Capítulo 361 - Coen X Safira.
O encontro titânico entre Coen e Safira desencadeou uma tempestade de destruição no pacífico vale já machado pelo ataque anterior da Caída.
Quando as esferas de energia colidiram, o céu se iluminou com uma explosão de luz deslumbrante, enquanto raios e chamas se entrelaçavam em uma dança violenta.
O impacto das esferas de energia fez com que ondas de choque se propagassem pelo solo, desencadeando terremotos que fizeram as montanhas circundantes tremerem.
No solo, abriram-se fendas profundas, criando abismos que pareciam devorar a paisagem. Rochas se desprenderam das encostas, criando avalanches de pedras que ecoavam pelo vale.
As chamas de Safira dançavam furiosamente, envolvendo tudo em seu caminho em um manto de destruição incandescente.
Raios lançados por Coen rasgavam o céu, iluminando a paisagem em tons de azul elétrico.
A vegetação que antes adornava o vale foi reduzida a cinzas, consumida pelo fogo voraz e pela energia elétrica descontrolada.
Árvores centenárias foram despedaçadas e o solo se transformou em uma massa irreconhecível de rochas e terra despedaçada.
O eco dos rugidos da batalha reverberava pelas montanhas, como se a própria terra estivesse gritando em agonia.
Woosh!
Safira deixou a fumaça, apoiando seus pés gentilmente no chão. Suas vestes estavam chamuscadas, mas ela ainda estava inteira.
— Você é lenta! — disse atrás dela.
Bam!
Coen tentou acertá-la com um chute arqueado, mas Safira defendeu-se com maestria usando seu antebraço. Sua luta contra Colin e suas companheiras havia aprimorado todos os seus sentidos.
“Ele não é forte como senhor Colin ou Leona, está muito abaixo deles!”
Woosh!
Usando seu portal, Coen fugiu, reaparecendo em cima de seu círculo mágico.
— Sua capacidade evolutiva é impressionante, Safira. Diria que supera muitos guerreiros que já vi lutar, inclusive entre os caídos.
Ele ergueu a palma da mão na direção dela.
— Mesmo que tenha enfrentado oponentes formidáveis, você ainda é inexperiente.
Ligeira, a caída juntou as mãos formando um selo. Ao seu lado, esferas de terra começaram a levitar, ficando tão quentes quanto magma. Movendo os braços, as esferas ficaram chapadas, assumindo a forma de Shurikens gigantes com seis pontas.
“Se concentrou em evoluir suas árvores secundárias? Impressionante.”
Woosh! Woosh! Woosh!
As enormes estrelas ninjas de lava foram lançadas, girando em uma velocidade mais que impressionante. Coen abriu um sorriso de canto, conjurando sua espada de raios carmesim.
Ting! Ting! Ting!
Com a precisão de um espadachim experiente, ele as rebateu para longe, mas como uma dança, Safira as controlou, fazendo-as retornar com o dobro de velocidade e precisão.
Deixando seu oponente distraído, a Caída cerrou os olhos, inspirou profundamente, enchendo os pulmões com todo ar que ela conseguia suportar.
Rooar!
Como um dragão, ela cuspiu fogo, mas Coen que se esquivava de suas shurikens não era o seu alvo, e sim, o chão em que ela estava.
O solo, vermelho como brasa, começou a rachar e pilares de magma explodiram, jorrando da terra com uma pressão assustadora.
Era o tipo de técnica que ela queria ter testado contra Leona, mas a pandoriana não deu chance alguma para isso. Porém, ela sabia que Coen era do tipo que sempre tinha uma carta na manga, por isso treinou essa técnica em uma dimensão simulada e em segredo.
“Gorred usava golpes de pressão, e eu sempre quis saber o que ele usava para isso. Depois de inúmeros testes, percebi que ele conseguia mudar em poucos segundos as zonas de alta e baixa pressão, e conseguia fazer isso de maneira tão natural que eu mal conseguia perceber. No fim, essas zonas de pressão são alteradas com calor e oscilação de movimento.”
