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    — Porque eu tenho um plano para você, Gravis — disse Orthar.

    Gravis ficou surpreso por Orthar admitir isso de forma tão aberta.

    — Está admitindo isso diretamente? — perguntou Gravis, arqueando uma sobrancelha.

    — Você não é burro, Gravis — respondeu Orthar. — Você conhece minha personalidade, já que conhece Orthar. Fingir que não tenho um plano seria inútil.

    — Certo, então qual é o seu plano? — perguntou Gravis.

    Orthar continuou apenas olhando fixamente para Gravis.

    — Nem mesmo seu pai sabe disso — comentou Orthar.

    Gravis olhou para o pai e, em seguida, voltou a encarar Orthar.

    Então, Gravis sorriu.

    — Bem, meu pai já perguntou a você? — ele questionou.

    O Opositor franziu as sobrancelhas.

    Orthar apenas olhou para Gravis.

    Então, Orthar sorriu, o que foi bastante surpreendente.

    O Orthar que Gravis conhecia nunca havia mostrado algo como um sorriso ou um esboço de sorriso.

    — Não, ele não perguntou — disse Orthar.

    — Então, vai me responder? — perguntou Gravis.

    Silêncio.

    — Parece que, de certa forma, você já é superior ao seu pai — disse Orthar, lançando um olhar ao Opositor. Gravis pôde perceber um brilho de desagrado nos olhos de Orthar quando ele olhou para o Opositor.

    O Opositor apenas olhou para Orthar, sem demonstrar emoção.

    — Se eu me recusar a responder, significa que tenho algo planejado para você que você não gostaria. Então, se eu tivesse algo planejado para você que você não aprovaria, eu seria forçado a mentir para você. No entanto, uma mentira é uma mentira. Você não precisa descobrir a verdade para saber que é uma mentira. Só precisa encontrar uma única inconsistência. Assim que ela for exposta, você saberá que eu tenho algo planejado que você não gosta. Caso contrário, eu não teria mentido.

    — Se eu tivesse algo planejado para você que você aprovaria, não haveria razão para manter isso em segredo.

    Orthar continuou olhando diretamente nos olhos do Opositor, com um sorriso, enquanto falava com Gravis.

    — Essencialmente, você conseguiu me encurralar de alguma forma apenas com uma pergunta. Ninguém mais conseguiu algo assim antes — disse Orthar, ainda olhando para o Opositor.

    Gravis percebeu que o Opositor e Orthar realmente não se davam bem, o que não era muito surpreendente.

    Orthar estava usando Gravis como exemplo para mostrar ao Opositor que um mero Imperador Imortal poderia fazer algo que ele, o ser mais poderoso além de Orthar, não conseguiu.

    O Opositor não parecia se importar.

    Orthar voltou a olhar para Gravis.

    — Felizmente para mim, não tenho nada de ruim planejado para você. Afinal, se tivesse, eu não me preocuparia com sua opinião a respeito.

    Gravis apenas olhou para Orthar. — E qual é esse plano? — ele perguntou.

    Nem mesmo o Opositor sabia qual era o plano de Orthar para Gravis.

    Isso seria algo novo até para ele.

    — Muito bem, eu vou te contar — disse Orthar. — Você saber disso não mudará nada.

    Gravis ouviu com interesse.

    — Você é um estabilizador — disse Orthar.

    — Estabilizador? — perguntou Gravis.

    — Seu propósito ao se tornar poderoso é me proteger e proteger este mundo — explicou Orthar.

    O Opositor franziu a testa.

    Gravis também franziu a testa.

    — E por que eu faria isso? — perguntou Gravis. — Você deve saber que eu não vou me voltar contra meu pai.

    — Você não precisa — respondeu Orthar.

    Gravis ficou um pouco surpreso.

    — O que quer dizer com ‘eu não preciso’? Vocês dois são inimigos.

    — Meu plano para você é permanecer neutro neste conflito — disse Orthar. — Eu não quero que você me mate, nem quero que mate seu pai. Eu só preciso que você fique à margem.

    — Obviamente — continuou Orthar — se eu algum dia atacar seu pai, você irá ajudá-lo. Estou em uma posição inferior aqui, já que não sou parte da sua família. Se eu atacar seu pai, serei atacado por vocês dois, e morrerei.

    — Então, para sobreviver, só preciso não atacar.

    — Isso parece aceitável para você, certo? — Orthar perguntou a Gravis.

    Gravis apenas franziu a testa.

    Orthar havia ajudado Gravis muito no passado.

