Capítulo Único - Sedução Desenfreada
O sol poente pincelava o céu dourado, enquanto ela, lançava seu olhar pela janela. O bairro residencial tranquilo se desvelava diante de seus olhos, despertando sua imaginação. Uma visão que muitos considerariam paradisíaca, com casas elegantes se alinhando através de ruas arborizadas, onde famílias comuns levavam suas vidas cotidianas. No entanto, por trás dessa fachada serena, um vulcão de desejos a engolfava.
Karina, com seus 28 anos, exalava destreza em cada clique que dava como fotógrafa de sucesso. Seu corpo esguio e curvas tentadoras eram como paletas de desejo, capazes de enlouquecer qualquer um que a visse. Seu marido, Daniel, com sua aparência máscula , era um médico respeitado e tão bem-sucedido quanto ela.
No entanto, por trás da fachada de sucesso e perfeição do casal, Karina encontrava-se em um abismo de insatisfação. O amor eterno que juraram um ao outro agora parecia mera ilusão, uma promessa quebrada pelo cotidiano exaustivo. O tempo que Daniel dedicava ao hospital era maior do que o tempo que dedicava a ela, deixando-a vazia e sedenta por afeto.
Os sussurros ardentes de palavras de amor foram substituídos pelo silêncio frio que permeava os cômodos da mansão. O clima árido, quase palpável, pesava nos ombros de Karina, sufocando sua própria necessidade de ser amada e desejada.
A intimidade outrora incandescente agora era uma lembrança distante, uma chama que se extinguia lentamente. Os corpos que costumavam se encaixar perfeitamente, trocando gemidos e suspiros, agora se encontravam distantes, separados pelo abismo que se formara entre eles.
A chama da paixão ainda estava acesa dentro de Karina, seu corpo ansiava por ser tocado e saciado. Ela se sentia como uma flor solitária em um campo, murchando lentamente por falta de cuidado e atenção.
Karina ansiava por um fogo ardente, que queimasse não apenas seu corpo, mas também sua alma. Os dias se arrastavam, amarrados por correntes invisíveis, enquanto ela ansiava por um toque que a acendesse por inteiro.
Lembranças de noites se apoderavam de sua mente, onde seus corpos se entrelaçavam em movimentos desenfreados devorando-se com incontrolável vontade.
Resquícios de desejo pairavam no ar, sufocados pela rotina. Palavras sex e provocativas deram lugar a monossílabos sem vida, restando apenas trocas triviais de banalidades cotidianas. Enquanto Daniel se entregava aos braços frios do hospital, Karina se perdia em um mundo, onde o brilho das luzes sombrias preenchia suas noites solitárias.
A tensão sexual entre eles era palpável, enraizada em suas almas. Os olhares furtivos, cheios de promessas, alimentavam o fogo interior de Karina. Ela ansiava sentir-se viva novamente, explorar os recantos mais profundos de seus desejos.
Ela fechava os olhos e, ao reviver aqueles dias de juventude, sentia um arrepio percorrer todo o seu corpo. O toque das lembranças, despertando emoções há muito adormecidas em seu âmago. A arte agora tinha outro significado para ela, era uma forma de expressão carnal, de explorar os limites do prazer.
Seu corpo se aquecia ao relembrar a sensação de entrar em contato com as paixões mais primitivas. Cada movimento, se transformava em uma dança que ganhava vida. Sua mente se perdia em labirintos de pensamentos pecaminosos, enquanto suas mãos deslizavam pelo seu corpo, revelando segredos ocultos.
O mundo, antes um playground, era cenário provocante onde ela podia explorar todos os seus desejos. Cada cidade visitada se transformava em uma aventura, onde ela se entregava ao prazer sem restrições. Os conhecidos se tornavam amantes clandestinos fotografados, e as descobertas artísticas se misturavam com encontros ardentes.
Sua alma livre encontrava uma forma de reencontrar a liberdade perdida. Ela mergulhava de cabeça em experiências proibidas. Cada suspiro, cada gemido, era uma melodia que ecoava em sua mente e em seu corpo.
Ela questionava suas escolhas, sim, mas não como um arrependimento. Era uma reflexão sobre o quanto tinha se distanciado do seu verdadeiro eu. Aquelas memórias despertavam nela coragem insaciável, uma sede de prazeres.
Foi numa noite escaldante de verão que o destino começou a soprar ventos lascivos na vida de Karina. As estrelas brilhavam intensamente, tingindo o céu, enquanto a brisa quente sussurrava promessas audazes nos ouvidos dela.
