Capítulo 139: Uma Gruta de Segredos
Renato, mais uma vez imerso no escuro de seu quarto, estava sozinho.
Faltava-lhe fôlego.
A demi-humana saíra há pouco tempo, deixando-o apenas com a exaustão e um sorriso bobo.
Tinha sido a primeira vez em que ele dava ordens a alguém desse jeito, e ele acabou gostando.
“Acho que na próxima, se eu sugerir amarrá-la, ela vai curtir!” Já maquinava, com pensamentos impuros, quais seriam seus passos futuros.
Mas não tinha tempo para isso! O futuro deveria ficar para depois.
Neste momento, ele estava a um passo de um acontecimento único.
Finalmente estaria a sós, no quarto, com a súcubo! Depois de tanto tempo! De tantas lutas, ferimentos, lágrimas e sangue derramados, a recompensa batia à sua porta.
Era como estar à beira de um precipício que o convidava a se jogar; e lá embaixo havia pedras e espinhos, mas também flores e mel.
Com Mical e Jéssica havia gentileza, respeito e amor mútuo; com Lírica, havia uma subserviência fetichista, e ele tinha o total controle. Poderia dar a ordem que quisesse que a demi-humana obedeceria.
Mas a próxima seria Clara Lilithu, uma súcubo. Um demônio. Uma criatura forjada no Inferno. O fogo em seu olhar não era meramente metafórico.
Renato confiava nela, é verdade, mas até ele sabia o quão imprevisível ela poderia ser.
Ela era como aquele x na equação matemática, que ele não conseguia nunca decifrar o significado.
O sexo não tem, para as súcubos, um significado maior?
Ele se lembrava da primeira vez que a conheceu. Ela o beijou e, foi como se um vampiro sugasse todo o seu sangue. Faltou-lhe força; as pernas bambearam, tremeram, e ele caiu. O ar tinha sumido dos pulmões. A visão perdeu o foco.
Naquela época, Renato não passava de comida para ela. Ele sabia disso. Mas gostava de pensar que as coisas mudaram, mas será mesmo?
Ele sabia que ela estava chegando antes mesmo dela abrir a porta, porque a própria escuridão ficou mais escura e o ar mais gelado. O coração bateu mais forte, da mesma forma que faz em momentos de excitação… e de perigo.
Ele não sabia dizer se era apenas imaginação, mas o cheiro de tuti-fruti tomou o ambiente.
Até que a porta se abriu.
E, no meio das sombras, Renato viu a silhueta de Clara.
Ela estava completamente nua; da mesma forma que veio ao mundo. A luz da lua bateu em sua pele morena, revelando suas curvas sinuosas, cheias de provocação e volúpia. Eram de enlouquecer.
Os olhos dela brilhavam na cor do sangue; e até pareciam em chamas.
O próprio escuro se dobrava à presença da súcubo, em reverência adoradora, e serpenteava no ar feito uma névoa negra, cobrindo suas partes mais importantes. Por isso, Renato não podia ver tudo, apesar dela estar despida, e isso atiçou ainda mais sua imaginação.

— Olá, Renato — disse ela, com a voz doce e um sorriso adorável. — Espero que se comporte.
Ele apenas assentiu. Estava sem palavras diante da beleza enfeitiçante da súcubo. Não havia outra forma de descrever. Era pura magia e feitiço.
— Mas primeiro… — Ela olhou na direção de um canto, aparentemente, aleatório onde a parede se encontrava com o teto e sorriu. — A curiosidade matou o gato.
Ela materializou sua Espada do Pecado, da lâmina tão vermelha quantos seus olhos, e atirou-a como uma lança em direção àquele ponto.
E Renato ouviu o som de gelo se partindo, e um objeto pequeno caiu no chão. Clara foi até o objeto e o balançou entre os dedos.
— Uma câmera da Lua. Que insolente da parte dela! Agora… podemos começar.
Renato não entendeu muito bem o que tinha acontecido, mas estava impressionado demais com a presença de Clara, para falar qualquer coisa.
E apenas se deixou levar por aquele fluxo mágico de sensualidade.
Clara se tornou névoa vermelha e deslizou no ar até a cama.
E surgiu acima de Renato, deitada sobre ele. Os corpos se tocando. Podiam sentir o calor um do outro.
Seus rostos estavam tão próximos, que podiam ouvir a respiração um do outro.
— Está pronto para ser minha presa? — disse ela, e curvou os lábios, mostrando seus caninos protuberantes.
Renato engoliu em seco.
— Estou. — A voz saiu baixa, cortada pela respiração ofegante, mas com firmeza.
— Estaremos para sempre ligados depois disso. Selaremos um pacto. Você será meu. Apenas meu. Todinho meu. Vai fazer tudo o que eu mandar. Vai comer na minha mão. É isso que significa fazer um pacto com um demônio.
— O demônio mais sexy que eu já vi. — Renato estava hipnotizado. Nem piscava.
As palavras dele a fizeram sorrir.
— Poderemos morrer — ela sussurrou docemente nos ouvidos dele, e em seguida mordiscou sua orelha.
— Eu faria esse acordo — sussurrou Renato de volta. — Parece um acordo muito bom! — As mãos dele deslizavam sobre o corpo dela, explorando cada pedacinho de pele. Nessa hora, ele apertou o bumbum de Clara com força, sentindo a maciez e firmeza, percorrendo toda a extensão e o formato arredondado. Era a melhor sensação do mundo!
Clara riu.
— Safado.
— Sou mesmo.
— Você vai me dever obediência.
Renato, enlouquecido, selou seus lábios nos dela, sentindo aquele toque suave. O sabor do beijo dela era incrível! Uma mistura de frutas vermelhas e magma de vulcão.
O próprio quarto começou a se desfazer. As paredes se mesclavam à escuridão da noite, e as estrelas brilhavam através do teto. O ambiente inteiro foi tomado por uma névoa fina.
— Você gosta dessa aparência? — perguntou Clara. — Posso mudá-la à vontade, sabia? Eu posso ser quem você quiser.
Renato abriu os olhos, e nua, sobre ele não era mais Clara. Ele até chegou a piscar os olhos, porque pensou estar enganado, mas não tinha dúvidas.
— Scarlett Johansson? A Viúva Negra?
— Gostou?
— Gostei demais!
Isso era incrível numa escala que o garoto nem podia mensurar.
Ele a puxou ainda mais para si.
— A Scarlett é linda, mas no momento eu prefiro você. Quero olhar nos seus olhos de Fogo Eterno. Quero tocar a sua pele. A sua! Quero fazer isso olhando para você.
Clara sorriu, resignada, achando a atitude dele um bocado fofa.
— Certo, então.
E a aparência dela voltou ao normal.
Mesmo assim, ela achava que a petulância do rapaz merecia uma punição apropriada.
A súcubo mexeu os quadris com suavidade, mas o suficiente para colocá-los na posição ideal.
Renato, que já estava rijo feito uma tocha ardente, sentiu uma umidade tocando a ponta de seu membro.
E finalmente os lábios, não os da boca, mas aqueles outros, beijaram-lhe a ponta. E o néctar do amor escorreu por toda a superfície.
E o rapaz, completamente extasiado, sem pensar duas vezes, moveu-se, e mergulhou naquela gruta de segredos inimagináveis.
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