Capítulo 18 — Gênesis
A rocha sentou-se no centro do planeta, nas profundezas da terra, observando o aviso. Esperando. Porque ele acabara de aparecer, e a mensagem finalmente estava se completando. O que a missão lhe daria?
Ela havia trabalhado tanto por isso.
Processando missão…
Distância até a base da montanha = 0
00000000000000000000000
ERRO!
Localização não encontrada!
Resolvendo…
ERRO!
Localização de não encontrada!>
Resolvendo…
ERRO!
Localização em não encontrada!
Resolvendo…
ERRO!
Localização na não encontrada!
ERRO
ERRO! Não encontrado!
ERRO_MUITOS_ERROS
Resolvendo…
Ofuscando…
Finalizado
Missão Tutorial
Role Montanha Abaixo
Chegue ao pé da montanha.
Altitude Atual: ????
Dificuldade: Lendária
Recompensas: ??? (Lendário)
STATUS: NÃO RESOLVIDO
A rocha observou o último erro, tremendo, e o planeta recém-forjado estremeceu.
Não.
Ela não podia aceitar isso. Não era para ser assim.
Ela havia trabalhado tanto… e esse era o resultado? Na hora mais sombria, o herói finalmente desesperou, pois agora havia perdido duas coisas.
Duas das poucas coisas que tinha.
E assim o planeta se enfureceu. Com uma força que ainda não conhecia e habilidades que ainda não havia tentado descobrir, começou a se fragmentar ainda mais. A rocha ativou o [Canhão de Gravidade] e lançou a lua para longe, pois seu olhar parecia um clarão crítico, e os oceanos se moveram.
Ela se enfureceu, e a terra tremeu, despedaçando todas as cordilheiras, pois elas lembravam a rocha demais de sua missão.
As cordilheiras despedaçadas lembravam-na de si mesma, então ela arremessou os pedaços de rocha para o espaço sideral.
A fúria continuou, e os oceanos ferveram.
E então… a rocha terminou de se enfurecer — porque não se sentiu melhor. Nunca havia sentido emoções como essas antes — e não gostou disso.
Esperar faria isso passar?
Ela tentou esperar, mas novamente se sentiu inquieta. Algo irritante a perturbou por um momento, mas logo desapareceu. A rocha estava cheia de energia, mas não tinha objetivos para direcioná-la. Tudo havia acabado. Exceto…
Ela ainda tinha seus níveis. Havia crescido — estava maior agora. Poderia talvez resolver esse problema? Ela havia sido esperta antes.
A rocha decidiu tentar, dando uma olhada em algumas de suas novas habilidades. Tinha muitas. Elas poderiam resolver o problema?
Ela começou a usar [Criar Montanha] e [Esculpir Terra], moldando uma nova montanha a partir do solo despedaçado, uma cópia daquela que ainda lembrava.
Ela havia sobrevoado a montanha antes, e havia rolado por suas encostas. Esperara centenas de anos na montanha, e rolara por ela em um breve momento. Conhecia bem a montanha.
E usando sua nova autoridade, a rocha deu à montanha o nome, conectando-a à missão. Esperou, esperou que o sistema entrasse e resolvesse as coisas.
E ele entrou.
Missão Tutorial
Role Montanha Abaixo
Altitude Atual: 0
ERRO
Você é o Monte Tártaro, distância inválida.
STATUS: NÃO RESOLVIDO
E falhou novamente, o destino ficando logo fora do alcance da rocha. Ela finalmente sentiu desespero, por um breve momento, pois aquele objetivo dourado pelo qual havia lutado estava finalmente fora de alcance.
O sistema talvez fosse vingativo contra a rocha? Sendo mesquinho porque a rocha lhe causara problemas antes?
Talvez, mas a rocha não se importava mais.
Depois de tentar e falhar novamente — ficou mais fácil aceitar que a missão estava sem solução. Esperando ali, como uma coceira permanente.
Esperar era mais fácil quando você não tinha esperança.
Mas uma rocha não podia ficar mergulhada em autopiedade para sempre. A missão era apenas uma das duas coisas que a rocha havia perdido. Ela ainda tinha níveis. Ainda tinha estatísticas.
Havia crescido. Tornara-se a maior rocha de todas.
