Capítulo 59
— Vai assumir a responsabilidade se pensar no que Reese colocaria quando voltar mais tarde?
Enquanto Iseult gritava no meio de um alvoroço, Hakan ignorou suas palavras, deixou um buquê e sapatos no chão.
— Ei!
— Uff!
Ele suspirou profundamente e passou a mão pelo cabelo solto.
— O que você quer?
— Vou preparar os sapatos. Você só traz o buquê.
— Está bem.
Ele concordou sem dizer nada. Iseult o olhou. O rosto bonito ainda estava lá. Depois disso, nada se interpôs entre os dois. Ficaram quietos e se mantiveram em seus lugares, depois cada um voltou ao seu lugar quando o sol se pôs.
Ainda havia belos lírios, uma rosa azul e um par de sapatos elegantes e luxuosos. Ainda estavam esperando por Fidelis. Não, eles esperarão até que ela volte, não importa a hora que seja.
Ao mesmo tempo, ainda não encontraram nenhum rastro do diabo Pecua.
Um ano depois
Faz um ano desde que Fidelis desapareceu.
A mansão maldita, que emanava uma energia vigorosa e sinistra, desabou de forma devastadora. A maldição da mansão foi quebrada, mas a mansão em ruínas não era diferente de um ano atrás.
A área ao redor da mansão estava desolada.
Ninguém passava e apenas soprava uma brisa suave. O teto do grande salão, que era o último, desabou brutalmente. No meio, lírios brancos e rosas azuis estavam em harmonia, e um par de sapatos de aparência luxuosa foi colocado.
Durante um ano, Hakan e Iseult, com flores e sapatos novos, entravam e saíam várias vezes ao dia, por isso as flores estavam frescas e bonitas, e os sapatos estavam limpos e sem poeira.
Mesmo depois de um longo período de tempo, a sensação de esperar por Fidelis permaneceu inalterada. Pelo contrário, desejavam vê-la cada dia mais, frequentemente choravam todas as noites.
Mesmo hoje, Hakan e Iseult, que lentamente deixaram os sapatos pela manhã com as flores, não estenderam os ombros. Algumas horas depois de partirem, o ar silencioso parou e logo começou a se distorcer.
Até o vento tranquilo parou e a luz do sol brilhou sobre os sapatos e flores. Alguém saiu do espaço distorcido.
[Br-brilhante.]
[So-sol.]
— Ainda bem, teria sido um pouco difícil encontrar à noite.
Alguém apareceu atrás de Edu e Essie e riu alegremente.
[Ree…se]
[Você vai agora, certo?]
— Claro!
Era Fidelis, que ainda tinha o cabelo branco e longo e olhos vermelhos calorosos. Ela estava encantadora com um sorriso brilhante e um pequeno rubor. Algo apareceu nos olhos de Fidelis enquanto olhava ao redor da mansão em ruínas que estava iluminada pela luz do sol em vez de uma mansão escura.
— … são flores e sapatos.
Uma pequena nota apareceu nos olhos de Fidelis, sentando-se e olhando de perto. Fidelis não conhecia a escrita espalhada em itálico.
[O que está escrito aí?]
[Leia…]
— … humm.
O pai de Fidelis, que era o chefe da casa Swald quando ela era criança, a impediu de receber educação. Era porque temia que seu cabelo extraordinário se parecesse com o de Sarha e não gostava que ela se parecesse tanto com Sarha. O sentimento que tinha por Fidelis, que ainda era jovem, estava próximo do ódio.
Embora Iseult tenha lhe ensinado as letras sempre que tinha tempo, só Fidelis foi severamente repreendida no dia em que seu pai percebeu isso. Então, ela foi sequestrada pelas mãos de Pecua sem nem perceber.
Ela não tinha problemas para ouvir ou falar, mas só conhecia seu nome.
Felizmente, falar e ouvir não era muito desconfortável, aqui estava como uma estranha que não sabia nada sobre este império, incluindo as letras.
As notas que encontrou na mansão também estavam em coreano, ou apareciam em coreano aos seus olhos. No entanto, agora que a maldição foi quebrada e a forma do jogo desapareceu, não se podia esperar tal coincidência.
— Fi… De… Oh, Fidelis!
Fidelis, que mal leu seu nome, sorriu alegremente e tentou ler o texto ao lado, mas desistiu sem conseguir ler.
[Vamos ler para você!]
As duas olharam para Fidelis ao mesmo tempo, ela mostrou suas notas para que Edu e Essie pudessem ver bem.
— O quê é?
[Sinto sua falta…]
[Diz para voltar… logo.]
— … não vejo a hora de vê-los.
Fidelis, sorrindo levemente, agarrou um lírio e uma rosa azul e pegou o sapato ao lado. Os sapatos bege limpos pareciam muito elegantes.
Fidelis levantou a mão e experimentou os sapatos. Como se fossem feitos só para ela, os sapatos se ajustaram perfeitamente aos seus pés.
— … acho que foi isso que Hakan e minha irmã disseram.
Os dois esperariam sem esquecer. Fidelis enterrou o rosto em uma flor, fechou os olhos e sorriu amplamente como se estivesse feliz no mundo. O doce cheiro das flores estimulou seu olfato.
Uma brisa fresca soprava como se acariciasse o cabelo de Fidelis. A luz do sol parecia continuar brilhando sobre ela sem fazer frio. Um lírio e uma rosa azul estavam nas mãos de Fidelis, que se levantou do assento em seus sapatos.
— Agora, vamos?
[Vamos!]
