Capítulo 39
Ela não era tão forte quanto alguns monstros, mas era definitivamente o suficiente para conseguir o que queria. Fidelis secou os olhos enquanto as lágrimas os embaçavam. Seus olhos rapidamente ficaram vermelhos e pesados. Não era o momento certo para chorar. Ela mordeu o lábio inferior com força.
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Não restava muito tempo, era hora de apostar tudo. Fidelis agarrou o bumerangue na mão. Embora não pudesse dizer que havia uma joia lá, havia uma alta probabilidade de que sim. Não restava muito tempo, então ela não podia procurar em outro lugar.
Era difícil segurar o bumerangue porque suas mãos continuavam tremendo. Nesse momento, houve uma briga entre o fantasma e o monstro na sua frente, e os olhos de Fidelis captaram a oportunidade sem perdê-la.
Fidelis revelou audaciosamente seu corpo oculto e lançou o bumerangue. O pequeno bumerangue voltou a crescer e foi em direção a eles furiosamente com suas lâminas afiadas.
— Me dá ela, eu a levarei.
Astin, que se afastou, deu uma ordem a Zion, mas ele apenas franziu ligeiramente a testa e fingiu não ouvir.
Harold estalou a língua um pouco ao ver Astin assim. Astin continuava o mesmo.
Alvin estava pensando o mesmo, estava ocupado olhando o rosto de Iseult. Ela, desfocada sem entender, piscou algumas vezes.
— Ei, me dá!
Alvin estremeceu com o grito de Astin. Isso porque os olhos de Iseult ficaram mais afiados. Mostrando sua raiva, ela mordeu os lábios e enterrou o rosto no ombro de Zion.
O aroma fresco único de Zion pareceu estabilizar sua mente, então ela se aproximou ainda mais da parte de trás do pescoço dele.
Zion sentia tanta pena dela que estava ficando louco, mas Astin só estava reclamando sem prestar atenção.
— Iseult, venha aqui.
Zion torceu os lábios quando viu que Astin ordenava Iseult como se ela fosse sua subordinada. Quando estava prestes a dizer algo, o rosto de Iseult, que estava enterrado na parte de trás do pescoço de Zion, esfriou.
— Astin.
— Iseult, venha aqui.
— Ah.
Com o rosto distorcido, Iseult queria que Astin parasse de respirar. O rosto de Beth aparecia sobre o rosto de Astin fazendo com que Iseult tentasse suportar a necessidade de matá-lo.
— Não pode entender? Devo cortar seu pescoço em vez das mãos desta vez?
— Não sei por que você está tão sensível.
— Pela sua irmã!
Finalmente, Iseult, que não conseguiu suportar, cortou as palavras de Astin e gritou. As cordas da razão, que mal havia reprimido, se tensionaram e estavam prestes a se romper.
Se ao menos Beth não tivesse vindo… se a tivesse matado assim que a viu…
Iseult não aguentava o arrependimento constante, e o irmão daquela pessoa estava na sua frente, e ela tremia de raiva.
— Pela minha irmã?
Sabendo o que era perder um familiar, Iseult mal conseguiu suportar dizer que sua irmã estava morta.
— Cale a boca e saia daqui antes que eu diga coisas que não quero dizer.
— Não me importa o que aconteça com ela.
Afinal, não tinham a melhor relação. Astin era filho de sua primeira esposa, e Beth era filha da pessoa que se casou novamente com seu pai depois da morte de sua primeira esposa.
Ele cresceu como o filho homem da família, e tiveram uma certa competitividade quando Beth mostrou seu talento na magia. Não gostavam muito um do outro, então, é claro, ele não se importava com ela.
O propósito de entrar nesse lugar era por Iseult, não por Beth. Ele não ficou impressionado quando ouviu que ela entraria nessa mansão onde não poderia retornar vivo para resolver a maldição. Estava vivendo sua vida como se não tivesse uma irmã mais nova.
— E se estivesse morta?
Astin deu de ombros com indiferença. Como esperado, não sentiu quase nada.
— Então venha aqui.
— Por favor!
Como se estivesse cansada e farta da situação, Iseult gritou. As lágrimas que haviam parado voltaram a cair.
— Por favor, me deixe em paz. Antes que eu realmente te mate.
Havia um reflexo de loucura em seus olhos que prometia devorar Astin. Quando Astin voltou a abrir a boca, Hakan, que corria à frente, agarrou a cabeça dele sem piedade e a bateu contra a parede.
Boom!
— Ahhgg!
Um gemido doloroso saiu dos lábios de Astin. Ninguém simpatizava com Astin, ele mesmo procurou isso. Sem falar no que fez a Iseult, mas Astin era um aristocrata com alta autoestima que nenhuma pessoa comum, além da aristocracia, tratava ele como uma pessoa normal.
— Não me irrite.
Uma voz incrivelmente baixa soou nos ouvidos de Astin. O nervoso Hakan jogou Astin como se estivesse pisando em um inseto e começou a andar novamente.
Hakan parecia triste e com dor, atrás dele Harold enrugou o nariz e fez uma careta. Ele a conheceu na mansão, mas Hakan estava sofrendo como um homem que perdeu o mundo. O mesmo acontecia com Iseult.
Sua presença era como um tsunami que destrói tudo em seu caminho. Não havia tempo para intervir, mas Harold não tinha intenção de desistir.
