Capítulo 295: Onde Está Você, Iolite?
Um capuz negro protegia a face de Loright. Havia olheiras profundas em seu rosto melancólico e de barba por fazer. Suas roupas possuíam rasgos e costuras em diversas áreas, além de manchas de sangue.
Era notável a mudança em sua constituição física, veias brotavam por toda a extensão do seu braço, o formato da sua figura mudou completamente e até mesmo a estatura aumentou.
— Que másculo, mal posso esperar para sentir o toque dessas mãos em meu corpo. Vamos lá, quero que tente me matar asfixiada, tente me enforcar com violência. Aperte meu pescoço beeeeem forte!!!
Loright apenas franziu o cenho e cuspiu no chão, enojado com as palavras da demônia.
— N-não é possível… — murmurou uma voz em um tom frágil. — Ir-irmão…
Cynthia pôde sentir toda a tristeza da menina de cabelos prateados, era algo que apenas quem compartilhava laços de sangue com uma pessoa preciosa podia entender, ela também estava em busca do seu irmão.
A jovem Sophiette encarou a barreira a impedindo de se aproximar de Sylford, não seria difícil desfazê-la, só precisava de mais tempo.
— Não faça isso!!
Ela pulou. Cynthia deu um salto com medo, a voz a pegou de surpresa. Olhando para a origem do grito, viu uma jovem sacerdotisa com um punhal fincado no abdômen. Era a irmã Daisy, a sua aura estava tão fraca que ninguém poderia sentir a sua presença de longe.
— Essa barreira está, na verdade, mantendo seu irmão vivo… Uma vez que ela for removida, ele vai sentir, de uma vez só, toda dor da tortura feita por Azazel van Elsie.
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Os olhos da nobre saltaram ao escutar a explicação. O quão cruel essa monstruosidade poderia ser?
— É a mesma coisa comigo… O punhal aqui vai causar uma hemorragia mortal… ter ele enfiado assim no meu corpo é muito doloroso, é uma dor infernal, mas é o que continua a me manter viva… Nessas condições, ninguém consegue me ver aqui… por isso quero pedir para você me arrastar para trás daquela parede…
— O quê?!
— Por favor… provavelmente vamos morrer quando a Azazel for morta também… eu não quero que o Loright hesite em matar aquela monstruosidade por minha culpa, não posso deixar ele me ver nessa situação… nem tenho coragem de retirar o punhal…
— Es-espera! Se é assim, então o meu irmão…
— Diferente de mim, Sylford é um Sophiette, mesmo que a tortura tenha sido bárbara, ele ainda tem altas chance de sobreviver. E vocês têm a Santa para amenizar a dor dele… Mas eu sou apenas uma humana… a única coisa que posso fazer é não atrapalhar o Loright…
Cynthia engoliu em seco ao escutar as palavras da sacerdotisa que aceitou o seu trágico fim. Havia a possibilidade do seu irmão morrer. Passou boa parte da sua vida desejando a morte de Sylford, e agora essa ideia lhe apavorava, dava vontade chorar… Era como Azazel dizia, humanos eram idiotas.
Mas a garota controlou suas emoções, mesmo que cerrando os dentes com força.
Ela puxou Daisy pelos pés para arrastá-la até a parede mais próxima — seu estômago revirou ao notar que o punhal havia atravessado o corpo da sacerdotisa e estava preso também ao local que jovem estava encostada.
Mesmo com um ferimento dessa gravidade, não havia sequer uma gota de sangue pingando do corpo de Daisy. Era exatamente como o explicado, o punhal cravado em seu abdômen era o que continuava a mantê-la viva.
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— Eu vou acabar com aquela monstruosidade.
— Faça isso… por favor…
Apesar de ter mudado muito após conhecer Iolite, Cynthia ainda não possuía tanta empatia pelos desconhecidos. Nesse momento, Azazel van Elsie era um perigo que arriscava a segurança do seu irmão e do garoto que amava, não poderia deixá-la viva.
Fechando os punhos com força, a menina pegou a espada e seguiu em direção ao campo de batalha… para ter uma surpresa com a cena à frente.
Loright e Azazel estavam trocando golpes de igual para igual, em uma velocidade impressionante que olhos destreinados eram incapazes de acompanhar.
