Uma sala gigantesca, escura, iluminada apenas por telas holográficas que transmitiam imagens de treinos intensos, chutes devastadores e defesas milagrosas. No centro, com postura firme e olhar impenetrável, estava Ryuki Akami, o arquiteto por trás de tudo.

    Ele deu um passo à frente, e sua voz ecoou com uma frieza calculada, mas carregada de imponência:

    — O Japão sempre buscou a perfeição. Já produzimos guerreiros, atletas, artistas… mas agora, vamos criar algo que o mundo jamais esquecerá.

    As imagens nas telas mudaram: jovens jogadores treinando até a exaustão, suor caindo no gramado, olhares determinados.

    — Este é o Projeto Zenkoku. Cada gol marcado… cada fracasso exposto… cada jogada arriscada… e cada gota de suor derramada… será televisionada para o mundo inteiro. Não haverá máscaras. Não haverá desculpas. Apenas a verdade nua e crua do futebol absoluto.

    Ryuki ergueu a mão, e as telas mostraram 26 escudos de times, de A até Z, brilhando em sequência.

    — O mundo será a testemunha. Vocês… serão os gladiadores.

    Silêncio. Apenas o som de sua respiração controlada ecoava no espaço.

    Dias depois, em um auditório fechado, os jogadores selecionados estavam sentados em cadeiras metálicas, o ambiente pesado, quase sufocante. Na frente deles, Ryuki Akami apareceu em um telão, seu rosto projetado em tamanho monumental.

    Com um olhar penetrante, ele disse:

    — Vocês foram escolhidos. Entre milhares, apenas vocês entrarão em campo pelo Zenkoku. Este não é um torneio comum… é a arena definitiva. O palco onde se decide quem será lembrado como lenda e quem será esquecido como fracasso.

    As palavras caíram como lâminas afiadas. Alguns jogadores engoliram seco. Outros cerraram os punhos.

    — O mundo inteiro assistirá a cada passo. Vocês não têm para onde fugir. Não existe esconderijo no campo… apenas vitória ou humilhação.

    O telão então ficou preto. Apenas uma frase branca brilhou:

    “7 dias.”

    O coração de cada jogador do Time Z disparou. Tsubasa olhava para os pés, como se calculasse algo em silêncio. Renji sorria de canto, nervoso, mas animado. Nakki bocejava, mas seus olhos ardiam de brilho. Genjiro cruzava os braços, pronto para encarar qualquer um.

    E Akira, sentado no centro, fechou os olhos, respirou fundo e pensou:

    — Sete dias… para mudar o mundo.


    A chuva caía fina sobre o complexo isolado, escondido entre montanhas e neblina. Luzes frias cortavam o nevoeiro, refletindo nos campos de treino perfeitamente alinhados. Cada linha do gramado parecia quase artificial de tão precisa, mas havia algo vivo naquele lugar, algo que pulsava com energia contida.

    No centro de tudo, um edifício alto de vidro negro se erguia, dominando a paisagem. Dentro dele, no último andar, estava Ryuki Akami, o criador do projeto. Ele estava em pé, com o corpo reto, olhando através da parede de vidro. Seus olhos, frios e calculistas, percorriam cada campo, cada jogador em treinamento, cada movimento. Cada detalhe não passava despercebido por ele.

    Ryuki não era um simples treinador. Seu intelecto transcendia o futebol comum. Ele via linhas de probabilidade, pontos fortes e fracos, até mesmo os menores sinais de talento oculto. Para ele, o futebol não era apenas um esporte: era uma ciência, uma arte, e uma arma. Cada chute, cada passe, cada drible era uma peça do quebra-cabeça que ele precisava montar para criar o jogador perfeito.