Boom! Boom! Boom!
Jatos de lava continuavam a ser lançados, inundando todo o vale em um mar de magma que parecia não ter fim.
Ting!
Coen rebateu a última shuriken, a mandando de volta para o magma.
— Quer me torrar, garota? — zombou.
Os pés da caída estavam afundados até a canela no magma, o calor era reconfortante para ela. Após suspirar, ela espaçou os pés e ergueu os punhos.
“Eu consigo ver…”, pensou ela. “Toda essa área está infestada de mana, a minha mana. Uma zona perfeita de alta pressão!”
Coen estava atento a tudo lá em cima.
“O que pretende, garota? Transformou esse lugar no seu território, mas para quê? Não é tão rápida quanto eu, e consigo absorver suas técnicas. Terá que tirar algo da manga se quiser me vencer.”
Calma, Safira inspirou novamente e deu um cruzado no ar. Coen não entendeu o movimento, até que um poderoso golpe de pressão o atingiu no flanco, o levando direto para a lava e, antes de tocá-la, ele desapareceu.
Woosh!
Ele reapareceu ao longe, seu braço estava quebrado, mas aos poucos a serpente em seu torso começou a curá-lo.
“Então ela aprendeu a criar golpes de pressão só observando Gorred…? Brilhante, mas precisará de mais que isso se quiser acabar de vez comigo, garota.”
Empolgada, Safira estava sorrindo, um sorriso maligno.
— Se sua senhora o chama, o fogo se torna vidro, o vidro se torna gelo e o gelo se torna poeira. Venha até mim, criatura que queima o mundo!
Boom!
Torres de lava jorraram do rio flamejante, e aos poucos algo colossal começou a ganhar forma, ficando de pé. Era um titã feito de magma. A criatura era um cavaleiro, usava armadura e uma espada longa.
A caída abriu os braços e o titã girou a espada, batendo a ponta no magma. O golpe reverberou como se uma pedra tivesse sido lançada no rio.
Das ondas, dezenas de outros soldados de lava emergiram, usando lanças, escudos, arcos e flechas.
Próximo aos pés dela, a lava borbulhou, formando um pilar que a suspendeu aos céus, deixando na altura de seus titãs de vinte metros.
— Sempre tive minhas dúvidas em relação aos Caídos, por isso aperfeiçoei essa técnica. Este é o meu território, mestre Coen, todos os meus guerreiros podem usar golpes de pressão para parti-lo ao meio. Você só tem uma chance de sair vivo daqui, fugindo como um covarde que é!
Mesmo que a situação parecesse preocupante, Coen não se desesperou. Safira era habilidosa, mas estava longe de ser um desafio de verdade.
— Surpreendente, garota. Merece meus parabéns pelo espetáculo, mas eu esperava mais de alguém como você. Armou tudo isso pensando em lutar contra mim? — zombou. — Reconheço seus esforços, mas terá que fazer mais que isso.
A Caída não desfez seu sorriso. As palavras de Coen não significavam nada para ela.
Como se sua mão fosse uma espada, ela cortou o ar.
Woosh!
O errante usou seus portais para se esquivar de algo que arrancou o topo de um morro quilômetros à frente, fazendo a terra chacoalhar.
Imponentes, os enormes guerreiros de lava também prepararam os seus próximos movimentos.
Coen teria que se mover mais rápido do que se moveu em toda sua vida se quisesse sobreviver. Mesmo com a situação sendo crítica, ele encarou tudo aquilo como brincadeira.
Nas alturas, longe dali, a pandoriana de Coen estava cercada por dezenas de cavaleiros etéreos conjurados, impedindo que ela avançasse.
Com suas quatro espadas, a pandoriana rebatia as formas etéreas, e quando as cortava, as formas juntavam-se novamente.
“Tsc! Essa desgraçada sabe como luto. Só preciso de uma chance, e então…”
Swin!
Um dos soldados a cortou no busto e a pandoriana saltou, cruzando os quatro braços, protegendo todo seu corpo com as espadas.
