Capítulo 13 — Viagem Solitária 

Longe, muito longe de casa — um viajante solitário avançava pela infinita vastidão do universo.

Ele viajava entre estrelas cintilantes, sob o brilho constante do sol, e dentro da infinita extensão do vazio.

Também viajava… sozinho.

Agora, a pedra finalmente entendia o que isso significava.

Era uma coisa solitária, acostumada a passar eras descansando calmamente no mesmo lugar, deixando o mundo passar. Mas. Sempre havia existido algo.

Na estreita fenda entre duas rochas, a pedra observara os coelhos brincarem, fugindo de caçadores e buscando as escassas ofertas do outono.

Nas profundezas da masmorra, vira pequenas aranhas rastejando, tecendo suas teias em infinitos padrões, um frágil tapete no teto escuro.

Mesmo antes de ter consciência, quando era apenas uma pedra comum, de alguma forma observara as nuvens passando acima e as águias dançando nos ventos.

Sempre houvera algo. Vida.

Mas agora, só tinha uma silenciosa congregação de cascalho e pedras seguindo-a, atraídas sem mente por uma habilidade, um [Chuva de Meteoros]. Mas não era vida.

No entanto, a pedra não desesperou, nem ficou deprimida. Porque… ela nunca havia realmente entendido a vida. Por que as aranhas teciam aquelas teias, se elas sempre se reduziam a pó em alguns meses? Por que os coelhos brincavam e produziam filhotes, se eles também morreriam em poucos anos?

Eles não cresciam de verdade. Um breve surto de vida, antes de inevitavelmente sucumbir à tirania do tempo.

A pedra não se importava com o tempo, então se considerava superior. Já viajava há muito tempo. O feiticeiro que a lançara aqui já estaria morto, reduzido a pó?

Por isso, não guardava hostilidade nem rancor. Por que se preocupar com vingança se podia simplesmente esperar seus inimigos morrerem?

Uma lição que muitos outros [Cultivadores] imortais poderiam ter aprendido.

Mas a pedra não sabia disso, então focou em seu único verdadeiro companheiro de viagem. Porque… alguém está realmente sozinho neste mundo?

A pedra não fechava mais a tela, deixava-a lá, subindo constantemente, um lembrete de casa, um companheiro constante.

E uma promessa de retorno.

Por que se preocupar com solidão ou tempo, se podia focar em números?

Então, os números finalmente cruzaram um limiar, e a pedra concentrou-se, instantaneamente abandonando qualquer aparência de hibernação.

Porque logo chegaria ao seu próximo destino.

Ao ver o mapa do sistema solar com [Parente da Pedra], a pedra traçara um curso simples: ir onde houvesse mais pedras de tamanho adequado, para coletar um exército digno de seu retorno.

Traçara um curso em direção ao grande cinturão de rochas que vira delineado, em algum ponto médio do sistema solar.

Mas… encontrara um problema.

O campo rochoso que parecera tão grandioso em seu mapa mental… na verdade era muito esparso.

As distâncias entre cada pedra eram vastas, e, mais irritante ainda, a pedra não podia simplesmente acelerar por todas elas, arrastando-as em seu rastro.

Não, precisava desacelerar, o suficiente para pausar brevemente em cada pedra, onde então podia agarrá-las para sua [Chuva de Meteoros].

E o pior? Não havia mais a eterna força da gravidade puxando a pedra para baixo aqui, então desacelerar realmente levava tempo. O mesmo tempo que acelerar levava, na verdade.

Não era mais um foguete de pedra. O voo veloz da pedra tornara-se um rastejar.

Mas ainda assim, este novo local… poderia ser mais afortunado que os outros.

Porque — enquanto a pedra desacelerava gradualmente e observava o grande planetoide onde chegara, notou algo. O planetoide, apenas um termo chique para uma grande pedra, não estava sozinho — tinha orbitadores.

A pedra era grande, muito maior que ela mesma — mas isso não a incomodava mais como antes. Como uma [Cultivadora] nível 7, podia sentir os poderes relativos dos seres muito melhor, e sabia que a pedra estéril à sua frente não tinha uma centelha.

Mas… era grande demais para a pedra levar consigo como estava. Então, sem hesitar, a pedra imediatamente ligou seus propulsores [Transferência de Energia], ativou sua [Pele de Diamante], e colidiu com a pedra maior o mais rápido que pôde.

O planetoide estilhaçou-se, desintegrando-se em pedaços menores, e isso era normal. Mas o que confundiu a pedra foi…

Os orbitadores. Eles não começaram instantaneamente a orbitar a pedra—ela precisaria usar [Chuva de Meteoros] para isso.

Mas… por quê?

Por que a pedra maior atraía orbitadores ao seu redor, e a pedra menor não?

Enquanto nosso herói ponderava esse novo dilema, sentiu-se à beira de um novo avanço. Algo ressoava em seu domínio, um conceito que quase podia entender. Estava perto—tão perto de compreender.

Fizera a dedução correta antes, que, fundamentalmente, a diferença entre ela e um planeta era apenas uma questão de escala, mas ainda não percebera todas as implicações disso.

Mas agora estava perto, espiando mais um precipício, presa entre rochas, mas desejando rolar abaixo. O que a aguardava lá?

A pedra focou em seu domínio de [Cultivadora]. O que era esse novo domínio, afinal? Adquirira a coisa, algum tipo de limite ou senso que se estendia a uma grande distância dela, mas ainda não tirara muito proveito disso.