    O clima dentro do laboratório de observação era silencioso, quase opressivo. Telas exibiam jogadores em ação em câmeras de alta precisão, sensores rastreavam a velocidade, o ângulo de cada chute, a pressão dos pés no chão. Tudo registrado, analisado, medido. Mas por trás de toda essa frieza científica, havia um propósito mais profundo: Ryuki queria forjar alguém que superasse os limites humanos, alguém que pudesse transformar o futebol em algo que ninguém jamais imaginou.

    Ele se virou lentamente, sua capa preta se movendo com o vento que entrava pela janela aberta. Um leve sorriso surgiu em seu rosto. Não era alegria, mas satisfação, a satisfação de um homem que já podia sentir o potencial daqueles jovens, mesmo antes do primeiro apito.

    — É aqui que nascerá a lenda, murmurou Ryuki, sua voz baixa, mas carregada de determinação. 

    Enquanto a chuva tamborilava no vidro e os campos respiravam sob a névoa, o Projeto Zenkoku não era apenas um torneio simples, era o começo de uma nova era, onde apenas os mais ousados sobreviveriam, e o impossível se tornaria realidade.

    A chuva finalmente cessou, mas o campo ainda estava coberto por um manto de neblina fina. O gramado brilhava, molhado pelo orvalho e refletindo a luz cinza do céu. Cada passo de Akira Hayato ecoava no silêncio, misturado ao som distante de outros times se aquecendo.

    Akira parou na beira do campo, respirando fundo. Era a primeira vez que ele pisava oficialmente no Projeto Zenkoku, e cada detalhe parecia esmagador: cercas altas, torres de observação, e os campos adjacentes onde os outros times, T, U, V… , treinavam com precisão e intensidade quase sobre-humanas.

    Um homem surgiu à frente do grupo. Não era apenas um treinador, era Ryuki Akami, o criador do projeto. Seu olhar frio percorria cada um dos jogadores recém-recrutados do Time Z.

    — Vocês são os últimos da lista, disse Ryuki, a voz baixa, controlada, carregada de autoridade. — O Time Z. O mais fraco, o mais desacreditado. E, se falharem, não passarão nem pela pré-fase.”

    Akira sentiu um frio na espinha, mas manteve o olhar firme. Ao seu lado, seus companheiros o observavam:

    Tsubasa Ryoma, lateral esquerdo, ajustava as meias com energia contida, sempre com um sorriso no rosto, mas com os olhos mostrando determinação. “Vamos mostrar que velocidade não é tudo, certo?” murmurou para Akira.

    Renji Meruru, ponta esquerda, girava a bola entre os pés sem parar, sua expressão alegre como se a pressão nem existisse.

    Genjiro Rensuke, ponta direita, cruzava os braços, preocupado. — Se a gente não se concentrar, vai ser humilhação na certa.—

    Nakki Mikae, meia-atacante, encostado na trave, bocejando. — Tudo bem, tudo é muito fácil… disse com preguiça, fazendo Keo franzir o cenho.

    Keo Mikae, meio-campista, imediatamente ficou protetor, colocando a mão no ombro do irmão. — Não subestime ninguém, Nakki. Aqui cada detalhe importa.

    Hiori Cho, central no meio, ajustava a posição da bola, olhos focados, expressão calma. — Vamos precisar confiar uns nos outros… senão não chegaremos a lugar algum.

    Gen Kekuru, goleiro, permanecia sério, observando silenciosamente, estudando cada detalhe do campo.

    Daichi Kuronuma e Hiroto Kaminari, zagueiros, conversavam rapidamente, avaliando a postura do adversário e o terreno.

    Sora Fujimura, lateral direito, sorria enquanto alongava as pernas, quase provocando os rivais invisíveis.

    Ryuki Akami ergueu a mão e acalmou a tensão. — O Time Z enfrentará os outros sete times da pré-fase: T, U, V, W, X, Y e vocês. Apenas um de vocês passará para a fase principal. Cada partida será um teste. Cada jogada contará. Não há margem para erros.

    Akira sentiu o peso da declaração. O Time Z era desacreditado, o pior entre os piores, e todos os outros times já eram considerados superiores, algumas até quase perfeitos.