Imersa na solidão inebriante, Karina sentia o fogo pulsando em suas veias, ansiando por ser saciada de forma incontrolável.
Foi nessa noite, em meio ao turbilhão de desejos, que uma reviravolta arrebatadora se apresentou diante dela, pronta para tirá-la da letargia. No centro da mesa, um bilhete provocador chamou sua atenção, convidando-a para a inauguração de uma exposição de arte em uma galeria local. Seu corpo despertou para a expectativa do desconhecido, enquanto sua mente lutava contra a correnteza dos pensamentos.
Com uma hesitação repleta de malícia, ela decidiu se render à curiosidade que a consumia. Afinal, nada mais havia a segurar sua atenção naquele momento. O ambiente exalava elegância enquanto a galeria transbordava de indivíduos envolventes e de obras eróticas, profundas desafiando todas as normas e conceitos pré-estabelecidos. Enquanto ela se aventurava pelos corredores repletos de quadros pecaminosamente tentadores, um em especial a cativou por completo. Era uma pintura abstrata, vibrante em cores arrebatadoras e audaciosamente moldada em formas que incendiavam todos os sentidos, despertando uma avalanche avassaladora.
Ela entregou-se completamente àquela obra de arte, mergulhada em seus detalhes e texturas, sem notar a presença de alguém que se aproximara furtivamente. Os olhos daquele desconhecido brilharam e, num instante, seus olhares se encontraram. Uma eletrizante onda de conexão percorreu seus corpos, envolvendo-os num jogo de olhares.
Era Júlio, mestre da sensualidade pictórica. Seus olhos, profundos como o oceano, transbordavam mistério e criatividade. Karina sentiu uma chama incendiar seu íntimo, despertando novos desejos. Naquele instante, em meio ao cenário deslumbrante da galeria, uma onda exótica varreu o corpo de Karina, sensações nunca jamais sentidas. Ela se viu completamente envolvida por uma aura louca, com seu coração pulsando freneticamente em busca de algo a mais. No despertar dessa chama, ela mergulhou de cabeça num turbilhão de emoções, questionando todos os conceitos antes tidos como absolutos em sua existência.
Poucas palavras foram trocadas, um “boa noite” elogios, foi tudo o que escapou entre Karina e Júlio. O tempo se arrastava enquanto se entregavam na conversa, até que Júlio foi interrompido por amigos sedentos, deixando Karina suspensa em um estado de êxtase, perdida nos pensamentos que a transportavam para um lugar bidimensional.
Logo após o encerramento da exposição, ele saiu da galeria naquela noite com a imagem da pintura de Júlio impressa em sua mente, o som da voz dele ecoando em seus ouvidos, a intensidade ardente de seus olhos fixos.
Enquanto caminhava em direção ao seu carro, cada passo se tornava uma batalha entre sua voz interna que lhe dizia para se limita a Daniel e a chama incontrolável que havia sido construída dentro dela. Uma sensação deliciosa e excitante tomou conta do seu ser, não havia experimentado algo tão intenso antes.
Ao adentrar sua morada, Karina encontrou seu marido, Daniel, sentado na opulência da sala de estar, seu corpo esguio mergulhado em um livro que parecia devorar sua atenção. A mente caleidoscópica de Daniel, um médico apaixonado, outrora incendiada por um desejo avassalador, agora parecia oculto nas sombras da sua dedicação inabalável à medicina. Encorajado pelos seus olhos gentis, que outrora faiscavam com um fogo intenso.
No silêncio perturbador da sua conexão crepitante, a alma de Daniel, outrora vibrante como uma sinfonia, agora parecia coalhada de palavras clínicas e protocolos. A rotina, como uma amante inoportuna, insinuava-se entre eles, usurpando momentos de intimidade partilhados na alcova.
Com um ar insidioso, a rotina envolvia Daniel como uma sombra ameaçadora, sufocando sua essência e substituindo-a pela crueldade impetuosa do trabalho infindável. A lascívia da sua dedicação não deixava espaço para o ímpeto feroz que outrora consumava sua alma e a deleitava em delírios. Ela sabia que sua missão era libertar Daniel, porém ela mesma estava em uma situação complexa de novos acontecimentos.
A rotina havia se tornado o inimigo devorador de prazeres. A presença de Daniel, para Karina, era uma fonte de estímulo, a recebendo com um sorriso quando entrou. Contudo, naquela noite, Karina lutava para articular qualquer palavra que fizesse sentido. Sua mente se perdia em devaneios, enquanto as cores vibrantes e as formas sinuosas da pintura de Júlio a hipnotizava.