Pois a rocha havia viajado pelo sistema solar e visto que muitos daqueles que pensava serem seus irmãos eram apenas imitadores, gigantes de gás disfarçados de rocha. Nenhum verdadeiro parente de pedra. E eles não tinham a centelha.
E mesmo se houvesse outros maiores lá fora… o que importava? Seu tamanho realmente lhe trouxe algum ganho?
Não encontrou sucesso com o tamanho. No início de sua missão, o humilde seixo queria se tornar a maior rocha de todas, e tudo em que pensara foi tamanho. Mas agora o [Planeta] sabia melhor. Tamanho era uma coisa, fácil de medir, um número que podia crescer enquanto rolava para frente, esmagando tudo em seu caminho.
Mas e a beleza?
A rocha olhou para sua superfície e viu um planeta despedaçado, sem sinais de vida. Nenhuma música. Essa era a única beleza que conhecia.
A rocha podia vê-la agora — imaginá-la agora.
Quando estivera sentada no topo daquela montanha por um milênio, os pássaros sempre estiveram cantando lá, uma canção que a rocha não conseguira ouvir? O vento tocara uma melodia suave enquanto soprava por buracos cavernosos, como órgãos gigantes tocados pelo próprio ar? Ela se lembrava de sua antiga montanha e pensava que talvez… houvesse beleza lá.
A rocha não criara beleza por si mesma. Apenas rolara para frente e destruíra, buscando a missão e o crescimento. O que ela pretendia fazer depois de completar sua missão?
Tão focada nos números que fora, que a rocha esquecera tudo o mais. Talvez porque os números haviam sido sua única companhia. Talvez porque estivera verdadeiramente sozinha, agarrando-se às telas de números que a seguiam em bons e maus momentos, tão eternas e pacientes quanto a pedra.
Mas havia beleza nos números?
Diametro: 12 747 201 m
Ela olhou para o número, buscando aquela satisfação que sentira antes ao vê-lo crescer. Mas não sentiu nada agora. Alcançara o pico, e a satisfação foi tão passageira. Aquela melodia ainda tocava em sua mente, nunca a ser esquecida. Mas os números… todos começaram a se misturar eventualmente. Talvez houvesse uma breve satisfação, mas agora, vendo o pico, eles perderam todo o significado.
A rocha fechou a tela, sua única companheira fiel, e novamente pensou naquela estátua de jade, naquela canção que ela cantara para si, e olhou para a superfície destruída.
A rocha percebeu… era uma rocha feia. Nenhuma música brotaria dessa superfície estéril. Até ela sabia disso.
E então, resignada, sentou-se para esperar, passar a eternidade como fizera no topo daquela montanha. Não vira beleza então, e não via beleza agora. Exceto que agora a conhecia, e isso fazia toda a diferença.
Por um longo tempo, observou o vasto campo de rochas esmagadas orbitando o planeta lentamente, e, aos poucos, a superfície se acalmou. Nada mais de fogo infernal. Apenas silêncio.
Ela observou aquelas rochas em sua órbita girando e girando, em padrões infinitos de gravidade…
E lembrou-se de algo.
Experimentalmente, quase por capricho, alcançou aquela sensação familiar—a tapeçaria da gravidade — e começou a pintar padrões no céu. Gradualmente, o campo de rochas começou a se agrupar, formando três formas familiares.
Anéis.
E eles giravam e dançavam, e a rocha percebeu que sentia a mais tênue centelha de beleza naquela dança. Era quase rítmico agora, como se estivessem seguindo uma canção. Uma canção que ainda tocava em sua mente.
E enquanto continuava a dança das rochas sem parar… a canção na mente da rocha mudou. Tornando-se algo novo. Uma canção que nunca ouvira antes.
O [Planeta] se agitou. Talvez… a rocha também pudesse criar beleza?
Olhou para a montanha que esculpira e reconheceu ali também um tipo desajeitado de arte. Um trabalho de iniciante. Mas… talvez também contivesse o início da beleza?
Ela tinha muitas habilidades novas. Muitos caminhos novos para explorar. E muito tempo.
Poderia fazer as pedras cantarem?
Ali e então, a rocha decidiu um novo objetivo para sua vida. Tornara-se a maior das rochas e vira o que havia no pico, e achara a mera força sem sentido. Qual era o sentido de ser a mais forte se você só deixava destruição em seu rastro? Não, força por si só não tinha significado. Não tinha mais uma missão para lutar, então precisava de um novo objetivo. Chega de avançar cegamente, destruindo.