— Os sátiros oravam para uma criatura da sua raça — disse a pixie. — Os Reanaux, divindade dos ferreiros. Não me espanta que tenha uma das sete espadas forjadas com a raiz da grande árvore.
A mulher abriu um sorriso.
— Essas espadas pertencem aos Renauxianos, nada melhor que um deles para mostrar do que ela é capaz, certo? Mostrarei a uma deusa sem fiéis como se realmente usa uma espada!
A pandoriana de quatro braços, com uma concentração feroz, canalizou mana em uma de suas espadas, fazendo-a brilhar com uma luz intensa e pulsante.
Com um grito de batalha, ela avançou, e a lâmina energizada cortou o ar, desintegrando os soldados de mana que se interpunham em seu caminho.
Eles explodiam em faíscas de energia, dissipando-se como névoa ao amanhecer.
“Aí vem ela!”
Ao alcançar a pixie, a pandoriana foi surpreendida por bastões enormes de mana, erguidos como muralhas intransponíveis.
— Quer me deter com isso? — zombou, seu sorriso assustador como o de uma besta selvagem.
Scrash! Scrash! Scrash!
Com golpes precisos e poderosos, ela quebrou os bastões, que se estilhaçaram em fragmentos luminosos.
Nix, a pixie, não se deixou abalar; com um movimento fluido, ela conjurou um braço enorme de mana, tentando esmagar a pandoriana. Mas, com um giro ágil, a guerreira desviou e retalhou o braço com sua espada, fazendo-o evaporar em um brilho ofuscante.
— É assim que luta, fadinha, fugindo?
— …
A batalha se transformou em uma dança mortal. A pandoriana, com seus quatro braços, lançava uma série de estocadas rápidas, enquanto Nix esquivava-se graciosamente, batendo suas asas de borboleta, deixando um rastro de pó mágico no ar.
“Tsc! Essa fadinha de merda é bem rápida!”
Em um momento de distração, Nix conjurou um círculo mágico que aprisionou a pandoriana, e um soldado de mana, materializado do nada, desferiu um soco devastador no rosto da guerreira, enviando-a ao chão com um estrondo surdo.
Boom!
“Você é uma guerreira de curto alcance”, pensou Nix com os olhos fixados na nuvem de poeira lá embaixo. “Para o seu azar, sou uma conjuradora. Fico aliviada de ser você minha oponente, e não…”
Lembrou-se da luta contra Colin e suas companheiras.
Num movimento limpo, a Renauxiana fez a nuvem de poeira se afastar.
“Fadinha de merda… só preciso de um golpe para que isso termine, e mesmo assim…” O sorriso dela alargou-se. “Se eu tivesse os poderes de Gorred ou daquela outra idiota… Não importa, isso só deixa tudo mais delicioso!”
Crunch! Crunch! Crunch!
Do outro lado, a enorme salamandra de Coen que cuspia lava acabava de ser apunhalada nas costas. Aos poucos, ela começava a derreter.
Bam! Bam!
Dois soldados de Safira tombaram, seus corpos estavam destruídos.
— Nada mal… — disse Coen. Um de seus olhos estava cerrado, havia um corte em sua cabeça e parte de seu corpo estava queimado. — Você evoluiu bastante, e isso me deixa contente.
A tatuagem da salamandra em seu braço desapareceu.
“Meus contratos… restam apenas sete.”
Safira estava ofegante, manter todo aquele domínio era exaustivo, mesmo para alguém com suas habilidades. O que a frustrava era que Coen ainda estava escondendo seu jogo, e com sua mana abaixando, ela temia não ter como retaliar as investidas dele.
Bam!
Outro titã se desmanchou. Ela não tinha mais tanta mana para manter tantos ativos.
“A serpente no torso dele, por que não está o curando?”
— Não fará mais nada, garota?
— …
— Muito bem, então é a minha vez!
Nota do autor: A salamdra de fogo de Coen, a mesma que destruiu a ilha das fadas e que acabou de ser morta nesse capítulo, foi uma inspiração direta dos Wyrms de Magma do Elden Ring.
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