Capítulo 8 - O Poder do Réquiem
O treino tinha acabado, mas o ar ainda vibrava com aquela tensão de guerra silenciosa.
Akira estava sentado no banco, mexendo na chuteira, quando Koa se aproximou com aquele jeitão calculado dele.
— Então, Akira… — Koa soltou, direto. — Você achou um jeito de derrotar o Kira?
Akira ergueu o olhar.
Olhos cansados, mas com aquele brilho de quem tá flertando com o impossível.
— Eu descobri uma coisa, — ele disse, firme. — Um poder… eu acho.
Koa respirou fundo, como se estivesse esperando exatamente essa resposta.
— Beleza. Então vamos acabar com o “eu acho”.
Chama todo mundo. É hora de falar de coisa séria.
Minutos depois, o Time Z inteiro tava reunido em círculo.
O vento passava raspando o gramado, como se até ele quisesse ouvir.
Koa se colocou no centro e mandou:
— Eu reuni vocês para explicar sobre a Energia Réquiem.
Os caras ficaram com aquela cara de “hã?”, até que Akira quebrou o silêncio:
— O que seria isso, Koa?
E Koa começou o discurso que parecia abrir o próprio manual secreto do universo:
— Todo ser humano carrega uma energia oculta chamada Energia Réquiem.
É ela que permite controlar o impossível.
É ela quem pega um movimento humano e transforma em um milagre.
Os garotos engoliram seco.
Koa continuou:
— A Energia Réquiem é a essência viva do futebol neste mundo.
Enquanto o corpo define o que você pode, o Réquiem define o que você não deveria conseguir, mas consegue mesmo assim.
Ela molda passes que cortam o ar como lâminas, dribles que dobram a realidade e chutes que parecem ter vontade própria.
— Mas o Réquiem não é só poder.
É emoção.
É instinto.
É alma.
Koa então levantou quatro dedos:
— Existem quatro tipos de Energia Réquiem:
- Réquiem Analisador
Ver além do visível. Ler o jogo antes dele existir. - Réquiem de Movimento
O corpo transcendendo o corpo. - Réquiem de Chute e Passe
Criar trajetórias impossíveis. Rasgar a lógica. - Réquiem de Intimidação
Dominar a psique. Dobrar a vontade alheia.
Akira respirou fundo.
Algo dentro dele tremia.
— Akira, — Koa disse. — Esse poder… você já consegue usar?
— Sim.
Foi só essa palavra.
Mas ela caiu como um meteoro.
E então aconteceu.
O olhar de Akira mudou.
A íris dele se quebrou em formas geométricas, como um puzzle vivo girando no olho.
Linhas azuis surgiram, pulsando, brilhando como energia antiga despertando depois de séculos.
O Time Z inteiro deu um passo pra trás.
Koa abriu um sorriso rarefeito — meio orgulho, meio espanto.
— Incrível, Akira.
O que você despertou é a Visão Astral…
A habilidade de enxergar o destino do jogo antes dele acontecer.
Akira piscou devagar, sentindo o mundo se reorganizar ao redor dele.
Ele não tinha só visto o campo.
Ele tinha visto todas as versões possíveis dele ao mesmo tempo.
Koa olhou para o grupo, agora em silêncio absoluto.
— Existe um treinamento especial para dominar a Energia Réquiem.
E nesses próximos cinco dias… vocês vão passar por isso.
O coração dos garotos disparou.
— Akira, você focará no Réquiem Analisador.
Mas Akira negou com a cabeça.
— Não.
Eu vou aprender todos.
O ar pesou.
Ninguém ousou rir.
Ninguém ousou duvidar.
E Koa… sorriu.
— Perfeito.
Se alguém aqui vai tentar quebrar as regras da realidade, é você mesmo.
Ele então continuou:
— Com a Energia Réquiem, vocês podem criar dois tipos de habilidades:
As Relíquias
Habilidades únicas, assinatura pessoal, o reflexo puro da alma do jogador.
É como dar nome ao impossível que você domina.
E…
O Réquiem
O ápice.
A técnica suprema.
Uma por jogador.
Um momento.
Uma marca eterna.
— Agora vocês sabem.
Vocês têm cinco dias.
Esse treino vai moldar quem vocês serão daqui pra frente.
Koa respirou fundo e concluiu:
— Boa sorte.
Porque a partir de hoje… vocês deixam de ser apenas jogadores.
E começam a se tornar lendas.
Dois dias passam como um sopro.
O campo de treino vira um caldeirão de energia, suor e aura azulada cortando o ar.
