Capítulo 41
— Você tem algum trabalho a fazer…?
— Hmm?
Quando ela perguntou pelo propósito dele do nada, ele olhou surpreso. Quando a viu pela primeira vez de longe, pensou que ela era suspeita. Estava vestida com roupas estranhas e até estremecia os ombros como se estivesse chorando na frente dos fantasmas.
Na verdade, ele verificou e viu que ela não estava fingindo chorar, estava realmente chorando. Nunca tinha visto algo assim.
“Bom, será que ela é uma necromante?”
No entanto, ao olhar para ela, não parecia ter coragem e capacidade de controlar os mortos.
“Nunca a tinha visto, não a vi quando entrou.”
Além disso, sua aparência era muito semelhante à de Iseult.
“Acho que tem algo a ver com ela, será que ela me dirá se eu perguntar?”
Chester, perdido em seus pensamentos enquanto tocava o queixo, decidiu excluí-la da lista de vigilância, pois parecia que ela não faria mal algum. Qualquer que fosse a relação dela com Iseult, não tinha nada a ver com ele. Não se importava, desde que fosse recompensado.
Decidiu não se intrometer no que não fosse da sua conta. Não sentia tanta curiosidade sobre ela. Fidelis olhou para Chester como se suspeitasse dele.
Mas se sabia alquimia, era Chester quem Fidelis mais precisava agora.
— Sou alquimista e sou ótimo nisso.
Ele sorriu e falou com mais entusiasmo sobre ser “ótimo”.
— Você é bom em fazer coisas usando alquimia?
Olhando para ela, já que nem mencionou seu nome e só fez perguntas, Chester pensou que era apenas uma pessoa curiosa.
— Mais do que isso, senhorita. Por que não me diz seu nome primeiro?
— … Oh, eu esqueci… desculpe.
Só então Chester inclinou a cabeça e a olhou fixamente enquanto ela corava levemente de vergonha.
“Ela é bem… linda também.”
— Meu nome é Fidelis.
— Entendi, Fidelis. Já que primeiro me perguntou algo que te interessava, posso fazer uma pergunta e você responderá?
— Sim!
Chester apontou para Edu e Essie.
— O que são?
Talvez, apontar para elas tenha sido desagradável para Edu e Essie, que continuaram se escondendo.
— … Oh
— Amigas?
— Sim.
Fidelis olhou para Edu e Essie enquanto a seguiam. Parecia que não gostavam de Chester.
— Não fiz nada. Por que acha que não gostam de mim?
— … hmm?
Fidelis também suspeitava, porque tinham medo de Hakan, mas não mostravam uma aversão tão óbvia. Parecia que estavam protegendo Fidelis de Chester. Evitando brigas sem sentido, Chester evitou o contato visual com elas primeiro.
— Oh, agora que penso nisso, disse que é bom em alquimia?
— Sim.
— Bem.
Ele fez uma pausa por um momento e olhou ao redor. Fidelis parou de andar e o observou. Chester pegou uma tábua de madeira e um pano rasgado como se tivesse encontrado algo.
— Veja com atenção.
Chester começou a desenhar algo com o dedo no chão. Uma luz saiu do padrão semelhante ao desenho mágico feito no chão.
Ele colocou as tábuas de madeira e o tecido no desenho mágico e murmurou o feitiço. Uma luz branca surgiu e envolveu os dois.
Olhando por um tempo, ele escreveu algo com os dedos no ar. Pouco depois, a luz desapareceu e apareceram alguns sapatos.
— Uau!
Fidelis aplaudiu com admiração. Encantado, ele deu de ombros com orgulho e entregou os sapatos a ela.
— Vamos, coloque. Não pode continuar andando descalça.
— Obrigada.
Ela colocou os sapatos de maneira hesitante, e sentiu um toque bastante suave ao redor dos pés. Estava com vontade de usar sapatos depois de muito tempo. Também era fácil de se mover. Em vez de um chão duro e áspero, as solas dos pés se sentiam macias.
— Uau… é suave.
— Por isso os alquimistas são incríveis.
“Parecia que ele dizia: ‘Não acha que posso fazer o que quiser?'”
Fidelis decidiu dar uma olhada casual.
— Então pode fazer uma boneca ou algo assim?
— Hmm? Você quer uma boneca?
Ela não queria, mas Fidelis assentiu afirmativamente e sorriu o mais inofensiva possível. Chester tentou acariciar o cabelo dela sem perceber, mas Edu e Essie o impediram.
— … o que há com vocês?
[… Fidelis… não pode… tocar]
[Só Ha-Hakan e I-Iseult]
— Oh, agora que penso nisso.
Fidelis parecia triste. Mesmo quando pediu a Edu e Essie que se calassem por um momento, elas apenas inclinaram a cabeça como se não entendessem. Ela achou isso fofo, então Fidelis se derreteu por ambas.
Os fantasmas não podem ser tão fofos.
— Você conhece Hakan e Iseult?
— … sim.
Ela não quis dizer antes porque não sabia se ele escondia algo como Beth, mas não podia fazer nada pela resposta de Edu e Essie.
Além disso, Edu e Essie até disseram que só Hakan e Iseult podiam tocá-la, como se estivessem confirmando, o que poderia deixar Chester cauteloso se ela mentisse. Mais do que isso, era surpreendente que todas as pessoas que Fidelis conhecia também conheciam Hakan e Iseult.
— Você acha que eles vão me bater…?
Fidelis arregalou os olhos surpresa com a pergunta cuidadosa de Chester. Chester parecia fofo como um herbívoro assustado.
