Capítulo 1005: Determinação Fraca

Os três retornaram à Seita Purista, e Liam se despediu.

Enquanto isso, Stella e Gravis voltaram para a casa deles na Seita Purista.

Eles não conversaram muito no caminho de volta, pois não havia muito o que dizer.

No entanto, assim que entraram em casa…

Crash!

Stella desabou!

Gravis olhou chocado para Stella e a inspecionou minuciosamente com seu Sentido Espiritual.

Mas não havia nada de errado.

— Gravis — disse Stella, com uma voz fraca e respirando com dificuldade.

— O que está acontecendo? — perguntou Gravis nervoso.

— Fui afligida por um veneno mortal — respondeu ela.

Gravis estreitou os olhos.

— Por quem? — ele perguntou friamente.

— Ehm — Stella hesitou. — Eu não percebi quem era. Eles simplesmente jogaram esse veneno horrível em mim e fugiram.

Gravis ergueu uma sobrancelha. — Então, você está dizendo que existe alguém poderoso o suficiente para se esconder de você e aplicar um veneno, mesmo com o Ancestral da Seita dos Nove Elementos e Liam ao seu lado? — perguntou.

— Sim — Stella respondeu, ficando vermelha no rosto. — No entanto, a identidade deles não importa. O que importa é que você precisa curar o veneno.

Gravis piscou algumas vezes, sem demonstrar muita diversão.

Ele não acreditou naquela história nem um pouco.

— E o que eu devo fazer? — perguntou Gravis, levantando uma sobrancelha.

— O veneno se chama Rosa das Nove Fontes — disse Stella — e é um veneno que só funciona em mulheres. Ele precisa da essência de um homem para ser curado. Gravis, você precisa me ajudar, ou eu vou morrer!

Gravis ficou um pouco surpreso.

Alguns segundos de silêncio se passaram.

— Isso é algum tipo de novo roleplay? — ele perguntou.

Stella não respondeu e ficou ainda mais vermelha.

Gravis assentiu solenemente.

— Entendido — disse ele com seriedade. — Sou ainda um jovem puro e nunca estive com uma mulher antes. Mas, pelo bem da minha dama, estou disposto a sacrificar minha virgindade.

— Você tem sorte de eu ser magnânimo!

Stella teve que segurar o riso.

E assim, mais uma era de felicidade e amor começou entre Stella e Gravis.

Obviamente, Stella estava brincando.

Ela havia lido algumas histórias em seu tempo livre e achava a ideia de venenos afrodisíacos tão incrivelmente ridícula que quis encenar essa fantasia com Gravis.

À medida que Gravis passava mais tempo com Stella, a realidade de ser agora o ser mais poderoso daquele mundo se tornava mais palpável.

Não havia mais ninguém além de Arc.

Normalmente, quando Gravis se tornava o ser mais poderoso de um mundo, ele partia rapidamente.

Mas, desta vez, ele permaneceu.

Era estranho.

O mundo inteiro parecia diferente.

Era como se todo o mundo fosse agora o lar de Gravis.

Afinal, Gravis sentia-se em segurança em qualquer lugar, como se estivesse em sua própria casa.

Imperadores Imortais no Pináculo?

Eram nada mais do que animais fofos vivendo em seu jardim.

Além disso, Gravis também não tinha medo de Stella.

Ela era mais poderosa do que Mestres de Seita, tornando-se um dos seres mais poderosos do mundo.

Quando esse sentimento de segurança surgiu no coração de Gravis, ele se transformou em um conceito.

BOOOM!

Gravis compreendeu a Lei de nível seis da Segurança!

Ainda assim, Gravis não tinha certeza se deveria se sentir feliz ou não.

Claro, compreender outra Lei de nível seis era ótimo, mas, a cada Lei que compreendia, ele dava um passo a mais em direção à sua luta com Arc.

“Só falta a Lei de nível seis do Controle”, pensou Gravis, incerto sobre o que sentir. “Quando eu conhecer essa Lei, serei capaz de condensar a Lei de nível sete da Consciência.”

“Naquele ponto, o Portal da Morte me espera.”

Nesse momento, Gravis estava em algum lugar na Seita Purista, apenas observando Cultivadores testarem sua sorte na nova Pedra de Leis de Forma.

“Quando vi o Portal da Morte, entrar nele parecia algo tão distante. Era como se a Lei da Senciência estivesse tão, mas tão longe.”

“Mas aqui estou eu agora, tão perto de compreender a Lei da Senciência.”

“Só falta a Lei de nível seis do Controle.”

“Nem sei o que Mortis está fazendo.”

Gravis havia contatado Mortis algum tempo atrás para perguntar o que ele estava fazendo. Afinal, não havia mais conexão emocional entre eles, o que deixava Gravis um pouco inquieto subconscientemente.

Era como alguém que sempre esteve ao seu lado agora estar atrás de uma parede. Gravis podia contornar a parede e vê-lo, mas não tinha certeza se ele ainda estava lá quando a parede os separava.

Claro, essa preocupação era um pouco irracional. Afinal, era normal que as pessoas não se vissem 24/7.

Gravis sabia disso, e era por isso que se controlava ao contatar Mortis.

Mortis também queria aproveitar sua recém-descoberta liberdade emocional, certo?

Sempre que Gravis contatava Mortis, ele respondia com frases curtas.

Aparentemente, ele estava se concentrando em compreender Leis e não queria que Gravis o interrompesse constantemente.

Gravis pediu desculpas e cortou a conexão.

Isso aconteceu há 30.000 anos, e Gravis não contatou Mortis desde então.

Gravis queria contatar Mortis, mas não o fez.

