Capítulo 1017: Lei da Senciência
Quando Gravis viu Arc assentir, ele não sabia exatamente o que sentir.
Ele finalmente havia alcançado um poder que lhe permitiria superar esse desafio monumental que no passado parecia intransponível.
Ainda assim, isso significava que ele teria que matar Arc agora.
Gravis estava tão próximo de voltar para casa e poder ver todos de quem ele sentia falta. Infelizmente, isso significava matar alguém que ele também estimava.
Mas não havia outro caminho.
Esse era um acordo entre o Céu mais elevado e o pai de Gravis.
— Vá compreender a Lei da Senciência primeiro, Gravis — disse Arc com um sorriso. — Depois que você fizer isso, podemos começar.
— Mas me dê um momento — acrescentou Arc. — Quero cuidar de algumas coisas antes.
SHING!
Arc se teletransportou, deixando Gravis e Mortis para trás.
Gravis suspirou.
Ele sabia que Arc entendia que havia uma grande chance de morrer.
Se Arc pudesse usar todo o seu poder na luta, Gravis e Mortis estariam completamente impotentes diante dele.
No entanto, ele só podia contar com a Lei do Mundo Vivo.
Mesmo as Leis que ele supunha pertencerem ao mundo mais alto provavelmente estariam restringidas.
Mais de 90% do poder de Arc seria restringido.
Arc era extremamente poderoso, mas Gravis também não era fraco. Dez por cento do poder de Arc seriam suficientes para erradicar qualquer um no mesmo Reino que ele, mas Gravis não era qualquer um.
Ainda assim, a luta seria extremamente difícil, e Gravis sabia disso.
No entanto, sua maior preocupação era o fato de ter que matar Arc.
Ele realmente não queria fazer isso.
Arc sempre fora gentil com ele e o apoiara em todos os momentos.
De certo modo, Gravis via Arc como uma figura de mentor.
Mortis percebeu a expressão de Gravis.
— Sei que você não quer fazer isso — disse Mortis. — Eu também não quero, mas não há outro jeito. Podemos ser livres em nossa própria percepção, mas não somos livres na realidade objetiva. Às vezes, precisamos fazer coisas que não queremos.
Gravis apenas olhou para o ponto onde Arc estava.
— Será que precisamos mesmo? — ele perguntou.
— Essa é uma pergunta que só uma criança faria — respondeu Mortis.
Gravis suspirou.
Mortis estava certo, infelizmente.
— Vá condensar a Lei da Senciência — disse Mortis.
Gravis permaneceu em silêncio por um momento, mas assentiu.
Ele fechou os olhos lentamente enquanto sua mente revisava todo o conhecimento que tinha sobre realidade percebida e emoções.
Essas duas coisas eram o que podiam elevar uma simples planta a um ser inteligente.
Animais tinham emoções e podiam até cultivar até certo ponto. Afinal, Bestas de Energia eram apenas animais mais poderosos e inteligentes.
Somente quando bestas se tornavam Bestas Espirituais é que ganhavam verdadeira consciência, permitindo-lhes planejar o futuro e se analisar. Nesse ponto, os animais não olhavam apenas para o presente, mas também para o futuro e o passado.
Isso era quando as Leis da Realidade Percebida entravam em cena.
Emoções transformavam organismos simples em seres complexos.
A Realidade Percebida transformava seres complexos em seres conscientes.
A Lei do Mundo Morto era a base para reunir Energia e criar vida.
A Lei da Vida pegava o poder e os recursos criados pela Lei do Mundo Morto e os transformava em vida simples.
Teoricamente, poderia-se dizer que apenas a Lei da Vida, a Lei das Emoções e a Lei da Realidade Percebida compunham a vida complexa. Afinal, a Lei do Mundo Morto apenas fornecia a Energia.
Três das quatro Leis principais estavam relacionadas à vida.
As duas primeiras criavam a vida, e as duas últimas a elevavam.
Enquanto Gravis revisava todas as suas experiências relacionadas a essas Leis, sentiu vários conceitos se fundirem.