Mas — se o domínio fazia uma coisa — tornava os sentidos da pedra mais aguçados. Ou não, aguçados era a palavra errada. Vamos com… mais duros. Nossa pedra era mais do tipo arredondada, não exatamente afiada.

Enfim, continuando.

Ao focar nos mínimos movimentos das pedras ao seu redor, desativando sua habilidade [Chuva de Meteoros], a pedra finalmente percebeu algo fundamental. Estivera errada. Pensara que apenas a pedra maior atraía orbitadores, mas isso era um equívoco.

Novamente — era tudo uma questão de… escala.

Porque, ao olhar para o enxame de pedras ao seu redor, realmente olhar, com a precisão de seus tentáculos de Qi, espalhando-se gradualmente pelo domínio, a pedra encontrou gravidade em todo lugar.

Cada pequena pedra flutuante tinha alguma influência, afetando as outras ao redor. Todas puxavam umas às outras, pedras, cascalho, orbitadores, em uma dança vertiginosa que traçava padrões incrivelmente complexos sobre a tela das estrelas.

Sim — a gravidade estava em todo lugar, e em tudo.

Enquanto a pedra focava em seu Qi e estendia-o, preenchendo seu domínio com energia, quase podia sentir uma tela imensamente vasta estendendo-se abaixo dela — o poder invisível da gravidade.

Mesmo agora, aqui no espaço mais vazio, a pedra ainda estava sobre uma colina.

Mas… a pedra também era a colina em si, influenciando tudo ao seu redor. Ainda de forma pequena, devido ao seu tamanho ainda modesto.

Mas… se estendesse seu Qi, tocando aquela tela…

A pedra nem olhou para as novas telas ou testou sua nova habilidade — não precisava de nada disso. Focou apenas em seus tentáculos de Qi se estendendo e na tela de gravidade abaixo dela.

E começou a pintar.

Longos traços poderosos, formando três anéis concêntricos ao seu redor, ligeiramente deslocados um do outro por um pequeno ângulo.

E gradualmente — inevitavelmente — o enxame de meteoros, pedras e cascalho ao seu redor, a própria [Chuva de Meteoros], começou a se reunir naqueles três anéis. Organizando-se, girando.

Primeiro devagar, como um dançarino nervoso em seu primeiro balé. Mas a confiança cresceu, e a velocidade também, e o momento. Cada vez mais as pedras giravam, formando uma dança vertiginosa ao redor de nosso herói, que ficava no centro, concentrado em serena meditação.

A pedra mesma não tinha velocidade alguma, mas isso não a incomodava mais. Porque ao seu redor, podia ver velocidade. Movimento. Voo.

Uma dança.

E então — finalmente — alcançou a nova habilidade que recebera. [Lançador de Gravidade].

Selecionou uma das pedras maiores em seu anel mais externo e ativou a habilidade.

E sentindo a sempre presente tela de gravidade, pôde sentir a força daquele disparo, enquanto o meteoro escolhido disparava para longe em grande velocidade. A pedra sentiu-se satisfeita com sua nova habilidade, uma arma potente de fato.

Gostou disso.

Quem mais apto para atirar a primeira pedra que outra pedra? Pedras não conhecem pecado.

E assim — a pedra estava quase pronta para partir para o próximo ponto de sua viagem — quando sentiu algo… estranho.

Era parte de sua habilidade [Parente da Pedra], e até de seu domínio, agora com um alcance maior. Sentia… algo. Algo de metal estava se aproximando, e não apenas voando aos caprichos da gravidade — mas por seu próprio poder.

A pedra instantaneamente ficou alerta, acelerando em direção ao objeto, todos os três anéis de armas aumentando a velocidade de rotação. Aproximou-se da coisa e finalmente a sentiu na borda de seu domínio. Um ser de metal, em forma de esfera, com um jato de fogo saindo de trás e pequenas luzes piscando na frente.

Mas — havia algo muito errado com ele. Era instintivo para a pedra, ela sabia.

A coisa não tinha níveis. Era mais como o meteoro que acabara de destruir—mas, apesar de não ter níveis… havia uma centelha dentro dela. Algo a guiando. Inteligência.

Ciência. O poder da física e do raciocínio, aplicado para criar um vaso capaz de desafiar o espaço sideral, e capaz de sentir anomalias lá. Anomalias… como uma pedra que brincava com a própria tela da gravidade.

Mas a pedra sabia que a coisa não pertencia aqui — neste sistema solar de níveis.

Instintivamente, uma classificação aplicou-se à coisa dentro da mente da pedra.

Invasor.

A coisa tentou desviar do projétil, mas a pedra focou em seu domínio, pintando um vale de gravidade para seu projétil viajar, seguindo inevitavelmente a coisa.

Não podia escapar. Houve um impacto, mas… nenhuma experiência. Ainda assim, a coisa foi destruída, esmagada por um projétil assim que a pedra decidiu destruí-la. Instintivo.

Mas a pedra sabia — se havia um — um pequeno drone de reconhecimento como este…

Haveria mais.

Então a pedra estendeu seus sentidos, procurando por anomalias, e sentiu uma vaga sensação, quase como excitação, mas não exatamente. A pedra ainda não estava lá. Não sentia de verdade.

Mas ainda assim — quando sentiu os vasos maiores de metal entrando no sistema solar — começou a acelerar em direção a eles.