Capítulo 6 — Uma Pedra Quebra Osso

A rocha, que estava começando a lentamente se tornar um pedregulho, caiu na masmorra com um respingo, um goblin morto sob ela. E ela havia ganhado um novo nível e uma nova habilidade.

‘Coisas muito úteis para subir de nível, esses verduzinhos’, pensou a rocha. ‘Não havia aquele ditado… matar quantos goblins com uma pedra?’

Provavelmente já era uma boa contagem até agora.

Mas a masmorra tinha um invasor agora. E a masmorra reagiu.

A rocha percebeu passos se aproximando, pés como pedra batendo no chão de tijolos. Ou, para ser mais preciso, pés de osso.

Uma massa de esqueletos, subindo um corredor em declive como uma grande horda. A rocha os viu e… não sentiu muito medo. Afinal, era uma rocha.

Mas ela sentiu calor. Tinha freado uma vez durante a queda aqui e convertido uma boa quantidade de energia térmica para si no processo.

Energia suficiente para conquistar uma masmorra? Talvez. Mas a rocha havia notado outra coisa curiosa. O corredor por onde aquele exército de esqueletos estava se arrastando…

Era um corredor em declive.

A rocha se impulsionou gentilmente para frente, para o declive, e começou a fazer seu trabalho. Ser uma [Pedra Rolante]. O chão era liso, razoavelmente íngreme e muito fácil de rolar. Muito mais agradável que a encosta acidentada da montanha. E na frente da rocha…

Os esqueletos haviam parado, hesitando diante do projétil que se aproximava. A rocha, porém, via apenas experiência a ser colhida e rolou em direção ao moinho. Os esqueletos se viraram, voltando para onde vieram, mas não conseguiam acelerar como uma pedra rolando.

Ela se aproximou dos esqueletos, então usou um toque de sua nova habilidade, anexando um tipo de fio etéreo ao teto. E ela subiu.

A rocha voou para cima, usando cuidadosamente [Direcionar], e esmagou as costelas do primeiro esqueleto, que foram reduzidas a pedaços. Ela mal diminuiu a velocidade, mudando apenas 5m/s enquanto avançava.

Ela continuou para frente, acertando o próximo esqueleto nos quadris enquanto sua velocidade mal diminuía contra os guerreiros de ossos leves.

Então ela começou a desacelerar, ficando muito perto do chão, e os esqueletos estavam por todos os lados. Hora de uma mudança. Ela usou um pouco de energia, direcionando a nova velocidade para a direita.

Ela virou para a direita, um [Direcionar] e o novo impulso de energia a impulsionando, e mais dois esqueletos foram esmagados contra uma parede.

Então a rocha finalmente parou por um momento, avaliando os resultados. Quatro esqueletos destruídos em questão de momentos, com o resto fugindo ladeira abaixo o mais rápido que podiam. A rocha freou no lugar, acumulou um pouco de calor e não se apressou na perseguição.

Porque ela havia notado algo.

O declive era bastante largo no topo, permitindo que os esqueletos se agrupassem lado a lado. Mas à frente… havia uma porta e um corredor estreito. Apenas estreito o suficiente para os esqueletos se moverem em fila única.

Se soubesse de tais coisas, a rocha teria recebido iluminação sobre as alegrias do boliche.

Então ela esperou, rolando lentamente para frente, gradualmente aumentando seu ritmo. Esperou enquanto os esqueletos avançavam em uma corrida louca. E então — quando o último esqueleto entrou na parte estreita — a pedra começou a rolar.

E a acelerar.

E a frear, e a se aquecer.

E a acelerar mais.

Ela rolou para frente, com a inevitabilidade da pedra, pronta para moer todos os inimigos em pó. E chegou ao corredor. Os esqueletos estavam logo à frente, se arrastando em pânico, se movendo mais rápido ao ouvirem o estrondo que se aproximava.

A rocha alinhou um tiro, então anexou um ponto de pivô no teto, por apenas um breve momento.

Ela voou para o ar só um pouco, até a altura dos quadris do esqueleto. Como um jogador de golfe alinhando o tiro perfeito, o taco finalmente acertou.

Ela disparou para frente, com um leve ângulo para cima, usando a quantidade máxima de calor que podia em seu nível atual. Uma bala de canhão gigante que não precisava de pólvora, apenas de seu próprio movimento.

E ela colidiu com o primeiro esqueleto. E o próximo. E o próximo. E todos eles.

Ela disparou para frente, ossos amassados caindo atrás dela em pilhas enquanto a magia que os mantinha unidos quebrava diante da pedra. Sua velocidade mal diminuía, pois cada impacto era como frear através de outra fina parede de magia de barreira.

Ela estava começando a cair mais perto do chão, então a pedra fez um pequeno pivô para cima, atingindo as costelas dos próximos esqueletos.

Osso foi esmagado, e o último esqueleto caiu no chão em um monte imóvel. Nenhum esqueleto à frente — apenas escadas. A rocha caiu, bateu em um degrau, bateu no próximo, então percebeu que realmente não gostava de escadas.

Porque… pela primeira vez…

Ela sofreu dano.

A rocha decidiu que realmente não gostava de escadas. Rochas não deveriam sofrer dano! Elas deveriam simplesmente passar direto!

