Capítulo 1030: Amigos
— Dorian conseguiu acertar até você, Gravis. Acho que minha derrota para ele não foi injustificada — disse uma bela mulher com cabelos azul-claros enquanto dava um passo à frente.
— Ei, Azure — respondeu Gravis. — Que bom que você ainda está viva. Como tem passado?
Azure sorriu levemente enquanto fazia um gesto em direção ao homem mais velho, de cabelos brancos, ao seu lado. — Styr e eu temos ido muito bem. Também ficamos bastante poderosos, mas nenhum de nós conseguiu vencer o Dorian, o que foi surpreendente. Ambos tínhamos certeza de que éramos mais fortes que ele, mas, de alguma forma, ele ainda venceu.
Styr assentiu. — As técnicas dele são variadas, bizarras e incompreensíveis — disse Styr com admiração. — Ele é impressionante.
— Vocês todos lutaram entre si antes de eu chegar aqui? — perguntou Gravis, arqueando uma sobrancelha.
Azure e Styr assentiram. — Nos encontramos enquanto esperávamos por você, e começamos a conversar, já que todos te conhecíamos. No final, ao percebermos que estávamos todos no mesmo nível, decidimos lutar entre nós para comparar nosso poder.
— Oh? Quantos participaram da luta? — Gravis perguntou.
— Doze.
— Tantos assim? — Gravis perguntou, chocado.
Azure assentiu. — Você criou um círculo de conexões bem grande ao longo da sua vida, Gravis.
— Quem ganhou? — Gravis perguntou, olhando para o grupo.
Silêncio.
— Você sabe quem ganhou — disse Azure, franzindo o cenho.
Gravis pensou por um momento.
— Stella participou da luta? — ele perguntou.
Azure assentiu.
— Certo, isso explica tudo — Gravis disse com um sorriso desconfortável. — Onde ela está? — ele perguntou, não a vendo no grupo reunido.
— Ela quis te dar um tempo para encontrar seus velhos amigos primeiro. Atualmente, ela está passando a maior parte do tempo com seus três filhos — disse Azure.
Gravis coçou a nuca, incomodado. — Você quer dizer nossos filhos.
— Eu não ligo. Você sabe disso, Gravis — Azure respondeu com um tom neutro.
Gravis suspirou ao perceber que Azure ainda era a mesma.
Ainda parecia estranho para Gravis que Azure não se importasse com seus filhos.
No entanto, os três filhos de Gravis também deviam ter tido muitos descendentes, já que conseguiram se tornar Bestas de Nutrição Nascente no mundo intermediário. Contudo, eles nunca falaram sobre isso.
Os laços familiares das bestas ainda eram algo alienígena para Gravis.
— Imagino que eles estejam em algum outro lugar agora — Gravis disse.
Azure assentiu. — Todos sabem que você provavelmente quer passar mais tempo com eles, então estão esperando em outro lugar.
Gravis assentiu com um sorriso fraco.
Essa foi, provavelmente, ideia de Stella.
Gravis tinha certeza de que havia tomado a decisão certa ao escolhê-la como parceira para a vida.
— Seus amigos ficaram realmente poderosos, Gravis — Arc disse do lado, sorrindo.
Ele havia visto a vida de Gravis, o que significava que também conhecia os amigos dele.
— Eles ficaram — disse Gravis com orgulho.
— Você acha que eu deveria lutar com eles? — Arc perguntou.
Gravis gemeu. — Arc, isso não tem graça — ele disse.
Arc apenas sorriu ao ver a expressão desconfortável de Gravis. — Tem sim.
Gravis balançou levemente a cabeça enquanto olhava para as pessoas que ainda não tinham falado.
Joyce, Dorian, Ferris, Azure e Styr já haviam conversado com ele, deixando três pessoas que ainda não haviam falado.
Gravis foi até a primeira pessoa.
Era uma mulher deslumbrante com cabelos verdes e um corpo terrivelmente estonteante. Ela parecia uma sedutora capaz de envolver qualquer homem ao seu redor.
— Estou um pouco surpreso em te ver aqui. Nós só nos encontramos uma vez — disse Gravis. — No entanto, fico feliz que você não tenha se esquecido de mim depois de tanto tempo.
A mulher olhou para Gravis com olhos convidativos, examinando-o de cima a baixo. — Não fale muito comigo, ou sua mulher pode ficar com ciúmes — ela disse.
O corpo inteiro de Gravis tremeu enquanto ele via sua verdadeira forma com seu Sentido Espiritual.
Era uma enorme cobra verde.
Essa era Sary, a Suprema da Vida, amiga de Meadow.
Ela havia sido a responsável por iniciar o conflito entre os Supremos no mundo intermediário e também a que ensinou Azure sobre ter filhos para aprender mais sobre as Leis da Vida.
Sary era muito aberta sobre seus desejos e já havia flertado com Gravis naquela época.
— Onde está Meadow? — Gravis perguntou.
— Ainda no mundo superior — respondeu Sary. — Meadow leva o tempo dela cultivando e planeja usar quase toda a sua longevidade. Provavelmente, ela ficará no mundo superior por mais 1,8 milhão de anos, no tempo deles. Eu não posso viver tanto tempo, e não quero esperar tanto, mas você não precisa se preocupar com ela. Pelo que ouvi, o status e o poder dela são semelhantes aos de Narcissus, do seu mundo superior.
Gravis assentiu. Narcissus era basicamente imortal no mundo superior. Contudo, o poder total de Narcissus e Meadow ainda não podia ser comparado.