    Sim, ele usara a jovem Stella naquela época para ferir o Opositor, mas já havia pago essa dívida muitas vezes.

    Ele deu uma quantidade enorme de Sorte Cármica a todos que Gravis amava para protegê-los.

    Se Orthar não tivesse feito isso, Aris, Cera e Yersi já poderiam estar mortos.

    Até mesmo Stella poderia já ter morrido.

    Orthar tirou uma vida, mas salvou muitas.

    Isso era motivo suficiente para se tornar amigo dele?

    Não.

    No entanto, era motivo suficiente para não buscar vingança?

    Sim.

    Se Orthar realmente não agisse contra nenhum dos entes queridos de Gravis, Gravis não teria motivo para se voltar contra ele.

    Isso também estaria nos interesses de Gravis. Afinal, toda essa dinâmica era assim porque era quem Gravis era. Essa era sua personalidade.

    Ainda assim, Gravis não aceitou imediatamente isso como verdade.

    Poderia muito bem ser uma mentira.

    No entanto, isso se encaixava perfeitamente em tudo que acontecera na vida de Gravis.

    Era a verdade?

    Gravis não tinha certeza no momento.

    — Então, você quer acabar com o conflito entre nós. É isso? — perguntou o Opositor, lançando um olhar severo para Orthar.

    Orthar olhou para o Opositor.

    — Diga-me, quando foi que eu o ataquei após nosso primeiro confronto? — perguntou Orthar.

    — Você não atacou, mas usou Gravis para me atacar indiretamente — respondeu o Opositor.

    — Sim, uma ação nascida de 50 bilhões de anos tendo que me proteger de você com tudo o que eu tinha. Eu posso considerar as emoções como o inimigo de uma decisão correta, mas não sou imune a elas. Até eu caio em sua influência após 50 bilhões de anos de frustração — disse Orthar.

    — E veja o que resultou desse único erro. Eu agi uma vez por frustração em 50 bilhões de anos e quase morri seis anos depois, quando essa mesma pessoa decidiu se tornar uma com o raio. E isso nem foi tudo. Depois disso, minhas ações resultaram na criação de alguém com um histórico e potencial para também se tornar uma ameaça para mim no futuro, e pior ainda, essa pessoa não tem nenhuma boa vontade em relação a mim.

    — Na verdade, nem precisamos ir tão longe no futuro. Seu ataque após o incidente já foi muito mais prejudicial do que a pequena satisfação que obtive com esse ato de frustração.

    — Sim, caí vítima da minha frustração, e sim, cometi um erro. Isso não acontecerá uma segunda vez — explicou Orthar.

    — Eu não sou o agressor neste conflito. Você é — disse Orthar ao Opositor. — Exceto por este único incidente, eu não fiz nada contra você ou contra qualquer um de seus entes queridos. Eu até lhe dei uma esposa perfeitamente compatível. O que você quer que eu faça? Ser seu saco de pancadas passivo por 50 bilhões de anos não é suficiente para você?

    As palavras de Orthar faziam muito sentido para Gravis.

    Pelo que ele sabia, aquele incidente com a jovem Stella era a única coisa que havia ocorrido entre eles.

    O Opositor olhou para Orthar, imperturbável. — Você sabe exatamente o que eu quero — ele disse.

    Orthar bufou.

    — E colocar minha vida em suas mãos? Não sou idiota. Sei o quanto você me odeia, e estou disposto a encontrar um compromisso. No entanto, não darei início à negociação colocando minha cabeça em suas mãos — respondeu Orthar.

    — Então, isso continuará — disse o Opositor.

    — Vai? — Orthar perguntou com um leve sorriso. — Se você continuar sendo o agressor, seu filho pode não gostar.

    — Assim que ele alcançar seu Reino, mesmo que ele talvez não seja páreo para você, ele será um impedimento. Eu finalmente poderei me concentrar em algo além de acumular o máximo de Energia possível para me defender de sua agressão. Além disso, você também pode conseguir o que deseja quando nosso relacionamento melhorar suficientemente ou se Gravis se tornar poderoso o bastante para proteger minha vida de seu sabre — disse Orthar.

    Gravis apenas observava enquanto seu pai e Orthar discutiam.

    — O que você quer de Orthar? — Gravis perguntou ao pai.

    O Opositor continuou olhando para Orthar.

    — Não me importo que ele saiba — disse Orthar. — Sem mais segredos.

    Então, Orthar se voltou para Gravis.

    — A resposta a essa pergunta tem algo a ver com a própria composição do Cosmos e seu verdadeiro propósito.

    — Você quer saber?

    — Posso lhe contar.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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