Júlio, o mestre que ela descobriu há pouco, com suas criações vibrantes que transcendiam todos os limites de provocação, tinha despertado algo desmembrado em Karina. Ela sentia como se cada gota de tinta usada por Júlio fosse um toque sangrento que acariciava sua alma.
Ao observar aqueles quadros repletos de emoção, Karina não conseguia conter as sensações que tomavam conta de seu corpo. Cada figura retratada parecia dançar diante de seus olhos, incendiando esses sentidos com uma intensidade inebriante. Era como se as cores pintadas por Júlio fossem a expressão da paixão, uma linguagem secreta que somente pessoas em deleite compreenderiam.
Seu coração pulsava ao ritmo das pinceladas dele. Ela se sentia ardentemente provocada em seu santuário de arte, se sentindo uma intrusa em sua própria residência.
Naquela noite, a lembrança de Júlio pairava no ar, intensificando o desejo que pulsava dentro de Karina. A segurança de seu casamento era reconfortante, mas, ao mesmo tempo, a pincelada de Júlio a inflamava.
Seu coração pulsava ao ritmo das pinceladas dele. Ela se sentia ardentemente provocada em seu santuário de arte, se sentindo uma intrusa em sua própria residência.
A lembrança de Júlio pairava no ar, intensificando o desejo que pulsava dentro de Karina. A segurança de seu casamento era reconfortante, mas, ao mesmo tempo, Júlio a inflamava. As cores vibrantes e as formas sensualmente esculpidas naquela pintura começaram a assombrar Karina. Elas se moviam na mente dela, convocando-a para um mundo de desejos desconhecidos e lascivos. Era um chamado irresistível.
Daniel caminhou em direção ao seu escritório particular, a atmosfera carregada de intensidade e tensão. Ele percorreu o espaço enquanto se aproximava de sua mesa, pronta para ser preenchida com a papelada.
Em outro cômodo, Karina estava sentada no sofá, seu corpo se contorcendo enquanto suas mãos deslizavam sobre as teclas do laptop. Cada toque transmitia a excitação que a consumia, seu desejo de descobrir todos os segredos escondidos por trás do misterioso artista daquela exposição de arte. Cada clique, um gemido silencioso escapando de seus lábios.
A pesquisa voraz de Karina se transformou numa jornada de descoberta. Suas investigações se aprofundaram, revelando pistas sobre a inspiração ardente de Júlio, sua forma única de expressar suas emoções mais intensas. Cada novo detalhe que ela descobria era como uma carícia transcendental, a obsessão de Karina crescia, evocando um fogo incandescente em seu interior. Seu corpo, clamava por mais. Naquele momento, ela não era apenas uma espectadora curiosa, mas uma personagem principal em seu próprio mundo. A busca pelo conhecimento transbordava, nem ela entendia o que estava a acontecer. Na manhã seguinte, Karina acordou com um misto de emoções. Ela sabia o que sentia por Júlio, e não sabia ao mesmo tempo. Ela se encontrou dividida entre seus deveres conjugais e os sentimentos.
À medida que o tempo passava, devagar e tediante. Karina tomou a decisão de voltar à galeria de arte onde tudo havia começado. Sob o pretexto de apreciar as obras de arte, ela se permitiu um momento de desafogo, sabendo que Júlio estaria lá, como uma mágica manifestação de sua vontade.
Quando seus olhares se encontraram novamente, não havia inocência ou casualidade, era uma escolha deliberada.
Eles se reencontraram em meio a uma atmosfera carregada, mergulhando profundamente em conversas sobre a arte que os arrebatava e nas verdades da vida que escondiam. Karina se viu livre para ser sua verdadeira essência na presença de Júlio, algo que havia se perdido há tempos com Daniel.
À noite, quando Karina retornava para casa, Daniel detectava metamorfose em sua aura. Ele intuía que algo estava fora do lugar, mas seu compromisso com o casamento estava se dissolvendo lentamente, deixando espaço para a crescente intimidade entre Karina e Júlio. Mesmo sendo um esposo exemplar em aparência, Daniel estava cada vez mais distante, inadvertidamente fortalecendo a conexão entre eles.
Madrugada de 21 de agosto de 2016, Daniel acordou com vontade percorrendo seu corpo. O chuveiro quente escorrendo sobre sua pele, sensações, fazendo com que seus membros pulsassem vigorosamente em antecipação. Ele escolheu cuidadosamente uma roupa que realçasse seu porte atlético.
Enquanto caminhava pelos corredores do hospital, era impossível não notar o frenesi de atividade no local, com enfermos desesperados e corpos doloridos.
