Capítulo 268 – Destino, Praga e Incerteza.
Após cavalgarem até uma área segura, localizada bem no coração da densa floresta, eles finalmente pararam e acenderam uma fogueira para se aquecerem.
Apesar do semblante gentil de Brighid, ambos ainda sentiam um temor latente em relação a ela.
Enquanto as chamas crepitavam, Brighid habilmente assava dois coelhos sobre o fogo, cuidando para que ficassem no ponto certo. O aroma delicioso da carne grelhada preenchia o ar, despertando ainda mais o apetite daqueles dois.
Com um espeto em mãos, Brighid pegou um dos coelhos assados, mordeu um suculento pedaço da coxa e, em um gesto generoso, passou o espeto primeiro para Eden e depois para a garota.
— Há comida nos alforjes, mas é melhor poupar já que conseguimos caçar. — Ela olhou para a garota. — E então, agora que as coisas se acalmaram, por que não começa a se explicar?
Sentindo-se intimidada, a garota engoliu em seco.
— Tá… O-Obrigada por me salvar… — Ela abaixou a cabeça. — De verdade, muito obrigada…
Brighid mordeu outro pedaço do coelho e abanou as mãos.
— Certo, como se chama, e por que aquele cultista estava atrás de você?
Ela apertou o cajado em suas mãos.
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— Pra-Prazer, me-meu nome é Sylvana! Me-Meu mestre e eu estávamos fazendo uma missão de resgate… — Ela desviou o olhar. — Conseguimos resgatar algumas pessoas e acabamos com algumas células do culto… nosso último ataque foi um sucesso, entregamos a garota para a família, mas o líder do culto nos seguiu até nosso esconderijo. Meu mestre ficou para lutar com ele e eu fugi… — Ela engoliu em seco. — Me-meu mestre continua vivo, mas acredito que ele esteja muito ferido, eu posso sentir isso!
Brighid apoiou a mão no queixo pensativa, analisando toda situação.
“Entendi… se eles estão acabando com essas células cultistas, então o número deles devem ser bem alto. Que merda aconteceu aqui? Desde quando Drez’gan começou a ser cultuado?”, ela franziu o cenho. “Será que estou me recuperando mais rápido devido ao culto? Se Drez’gan se fortalece com preces, sacrifícios e orações, então todos os apóstolos também se fortalecem, mas ainda é pouco… Thaz’geth está nesse plano, minha maior preocupação é ela conseguir seu poder total enquanto permaneço nessa forma patética.”
— Sylvana, quantas células vocês destruíram exatamente?
— A-Acho que vinte e seis.
“Certo, é um número bem maior do que previ. Para o líder da organização ir atrás deles, então significa que os esforços deles deram resultados.”
— Viu qual árvore o líder deles domina?
Sylvana olhou para o lado pensativa.
— Bem… não sei ao certo, mas vi ele conjurando um círculo mágico carmesim, e depois vi sangue deixando o círculo…
“Um usuário de magia capaz de controlar sangue… isso é problemático.”
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— Consegue sentir a mana do seu mestre? Sabe me apontar para que lado está?
Sylvana assentiu com a cabeça.
— No-Noroeste! — Sua voz ainda trêmula devido à emoção e ao medo que a dominavam. — Está fraco, ma-mas eu sei que ele está lá!
Brighid assentiu novamente e, após morder um delicioso pedaço do coelho assado, ergueu-se de sua posição, encarando Sylvana e Eden com seriedade.
— É o seguinte, Sylvana, você nos guiará até o garoto, quando estivermos com ele vamos atrás do líder dos cultistas. Espero que ele seja um apoio valioso. — Apontou para Eden. — Vocês vão cuidar um do outro até lá.
Engolindo em seco, Eden assentiu.
— Ma-mas e você, senhorita Brighid?
— Eu me viro, e não ajam impulsivamente. Sempre que tiverem que tomar alguma decisão, me consultem. — Ela suspirou. — Espero acabar com isso rápido.
[…]
Em um cômodo coberto por magia, o velho Franz, Marcellus e Dieter estavam sentados em uma mesa redonda discutindo.
Aquela era uma sala espaçosa, iluminada por velas que ardiam em suportes de metal presos às paredes. A atmosfera tão tensa quanto solene, com uma mesa grande no centro cercada por cadeiras de madeira escura e uma série de mapas e documentos espalhados sobre ela.
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Uma lareira acesa em um canto fornecia calor e luz adicional, enquanto uma cortina pesada cobria uma janela estreita que parecia levar a algum lugar subterrâneo.
Franz enfiou a mão no paletó escuro e retirou um frasco pequeno, o balançando com um sorriso.
— Senhor Alexander me deu isso, hehe.
Marcellus era o mais tenso dos três.
— Tem certeza que ninguém te seguiu? Ayla tem espiões por todo canto, eles não estão vigiando os seus passos?
— Tenho sido discreto, e não precisa se preocupar, eles não vão me pegar, muito menos aquela criatura das sombras de Ayla. Estamos seguros aqui.
Foi a vez de Dieter falar.
— E então, o que é isso?
Franz balançou o frasco novamente.
— Uma praga! — Eles entreolharam-se. — Aquele mestiço de merda tem muito apoio popular, então pensei em algo para acabarmos com isso.
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— O que essa “praga” faz, exatamente? — perguntou Dieter.
— Ela vai deixar quem não for Elfo, doente. Febre alta, náuseas, vômitos… claro, crianças e velhos serão mais vulneráveis.
Marcellus engoliu em seco.
— Você… quer começar uma infestação?
— Claro! Os Reis são metades Elfos, e centenas de Elfos chegam aqui todos os dias, nosso reizinho até trouxe os últimos Elfos da floresta para residirem aqui. O povo precisa acordar, se a popularidade do Elfo cair, então ficará fácil destituí-lo de seu cargo.