    Ryuki continuou: — Se conseguirem sobreviver, terão uma chance de se provar. Mas lembrem-se: neste projeto, força não é tudo. Inteligência, coordenação, adaptação… essas são as verdadeiras armas.

    O silêncio pairou sobre o Time Z. Cada um deles, por dentro, sentia a pressão esmagadora, mas também uma faísca de excitação.

    Akira respirou fundo e olhou para seus companheiros. Seus olhos brilhavam com determinação. — Então é aqui que tudo começa. Vamos mostrar que até azarões podem criar algo impossível de parar.

    Houve um momento de tensão absoluta, o Time Z, desacreditado e desprezado, agora estava reunido oficialmente. Do outro lado, os gigantes da pré-fase observavam, e Ryuki Akami simplesmente cruzou os braços, observando, como se já pudesse prever cada movimento que viria a seguir.

    O campo estava silencioso, exceto pelo som das chuteiras cortando a grama molhada e da bola quicando. O céu ainda carregava nuvens cinzas, mas os jogadores pareciam absorver energia da própria tensão no ar.

    Akira Hayato ficou no centro do campo, bola nos pés. Ele olhou para os companheiros e percebeu imediatamente: cada um é incrível sozinho, mas juntos ainda são um caos.

    Tsubasa Ryoma acelerou pelo lado esquerdo, a grama quase sumindo sob seus pés. Sua velocidade chegava a beirar a do som. Cada passo era acompanhado por um rastro de vento que levantava a neblina, criando linhas quase visíveis no ar. Ele tentou passar a bola para Akira, mas o timing estava errado; a bola escapou de seu controle. — Droga… precisamos coordenar melhor, murmurou, franzindo a testa.

    Renji Meruru, ponta esquerda, girava entre os marcadores imaginários, seus dribles imprevisíveis surgindo quase sozinhos. Ele não pensava; apenas se movia, deixando traços de aura ao redor dos pés. Akira piscou, aquele talento inconsciente era perigoso, mas também imprevisível. Em alguns momentos, Renji parecia incontrolável, passando a bola de forma errática que só funcionava por sorte.

    Nakki Mikae estava deitado na grama, brincando com a bola como se fosse uma extensão de sua mão. Ele fazia giros impossíveis, passes com efeito exagerado, toques que desafiavam a física. — Isso é divertido…, murmurou preguiçosamente, sem sequer olhar para os companheiros. Cada movimento dele parecia casual, mas tinha uma precisão sobrenatural, como se a bola obedecesse à sua vontade.

    Akira respirou fundo, percebendo a falha clara: nenhum deles estava sincronizado. Alguns exageravam, outros eram imprevisíveis, e Nakki… bem, Nakki simplesmente ignorava a disciplina.

    Ele bateu na bola com força, parando o treino por um instante. Todos olharam. Seu olhar era firme, mas não hostil. — Escutem, cada um aqui é forte demais sozinho. Mas se continuarmos assim, vamos nos destruir antes de começar. Precisamos trabalhar como um time. Cada passe, cada movimento, precisa fazer sentido para o próximo. Entenderam?

    Um silêncio pesado tomou o campo. Então, Tsubasa respirou fundo e assentiu, Renji sorriu confiante, Nakki apenas bocejou, mas seus olhos brilharam. Eles sabiam que Akira não estava falando de regras, estava falando de sobrevivência, de mostrar que o Time Z podia ser mais que azarões.

    O treino voltou, mas agora com foco renovado:

    Tsubasa usava sua velocidade para cobrir espaços, aprendendo a entregar a bola no momento certo.

    Renji começou a controlar seus dribles inconscientes, alinhando-os às posições dos companheiros.

    Nakki começou a participar do treino sem perder a graça, mas agora sincronizando passes e movimentos.