Aquela mulher já estava morta. Não foi sua intenção, mas não havia nenhuma razão para desistir de Hakan só porque estava passando por um momento tão difícil.
— Não há motivo para tristeza, podemos começar de novo.
Tão decidido, Harold se aproximou de Hakan. Harold levantou os olhos para o rosto dele, não havia nenhuma expressão, mas Harold, que o havia observado por muito tempo, podia sentir o quão miserável estava.
— Hakan…
— …
Não houve resposta, Hakan continuou caminhando. Os olhos de Harold enquanto olhavam para ele caíram gradualmente e ele caminhou em silêncio ao seu lado.
— Hakan.
— …
Não houve resposta nem mesmo quando Iseult chamou. Iseult, que estava mexendo os dedos por um momento, pronunciou com uma voz irritada.
— Pecua.
Hakan parou.
Hakan mostrou uma reação pela primeira vez. Hakan virou a cabeça e olhou para Iseult. Não havia sinais de melhora no vermelho de seus olhos, as lágrimas ainda pendiam dos olhos de Iseult.
— Você vai matá-lo, certo?
— Sim.
— Mas dentro dessa mansão, o poder do diabo é absoluto!
Harold interrompeu a conversa dos dois e respondeu. Harold poderia não ter conhecido a força dos dois. Mas ele era quem mais sabia sobre demônios, sabia que sua força não funcionaria com os demônios nesse espaço.
Se queriam matar o diabo, tinham que resolver a maldição da mansão e matá-lo em um lugar que não fosse o espaço do diabo. Caso contrário, não havia chance de ganhar.
— Então pode quebrar a maldição, certo?
— Iseult!
Desta vez, Zion se irritou de maneira incomum. Tinha que dar seu sangue para resolver a maldição. Iseult estava dizendo que quebraria a maldição e mataria o diabo mesmo se derramasse seu sangue.
— Não me diga que está se sacrificando. Já não vale a pena ouvir isso.
A aparência atual de Hakan era a mesma de antes de conhecer Fidelis. Não, ficava mais frio e a raiva reprimida e a dor mortalmente pungente afetavam as pessoas ao seu redor.
Mas nenhum deles disse nada. Hakan se virou e começou a andar novamente sem ouvir mais Iseult.
— Não quer vingar Reese?
Zion se encheu de lágrimas diante da voz de Iseult chorando. Não sabia que seria tão miserável e ele não podia fazer nada por ela.
Simplesmente não queria vê-la se sacrificar. Mas não queria dizer para não pensar em vingança.
— Reese não gostaria que você se sacrificasse para se vingar.
— … eu…
— Por favor, Iseult!
Zion começou a gritar.
— Fidelis não iria querer isso! Você está se culpando! O que resta de você para se sacrificar tanto? Vai morrer sem encontrar o corpo dela?
Lágrimas quentes caíram sobre as bochechas de Zion e tocaram as costas da mão de Iseult. Ela, distraída, olhou nos olhos dele cheios de lágrimas. Quando as lágrimas brotaram de seus olhos, que sempre sorriam alegremente, Iseult fez uma careta de dor sem saber o que fazer.
— … Zion.
Sua mão vacilante traçou círculos e secou as lágrimas das bochechas de Zion. Então, como se de repente percebesse algo, Iseult beliscou a bochecha de Zion. Ao mesmo tempo, os olhos de Hakan se arregalaram.
— Oh, dói, Iseult! O que está acontecendo? Está se vingando de mim por estar irritada?
Embora tivesse beliscado a bochecha até o ponto de chorar, Iseult parecia mais surpresa. Zion inclinou a cabeça. Harold agarrou o braço de Hakan, que repentinamente mudou sua expressão, e o chamou com cuidado.
— Hakan…
— Corpo!
— Corpo!
Hakan e Iseult pronunciaram simultaneamente a palavra e se olharam. Não restou nenhum corpo depois da morte de Fidelis. Se fosse um ser humano, teria que ver um corpo, mas quando Beth morreu, não desapareceu, mas Fidelis rapidamente se transformou em cinzas e desapareceu.
“Por quê? Por quê?”
— O corpo?
— Sim, corpo. Reese não é um fantasma. Mas faz sentido que o corpo dela tenha desaparecido em cinzas?
— … agora que penso nisso.
Zion arregalou os olhos ao pensar no que Iseult disse. Claramente, o corpo tinha desaparecido na frente deles. Os olhos de Hakan ficaram aguçados, algo estava acontecendo. Fidelis era um ser humano comum. Mas o corpo desapareceu em cinzas.
— Tenho certeza de que o diabo não tentou matar Reese tão facilmente. O homem que tentou usar Beth para separá-la de nós, não poderia ter matado Reese tão facilmente.
Deve haver algo mais. Havia algo que eles não podiam entender o que era. Iseult começou a morder as unhas. Todos começaram a pensar.
Tudo o que Hakan disse fazia sentido. Pecua não poderia ter matado e deixado Fidelis ir tão facilmente. Pecua disse que era definitivamente por diversão. Por que ele até fez o corpo dela desaparecer?
— Então, seria que não era Fidelis quem teve o coração atravessado?
Harold deu sua opinião com cuidado, e os três balançaram a cabeça ao mesmo tempo.
— Não há como não reconhecer Reese.
Harold estava um pouco envergonhado pela linha decididamente traçada por Hakan. Por outro lado, surgiu nele inveja e curiosidade por Fidelis.
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