Capítulo 1189: Terceira Provação Completa
“Me desculpe, Azure!”
“Me desculpe por não poder mais estar com você.”
“Por favor, me perdoe!”
Esses eram os pensamentos de Mortis.
Ele estava planejando acabar com sua vida para pôr fim ao sofrimento.
Ele não sabia há quanto tempo já tinha sobrevivido, mas isso já não importava mais.
Ele só queria que tudo acabasse.
“Eu não posso viver assim.”
“Me desculpe!”
Mortis continuava pensando nessas palavras.
Ele as repetia sem parar.
De novo.
E de novo.
E de novo.
No entanto, por algum motivo, ele nunca realmente seguia adiante.
Algo dentro dele dizia para aguentar só um pouco mais.
Ele só precisava segurar um pouco mais.
Só mais um pouco.
O rosto de Azure passou por sua mente.
Ele a imaginou chorando ao perceber que nunca mais o veria.
Ele a imaginou escolhendo a morte em vez de uma vida solitária.
Ele imaginou os filhos que poderia ter no futuro.
E sempre que essas imagens surgiam em sua mente, Mortis segurava um pouco mais.
Esses momentos só lhe compravam alguns segundos, mas continuavam vindo sem parar.
Só mais um segundo.
Só mais um pouco.
Mortis já havia se despedido um milhão de vezes, mas nunca realmente o fez.
Mortis não percebia, mas estava essencialmente desabafando seu medo.
Ele sabia que poderia acabar com seu sofrimento, e isso lhe dava esperança.
Mortis sabia que não era forçado a passar por todo aquele sofrimento.
Ele sempre poderia acabar com tudo.
Então, tudo terminaria.
Esse pensamento lhe dava um certo consolo.
Havia uma saída.
Mortis era como um mortal no fundo do poço. Todos os dias eram uma agonia, e essa pessoa tinha uma corda pendurada no sótão, que observava à noite, após o dia terminar.
Às vezes, esse mortal ficava em frente à corda.
Às vezes, apenas olhava para ela.
Às vezes, passava a cabeça pelo laço e brincava com a cadeira sob seus pés.
Tão perto.
A salvação estava tão perto.
Só mais um passo.
Ele passava alguns minutos em sofrimento vazio, apenas sentindo a proximidade do alívio.
Só mais um pouco.
Se escorregasse agora, tudo acabaria.
No entanto, após alguns minutos, o mortal se afastava da corda e ia dormir na própria cama.
Se as coisas não melhorassem, ele sempre poderia voltar.
Se piorassem ainda mais, ele tinha uma solução final.
Mas, por enquanto, não parecia ser a hora.
Mortis era como esse mortal.
Ele estava tão perto de acabar com tudo. Bastava um pensamento, e sua vida chegaria ao fim.
No entanto, a cada segundo, minuto ou hora, Mortis se despedia de todos que amava, com a intenção de acabar com tudo.
E então, ele apenas esperava.
O tempo se arrastava, e o processo se repetia.
Essa agonia tinha que acabar em algum momento.
Mortis sabia que terminaria após 10.000 anos.
Havia um fim à vista.
Ele só precisava esperar.
Após incontáveis tentativas de desistir, Mortis acabou cerrando os dentes e desistindo de desistir.
Um último impulso de motivação o atingiu, e seus olhos ficaram avermelhados com um olhar de batalha.
Por anos, ele lutou contra a agonia.
“Eu não vou morrer!”
“Eu não vou morrer!”
“Eu não vou morrer!”
Ainda assim, a agonia continuava sem pausa.
Ela continuava e continuava.
Nunca terminava.
Aos poucos, Mortis perdeu a motivação novamente.
“Por que lutar?”
“Por que passar por isso?”
“Tudo isso é tão exaustivo.”
“Eu só quero descansar.”
“Eu só quero…”
E então, a agonia acabou.
A próxima mordida não veio.
Silêncio.
Silêncio absoluto.
Mortis apenas permaneceu deitado no chão, olhando para o céu.
Ele não sentia dor.
Ele não sentia medo.
Ele apenas não sentia nada.
Os olhos de Mortis se arregalaram em choque e confusão.
“A agonia… acabou?”, Mortis pensou, surpreso.
Ele não ousava acreditar que tinha terminado.
No entanto, realmente havia terminado.
10.000 anos haviam se passado.
