger vocês, este reino, as crianças, nossa família… faço isso para que vocês não precisem. Não importa quais sejam meus inimigos, eu aguento, tenho que aguentar, mas não sei por quanto tempo. Alunys, Leona, Jane, Valagorn, Heilee, os carniceiros, Brighid, você e até mesmo todos os meus filhos, toda lâmina ou ameaça direcionada a vocês, eu faço questão de me colocar na frente e recebê-las. Continuarei aguentando até que todos vocês sejam poderosos o bastante para conseguirem se virar sem mim e não precisem se tornar o que eu me tornarei.
Foi impossível Ayla não se sentir admirada com aquelas palavras, e um tanto culpada. Enquanto continuava pensando somente em si, Colin pensava em todos, principalmente na família que estavam criando juntos.
Um pequeno filme passou em sua cabeça.
Lembrou de quando foram para o território hostil juntos, de quando Colin enfrentou Nag sozinho, de como ouviu da tia de Colin em como ele ficou para lutar contra os Caçadores de Espectros, e das inúmeras histórias que até mesmo as crianças que o chamavam de pai adoravam contar.
Ela entendeu que a virtude de se sacrificar pelo bem de todos sempre foi algo inerente a ele. Colin sempre colocou a segurança de qualquer um acima da sua, no único momento que decidiu se salvar, acabou se separando de Brighid e de seus filhos.
Ele não deixaria isso acontecer novamente, mesmo que isso implicasse na destruição de sua essência.
O vendo assim, como ele realmente era, os olhos de Ayla se encheram de preocupação, mas nada havia a ser feito além de aceitar.
Dizer que ela estava disposta a compartilhar aquele fardo não surtiria efeito algum, ela conhecia Colin perfeitamente para saber que ele gostava de dividir bem as tarefas, e não admitiria de modo algum que ela segurasse aquele fardo junto dele.
Lágrimas brotavam do canto de seus olhos.
Ayla já era consumida com a ideia de que Colin eventualmente acabaria tendo a vida ceifada, e mesmo assim, ele continuava mantendo um pensamento altruísta.
Ela havia se decidido que enquanto estivessem juntos, faria da vida dele a melhor possível para que ele pudesse partir em paz.
— Perdão por toda essa conversa… — disse com a voz chorosa. — Eu não quis há nenhum momento te colocar a prova, eu só precisava ter certeza de que você não me abandonaria, não abandonaria a sua família…
Ele entrelaçou suas mãos nas dela com uma ternura intensa, inclinando-se para beijar suavemente o pescoço de Ayla.
O toque dos lábios dele enviou arrepios deliciosos pela sua pele, e ela não pôde conter um gemido sutil de prazer que escapou de seus lábios entreabertos.
Enquanto ele a segurava, Ayla sentia a presença poderosa e dominante de Colin dentro dela, uma conexão profunda e apaixonada que a deixava ansiando por mais.
Cada movimento, cada toque, era uma sinfonia de prazer e desejo compartilhado.
— O seu pedido de casamento, eu poderia ter o ignorado — disse ele em um tom firme. — Poderia fazer as coisas como sempre fiz, com um passo de cada vez, mas isso levaria tempo, e eu não tenho isso. Meu casamento com você acelerou bastante os meus objetivos. Agora que você sabe os meus motivos, nunca mais toque nesse assunto novamente. Ver minha esposa duvidando de mim me deixa irritado.
Ayla sentiu uma onda de excitação percorrer seu corpo, uma sensação de submissão e entrega que a estimulava intensamente.
Suas pernas se envolveram em torno da cintura dele, buscando uma conexão ainda mais profunda, ansiando por se entregar totalmente àquele momento.
As palavras de Colin ecoaram em sua mente, despertando uma resposta erótica dentro dela.
Cada traço de autoridade em sua voz fazia com que Ayla se sentisse mais excitada, intensificando sua entrega e desejo.
Ela se perdeu na paixão do momento, incapaz de formular qualquer pensamento racional, completamente envolvida na poderosa fusão de seus corpos.
— Co-Colin, peço perdão se o ofendi, e-eu não queria-
Antes que pudesse terminar sua frase, Colin avançou, encontrando seus lábios em um beijo voraz. Os lábios se moviam com urgência, suas línguas se entrelaçando em um dueto sensual e faminto.
A intensidade do beijo correspondia ao ritmo acelerado dos movimentos de seus quadris, levando Ayla a um estado de êxtase onde tudo o que importava era o prazer compartilhado entre eles.
Ayla se entregou completamente à paixão ardente. Cada movimento, cada toque, cada gemido era uma expressão visceral do amor e desejo que ela sentia.
Naquele momento de intensa união, o mundo ao redor desapareceu, restando apenas o calor do corpo de Colin contra o seu.
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