Um paciente com a perna quebrada precisou de sua atenção imediata, a urgência do momento só aumentou sua excitação. Apesar da sala de emergência estar superlotada, Daniel sabia que precisava encontrar um local adequado para realizar o procedimento. Sem hesitar, ele decidiu acomodar o paciente em um canto remoto com a adrenalina percorrendo suas veias.
O hospital, vítima das negligências do governo, mas Daniel sabia que sua dedicação à medicina estava acima de tudo. Com sua esposa esquecida temporariamente em segundo plano, ele se entregava por completo a cada vida que tentava salvar.
Na mente de Daniel, o compromisso inabalável com seu trabalho o deixava exausto, como se estivesse mergulhando em uma orgia frenética com a rotina.
Júlio, sabia muito bem como despertar desejos ardentes nas mulheres que cruzavam seu caminho. Seus olhos perspicazes não deixavam escapar nenhum sinal de atração que Karina sentia por ele, mas ele decidiu não agir de imediato. Afinal, Júlio era um verdadeiro predador sexual, degustador de suas próprias fantasias.
Enquanto Karina tentava lutava contra os pensamentos devoradores que invadiam sua mente, Júlio sorria maliciosamente nos seus pensamentos. Ele sabia que seu próprio caráter era questionável, mas não se importava. Era mestre em dissimulações, escondendo sua luxúria por trás de uma fachada sofisticada.
Na magnética presença de Júlio, Karina mergulhava em um universo exclusivo para os dois, dedicando-se completamente ele. A seu olhos, Júlio possuía um estilo elegante, com sua longa e sedosa cabeleira que remetia aos príncipes encantados descritos nos contos de fadas. Até mesmo uma simples tarefa como fazer café se tornava uma cerimônia grandiosa quando realizada por suas mãos habilidosas.
Observá-lo pegar o pó e delicadamente misturá-lo à água fervente despertava em Karina uma imaginação repleta de fetiches. Cada movimento de Júlio ecoava em sua mente, como se ela fosse o café, agitada e envolta por ele, usada e apreciada em cada gole. Essa fantasia ardente despertava uma inquietude lasciva. Essas lembranças começaram a atiçar a mente de Karina desde o acontecido com Daniel na semana passada, durante um feriado. A imagem dele, cansado, adentrando a morada tarde da noite, colocando sua maleta sobre o sofá.
Karina não conseguia tirar da cabeça o momento em que ambos se encontraram debaixo do chuveiro. A água quente escorria pelo corpo deles.
Com todos os pensamentos e sentimentos confusos em relação a Júlio, Karina buscava abrigo nos braços firmes e acolhedores de Daniel. Seu toque, a fazia esquecer do mundo lá fora.
A lembrança do vapor do chuveiro envolvendo seus corpos, revelando a pele suave e molhada de Karina. Ela se imaginava novamente naqueles momentos da juventude, sentindo o calor e a umidade.
Aquela noite no chuveiro era uma réplica viva do que Karina ansiava tão desesperadamente. A cada encontro de olhares, levando-o a ao êxtase. e, enquanto a água caía sobre eles, Karina queria se entrega completamente a Daniel.
Ela usou de todas as suas técnicas, até mesmo aquelas que as profissionais do sexo matariam para ter, mas nada aconteceu. Daniel não sentiu nenhuma ereção possível por Karina. Karina gritou, mas eram gritos de sua alma, pois seu corpo não serviu mais como alívio para Daniel. Ela saiu do banheiro em silêncio, e Daniel permaneceu lá, talvez refletindo sobre o que havia acontecido.
A atmosfera carregada de era palpável a cada saudação trocada entre eles não eram além de palavras mortas, um oi de Karina, era seguido por uma resposta robótica de Daniel.
Os minutos pareciam horas enquanto permaneciam imóveis, permitindo que o ar tenso entre eles os envolvesse. A quebra desse silêncio sufocante só era possível com a saída de um para aliviar a tensão do outro. Enquanto Daniel negligenciava sua vida pessoal pelo peso de uma alma inocente, seus pensamentos se tornavam cada mais retorcidos. Ele se esforçava para justificar suas ações em seu íntimo, enquanto a culpa o devorava lentamente. Já Júlio, sentindo-se cheio de inspiração, dedicava-se a arrumar a casa com precisão, sabendo que Karina podia chegar a qualquer momento. Não poderia permitir nenhuma falha.
Daniel estava novamente no hospital até tarde, e Karina não conseguia tirar a imagem daqueles olhos penetrantes e do corpo de Júlio fora de sua mente. Ela estava morrendo de desejo e precisava de uma válvula de escape.