De repente, o corpo de Mortis se sobressaltou ao sentir algo tocá-lo.
Mortis olhou assustado para o lado e viu Gravis olhando para ele com preocupação.
— Você conseguiu — disse Gravis lentamente. — Você sobreviveu.
Mortis apenas olhou para Gravis, chocado.
— Eu… sobrevivi? — repetiu com a voz rouca.
Seu corpo estava completamente destruído, e grandes partes dele haviam sido devoradas pelo Monstro do Pecado.
Mortis havia planejado deixar os Monstros do Pecado simplesmente consumi-lo sem se curar.
Dessa forma, ele desapareceria em alguns anos.
No entanto, a agonia havia terminado antes que os Monstros do Pecado pudessem consumi-lo completamente.
Mortis ainda tinha bastante Energia da Vida restante.
Contudo, seu Reino já havia caído drasticamente.
Agora, Mortis estava no segundo nível do Reino Deus Estelar, e sua Aura de Vontade havia caído para o nível sete do Reino Deus Estelar.
Os Monstros do Pecado já haviam sido destruídos por Orthar, que apenas olhava para Mortis com uma expressão de apreço.
Mortis finalmente havia provado que era tão poderoso quanto Gravis, tanto em combate quanto em sua determinação.
A única coisa que impedia Mortis e Gravis de atingirem o Reino Quebrador do Céu era o tempo.
Agora, eles estavam verdadeiramente no mesmo nível.
Após alguns segundos, Orthar estendeu a mão em direção à Estrela de Gravis.
Gravis sentiu uma força tocando sua Estrela e olhou para o lado.
Então, sua Estrela lentamente flutuou até Mortis e entrou nele.
O corpo de Mortis começou a brilhar novamente, e Gravis sentiu algo puxando sua própria essência.
Gravis sentiu como se algo estivesse drenando a Energia de seu ser.
No entanto, Gravis não entrou em pânico.
Mortis agora estava conectado a ele novamente e havia caído dois níveis.
O Reino superior de Gravis estava se igualando ao Reino de Mortis.
Eventualmente, Gravis caiu para o terceiro nível do Reino Deus Estelar, e Mortis subiu para o terceiro nível do Reino Deus Estelar.
Ao mesmo tempo, a Aura de Vontade de Gravis entrou em Mortis e a substituiu.
Energia era finita, mas a força de uma vontade era infinita.
A Aura de Vontade de Mortis foi elevada ao nono nível do Reino Deus Estelar sem drenar a de Gravis.
Os olhos de Mortis se arregalaram ao sentir seu poder retornar.
“Poder”, pensou Mortis ao sentir-se mais forte.
Então, sentiu sua mente se tornar mais resiliente e poderosa.
A agonia de se deteriorar lentamente e dolorosamente desapareceu de Mortis.
Mortis cerrou os punhos enquanto um brilho intenso surgia em seus olhos.
“Eu sobrevivi!”
“Passei pela pior agonia imaginável e sobrevivi.”
“Se algo assim não pode me parar, nada jamais poderá!”
“Estou cansado de ser indeciso e fraco!”
“Eu sei o que quero, e eu vou conseguir!”
“Não importa o que precise fazer!”
BANG!
Gravis sentiu sua Aura de Vontade aumentar, e um sorriso surgiu em seu rosto enquanto olhava para Mortis.
Sempre fora Gravis quem aumentava a Aura de Vontade dos dois, mas agora, era Mortis quem a estava fortalecendo.
BANG!
A Aura de Vontade deles disparou dois níveis, até parar no segundo nível do Reino Deus Ancestral.
Finalmente, sua Aura de Vontade já não era mais inferior à de seus amigos.
— A terceira provação foi concluída — disse Orthar.
Mortis se sentou lentamente, seus olhos ainda queimando com determinação.
— Você provou seu valor, Mortis. Você não é mais inferior a Gravis.
— Agora vocês são verdadeiros iguais.
— Não preciso mais testar seu caráter.
— As duas últimas provações serão sobre sua Força de Combate.
— Vocês podem descansar por 10.000…
— Esqueça — Mortis interrompeu Orthar. — Eu não preciso de descanso.
Orthar olhou para Mortis.
Mortis se levantou lentamente, seus olhos em chamas.
Gravis apenas sorriu ao vê-lo assim.
— Vamos começar agora mesmo.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.