Mortis havia dito que não queria ser interrompido, e Gravis respeitou seus desejos.

Mortis era um adulto, e Gravis tinha que respeitar suas escolhas.

Mortis era mais do que velho o suficiente para saber como viver sua vida.

Depois de um total de 45.000 anos, Mortis e Gravis conversaram novamente.

Surpreendentemente, foi Mortis quem iniciou a conversa.

— Compreendi a última Lei Elemental Mista — disse Mortis a Gravis um dia.

— Oh? Já? — perguntou Gravis. — Já se passou tanto tempo?

— Já se passaram 45.000 anos — respondeu Mortis de forma neutra.

— 45.000 anos — repetiu Gravis, com uma expressão complexa. — Não parece tanto. Desde que passei por um milhão de anos da vida de Nira, o tempo parece passar muito mais rápido. É estranho e também um pouco triste, na verdade. Afinal, o tempo não passaria tão rápido se eu não tivesse esse milhão de anos de memórias extras.

— Ah, coitado de você — respondeu Mortis com uma voz carregada de sarcasmo.

Gravis franziu as sobrancelhas. — Qual é o seu problema? Você tem agido estranho desde que ganhou sua liberdade emocional! Eu quase não o reconheço mais.

Mortis ficou em silêncio por um momento.

— Você é tão dependente de sentir minhas emoções que não consegue confiar na minha personalidade assim que é desconectado delas? — perguntou Mortis friamente.

Gravis ergueu uma sobrancelha.

Esse era, de fato, um bom argumento.

Gravis tinha em mente um perfil da personalidade de Mortis, e aquela frase se encaixava perfeitamente.

Seria realmente só imaginação?

“É possível”, pensou Gravis, coçando o queixo. “Sempre soube o que Mortis estava sentindo e pensando. Então, quando essa informação de repente some, é natural que suas ações e palavras me surpreendam de vez em quando.”

“Não devo tirar conclusões precipitadas só porque Mortis disse algo que me parece estranho.”

— É, você está certo, desculpe — respondeu Gravis com um suspiro. — Ainda não estou acostumado a falar com você assim. Afinal, desde que você surgiu, sempre estivemos conectados. Preciso me acostumar com isso.

— Sem problemas — disse Mortis. — De qualquer forma, os Elementos Mistos estão concluídos. A Lei de nível seis das Emoções Mistas também foi completada automaticamente assim que compreendi todos os Elementos. Você deveria dar uma olhada nas novas Leis e se familiarizar com elas.

Gravis assentiu. — Claro, obrigado. A propósito, acho que meu descanso já foi longo o suficiente. Vou voltar a compreender algumas Leis.

— Quais? — perguntou Mortis.

— A Lei de nível seis do Espaço e da Gravidade parece um bom começo. Geralmente, compreender o Espaço é difícil, já que não se pode observá-lo diretamente, mas isso não é verdade para nós. Afinal, nossas Auras de Vontade podem distorcer e até destruir o Espaço. Contanto que eu não quebre o Espaço ao meu redor, posso observar como o Espaço e a Gravidade mudam sob minha Aura de Vontade.

— Parece bom — respondeu Mortis. — Vou me concentrar na Lei do Controle.

Gravis ficou um pouco nervoso.

— Lei do Controle? Você tem um plano para compreendê-la? Por que não começar com algo mais fácil de entender, como a Lei de nível seis da Matéria? — disse Gravis.

— Gravis — disse Mortis com uma voz fria e irritada. — Não estamos mais emocionalmente conectados, mas eu te conheço muito, muito bem.

— Você não consegue adiar problemas. Você não fez nada por um total de 60.000 anos. Sua determinação enfraqueceu. Se você não recuperar sua determinação, acabará como Orpheus.

— Em comparação a você, eu quero poder — continuou Mortis com desprezo.

— Tome uma decisão de uma vez! Ou diga que quer alcançar poder para se tornar livre e realmente se esforce para isso, ou diga que não quer mais progredir.

— Agora, você diz que quer mais poder, mas está adiando os problemas futuros desconfortáveis enquanto não faz absolutamente nada!

— Pare de dizer que vai fazer uma coisa e depois fazer outra!

— Porque, no momento, você é um hipócrita!

Silêncio.

Gravis respirou fundo.

Aquelas palavras realmente o atingiram.

Ele ficou furioso subconscientemente com as críticas, mas era esperto o suficiente para perceber que sua raiva era deslocada.

Por quê?

Porque Mortis estava certo.

Mortis havia trabalhado duro, compreendendo mais Leis, enquanto Gravis não fazia nada.

Claro, ele havia compreendido a Lei de nível seis da Segurança, mas isso aconteceu acidentalmente.

Ele não havia realmente trabalhado para isso.

Gravis pensou no Portal da Morte e em sua luta com Arc.

Então, ele rangeu os dentes.

— Você está certo — disse Gravis. — Obrigado por me mostrar minha própria falta de determinação.

— Que bom que entende — disse Mortis com sua voz normal.

Gravis assentiu. — Você continua e compreende a Lei do Controle. A partir de amanhã, eu começo com a Lei do Espaço e da Gravidade. Se eu terminar antes de você, vou estudar a Lei da Matéria. Se você terminar antes de mim, eu finalizo essas duas Leis.

— E então, assim que tivermos nossas Leis, entraremos no Portal da Morte.

— Parece bom? — perguntou Gravis.

— Parece ótimo — respondeu Mortis.

Com isso, a conexão foi cortada novamente.

Gravis olhou para o horizonte, sua expressão relaxada desaparecendo.

Só restava determinação.

“Não posso mais fugir dos meus problemas.”

“É hora da reta final neste mundo!”