Meadow era quase imortal em seu mundo.
No entanto, Narcissus era quase imortal no mundo superior mais poderoso.
Havia uma enorme diferença entre esses dois mundos.
Mas também era importante lembrar que Narcissus era muito mais velho que Meadow.
— Podemos conversar mais tarde — disse Gravis. — Deixe-me falar com os dois últimos.
Gravis foi até um jovem de cabelos verdes e uma expressão pacífica.
Ele olhou para ele com uma expressão complexa.
— Achei que você já estivesse morto — disse Gravis.
O jovem riu um pouco. — Os caminhos do mundo são imutáveis e imprevisíveis. Às vezes, nossos objetivos mudam — ele respondeu.
— Vejo que você ficou mais misterioso com a idade e o poder, Manuel — Gravis disse com um sorriso.
Esse era Manuel.
Gravis havia lutado contra ele no mundo inferior, mas o mestre de Manuel revelou o truque de Byron. Depois disso, eles se tornaram amigos e até entraram na Provação do Céu juntos.
Antes de Gravis partir para o mundo superior, seu pai lhe contou que Manuel havia parado de cultivar após constituir uma família.
Obviamente, as coisas mudaram.
Provavelmente, Orthar conseguiu convencer Manuel a voltar a cultivar.
Afinal, Orthar queria que o maior número possível de amigos de Gravis sobrevivessem, garantindo assim sua cooperação no futuro.
— O que aconteceu com sua família? — Gravis perguntou.
A expressão de Manuel não mudou, mas Gravis conseguiu perceber um pouco de tristeza em seus olhos.
— Todos morreram de velhice — Manuel respondeu.
Gravis suspirou e assentiu. — Por mais trágico que seja, esse é o melhor desfecho.
Gravis temia que Orthar pudesse ter eliminado a família de Manuel, mas esse não era o caso.
— Aion e Lazar morreram, certo? — ele perguntou.
Manuel assentiu. — Nós não éramos muito próximos de Aion, mas ficamos de olho nele. Pelo que parece, ele não estava realmente interessado em cultivar e simplesmente parou. Viver como um comerciante rico era suficiente para ele.
— Lazar morreu enquanto se refinava — Dorian disse, atrás de Gravis. — Ele tentou lutar contra um oponente dois níveis acima dele. A luta foi equilibrada, mas o adversário compreendeu uma Lei durante o combate e venceu por pouco.
— Eu vinguei Lazar — Dorian completou, com os olhos semicerrados.
Gravis assentiu com um suspiro.
Nem todos chegam ao topo.
— Também ouvi que Nero parou de cultivar — Gravis disse.
Manuel assentiu. — Nero estava satisfeito em ensinar os discípulos da nossa Seita.
— Nossa? — Gravis perguntou.
— Sim, Joyce, Dorian, Nero, Lazar e eu fundamos nossa própria Seita. Todos empurraram a posição de Mestre da Seita para mim, enquanto os outros se divertiam. Basicamente, nunca nos afastamos uns dos outros durante esse tempo, mas nunca esquecemos de você. Também falávamos muito sobre você.
Gravis compreendia por que todos colocaram Manuel na posição de Mestre da Seita. Manuel tinha uma espécie de carisma natural que fazia as pessoas seguirem sua liderança.
— Aposto que controlar pessoas como Dorian e Joyce foi estressante — Gravis disse com um sorriso.
— Você não faz ideia — Manuel respondeu com um suspiro. — Mas podemos conversar sobre isso depois. — Manuel gesticulou em direção à última pessoa na sala. — Ela disse que te conhece, mas é a única aqui que nenhum de nós conhece. Todos aqui têm alguma conexão com alguém, mas ninguém conhece ela. No entanto, ela insiste que te conhece.
— Ela também diz que é sua irmã mais velha.
Gravis abriu um grande sorriso enquanto caminhava até a última pessoa.
Era uma jovem com cerca de vinte anos, cabelos curtos e verdes, e olhos azuis.
Ela olhou para Gravis com um largo sorriso.
— Você não decepcionou sua irmã mais velha! — ela disse com um sorriso orgulhoso.
Gravis se lembrou da Falcão Furacão que o seguiu no continente central no mundo inferior.
— Ei, Skye. Como você tem estado? Estou feliz que ainda se lembre de mim — Gravis disse.
PACK!
Skye puxou Gravis para perto e o colocou sob seu braço direito.
Então, começou a esfregar a cabeça de Gravis com o punho.
— Olha só quantos amigos você tem! — ela disse. — Acha que sua irmã mais velha não pode mais te provocar com esse círculo social? Ninguém aqui nem me conhece! Faça seu trabalho e nos apresente direito!
Gravis apenas abriu um largo sorriso.
Skye ainda era tão brincalhona quanto sempre.
— Eu não vou adotar outra criança — o Opositor disse com uma carranca ao lado.
— Quem quer ser sua criança, velho? — Skye respondeu com uma expressão ofendida.
O Opositor apenas olhou para Skye por um momento e depois desviou o olhar.
O Opositor gostava bastante de Skye.
Por quê?
Porque ela o lembrava de sua esposa.
Eram bem parecidas.
Além disso, sua esposa e Skye eram quase melhores amigas.
Elas frequentemente saíam juntas e riam o dia inteiro enquanto arruinavam negócios.
Para elas, era pura diversão, mas, para outros Cultivadores na cidade, era a devastação de sonhos.
A tomada de negócios pela Economista havia se tornado muito mais agressiva desde que Skye apareceu.
Os comerciantes viviam em terror todos os dias.
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