Declives foram inventados por um motivo!

Então ela direcionou, freou e pivotou para cima, mantendo-se no ar, apenas um pouco longe de bater em todos os degraus.

Ela se aproximou do teto, mas subitamente um painel no teto se abriu, e espetos de madeira foram empurrados para fora, direto na pedra voadora.

Eles quebraram contra ela, mas ainda conseguiram derrubá-la — com força. A pedra bateu nas escadas mais uma vez.

Isso não estava certo! Uma masmorra poderia causar dano a uma rocha? Agora isso era injusto. A pedra começou a ficar irritada. Ela chegou ao fundo das escadas, mantendo um bom ritmo.

E então uma armadilha de buraco se abriu abaixo.

Ela lançou um [Ponto de Pivô] para o teto, então pulou graciosamente sobre o buraco de 4 metros de comprimento. Ela pousou do outro lado, então continuou avançando, rapidamente indo mais e mais fundo na masmorra.

De repente, aberturas se abriram por todo o corredor, e um som de assobio começou enquanto gás começou a inundar o túnel. A pedra apenas ficou confusa com a armadilha de gás venenoso e não diminuiu por causa dela.

Talvez a masmorra não conseguisse mais causar dano a ela? Desde que não houvesse mais escadas… O que era aquela coisa de névoa verde? Ela nunca tinha visto algo assim.

Ela se lembrava de ter visto nuvens e névoa antes, mas elas realmente não pertenciam ao subterrâneo, não é? Algo estava errado.

Então houve uma faísca, e o corredor explodiu em chamas.

A rocha freou e sentou no lugar, maravilhada com as armadilhas de gás inflamável. Esse era um lugar onde ela poderia coletar energia de graça?

As chamas desapareceram após um momento, envolvendo a pedra por apenas um instante, mas ainda enegrecendo sua superfície. O assobio começou novamente, e logo houve mais fogo. E a rocha deixou-se aquecer.

Mas não foi tão eficaz, as chamas eram tão breves que ela mal estava ficando positiva no departamento de energia pelo tempo que tinha que esperar.

Ela decidiu seguir em frente. Outra transferência de energia, e de volta para frente, a uma agradável e calma velocidade de 15m/s.

Ela foi mais fundo, tendo que pivotar em uma esquina, então parou abruptamente quando ficou cara a cara com uma parede bloqueando seu caminho. Aberturas se abriram acima. Um som de assobio familiar.

Então dois lança-chamas abriram fogo contra a rocha.

A pedra decidiu recostar por um momento — satisfeita. Finalmente estava recebendo tratamento adequado. Esses fogos não paravam, então ela pôde pacientemente esperar enquanto seu nível de energia aumentava.

O que era isso? O sistema estava bravo com a rocha por como ela estava se comportando? Medidas punitivas.

A rocha deu uma olhada maldosa para o ar ao seu redor, ou pelo menos você poderia imaginar que sim, então começou a seguir em frente. Mas… havia uma parede na frente… Talvez ela devesse simplesmente passar por ela? Ela converteu 10K em energia para si mesma e lançou-se contra a parede.

Ela passou pela ilusão mágica, chegando ao outro lado. Uma monstruosidade enorme de carne se levantou em uma vasta sala, pairando sobre a pedra. Um goblin vestido com robes negros estava sentado em sua cabeça, gritando ordens, mas parou quando viu o invasor.

A rocha também parou.

O goblin [Necromante] estreitou os olhos. Alguém tinha jogado uma pedra dentro de seu covil, através de tudo aquilo? Quem carregaria uma pedra tão fundo em uma masmorra? Onde estava o invasor sobre o qual haviam avisado?

Ele instruiu o golem de carne a se aproximar, para examinar as coisas. O gigante desajeitado deu dois passos para frente.

Então o goblin percebeu que a pedra estava quente. Um pouco menos de 200 graus mais quente do que deveria estar.

Ele percebeu que algo estava errado.

Tarde demais, já estava perto o suficiente. A rocha atacou, usando toda a energia que lhe era permitida.

Ela passou direto pelo golem de carne, que era macio demais para oferecer qualquer resistência à pedra incandescente, destruindo-o em um instante. Então anexou um ponto de pivô a um dos pilares de sustentação da sala, um um pouco à direita, e começou a girar.

A volta completa.

Ela circulou o loop completo enquanto o golem caía, lentamente desmoronando, com um goblin em pânico em suas costas. O golem caiu na medida perfeita, trazendo o goblin para o lugar perfeito.

A rocha colidiu direto com o goblin, enviando a si mesma e a ele voando para a parede externa.

O goblin foi esmagado entre a rocha e um lugar duro, e o golem se dissolveu completamente.

E a rocha caiu, ainda segurando um bom tanto de calor dentro dela — pronta para continuar desafiando a masmorra. O aumento de nível a fez crescer muito mais do que antes, o que a satisfez imensamente.

Essas coisas eram tão úteis! Ela havia rolado para frente apenas um pouco e já havia recebido recarga de energia e experiência, sem custo algum.

Ela gostava bastante dessas coisas de masmorra.

Uma porta se abriu do outro lado, e a [Pedra Rolante] continuou se movendo para frente sem hesitar mais.