A demônia pôs o braço para bloquear os socos violentos do oponente, contudo o jovem aproveitou a brecha para apoiar-se no chão com uma única mão e direcionar um chute na direção do abdômen dela.
Azazel voou após o ataque, e Loright não deu brecha, ele rolou pelo chão e, levantando-se, atirou diversos sacos de areia no ar, que explodiram gerando uma grande nuvem de fumaça no lugar.
De alguma maneira, a demônia conseguiu aterrissar em segurança no chão — sua respiração era irregular. Novamente, Loright não deu tempo para descanso e voltou a trocar socos com ela, finalizando o contato com um gancho no queixo da monstruosidade.
Azazel van Elsie cambaleou, os nós dos dedos do jovem ainda tocavam seu queixo, a impressão era que o corpo da demônia desabaria assim que o contato findasse.
Um sorriso de satisfação e alívio surgiu no rosto de todos. Essa coisa não era intocável, Loright ficou muito forte após seu treino fora…
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— “Ele é incrível”… deve ser isso o que todos estão pensando agora — murmurou Azazel van Elsie, ainda com o corpo fazendo uma curva devido ao gancho desferido pelo oponente. — Que tolos.
Devagar, o corpo da demônia voltou à sua posição original, o queixo pontudo dela foi empurrando lentamente o braço de Loright. Ela estalou o pescoço e abriu um sorriso maligno, dizendo:
— Eu só estava brincando com você, bobinho.
A expressão de Loright era fácil de ser imaginada. Mesmo de longe, Cyntiha conseguia ver o corpo do jovem tremendo.
— Deixe-me te mostrar como é realmente um gancho.
Com um único movimento, Azazel desenhou uma parábola com o braço e arremessou o jovem com golpe no queixo dele. O som doentio de uma mandíbula se desfazendo ecoou pelo ar.
Logo, o sorriso no rosto de todos os presentes desapareceu novamente, e um silêncio momentâneo tomou conta do lugar, até ser quebrado pelo garotinha de cabelos prateados correndo na direção de Loright.
“Essa coisa está em um nível completamente diferente… Não, não, não! Não é hora de me acovardar.”
Pensar demais só iria atrapalhar. Sem mais hesitar, Cynthia avançou com o objetivo de atacar com a espada.
— Você de novo? Vamos lá, reconheça seu lugar — falou a demônia, quebrando a lâmina da jovem Sophiette com um único corte horizontal com as unhas.
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— Você que terá que reconhecer o seu agora!!! — berrou a Santa.
Repentinamente, Minerva surgiu no alto, pronta para atacar a monstruosidade com lâminas de vento. As supostas deusas Annie e Cecily surgiram, cada uma de um lado, uma com adaga e outra com a espada.
Cynthia não conseguiu discernir de quem era cada ataque. Foi uma confusão que não terminou apenas com os ataques, as três trocaram socos, chutes e golpes de lâminas com a demônia ao mesmo tempo… e mesmo assim, Azazel continuava a controlar a situação com um sorriso vil.
Quando Cynthia pensou em juntar-se à confusão, a demônia expandiu a sua aura de uma vez, dispersando todas. Minerva foi a que mais se machucou ao tocar ao chão, devido à sua posição.
“Não é possível, nem mesmo em grupo é possível se aproximar dela… Vamos morrer. Iolite, cadê você?!”
Em uma parte remota da floresta próxima ao orfanato, uma luz incandescente surgiu de repente, iluminando todo o local. Era o aparecimento de um círculo magia que materializava duas figuras de estaturas similares.
— Parece que o show já começou, espero que eu não tenha chegado muito atrasado — murmurou o garoto de cabelos loiros.
— Menino, tempo é o que mais temos nesse momento — respondeu a pessoa ao seu lado. — Temos tempo suficiente para aproveitar a paisagem daqui até lá.
— Caraca, você é bem despreocupada mesmo, bem que o tal do Baal avisou.
— Você ainda é jovem, ainda não aprendeu que a pressa não leva a lugar nenhum.
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— E você é uma coroa que já ta com pé na cova… dona Hyze.
Casualmente e trocando provocações, a dupla começou a andar na direção do campo de batalha, com a presença oculta para não perderem o elemento surpresa.
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