Decidiu ir a uma lanchonete próxima, ao chegar lá, deparou-se com Júlio. Vestido com roupas chiques e com um olhar enigmático, ele parecia ter voltado de um lugar de alta classe.
Karina, decidiu se aproximar dele, sentindo a eletricidade percorrer seu corpo enquanto se aproximava. Júlio, surpreso, levantou-se e a cumprimentou com um sorriso.
A conversa começou, mas logo se transformou em algo muito mais. A voz rouca de Júlio ecoava em seus ouvidos, enquanto ele dizia boas novas, seu quadro o mesmo que encantou Karina, foi recentemente reconhecido por um artista mundialmente conhecido. Ela fica feliz, enquanto a conversa fluía entre eles.
Júlio exalava cavalheirismo quando se ofereceu para pagar o lanche de Karina. Ela, em misto de surpresa, percebeu que havia esquecido sua carteira em casa, perdida em seus próprios devaneios.
Com um convite sedutor, Júlio convidou Karina para sua casa, deixando-a hesitante por um breve momento. No entanto, ao ouvir que seria servido um café, ela sentiu seus sentidos despertarem. A forma como ele se movia habilmente pela cozinha, preparando a bebida, tornou-se seu novo fetiche favorito.
Sem hesitação, embarcaram juntos em direção ao aconchego do lar dele. Lá, como prometido, Júlio preencheu a cozinha com o aroma tentador do café, enquanto Karina observava com olhos famintos. Cada movimento gracioso que ele fazia ao pegar os grãos de café, era como um ritual dos deuses. Ela se via transportada novamente para o mundo do prazer, onde sua imaginação corria solta, criando muitas imagens provocantes.
Lá, em sua mente, Júlio derramava litros de café que escorria por cada parte estrutural do seu corpo. Seus movimentos eram delicados, mergulhando nos prazeres que aquela mistura quente e deliciosa proporcionava, envolvendo cada poro de sua pele, arrepiando-a.
No auge das alucinações, um pequeno acidente aconteceu. De forma completamente instintiva, Karina deslizou sua língua faminta pela boca, num gesto audacioso e inadvertido. Uma mordida suave seguiu-se à lambida provocante, fazendo com que uma expressão de puro prazer se apoderasse dela. Ver aquilo fez Júlio engolir em seco, consciente do que havia acontecido. Enrubescida e constrangida, Karina virou-se timidamente, mordendo os dedos.
Júlio decidiu finalizar a preparação do café, deixando o ambiente envolto em um silêncio tenso. Por um longo e interminável momento, tudo o que se ouvia era o pulsar acelerado dos corações. Após um breve intervalo, Júlio retornou, segurando a xícara fumegante em suas mãos firmes e fortes. Karina, com seus lábios vermelhos, expressou sua gratidão pela gentileza do gesto, mas sua voz soou com um tom mais rouco, impregnado de ânsia.
Ao saborear o primeiro gole, Karina não pôde conter um suspiro de regozijo. O simples café era um deleite para seu paladar, mencionando que nem Daniel tinha tal talento.
Curioso, Júlio indagou sobre Daniel, ela permitiu-se a compartilhar essa informação com ele, revelando ser seu marido que, até então, permanecia escondido nas citações dela.
Ao explicar a ocupação de seu marido no hospital, ela menciona que ele anda muito ocupado. O hospital agora se tornava muito mais do que um o local de trabalho, era uma barreira que o impedia de oferecer toda a paixão e satisfação que uma mulher como Karina merecia.
O ambiente na residência de Júlio ainda exalava uma tensão após o momento constrangedor, porém, a conversa prosseguia. Karina sentia-se encorajada a compartilhar sobre sua vida, desnudando as entranhas de seu casamento com Daniel, relata as metamorfoses ocorridas ao longo dos anos. Uma ânsia que a atormentava como um grito reprimido à margem do abismo.
No entanto, Júlio se aproximou do rosto dela repentinamente, em um movimento tão sedutor que fez Karina perder o fôlego. Seus corpos vibravam. Enquanto Karina tentava conter seus próprios desejos, Júlio a encarava intensamente.
O coração de Karina disparou quando Júlio, sem dizer uma palavra, pressionou seus lábios contra os dela em um beijo ardente. Foi um beijo como nenhum outro, suas línguas dançavam em um ritmo dos infernos e sua respiração se fundia em um gemido compartilhado.