— Oh, não! Não! Você foi muito gentil comigo…
Chester semicerrava os olhos e tentava entender suas intenções quando ela negava.
— Ainda não posso esperar para encontrá-los e me reunir com eles.
— Não acho que esteja mentindo…
Era inimaginável que Iseult e Hakan fossem gentis com os outros, então Chester inclinou a cabeça, pensando que poderia ser que tivessem o mesmo nome.1
Bom, não importa. Ele parou de pensar friamente. Não era a intenção de Chester se aprofundar nesse assunto.
— Você me perguntou se eu podia fazer uma boneca, certo?
Fidelis estava ansiosa para saber onde Pecua poderia estar ouvindo. Mas agora não tinha nada a fazer, então fingiu estar calma e fez perguntas.
— Sim, igual a Iseult.
Juntando as mãos intencionalmente e brilhando os olhos. Como se realmente quisesse ter uma boneca de Iseult. Na verdade, depois de falar sobre isso, Fidelis queria ter uma boneca que se parecesse com Iseult.
— Não há nada que eu não possa fazer.
Fidelis vibrou internamente com o sorriso confiante de Chester. Fidelis na verdade tinha a intenção de enganar Pecua com uma boneca.
Era uma opção que podia fazer se o sangue do retrato de Sahra fosse o correto, então tinha que se certificar de que o sangue fosse o correto para realizar isso.
Antes disso, tinha que fazer mais uma coisa.
— Chester entrou porque queria a recompensa, certo?
— Isso mesmo. Não é esse o propósito de todas as pessoas que vieram aqui?
— Posso perguntar por que precisa disso?
Fidelis decidiu perguntar isso e aquilo, enquanto avançava com passo firme em direção ao lugar onde estava pendurado o retrato. Não queria contar a Hakan e Iseult sobre seu plano. Se Pecua notasse algo estranho, seria um fracasso.
Dado que esse plano poderia evitar que ninguém se machucasse, iria com Chester, revisar o kit de inspeção e se unir a ele se fosse possível. Já tinha brincado demais com Pecua.
Fidelis antes estava tranquila nos braços de Hakan, incapaz de fazer nada e não tinha intenção de perder outros. Não ia se mover pelos desejos de Pecua.
Para fazer isso, era urgente resolver a maldição o mais rápido possível. Só resolver a maldição já seria um golpe para Pecua.
— Dinheiro, preciso de dinheiro.
— … o quê?
Contrariamente às expectativas de conseguir o prêmio que seria usado para matar ou salvar alguém, os olhos de Chester brilhavam e ele gritava por dinheiro. Os alquimistas não são tão comuns no continente. Como resultado, os custos de pesquisa eram infinitamente insuficientes e, acima de tudo, a alquimia em si era muito difícil.
No entanto, Chester estava interessado em alquimia, uma profissão impopular, e tinha talento para isso. Chester se tornou bastante famoso como alquimista, mas era um caso raro. Em geral, os alquimistas costumavam se dedicar a outros trabalhos sem ver a luz.
A razão era simples. Para fazer isso e aquilo, o custo de pesquisa do alquimista estava longe de ser suficiente. Havia um limite para o apoio do Império, e as raras drogas fabricadas com alquimia já não eram exclusivas da alquimia.
Muitos aristocratas e famílias reais disseram que pagariam tudo o que ele quisesse se fizesse uma poção para não envelhecer. Isso não era o que Chester queria fazer, então rejeitou tudo.
Mesmo que fosse feito, era descrito que um futuro sombrio aconteceria. Tal poção era uma alquimia proibida.
Começaram a reclamar dos alquimistas, e enquanto os magos brilhavam e saíam à superfície, naturalmente, a posição do alquimista começou a diminuir.
Usava-se a mesmo mana, mas geralmente havia muito mais pessoas que recorriam a magos em vez de um alquimista. No entanto, Chester se manteve firme na alquimia. Ele amava a alquimia.
Algumas pessoas diziam por que não usar a alquimia para fazer ouro, tudo isso era uma bobagem. Para fazer ouro, precisavam de materiais caros equivalentes a isso.
Chester não estava fazendo alquimia para criar ouro. A natureza e a filosofia mostraram a Chester um mundo mais amplo e superior.
A magia e a alquimia eram muito diferentes. O alquimista perdeu gradualmente seu lugar. A maior parte foi possível pela arte da magia. Para ser honesto, Chester poderia ter sido um grande mago se tivesse se tornado mago, mas ele insistiu na alquimia.
— Então vou vender o prêmio a um preço muito alto, construir uma torre para alquimistas e ajudá-los a se concentrar em suas pesquisas. Eu farei isso.
A principal razão pela qual havia menos alquimistas é que eles não podiam estudar tanto quanto queriam, então Chester tem a intenção de mudar isso. Se apenas os custos de pesquisa fossem cobertos tanto quanto quisessem, poderiam ser grandes o suficiente para estar lado a lado com um mago.
— Vai vender a um preço tão alto?
— Claro. Houve um rei que deu seu reino para tê-lo.
Chester riu de Fidelis, que arregalou a boca surpresa.
— Então Chester precisa de mais dinheiro do que compensação, certo?
— Isso mesmo.
Como resultado da conversa, Chester estava decidido a não receber compensação. Então era fácil se unir a ele. Também poderia ajudá-lo a encontrar o kit de inspeção.
[Ele… mas ele… por que… seguimos com ele.]
[Lo-longe. Ah, vamos, não.]
Edu e Essie empurravam os pés dela com o rosto, instigando-a a se afastar de Chester. Fidelis segurou Edu e Essie nos braços para que parassem de fazer isso.
- Que fossem parentes[↩]
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.