Índice de Capítulo

    Gravis tentou ignorar completamente o problema com Orpheus, já que não queria estragar o clima.

    Todos os outros também pararam de falar sobre isso.

    Era como se nada tivesse acontecido.

    Gravis continuou sua história a partir do momento em que deixou o mundo inferior, mas omitiu todos os detalhes relacionados a Orpheus.

    Ele não queria falar sobre ele agora.

    Os amigos de Gravis já haviam conversado muito entre si, o que significava que até mesmo seus amigos do mundo intermediário sabiam o que Gravis havia feito no mundo inferior.

    No entanto, ainda não sabiam de tudo.

    Ouvir diretamente de Gravis era bem diferente de ouvir a história pela perspectiva de seus amigos. Além disso, agora que todos estavam no mundo superior, Gravis podia ser muito mais honesto sobre tudo.

    Quando Gravis contou sobre como conheceu Skye e por que estava disposto a se aproximar dela, todos ficaram extremamente chocados.

    Alguns deles conheciam o conceito de Sorte Cármica, mas nenhum sabia por que as Bestas tinham menos Sorte Cármica.

    Gravis explicou que o Céu mais elevado não se importava com as Bestas, já que elas existiam apenas para servir como alimento para o progresso dos humanos.

    As Bestas do grupo sentiram como se tivessem levado um golpe devastador.

    Elas existiam apenas para tornar os humanos mais poderosos?

    Seu destino era morrer para os humanos?

    Gravis rapidamente as tranquilizou, dizendo que qualquer Besta que conseguisse alcançar o Reino Deus Estelar se tornaria tão valiosa quanto os humanos, já que seria capaz de condensar um Espírito.

    Quando perguntaram mais detalhes, Gravis disse apenas que não podia responder.

    Essas informações precisavam permanecer em segredo.

    Arc também confirmou que não podiam saber.

    Gravis poderia contar, mas isso resultaria em morte imediata.

    Diante de tal oposição, os amigos de Gravis só puderam desistir.

    Parecia que nunca seriam capazes de aprender esses segredos.

    No entanto, em suas mentes, eles ainda tinham esperança de que poderiam descobrir esses segredos.

    Bastava se tornarem tão poderosos quanto o Opositor.

    Contudo, eles não sabiam que esse sonho era vazio.

    Receberiam a Marca, o que tornava impossível alcançar o nível do Opositor.

    Além disso, mesmo com uma quantidade absurda de Sorte Cármica, tornar-se um Magnata Celestial já era extremamente difícil.

    Quantos Magnatas Celestiais existiam neste mundo?

    Não muitos.

    Talvez nem mesmo dez.

    Gravis queria acreditar que todos os seus amigos poderiam se tornar Magnatas Celestiais, mas isso era um sonho inalcançável.

    Gravis duvidava que todos os presentes naquela sala tivessem a capacidade de alcançar tal nível.

    Muitos de seus amigos já enfrentavam dificuldades para compreender Leis de nível seis. Afinal, a maioria só conhecia uma única Lei desse nível, mesmo após viverem mais de 200.000 anos, o equivalente à longevidade de um Imperador Imortal no Pináculo.

    Todos eles haviam conseguido compreender as Leis necessárias para alcançar o próximo Reino antes que sua longevidade acabasse, mas as Leis de nível seis já haviam sido um grande desafio.

    A maioria precisaria passar por pelo menos uma tribulação para compreender uma Lei de nível sete. Certamente, poderiam sobreviver a uma tribulação, mas e quanto às Leis de nível oito?

    As Leis de nível oito eram tão incrivelmente complexas que apenas esforço não seria suficiente para compreendê-las.

    Também era necessário talento.

    Mesmo que conseguissem compreender as Leis de nível nove, ainda precisariam condensar a Lei do Verdadeiro Mundo para se tornarem Magnatas Celestiais.

    Isso exigia compreender as Leis de Controle, Supressão e Liberdade.

    Essas três Leis eram incrivelmente difíceis de compreender.

    Os amigos de Gravis já eram muito poderosos, o que tornava improvável que enfrentassem tanta supressão a ponto de conseguirem compreender a Lei da Supressão.

    Sem a Lei da Supressão, compreender a Lei da Liberdade era praticamente impossível.

    Na verdade, Gravis via apenas uma leve esperança em seis de seus amigos mais próximos.

    Skye já conhecia as Leis da Liberdade e da Supressão.

    Stella também conhecia as Leis da Liberdade e da Supressão.

    Azure compreendia várias Leis Emocionais e tinha algumas intuições sobre as Leis da Realidade Percebida.

    Manuel conhecia quatro das cinco Leis da Realidade Percebida e várias Leis Emocionais.

    Gravis não sabia exatamente quais Leis Aris conhecia, mas provavelmente ele também tinha boas chances.

    E os outros?

    As chances eram muito pequenas.

    Nem mesmo uma enorme quantidade de Sorte Cármica poderia ajudá-los.