A troca de energias entre eles era exuberante, e Karina se viu cedendo à tentação que emanava do seu corpo. Sua pele queimava sob o toque dele, seus dedos exploravam contorno e curvas com maestria que a deixava ainda mais enlouquecida. Permitindo entregasse voluntariamente ao ocorrido, Júlio começou a explorar seus seios, que estavam cheios de estase. Ela começou a tirar sua própria roupa para que ele a tocasse ainda mais profundamente, e então começou a andar pela sala completamente nua, chamando por Júlio, seu olhar era delirante naquele momento.
O ambiente mergulhou em um exotismo inebriante à medida que ele cruzava a soleira da sala. Cada passo seu se transformava em dança hipnotizante, e a aura de sensualidade que emanava de seu ser era quase tangível. Ele a contemplava, incapaz de desviar o olhar.
Ele, aproximou-se com graça calculada, deixando um rastro de fragrância que envolvia tudo à sua volta. Seus lábios se curvaram num sorriso provocador, como se fossem os soberanos de um reino carnal.
Sem a necessidade de palavras, ele a conduziu brutalmente contra a parede, seus corpos fundindo-se num abraço ardente. Suas mãos habilidosas exploravam sua pele, traçando cada curva e musculatura com uma destreza que beirava o sobrenatural. Uma onda de arrepios percorria sua espinha, uma ânsia insaciável por mais.
Seus lábios se encontraram novamente num beijo. O calor entre eles. A sala se transformou num cenário de ato libidinosos sem limites. Seus corpos se entrelaçavam explorando cada milímetro dos seus átomos, conduzindo-os a um estado indescritível. O tempo perdeu seu significado, restando apenas uma enxurrada de sensações e gemidos que ecoavam como uma melodia proibida.
Naquele momento de entrega absoluta, eles se perderam um no outro, transgredindo os limites, sem temer julgamentos ou consequências. Era um encontro de almas e corpos, que os conduzia ao ápice da jovialidade, onde o mundo exterior desaparecia e só existia o ritual entre eles. Seus batimentos cardíacos pareciam tambores de um alvorecer inexplicável, o estado que antes sentiam, agora se tornou parte da alma deles, ele se retraiu em movimentos sobrenaturais, deixando-a imóvel naquele ambiente carnal. Músculos se manifestavam, pulsando delicadamente e ferozmente, traçando um mapa do corpo dela em movimentos quase infinitos.
Ela o agarrou com garras selvagens e traiçoeiras, sua respiração tornou-se cada vez mais ofegante, e os mapas que antes ele desenhava através dela, agora a profanavam sem piedade. Em uma contagem regressiva, 3, 2, 1, o mundo se tornou nada. Jatos e jatos de paixão foram lançados ao mapa, e no final, o sorriso dele a envolveu, capturando sua atenção.
Daniel chega em casa, Karina não está, ele senta no sofá, refleti, e decide tomar um antidepressivo. Naquela noite, a lua estava brilhante.
O dia amanheceu, e o astro-lume iluminava através da janela, clareando a sala de estar onde Karina estava deitada. Júlio, com suas mãos, acariciava os cabelos dela. Quando ela abriu os olhos, ainda meio sonolenta, questionou se tudo o que haviam vivido na noite passada havia sido real. Com um sorriso truculento, ele confirmou que sim.
Karina, sentindo um tremor percorrer seu corpo, indagou se Júlio sabia dos desejos íntimos que a devastavam. Com voz suave, ele admitiu que sim, que conhecia cada pensamento impuro que a atormentava. Não havia como esconder suas vontades, elas afloravam.
Ela questionou o motivo pelo qual ele a beijou com fervor. Júlio, acariciando sua pele, revelou que seus desejos eram mútuos. Sensações transbordavam, invadindo cada centímetro de seus seres, negando-se a serem contidos.
Karina, com voz carregada, perguntou se ele sentia a eletricidade percorrer seu corpo quando inalava o perfume dela. Júlio, com um brilho nos olhos, confirmou que sim. Cada vez que seu aroma preenchia suas narinas, era como se uma corrente percorresse sua espinha dorsal.
Ela questionou o ritmo frenético dos batimentos cardíacos que sentiu, o fogo que queimou dentro deles. Novamente, Júlio confessou que sim. Então, Karina não conseguindo evitar perguntar se isso era amor que ele sentia. Júlio respondeu que não necessariamente precisava ser amor. Para ele, já era mais do que isso, ela se tornou a própria essência de sua vida. Ele ansiava por torná-la sua para sempre, desejava unir seus corpos e almas em um matrimônio ineffable.
Karina, embriagada por aquelas palavras, sentiu-se perdida. A realidade de seu casamento ecoou em sua mente, mas antes que o peso da culpa tomasse conta dela, Júlio a beijou, prometendo resolver todas as questões que ela tivesse.
