Índice de Capítulo

    O que Stella acabou de dizer?

    Latus Passus precisou de alguns segundos para processar as palavras de Stella.

    Tornar-se um Deus Estelar em questão de horas?

    Como isso era sequer possível?

    — Não brinque com isso — disse Latus Passus com uma expressão irritada. — Não estou com humor para piadas.

    Stella apenas sorriu radiante. — Não estou brincando — disse ela. — Gravis possui uma habilidade específica que permite a alguém compreender uma Lei específica em questão de horas. Ela funciona apenas para uma única Lei específica, e não é isenta de perigos. Existe a possibilidade de você morrer durante o processo.

    — Contudo, se conseguir superar, sua vontade, sua personalidade e suas Leis se tornarão muito mais estáveis do que antes. Gravis me disse que você está exatamente com essa Lei em falta para se tornar um Deus Estelar.

    Latus Passus olhou para Stella com uma expressão cética. — Você está falando sobre a Lei do Tempo? — perguntou ele.

    — Sim, a Lei do Tempo — respondeu Stella. — Gravis tem uma habilidade muito única. Originalmente, essa habilidade foi criada como um ataque aterrorizante, mas, se usada com preparação, as chances de sobrevivência definitivamente existem.

    Latus Passus ainda não estava convencido. Tudo aquilo parecia bom demais para ser verdade.

    — E que habilidade poderia me ensinar a Lei Maior do Tempo em apenas algumas horas? — perguntou Latus Passus.

    Stella inclinou-se para frente com um sorriso presunçoso. — A habilidade de experienciar um milhão de anos em apenas um instante — disse ela.

    — Experienciar um milhão de anos em um instante? — repetiu Latus Passus.

    Stella assentiu.

    Então, Stella contou a Latus Passus sobre Samsara e como ela havia sido criada. Ela também explicou o quão aterrorizante Samsara era como ataque, e Latus Passus precisou respirar fundo.

    Um ataque assim era realmente aterrorizante!

    Ele nunca tinha ouvido falar de algo semelhante.

    A maioria dos ataques mirava o corpo.

    Alguns ataques miravam o Espírito.

    Mas Latus Passus nunca havia ouvido falar de um ataque que mirasse a personalidade.

    Quando Stella contou a Latus Passus sobre a luta de Gravis contra Nira, ele percebeu que a Samsara poderia, de fato, ensiná-lo a Lei Maior do Tempo.

    Latus Passus era uma besta com afinidade à terra.

    A gravidade estava intimamente relacionada ao Elemento Terra. A primeira Lei de nível seis que Latus Passus compreendeu foi a Lei da Pedra, o nível seis do elemento Terra. Pouco tempo depois, ele compreendeu a Lei Maior da Gravidade devido à sua relação com o elemento Terra.

    Assim que aprendeu a Lei Maior da Gravidade, Latus Passus entrou profundamente na terra e compreendeu a Lei Maior do Espaço ao observar a distorção do espaço sob gravidade intensa.

    Essas eram as três Leis de nível seis que Latus Passus conhecia, e justamente a que faltava era a Lei do Tempo. Com a Lei do Tempo, ele poderia combinar a Lei Maior do Espaço, a Lei Maior da Gravidade e a Lei Maior do Tempo na Lei Maior da Força Primordial, uma Lei de nível sete.

    Com essa Lei, ele poderia fortalecer seu Avatar e se tornar um Deus Estelar.

    No entanto, seria realmente tão simples?

    Essa Samsara parecia assustador.

    A Samsara forçava alguém a assistir à sua vida de todos os ângulos por uma quantidade aterrorizante de tempo. Isso dava à vítima muito tempo para refletir sobre sua vida e sobre a Lei do Tempo.

    Entretanto, definitivamente não era fácil suportar algo assim.

    Para imaginar o poder aterrorizante de Samsara, bastava pensar em como ele impactaria a si mesmo. Só era necessário pensar no quão longa era sua vida, multiplicá-la por cerca de cinco vezes e imaginar um filme que analisasse sua conduta passada em detalhes excruciantes por essa quantidade de tempo.

    Uma pessoa de 20 anos teria que assistir 100 anos de sua vida de todos os ângulos.

    Isso poderia muito bem destruir alguém.

    Latus Passus permaneceu em silêncio por vários minutos.

    Ele queria se tornar mais poderoso, mas suportar algo assim era aterrorizante até de imaginar.

    Será que ele ainda seria ele mesmo depois de tanto tempo?

    — Você disse que o Gravis também passaria pela minha vida — disse Latus Passus.