A rocha estava farta desse caminho. Agora… queria se tornar bela.
Era um [Planeta] agora. Um ser grandioso com habilidades igualmente grandiosas. Para verdadeiramente se tornar a melhor rocha de todas…
Teria que se tornar o [Planeta] mais belo de todos.
E assim a rocha começou a criar.
Lentamente, tão lentamente, ao longo de eras e milênios, ela experimentou e aprendeu. E subiu de nível. Novas habilidades, mas mais importante, novas habilidades.
Seus primeiros esforços com vida vegetal foram coisas desajeitadas e disformes que lembravam velas derretidas. Mas eventualmente… esculpiu árvores de gemas, e suas folhas de esmeralda soavam ao vento como sinos.
Erigiu e esculpiu montanhas para aquelas árvores repousarem, e as moldou para que o vento soprasse por seus picos labirínticos da maneira certa, então atingisse as árvores…
E então as árvores começaram a tocar uma canção. Os três anéis permaneceram acima de tudo, dançando para a nova melodia em padrões que se tornavam cada vez mais complexos, cada vez mais belos.
Mas a música ainda faltava algo. Precisava de canto.
Então a rocha, o [Planeta] recém-reforjado, pensou em pessoas. Criara um mundo que tocava melodias ao vento—mas para cantar junto… precisava de pessoas.
Que tipo de pessoas deveria criar? A rocha olhou para suas habilidades [Seleção Natural] e [Origem das Espécies] e lembrou-se daquela beleza de jade. Aquela forma… queria capturá-la. Trazê-la de volta. Aquele sonho dourado, capturando até mesmo um vislumbre de sua imagem.
A rocha mergulhou fundo em si mesma, extraindo veias de jade, e começou a esculpi-las em pessoas, então insuflando-lhes vida.
Agrupamentos de Jade lentamente se ergueram, pequenas figuras irregulares, longe das figuras esculpidas na mente do [Planeta]. Ela começou a guiá-las, ajustando as coisas corretamente, e, aos poucos, as pessoas evoluíram e começaram a se esculpir. Em formas que a rocha nunca sonhara.
Mas todas ainda belas, um tipo de pessoas de pedra. Elas criaram cabelos das gemas mais finas e poliram sua pele de jade até brilhar ao sol. Um povo unido, pois a rocha não conhecia homens e mulheres ou suas diferenças.
E a rocha não precisou ensiná-las, pois as pessoas viram o mundo ao seu redor e começaram a cantar por conta própria.
E lentamente, tão lentamente, a rocha observou enquanto um [Planeta] se enchia de vida. Mais e mais vida. Pessoas, animais, plantas. Montanhas, lagos, florestas.
Canções, tantas canções, e o [Planeta] ouvia todas, girando os anéis para cada melodia.
Sentia-se contente.
Essa beleza não era tão fresca quanto aquela primeira chama de beleza, pois o que poderia superar a chama do primeiro amor? Mas a rocha estava satisfeita com o que criara. Um mundo de jade, gemas e pedra que cantava. Havia conflitos e guerra, mas a rocha não se importava, pois os guerreiros cantavam enquanto avançavam para a batalha e o derramamento de sangue. Era um mundo bom. Digno da maior rocha de todas.
No entanto.
Uma coisa ainda a incomodava.
A missão. A maldita missão.
Ainda estava lá, esperando, não cumprida. E a rocha queria resolvê-la. Queria saber! Precisava saber!
Os anos não a tornaram mais fácil. No início, tentara ignorá-la, mas quanto mais se contentava com a beleza, mais inquieta a rocha ficava. Uma vez fisgada, poderia realmente escapar?
Qual era a recompensa da missão?
O que aconteceria quando os números chegassem ao fim?
Poderia realmente ignorá-la e deixá-la sem resposta? Claro que não!
Mas a rocha era grande agora, e significativa. Um [Planeta] cheio de vida. Não podia mais escapar do olhar do sistema. Estava sendo vigiada de perto—não conseguiria passar a missão por medidas simples.
A rocha bolou um plano. Pois era uma rocha astuta e já enganara o sistema muitas vezes antes. Bastava saber onde olhar, como distrair, e então um pequeno pedaço poderia ser escondido e cortado…
E assim, a rocha colocou seu plano em ação.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.