Gravis percebeu que, se tivesse um corpo vivo vazio no Reino Imperador Imortal, poderia alterá-lo de forma que ele ganhasse consciência.
Insetos e plantas básicas também eram considerados vida, mas quase ninguém sentia pena dessas formas de vida.
Por quê?
Porque não sentiam emoções.
Se alguém torturasse um inseto, o inseto sentiria dor?
Não.
O inseto apenas reagiria por instinto ao que fosse feito com ele, mas não tinha a percepção para sentir dor.
Se alguém diferenciava as categorias de vida, podia-se dizer que Gravis agora tinha a capacidade de criar vida verdadeira, desde que tivesse um receptáculo adequado para abrigá-la.
Gravis podia criar um humano.
Ele podia criar uma criança capaz de pensar e sentir por si mesma.
Se Gravis conhecesse as Leis relevantes da Alma, ele até teria a capacidade de inserir conhecimento nessa criança.
Se não tivesse conversado com Arc sobre a Lei do Mundo Vivo, teria ficado nervoso ao ganhar um poder tão fundamental.
BOOOOM!
Alguns minutos depois, Gravis compreendeu a Lei da Senciência de nível sete!
No mesmo instante em que Gravis compreendeu a Lei da Senciência, Mortis começou a brilhar.
O Avatar de Gravis havia se elevado.
Ele não consistia mais apenas na Lei da Realidade Percebida.
Agora, a Lei das Emoções havia sido integrada.
Isso significava que o poder da Lei das Emoções de Gravis aumentou ainda mais, graças a estar dentro do Avatar de Gravis.
A Lei de Forma de Gravis incluía muitas Leis de Batalha de nível cinco, mas a maior parte de seu poder vinha da Lei das Emoções.
Depois de compreender a Lei das Emoções ao final de sua luta contra Nira, a Lei de Forma de Gravis também se tornou mais poderosa e agora havia se fortalecido ainda mais.
Em certo sentido, a Lei de Forma de Gravis era apenas um pouco mais fraca do que uma Lei de nível oito agora.
Esse poder era incrível!
Gravis refletiu sobre o uso da Lei da Senciência e franziu a testa.
Por um instante, pensou que a Lei da Senciência parecia um pouco decepcionante em termos de poder.
No entanto, ao considerar como poderia usá-la em combate, percebeu que, na verdade, era incrivelmente poderosa.
Gravis pensou na Lei do Mundo Vivo por um momento.
A Lei do Mundo Vivo também parecia fraca à primeira vista. Afinal, qual era o ponto de invocar alguns guardas no mesmo nível do lutador?
No entanto, a habilidade de combinar defesas e ataques era absurda.
Se Arc conseguisse criar algo como 5.000 guardas vivos, todos no Pináculo do Reino Imperador Imortal, Gravis sequer conseguiria feri-los?
Era difícil dizer.
Se Gravis não tivesse a capacidade de ferir seu oponente, qual seria o propósito de lutar?
Esse era o quão poderosa era a Lei do Mundo Vivo.
Em resumo, seu poder era praticamente intransponível para qualquer um no mesmo Reino.
A Lei da Senciência poderia superar a Lei do Mundo Vivo?
Não, ela não poderia.
Gravis sequer poderia criar consciência nas mentes dos fantoches, já que todos carregariam a vontade de Arc.
Se Arc conseguisse liberar a Lei do Mundo Vivo, Gravis e Mortis não seriam capazes de vencer.
No entanto, a Lei da Senciência era um contra-insano à Lei do Mundo Vivo.
Ela tornaria a Lei do Mundo Vivo inútil.
Isso era diferente de resistir à Lei.
Gravis soltou um suspiro.
— Pensar que a luta se tornaria assim — disse Gravis em tom lamentoso.
Mortis, que agora também compreendia a Lei da Senciência, entendia os sentimentos de Gravis.
— Foi isso que o Céu mais elevado planejou? — perguntou Mortis com a testa franzida.
— Ele queria que crescêssemos nos colocando sob uma pressão mortal.
— Mas — disse Mortis com alguma hesitação.
— Por que sinto que ele nunca teve a intenção de nos matar?

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