    A mente de Ferris era simples demais para compreender Leis tão abstratas e complexas.

    O temperamento de Joyce não era adequado para compreender as Leis Emocionais ou a Lei da Liberdade.

    Dorian não conhecia a Lei da Liberdade.

    Styr já era um dos mais fracos, e enfrentava uma infinidade de problemas para compreender Leis de nível seis.

    A mentalidade de Sary era adequada para as Leis da Realidade Percebida, mas ela só conhecia a Lei do Perigo e Segurança.

    Gravis não tinha ideia sobre Meadow.

    Liam era uma incógnita. Gravis não tinha certeza se ele seria capaz de compreender a Lei da Liberdade ou não.

    Pelo que Gravis tinha ouvido, Cera não era muito poderosa, o que tornava improvável que ela tivesse qualquer intuição sobre Leis Emocionais ou Leis da Realidade Percebida.

    Quanto a Yersi, Gravis não podia julgar, já que ela ainda nem havia alcançado o nível de Imperadora Imortal.

    A situação parecia sombria para a maioria dos amigos de Gravis. No entanto, eles ainda deveriam ser capazes de se tornar Deuses Estelares.

    Enquanto pensava sobre isso, Gravis percebeu algo.

    Por que nenhum de seus amigos havia se tornado Deus Estelar ainda?

    Eles deveriam ter tido tempo suficiente para alcançar esse nível.

    No entanto, Gravis decidiu esperar para fazer essa pergunta até terminar de contar sobre sua vida.

    Quando chegou à parte de sua história no mundo intermediário, ele se lembrou de alguém.

    — Pai, e o Imperador do Inferno? — perguntou.

    Esse era o falcão vermelho que havia suprimido Gravis por cinco anos para oferecê-lo a Azure.

    O Opositor olhou para Gravis, e este pôde notar um toque de diversão nos olhos do pai.

    — Um dos seus amigos o matou — respondeu.

    Os olhos de Gravis se arregalaram, e ele olhou para seus amigos.

    Surpreendentemente, nenhum deles se manifestou. Todos se entreolharam, mas cada um apenas lançou olhares interrogativos para os outros.

    Quando Gravis notou isso, ergueu uma sobrancelha.

    — Então, um de vocês o matou, mas o culpado nem se lembra de tê-lo feito — comentou Gravis.

    — Pelo visto — disse Azure com uma carranca. — Não pode ser eu, já que me lembro de toda Besta relativamente poderosa que encontrei. Também não podem ser os humanos do nosso grupo, já que eles não estavam no nosso mundo.

    — Não fui eu — disse Styr. — Sou como Azure. Não esqueço Bestas poderosas. Além disso, conhecemos ele. Teríamos lembrado se o víssemos.

    — Também não fui eu — disse Sary. — A imagem dele está gravada na minha mente. Afinal, foi ele quem me salvou do Supremo da Escuridão. Eu o teria reconhecido imediatamente.

    — Isso nos deixa com… — disse Gravis, enquanto todos olhavam para Ferris, que sorria animadamente.

    — O quê? — perguntou Ferris ao notar os olhares sobre ele.

    — Ferris, você se lembra de um falcão branco que usa o elemento Inferno? — perguntou Gravis.

    — Há um monte deles! — respondeu Ferris com um sorriso empolgado.

    — Você lutou com algum? — Gravis perguntou.

    — Sim, mas todos morreram tão rápido. Meu fogo é mais inteligente que o deles, e meu fogo devora o deles — disse Ferris, com um sorriso orgulhoso.

    WROOM!

    Uma chama laranja apareceu ao lado de Ferris.

    Era feita do Elemento Brasa Ardente.

    A chama se aproximou do corpo de Ferris e penteou seu cabelo. Os pés de Ferris se agitaram de satisfação enquanto ele soltava um suspiro contente.

    Ferris havia conseguido infundir uma alma em seu Elemento Brasa Ardente.

    Quando Gravis viu isso, percebeu que era algo muito semelhante a ele mesmo.

    O Brasa Ardente de Ferris era essencialmente um ser vivo, e, assim que via outro fogo, podia consumi-lo e se tornar ainda mais poderoso.

    Vale lembrar que Bestas não possuem Espíritos. Isso significa que seus Elementos perdem qualquer vontade assim que não estão mais em contato físico com elas. Algo assim não funcionaria contra um oponente humano, mas contra uma Besta, a Brasa Ardente de Ferris poderia absorver qualquer tipo de fogo, desde que não fosse forte demais.

    — Então, você matou alguns falcões que usavam o Elemento Fogo? — perguntou Gravis.

    Ferris assentiu três vezes.

    — Algum deles chamou sua atenção? — Gravis perguntou.

    — Nenhum — respondeu Ferris.

    Gravis piscou algumas vezes.

    Então, olhou para o pai.

    — Foi o Ferris? — perguntou.

    — Foi o Ferris — respondeu o Opositor com um sorriso divertido.

    — Não foi nem mesmo uma luta.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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