    Akira percebia cada detalhe com sua Visão Infinita, analisando trajetórias, antecipando falhas, ajustando o posicionamento de cada jogador. Ele não precisou falar muito, seus movimentos naturais de líder já começavam a guiar o Time Z.

    O treino terminou com uma jogada improvisada: Akira recebeu a bola no centro, passou para Nakki que girou no ar e devolveu, Renji e Tsubasa combinaram dribles e velocidade nas laterais, e a bola finalmente chegou a Hiori, que com um toque elegante lançou para Genjiro, que chutou… mas errou o gol propositalmente, apenas para testar os reflexos do goleiro Gen Kekuru.

    Gen Kekuru, sério como sempre, pegou a bola com perfeição, deixando todos impressionados.
    — Hmm… interessante, murmurou ele, quase como se já previsse que aquele time iria desafiar qualquer expectativa.

    O sol começava a surgir por entre as nuvens, refletindo nos corpos suados, nos traços de energia e nos olhos determinados de cada jogador. O Time Z ainda não era sincronizado, ainda eram azarões… mas algo começou a mudar naquele campo: eles eram especiais juntos.

    O vento frio cortava o campo, levantando pequenas folhas de grama molhada. A neblina ainda pairava sobre os limites do gramado, e cada passo que se aproximava fazia o coração do Time Z acelerar.

    De repente, um som distinto de chuteiras sobre a grama ecoou pelo campo. Era firme, pesado, coordenado. Um a um, os jogadores do Time T apareceram no horizonte, caminhando em formação perfeita, como se cada movimento tivesse sido coreografado milimetricamente.

    Akira Hayato sentiu um arrepio subir pela espinha. Ele não precisava de explicações: aquela aura que emanava do Time T era algo além de humano. Cada jogador parecia exalar confiança absoluta, presença dominante, poder contido que podia explodir a qualquer momento.

    O capitão do Time T era imponente, com uma postura que lembrava um guerreiro samurai. Seus olhos varriam o campo, medindo cada membro do Time Z como se avaliasse se eles eram dignos de existir naquele torneio.

    Os outros jogadores do Time T não eram menos impressionantes. Cada chute, cada passo que davam parecia desafiar a física, um simples toque na bola enviava ondas de energia que faziam a grama se curvar sob eles.

    A narração interna de Akira refletiu o que todos estavam sentindo:
    — Eles não são apenas o melhor time da pré-fase… são a referência mundial. Cada um aqui é praticamente impossível de vencer. Se queríamos sobreviver, precisaríamos mais que sorte , precisaríamos de um milagre.

    Tsubasa respirou fundo, tentando conter a ansiedade. — Eles… são enormes… e perfeitos… Renji, sempre sorridente, engoliu em seco, percebendo que seus dribles inconscientes provavelmente não seriam suficientes.
    Nakki, preguiçoso como sempre, apenas ergueu uma sobrancelha, mas por dentro sentia a tensão que não queria admitir.

    O Time T parou no centro do campo, formando uma barreira de pura imponência. Então, o capitão ergueu a cabeça e olhou diretamente para Akira. Por um instante, o tempo pareceu parar.

    Foi o primeiro confronto visual. Não havia palavras, apenas a intensidade do olhar, a pressão silenciosa de cada presença e a certeza de que ali o Time Z estava prestes a enfrentar o impossível.

    O silêncio era ensurdecedor. Cada jogador do Time Z sentia o peso da responsabilidade, a humilhação iminente e a faísca de excitação que só aqueles momentos impossíveis podem gerar.

    Ryuki Akami, observando de longe, permaneceu imóvel. Seu sorriso era quase imperceptível, mas havia satisfação no ar. Ele sabia que a verdadeira prova começaria agora.

    Akira respirou fundo, fechou os olhos por um instante e murmurou para si mesmo:
    — Então é aqui que começa a nossa lenda… Time Z, vamos mostrar que até azarões podem desafiar o impossível.

    O apito soou – PPIIIIII! – e o campo inteiro pareceu prender a respiração.

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