Capítulo 60
A família Swaldgar era inegavelmente poderosa, e Hakan Declan era como um prodígio que se tornou o mestre da torre em uma idade jovem. Pouco se sabia porque nenhum deles era próximo de ninguém, além de seu próprio povo.
— Então, posso ver Hakan Declan quando for à torre?
— Sim, mas as torres costumam estar muito longe.
Os ombros de Fidelis caíram. A senhora conteve o riso de alguma forma e apontou para um grande prédio que era excepcionalmente alto.
— Vê aquele grande prédio?
— Sim, sim.
— Não é uma pagoda1, é uma loja dirigida pela torre2, e se você for lá e perguntar, talvez consiga se comunicar com ele.
— Uh, sério?
— Normalmente é assim, mas pode ser um pouco difícil encontrar o proprietário da torre.
Ainda assim, era a distância mais próxima. Se não funcionasse, ela teria que andar o dia todo até a rua onde estava a mansão Swaldgar, mas era o tempo mais curto que poderia ter.
— Obrigada, senhora!
— Sim, anime-se.
— O quê? Sim!
De alguma forma, Fidelis, que foi encorajada, inclinou a cabeça, se despediu com entusiasmo e correu em direção ao prédio indicado pela dona da frutaria.
Enquanto corria, ouviu as pessoas gritando em voz baixa ao ver Edu e Essie seguindo-a. Parando de caminhar, ela deu uma olhada. A atenção já estava centrada. Fidelis se agachou e sussurrou o suficiente para que eles ouvissem.
— Edu, você gostaria que eu te carregasse?
[Es-tá bem]
[Po-demos ca-minhar]
— Acho que as pessoas estão me olhando demais…
De alguma forma, ela sentiu uma sensação de medo.
[Mas você será len-ta se nos car-regar]
[Não preste atenção às ou-tras pessoas, vamos]
O coração de Fidelis se partiu pela consideração de Edu e Essie, que só pensavam nela. Com um aceno, ela acariciou as duas cabeças uma a uma e voltou a correr. Era estranho porque não havia nenhum aviso de que perderia sua força, mesmo correndo.
Logo, a boca de Fidelis se abriu de par em par quando chegou à grande porta, perguntando-se se poderia entrar, no entanto, Edu e Essie estavam à frente.
Embora tenham sido imediatamente bloqueadas pelos guardas.
Chamavam de “a loja de magia”, mas poderiam ter contratado um mago, pois vendiam ferramentas raras e pergaminhos feitos pelos magos.
Hoje em dia, o valor das lojas de magia havia aumentado ainda mais, com a venda de itens de alquimistas e, claro, muitas pessoas procuravam esse tipo de lugar cheio de coisas caras.
Portanto, a segurança era bastante rigorosa. Um rosto estranho apareceu nos olhos de Carl, que observava o pessoal de segurança como de costume.
Ele ficou perplexo ao ver as duas figuras que estavam prestes a entrar pela porta com audácia, mas rapidamente uma espada afiada os bloqueou e ele olhou para baixo.
Os olhos de Edu e Essie estavam vazios enquanto olhavam para a espada. Ou poderiam ser olhos de cor preta? Carl hesitou por um momento pensando em uma ideia errada. E então viu fascinado por um momento a mulher que corria.
Ela era uma mulher bonita, parecia jovem para ser mulher, mas transmitia uma vaga sensação de ainda ser uma criança. Quando Fidelis se aproximou de Carl, ele perguntou em um tom nervoso.
— Você é alquimista?
— … o quê?
Geralmente, eram os alquimistas que fabricavam esses monstros e os levavam consigo. Quando Fidelis, envergonhada pela pergunta repentina de Carl, respondeu em um tom tardio, Carl se culpou por seu tom brusco, falou com um tom mais suave do que antes.
— Está proibido trazer qualquer coisa que possa ser prejudicial. Quer deixá-los aqui?
— Bem, isso…
— Ei!