Dieter assentiu e encarou melhor o frasco.
— Você quer depor os reis, é isso?
— Claro! As coisas só vão funcionar quando um dos nossos ocupar o lugar, um fantoche que a gente controle!
Aqueles dois acharam o plano de Franz ótimo, mas havia um único empecilho.
— Se formos descobertos… sabe que estaremos mortos, não sabem?
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Franz abriu um sorriso convencido.
— Convenci um de meus funcionários a começar “acidentalmente” essa praga. Ele é um Elfo, tem filhos pequenos, e fiquem tranquilos, ofereci a ele um bom dinheiro.
Dieter abriu um sorriso de orelha a orelha.
— Se dermos sorte, aqueles pirralhos que o reizinho chama de filho acabem indo dessa pra melhor, hehe, imagina como ele se sentiria!
Franz sorriu junto.
— Claro, as chances são pequenas, mas espero que a criança que nossa querida rainha dará à luz tenha o mesmo destino. E se Colin nos atacar, as pessoas se voltarão contra ele, já que será um “Elfo” atacando humanos. Com o caos que a praga gerará, esse será só mais um motivo para se virarem contra ele.
— Bem… — disse Marcellus pensativo. — E se nada disso funcionar? E se Colin ainda for o rei quando senhor Alexander atacar Runyra?
O velho Franz pegou seu isqueiro de prata e acendeu um cigarro grosso. A luz da chama iluminou momentaneamente seu rosto, revelando as rugas profundas em torno de seus olhos.
— Alexander tomará Runyra, acabará com a família real e destruirá os Elfos. — Franz inalou profundamente e soltou uma nuvem de fumaça, que flutuou no ar como uma névoa. — Darei algumas amostras do antídoto da praga para vocês, deem para seus familiares quando os sintomas começarem.
Marcellus continuava apreensivo.
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— E se… Alexander perder?
Franz e Dieter caíram na gargalhada.
— O que é isso, Marcellus, hehe! — desdenhou Dieter. — Ele assustou tanto assim você? Franz e eu tivemos nossos olhos arrancados, enquanto você continuou com seu jantarzinho real e até recebeu presentes do Rei, você era o que menos deveria temer.
— E não há nada a temer, o carniceiro do centro-leste só tem fama por ter matado um punhado de Hobgoblins, Orcs, e um bando de bandidos. Duvido que ele consiga fazer algo contra um usuário habilidoso de magia.
Ouvir aquilo deixou Marcellus mais tranquilo.
— Vocês têm razão — disse ele. — Há muita coisa contra o carniceiro, duvido que ele consiga aguentar tudo isso sem desmoronar, nem mesmo Ultan conseguiu.
A noite seguiu com os três bebendo sem parar.
[…]
Longe dali, Kurth enfaixava seu braço esquerdo.
Ele estava bem, com apenas alguns arranhões. Sentado e com as costas na parede, ele pensava no líder dos cultistas.
Aquele homem não tinha um corpo tão robusto, mas sua habilidade com sangue era invejável. De algum modo, conseguia fazer seu próprio sangue ficar flamejante, além de conseguir criar armas de sangue bem mais efetivas que armas convencionais.
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“Tsc… mestra Nezludra disse que ele era um membro da Encruzilhada, não achei que fosse tão poderoso assim. Não há como me aproximar dele, e ele consegue muito bem manter a distância entre a gente, sem falar que estou sem Sylvana… espero que ela esteja bem…”
Sentiu um arrepio na espinha e olhou para a entrada da caverna.
Dois cultistas com olhos esmeraldas lampejantes adentraram a caverna coberto por capas escuras.
— Então é aqui que você se esconde, ratinho!
Kurth ficou imediatamente em guarda apanhando o seu arco. Puxou a corda até o extremo e conjurou uma flecha com magia do vácuo.
Boom!
Ele atirou no chão próximo aqueles dois, levantando poeira e lançando pedras para todo lado.
— Você não vai fugir, rato desgraçado!
Um dos cultistas apontou a palma da mão para onde Kurth estava, mas sentiu um arrepio na espinha. Ao se virar, viu Kurth segurando uma lâmina de vácuo. Ele não sabia qual a extensão da lâmina, já que não podia enxergá-la.
“Merda!”
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Ergueu os braços em forma de cruz para se defender, mas seus braços foram cortados ao meio com seu crânio.
O outro cultista arregalou os olhos e dobrou os joelhos saltando em direção à floresta.
“Tsc… esse pirralho é rápido! Não é só as habilidades com arco dele que são boas, mas as com espada também, sem falar que é difícil acompanhar aqueles golpes… isso é estranho, mesmo ele sendo um usuário do vácuo, era para eu conseguir ver o formato de sua mana, mas nem isso é possível! Aquele braço enfaixado… ele puxou a corda do arco com ele e segurou a lâmina com ele, há algo naquilo que consegue esconder a forma de sua mana? Isso seria impossí-”.
Crash!
Uma das flechas de vácuo transpassou o seu peito.
Ele olhou o buraco, olhou para frente e viu Kurth deixar a nuvem de poeira ajeitando o enorme arco ornado em suas costas.
“Esse garoto…”.
O cultista desabou na neve, a tingindo de vermelho.
Caminhou até o cultista e o virou com o pé, vendo o estrago que havia feito naquele homem. Abaixou-se e fuçou em seus bolsos, não encontrando nada. — Porcaria… vão ficar mandando cultistas atrás de mim até conseguirem me vencer pelo cansaço, né? Isso é problemático, preciso encontrar logo o líder da guilda e terminar com isso, mas primeiro, achar Sylvana é minha prioridade.
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