[Finalmente nos veremos…]
Ela disse isso com grande ambição, mas não conseguia ter uma ideia de para onde ir. Ao redor estava vazio, e tudo o que havia eram ervas daninhas cobertas de mato e uma grande mansão em ruínas.
A mansão que olhou ao redor recentemente era apenas uma mansão em ruínas sem energia quando vista sob a luz do sol.
Assim como tudo o que aconteceu lá foi uma mentira, não houve escuridão. Os terríveis monstros e fantasmas desapareceram sem deixar rastro. Quando estava tão imersa em seus pensamentos, Edu e Essie bateram nos pés de Fidelis com os rostos.
[Você não vem?]
[Se não for rápido, vai anoitecer.]
— Tenho que ir, tenho que ir…
Fidelis chorou enquanto voltava a investigar o amplo parque.
— Não sei para onde ir…
Primeiro, com Edu e Essie, Fidelis moveu as pernas para sair da mansão. Sair da mansão levou bastante tempo.
Quando saiu da mansão, ela percebeu que a maldição realmente havia sido quebrada. Nenhum fantasma ou monstro atacou Fidelis, apesar de ter saído pela porta aberta.
— A maldição realmente foi quebrada.
— Em que ano estamos?
[Foi há um a-ano]
[Va-vamos.]
— … em que direção devo ir?
Ela nunca saíra quando era jovem, então não sabia para onde ir. Ninguém passava, então nem pôde perguntar. Edu e Essie fecharam os olhos e escutaram. À distância, houve um forte barulho de pessoas.
[P-pessoas naquela di-direção]
[É por a-aqui.]
— Então vamos para lá primeiro.
Ela só precisava encontrar alguém e perguntar sobre Iseult ou Hakan. Iseult é uma aristocrata, então devem saber, Hakan também é famoso porque é um mago muito talentoso.
Seguindo Edu e Essie, Fidelis começou a caminhar no chão, não na mansão escura, mas no chão iluminado. Passou por casas vazias que pareciam sombrias à primeira vista, e de repente uma pessoa passou na frente dela.
Enquanto dava mais um passo, muitas pessoas estavam ocupadas vagando em contraste com a mansão maldita. Este lugar movimentado era o coração do Império.
Os que vagavam estavam desconcertados e ocupados olhando para Fidelis com uma roupa estranha que olhava ao redor e para os estranhos Edu e Essie que estavam ao seu lado.
— Pai, olha, cabelo estranho!
— Uau! Não se vê nada assim por ai!
[A-aquilo…]
[E-eles estão falando de Fi-Fidelis?]
— …
A mulher que os olhava tentou evitar os olhos de Edu, Essie e Fidelis e voltou a olhar para frente. Mesmo na Idade Média, a roupa, a cor de cabelo incomum e os edifícios antigos foram suficientes para captar a atenção de Fidelis por um tempo.
Também havia o cheiro de vários alimentos que estimulavam o olfato e o vento fresco era quente. Rapidamente, Fidelis voltou a si depois de ter ficado paralisada e olhou ao redor. Não podia perder tempo porque estava distraída por lugares assim.
Olhar ao redor era algo que poderia fazer lentamente mais tarde. Ela queria ver Iseult e Hakan o mais rápido possível. Fidelis procurou alguém para perguntar e se aproximou da senhora da frutaria.
— Ah, olá senhora.
— Agora! Que fruta você quer comer?
— Não, se não se importa, posso perguntar algo?
Depois de falar o mais educadamente possível, a senhora olhou para Fidelis. Ela usava roupas incomuns e tinha algo ainda mais incomum ao lado.
No entanto, os sapatos que usava eram luxuosos e ela ainda tinha uma rara rosa azul. Era uma garota estranha em muitos sentidos. No entanto, a dona da frutaria respondeu gentilmente com um sorriso.
— Claro que pode.
— Conhece uma mulher chamada Iseult Swaldgar? De cabelo branco, como o meu.
— Ah, sim, sim.
A dona da frutaria assentiu depois de interromper a ansiosa explicação de Fidelis.
— Está falando da nova chefe da família Swaldgar?
— O quê? Ah, sim!
Não pensava que fosse a nova chefe, mas era suficiente saber que era Iseult.
— Mas, por que está perguntando sobre a aristocracia?
Acontece que ela se parecia muito. Ela poderia querer ter uma relação, mas logo sua curiosidade desapareceu. Ela não queria criar a possibilidade de se envolver em coisas inúteis.
— Sabe para onde devo ir para encontrá-la?
— Se for até aquela estação de aluguel de carruagens, poderá chegar em meio dia.
Ela olhou para o lugar onde havia vários carruagens e balançou a cabeça. Não tinha dinheiro em mãos. Mesmo assim, não conseguia pensar em vender sapatos ou flores.
— Vou caminhar, poderia, por favor, me dar a direção?
Diante da pergunta cautelosa de Fidelis, a senhora agitou as mãos e gritou.
— Se for caminhar, não conseguirá andar o dia todo!
Enquanto pensava no que fazer com a resposta da senhora que acertou, Fidelis voltou a perguntar.
— Então… conhece Hakan Declan? Hum… ele é um mago, mas é muito bonito…
Era tudo o que ela sabia, e Fidelis finalmente chorou.
— Sim, eu conheço!
— Oh? Conhece?
Fidelis, que estava lamentando, perguntou com um rosto feliz e a senhora sorriu satisfeita porque ela era adorável.
— Sabe que ele é o dono da torre, não é? Mas, por que está perguntando sobre essas grandes pessoas?
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