Fidelis, que estava hesitando com um olhar de vergonha, olhou para ele sem entender, então Phil, que estava observando o guarda do outro lado, correu para a porta e sussurrou para Carl.
— Olhe a cor do cabelo dela!
— Uh, o quê?
— Esqueceu o que o mestre disse?
— Uh, ah!
Uma espada contemplativa apressou Fidelis para dentro, foi assim que ela conseguiu entrar facilmente na loja de magia com Edu e Essie.
Embora estivessem agindo de forma estranha, elas ficaram felizes por terem conseguido entrar e correram rapidamente para a porta pensando que o guarda mudaria de ideia.
Phil ficou olhando fixamente para as costas de Fidelis enquanto ela entrava, deu um tapinha no ombro de Carl, que estava atordoado.
— Foi há um ano, então eu esqueci… não vou me meter em problemas, certo?
— Bem, não acho. Acima de tudo, ela pode não ser a pessoa que estamos esperando.
Há um ano, Hakan ordenou a todos os funcionários que deixassem entrar sem falta quando uma pessoa de cabelo branco chegasse a este lugar, por precaução. Não havia sido visitado em quase um ano, então os guardas lentamente esqueceram. Carl era um deles.
Graças a Phil, que chegou um momento depois, conseguiu deixá-la entrar, mas se a tivesse deixado ir… pensou na raiva que seu mestre teria e o corpo de Carl tremeu.
— Estou feliz que você tenha vindo correndo.
— Tsk.
estalando a língua, Phil voltou para seu lugar.
Ela olhou de relance para os dois guardas de segurança que sussurravam e se apressou a entrar, dirigindo-se do vasto e limpo espaço para onde estava o guia no meio. Quando se aproximaram do homem que usava um traje elegante, elas automaticamente sorriram.
— Bem-vinda, senhorita, o que precisa aqui?
— … bem, posso ver o Sr. Hakan Declan, por acaso?
Os olhos do guia examinaram Fidelis rapidamente e ele falou com a maior doçura possível, sabendo que era bastante semelhante ao que o mestre da torre havia dito há um ano.
— Vou tentar entrar em contato. Pode me dizer seu nome, por favor?
— Fidelis.
— Obrigado por me informar, seria gentil se você sentar ali um momento para esperar. Avisarei assim que terminar a chamada.
Fidelis foi para a direção que o guia indicou, sentou-se suavemente cuidando das flores ao seu lado. Depois de sorrir gentilmente para Fidelis, que estava sentada um pouco distante, o guia pegou com urgência o objeto de comunicação.
O homem ao lado de Fidelis começou a fazer um escândalo.
— É ela, não é? A pessoa que o mestre da torre mencionou há um ano!
— Acho que sim…
— Não é o mesmo que o mestre da torre disse?
— Vou saber assim que entrar em contato.
Ele se apressou no objeto de comunicação pressionando o código do mestre da torre. O objeto de comunicação brilhou e a chamada soou, logo a voz de um homem foi ouvida ao mesmo tempo que fazia som.
[Sim]
— Olá, Rannaph, o mestre está ao seu lado?
[Ele está aqui, o que houve?]
Olhou para Fidelis, que estava sentada em silêncio, e sorriu um pouco.
— Uma mulher de cabelo branco e olhos vermelhos veio.
[Tem cabelo branco?]
— Sim, ela pediu para eu entrar em contato quando veio. Ela também veio com um estranho monstro de duas caras e um pijama com estampa de estrelas…
Paf!
Ouviu-se o som de algo quebrando sobre a mesa de comunicação e o guia parou de falar. Houve um momento de silêncio, de repente uma voz grave foi ouvida.
[Qual é o nome dela?]
— Ah, Fidelis…
Tuk.
De repente, a luz no objeto de comunicação se apagou e a conexão foi cortada. Quando o guia estava em pânico e o homem ao lado trocou olhares confusos, Hakan apareceu repentinamente do nada no balcão de informações.
Assim que o contato foi cortado, suas roupas, que não haviam se mexido, estavam todas desarrumadas.
— Onde ela está?