O Time Z está num 5v5 insano, só um gol, só um goleiro, só caos e réquiem em colisão.
Tsubasa Ryoma rasga o corredor esquerdo na velocidade de um raio comprimido, aura branca serpenteando nos pés.
De repente, ele solta um passe que corta o vento — um passe tão perfeito que parecia ter sido desenhado com um bisturi de luz.
A bola encontra Renji Meruru, que sorri daquele jeito meio louco dele.
— Minha vez de brilhar…
E então ele mostra sua primeira Relíquia:
Freestyle Monster
Renji dá sete pedaladas por segundo, tão rápidas que viram um rastro distorcido, como se as pernas fossem linhas duplicadas da própria realidade.
O chão vibra.
O ar treme.
Hiroto Kaminari tenta reagir, mas Renji some — passa por ele em meio segundo, como se fosse feito de fumaça.
Só que…
Akira já tava lá.
Ele já tinha visto tudo — a finta, o ângulo do quadril, a aceleração, o ponto exato em que Renji ia tentar cortar pro meio.
A Visão Astral rasga o campo com linhas azuis flutuantes.
Akira dá um passo.
É tão simples que chega a ser arrogante.
A bola é dele.
E aí… ele cria história.
O Shooter Kick
Akira arma o chute.
E atrás dele surge um holograma de uma Beretta, brilhando em azul etéreo, flutuando como uma arma espiritual sincronizada à sua alma.
Quem tem energia réquiem consegue ver claramente.
Quando a Beretta dispara, Akira chuta.
E o chute é tão absurdo que o ar parece estourar.
O goleiro nem tenta defender — instinto puro gritando pra não colocar o rosto na frente daquela coisa.
GOOOOOOL.
A rede afunda como se tivesse sido atingida por um tiro de verdade.
E aí Koa aparece com aquele sorriso de “meus meninos viraram monstros”.
— Todos vocês evoluíram absurdamente.
Mas principalmente você… Akira Hayato.
Akira respira fundo, ajeita a camisa, mas antes que responda —
Nakki Mikae aparece.
Olhos firmes, postura decidida.
— Akira. Quero falar com você.
— Pode falar, Nakki.
Nakki parece juntar coragem, mas quando abre a boca, as palavras vêm afiadas:
— Graças a você… eu despertei uma vontade de jogar futebol que eu nunca senti.
Só de ver você jogar… parece que meu sangue acordou.
Akira dá um sorriso leve.
— Fico feliz de ouvir isso, Nakki.
Nakki então faz o pedido que muda tudo:
— Akira… você quer ser o meu rival?
Silêncio.
Akira estende a mão.
— Eu aceito.
— Perfeito. — Nakki sorri. — Então começamos agora.
A noite cai devagar.
Akira e Hiori tão sentados no gramado, conversando antes do treino final.
— Ei, Hiori… — Akira diz. — No próximo jogo, vamos tentar a nossa nova jogada.
Seu novo passe.
Meu novo chute.
Hiori ajeita os óculos, olhos brilhando como estrela.
— Perfeito, Akira.
Duas horas passam.
Eles já tão no campo, só os dois, bola, silêncio e aquela aura de parceria inquebrável.
Hiori suspira, concentrado.
— Akira… com a minha nova Relíquia, Controlled Passing, você vai deixar de ser só um goleador.
Você vai ser um super goleador.
E com nossas duas Visões Astrais… ninguém segura a gente.
Akira ri baixo.
— Gosto desse teu jeito de pensar, Hiori.
Mas então a conversa fica séria.
— Meu objetivo — diz Akira — é marcar o máximo possível.
Superar o Kira.
Ser o melhor.
Hiori concorda, mas levanta o alerta:
— Eu estudei o próximo adversário.
Eles ganharam de 5 a 0 do Time Y.
Akira interrompe:
— Rei Baraki, né?
— Sim. Goleador monstruoso.
Mas não é só ele.
O meio-campista deles, Hiroto Nikoji, é um passador do nível do Agi.
Frio.
Preciso.
Leitura absurda.
Akira coça a nuca.
— Tenso…
Hiori continua:
— E tem mais: os zagueiros Jubei Arakami e Kuro Aizawa.
Eles esmagaram TODO ataque do Time Y.
Paredes humanas.
Movimentação sincronizada.
Zero erros.
Akira respira fundo.
— Eles parecem mesmo insanos…
Hiori segura o ombro dele.
— Mas relaxa.
Nós somos os melhores.
E amanhã… o campo inteiro vai descobrir isso.
Akira sorri com aquela confiança silenciosa que derruba montes.

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