    — Sim — confirmou Stella.

    — Então, por que ele está oferecendo algo assim para mim? — ele perguntou. — Consigo entender por que você está disposta a me ajudar um pouco, mas passar um milhão de anos da minha vida apenas para ajudar alguém que ele nem conhece parece demais.

    — Você terá que falar com ele diretamente — disse Stella. — Ele pode te explicar. Claro, há mais nesse acordo do que você imagina. Não pense que o Gravis está fazendo isso por altruísmo. Obviamente, ele quer algo em troca.

    Latus Passus suspirou.

    Saber que Gravis queria algo em troca, ironicamente, o deixou mais tranquilo.

    Se Gravis simplesmente fizesse isso sem pedir nada, Latus Passus ficaria muito cético. Afinal, parecia bom demais para ser verdade.

    No entanto, se havia um preço aterrorizante a pagar, era mais provável que fosse uma troca genuína.

    — Certo. Quero saber mais sobre isso — disse Latus Passus após um tempo.

    Stella sorriu e levou Latus Passus a um edifício próximo ao centro da Cidade Opositora.

    O edifício era laranja e parecia bastante acolhedor e amigável. Um escudo acima exibia as palavras: ‘Câmaras da Honestidade do Cultivador Virtuoso’.

    Quando Latus Passus viu para onde Stella o havia levado, soltou um suspiro de alívio.

    As Câmaras da Honestidade eram um lugar popular para tratar de negócios. Era possível alugar uma sala para reuniões, que teria as flutuações das Leis monitoradas por um Cultivador poderoso. O Cultivador não era forte o suficiente para ouvir transmissões de voz, mas podia sentir mudanças nas Leis.

    Mesmo que alguém falasse via transmissão de voz, se usasse qualquer uma das Leis da Honestidade, Engano ou Mentira, essas Leis influenciariam involuntariamente o ambiente.

    As regras das Câmaras da Honestidade eram bem simples. Se alguém usasse a Lei do Engano ou a Lei da Mentira, todos na sala seriam informados, e a pessoa enganadora teria que pagar um valor combinado à outra parte e à empresa que gerenciava a Câmara da Honestidade.

    O uso da Lei da Honestidade era permitido por razões óbvias.

    Geralmente, era sempre a parte mais fraca que exigia que a discussão acontecesse nas Câmaras da Honestidade.

    Por quê?

    Porque uma parte mais fraca não podia discernir qual Lei a parte mais forte estava usando.

    Latus Passus e Stella entraram em uma sala após assinarem o formulário de entrada.

    A parte mentirosa teria que pagar 10.000.000 de Pedras Divinas.

    Obviamente, ninguém na sala tinha uma quantia tão assustadora de riqueza, o que significava que, se alguém mentisse com a Lei da Mentira ou do Engano, seria condenado à escravidão eterna.

    Latus Passus se sentiu aliviado ao ver o valor da penalidade.

    Se o valor fosse muito baixo, seria possível que Gravis tentasse algo se achasse que ganharia mais enganando Latus Passus.

    Contudo, com um valor tão aterrorizante, era impossível que Gravis quisesse arriscar.

    Latus Passus não valia nem de longe 10 milhões de Pedras Divinas.

    Diante de uma quantia assim, Latus Passus ficaria nervoso se conhecesse a Lei da Mentira ou do Engano. Afinal, e se ele as ativasse acidentalmente?

    Felizmente, ele não conhecia nenhuma das três Leis.

    Latus Passus e Stella entraram na sala que Gravis havia reservado e se sentaram.

    Gravis estava bebendo café, que havia conseguido de seu pai.

    Alguns segundos depois, um garçom entrou e trouxe chá para Latus Passus e Stella.

    Stella sentou-se ao lado de Gravis, sorrindo alegremente para Latus Passus do outro lado da mesa.

    Gravis apenas deu um sorriso presunçoso.

    Latus Passus se sentia bastante nervoso sentado diante de Gravis.

    A única vez que Latus Passus tinha falado com Gravis foi quando havia sido suprimido por Potens Passus.

    Agora, Gravis estava livre para fazer o que quisesse.

    Latus Passus se lembrou de como eles se conheceram e achou irônico.

    Alguns anos atrás, Latus Passus queria defender seu irmão júnior e condenou Gravis por ser um mentiroso. Mas agora, Latus Passus estava conversando com Gravis sobre como derrubar esse mesmo irmão júnior.

    — Ouvi dizer que você queria falar comigo — disse Gravis com um sorriso presunçoso.

    Latus Passus respirou fundo.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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