Mesmo sem dizer o nome, podia-se saber o que ele estava perguntando. Enquanto o guia apontava com o dedo em uma direção com uma expressão de perplexidade, Fidelis se levantou de seu assento assim que viu Hakan e fizeram contato visual.
Fidelis, sorrindo amplamente, correu em direção a Hakan, ele vacilou com incredulidade e depois saltou para abraçá-la.
— Reese… você realmente é a Reese?
— Hakan, senti sua falta.
O contato de seus pequenos braços e mãos sobre ele o queimava. Hakan a tocou no rosto, quando Fidelis sorriu docemente com as cócegas, ele a abraçou novamente.
— Uh, como conseguiu…
— Desculpe, cheguei tarde.
— Não, não, não. Está tudo bem.
Os olhos de Hakan logo se encheram de lágrimas. Fidelis acariciou cuidadosamente seus olhos, enquanto as lágrimas3 pingavam em sua mão, Hakan pegou sua mão e a levou aos lábios, enterrando profundamente os lábios na palma de Fidelis.
— Na verdade…
— Faz cócegas.
Enquanto falava com os lábios na palma da mão, Fidelis estremeceu. Hakan não soltou sua mão e enterrou o rosto em seu pescoço.
O cheiro e a temperatura corporal dela eram tão inebriantes que ele não queria soltá-la, ele a abraçou por muito tempo enquanto acariciava seu rosto e mãos por muito tempo, incrédulo. Fidelis o deixou gentilmente fazer o que quisesse.
— Hakan.
— … me chame mais.
Há muito tempo que não ouvia isso, Hakan falou com uma voz levemente alta e agradável, soava tão bem como da última vez que ela ouviu.
— Hakan.
— De novo.
— Hakan!
Ela sorriu e esfregou o rosto contra o peito dele, seus braços se tensionaram querendo abraçá-la com mais força. Ele queria abraçá-la mais forte, porque sentia que a qualquer momento ela iria desaparecer.
Ele sentia falta dela, pensava nela centenas de vezes ao dia, ela era a única em seus sonhos, foi assim que o tempo passou tão lentamente que ele não conseguiu se concentrar em seu trabalho. Disseram que melhoraria com o passar do tempo, mas Hakan só piorou e não melhorou.
Ele queria tê-la em seus braços, abraçá-la, tocá-la, ouvir sua voz, vê-la rir fazendo contato visual, ouvir sua voz pronunciando seu nome e tantas coisas que só sentia que era uma loucura.
Assim que a maldição foi quebrada, ele havia dado a ordem de deixar entrar qualquer pessoa com cabelo branco parecida com Fidelis porque nunca quis deixar de lado a expectativa de que ela viria e, graças a isso, ele agora estava na frente dela, era o sonho que sempre teve.
Ele sentiu tudo, sua respiração, o batimento do coração, sua temperatura corporal quente e seu doce aroma.
Simplesmente não podia se separar, não podia soltá-la dos braços, ele tinha medo de que desaparecesse.
Antes que isso acontecesse, ele queria levá-la imediatamente para a torre, colocá-la em um lugar onde não pudesse escapar, para que nunca fosse embora e nunca desaparecesse.4
Quando a estranha exaltação desapareceu, Fidelis acariciou seu cabelo e murmurou um.
- Pagoda: é um edifício de vários níveis, a maioria das pagodas foi construída com fins religiosos, principalmente como parte do Budismo e, em algumas ocasiões, do Taoísmo, por isso se localizam perto ou dentro de templos budistas. A forma arquitetônica da estupa se espalhou pela Ásia, assumindo diversas formas ao incorporar detalhes específicos de cada localidade.[↩]
- Deixei como pagoda porque, embora não seja algo de caráter religioso, serve para distinguir a loja com objetos mágicos que parece a torre (pagoda) e a torre real, onde está Hakan.[↩]
- Esse era o psicopata do início? Tsk, não se fazem mais psicopatas como antigamente[↩]
- tá… isso foi um pouco psicopata…[↩]
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