Naquele momento, o mundo se reduziu novamente àquela sala de estar, e os corpos entrelaçados de Karina e Júlio se entregaram aos momentos de prazer compartilhados das pulsações vísceras.
Os dias se passavam, e com eles vieram as semanas, trazendo consigo o pouco progresso prometido por Júlio. Seus desejos mais obscuros, os fetiches ardentes e as posições selvagens provocavam uma intensa chama em suas veias, que clamavam desesperadamente por um breve momento de alívio.
Cada vez que Karina mencionava Daniel, Júlio interferia rapidamente, silenciando suas palavras com beijos e toques provocativos em lugares estratégicos de seu corpo, a fazendo entregar-se novamente aos atos libidinosos, mergulhando no oceano da concupiscência.
Explorar seus desejos em uma camada de pura intensidade. Daniel, envolto em seu próprio abismo existencial, encontrava-se em um estado de letargia melancólica desde o dia em que não encontrou Karina em sua morada. Consumido, ele recorreu a uma coleção de medicamentos que, paradoxalmente, o desconectava do mundo exterior e o aproximava do seu mundo interior.
Infiltrado por dúvidas, Daniel questionava-se inquietantemente sobre o motivo de ter se afastado tanto de Karina. Não conseguindo mais suportar, sussurrava em meio a suspiros abatidos, ansiando por libertar-se deste estilo de vida sufocante, dos gemidos lascivos das enfermeiras e até mesmo das agonias dos pacientes. “Karina… Estou desmoronando.”
Em um turbilhão de emoções negras que por muito tempo se acumularam em suas entranhas, Daniel viu sua alma transbordar, e desde então passou a ansiar por uma reconciliação com Karina. No dia seguinte, ele dirigiu-se ao hospital, com a intenção em mente de retomar sua vida junto a ela e também de adentrar em um universo onde possa coexistir entre sua esposa e vida profissional.
Mas nada aconteceu como o previsto. Ao se deparar com Karina, suas palavras travavam, e mal conseguia formar uma única frase, mas mesmo assim, decidiu perguntar onde ela estava na noite anterior. Ela revelou que havia passado a noite em um hotel, após uma sessão fotográfica intensa com uma cliente. Ele perguntou como ela estava se sentindo, e ela respondeu que estava maravilhosa. No entanto, ela não correspondeu ao mesmo gesto e anunciou que iria encontrar uma nova cliente. Acima de Daniel, Karina estava afundada, consumida por dentro; a traição a havia profanado profundamente, assim como Júlio.
Em meio a uma inquietação, Júlio se rendeu a perseguir Karina diariamente, ansioso para confirmar suas saídas para atender os clientes. Movido por motivos incertos, ele se entregou a essa busca obsessiva que o consumiu por duas semanas. Karina, envolta em rotina agitada de sessões até altas horas da noite, nem sequer desconfiava da vigilância que a envolvia.
Durante sua breve pausa para o almoço, Júlio, furtivamente, visitou o local, ficando meros três minutos observando, como se dotado do poder de enxergar através das paredes. Sua mente criou um retrato vívido de Karina sendo observada incansavelmente por ele. Sua ansiedade o levou a retornar rapidamente ao hospital. Seu rosto contorceu-se entre a preocupação e um ar de seriedade intensa, enquanto ele se ajustou ao ambiente de maneira quase mágica.
Foi então que, surpreendentemente, numa dessas “observações”, ele viu Karina saindo muito cedo. Ao vê-la se dirigir ao carro e ir na direção oposta de sua casa, Daniel ficou confuso. Ele ia atrás dela ou voltava ao hospital? Decidindo ir atrás dela, entrou no carro e a seguiu de longe, e assim foi até ela chegar numa casa muito formosa e grande. Lá, ela pegou uma caixa de papelão do carro e entrou na casa.
Daniel ficou intrigado. O que Karina, sua esposa, estava fazendo lá? Meia hora se passou e ela não voltava. A casa não parecia ter câmeras. Então, num olhar lunático, ele pulou o muro e, sem precedentes, começou a olhar pelas janelas para ver se via algo.
A casa estava localizada num ambiente residencial e provavelmente foi visto por câmeras vizinhas. Porém, ele não se importava. E olhando para a janela dos fundos, ele viu a verdade.
E ali estava Karina, cercada por uma variedade de pratos, vestida em fantasia Mulher-Gato. Fluidos corporais, inúmeras vidas sendo consumidas por ela. Uma coleira, comandos servis – latir, deitar, boa garota. “Aqui está o seu presente”, disse alguém, entregando uma caixa misteriosa. E o que será que está lá dentro? Sim, várias e várias Karinas. Ela as engoliu de maneira implacável. “Eu quero mais, Júlio.” Ela respondeu prontamente, “Aqui está, diretamente da fonte, Senhorita Karina.” “Ah, obrigada, você é um cavalheiro.” Murmúrios na barriga e eles voltaram a se alimentar das inúmeras Karinas.
A visão inacreditável revelada perante os olhos de Daniel entrou em sua essência, incitando fúria que o impeliu a golpear impetuosamente a janela. O pulsar intensificado da raiva, dirigida com uma determinação feroz à figura escultural de Karina, provocou uma avalanche de desespero nesta última. Enquanto os olhos dele, transbordantes de raiva, se fixaram impiedosamente nos dela.
Os dois rapidamente se dirigiram à sala de estar, onde Daniel, com intensidade, fez contato rápido com a entrada vindo de ofensas, enquanto Karina tentava articular suas justificativas, mas o envolvente caos dele tornou-se um obstáculo para seu apoio.
Então, Karina expressou sua frustração para Daniel, reclamando que ele não lhe dava mais atenção. Ela desejava ser notada, desejava ser usada, independentemente das circunstâncias. No entanto, ele estava focado em seu trabalho no hospital. Karina questionava como poderia esperar pacientemente por ele como uma boneca, afinal, ela também tinha necessidades e sentimentos. Ela não entendia como ele poderia colocar a vida de outra pessoa acima da sua, algo inimaginável. Karina concluía que ele não a amava e nem demonstrava qualquer consideração por ela. As pessoas o chamavam de “Doutor Daniel”, mas na visão dela, ele era apenas um médico medíocre e desprezível.
Daniel, movido pela raiva e pelo desejo de se vingar das ofensas recebidas, mergulhou em um ato de ameaças de morte. Enquanto isso, Júlio, observando de camarote a situação, ignorou o pedido de auxílio de Karina, alegando que não se envolvia em brigas de casais. A confusão começou a tomar conta dela, pois acreditava que Júlio a amava profundamente, tanto quanto amava sua própria arte. No meio dos insultos de Daniel, Júlio ousadamente admitiu que Karina havia sido um brinquedo sexual excepcional, revelando que nunca antes havia encontrado uma mulher tão deslumbrante. Ele menosprezava a sua pintura, menosprezava aquela conexão única que ela tinha com suas cores vibrantes, avaliando-a como um monte de cores insensatas.
Karina, aturdida com a revelação, lutava para compreender. Era amor que ele sentia? A fusão de nossos corpos, a realização de todos os seus fetiches, todos esses atos eu fazia baseados em suas palavras de amor! Júlio respondeu friamente que sexo não é amor, relembrando a frase que ela havia proferido, confessando seu desejo de ser usada. Ele apenas realizou esse desejo, acreditando que poderia continuar a usá-la pelo tempo que quisesse. Era uma pena, mas agora Karina deveria sair de sua casa. Ela perguntou, incrédula, se ele estava brincando. Júlio respondeu com sarcasmo, ordenando que a vagabunda saísse de sua casa. Ele apontou para a preocupação evidente de Daniel, solidificando seu desrespeito e desprezo.
Karina abandonou a casa de Júlio imbuída de xingamentos de Daniel, inerente ao seu desdém e subjugação. A inesperada ocorrência a mergulhou em desespero, despertando em sua consciência a incontrolável vontade de se matar, algo que nunca antes havia enfrentado. Enquanto percorria a via, envolta na fantasia de mulher gato, ostentando os fluidos corporais a escorrerem, as cortinas de seu desaparecimento foram puxadas, definitivamente retirando-a do alcance do olhar público. Nunca mais sendo vista.
12 de novembro, está frio, muito frio, mas agora melhorou. Sim, o seu calor corporal. Eu voltei aos meus dias de juventude. Eu sou dona de mim mesma. Para você, faço de graça. Prostituta? Não, prefiro apreciadora de desejos. Como entrei nessa vida? Ah, você morreria de rir se soubesse.
Meses se passaram. Daniel se suicidou e foi encontrado em sua casa, enforcado pelo pescoço, provavelmente devido à depressão. Fui uma mulher cruel ao seguir meus desejos? Parece que Júlio ficou conhecido mundialmente. Pelo menos ele não mentiu completamente. Deve estar se aproveitando de outras.
Eu… Eu, depois daquele ocorrido, fiquei sem rumo. Então, decidi voltar à minha vida de aventuras. O bordel hoje está cheio, o que é bom, pois minha luxúria é o que me guiar
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