Capítulo 1255: Refinamento Normal

Gravis inicialmente havia planejado encontrar outra oportunidade para se refinar. Afinal, esse era o motivo pelo qual ele ainda era apenas um Deus Ancestral de nível um.

No entanto, tudo aconteceu de forma diferente do que ele havia planejado… como sempre.

A Aura de Vontade de Gravis havia alcançado o nível de um Deus Divino de nível quatro durante a Samsara. Gravis passou dez milhões de anos sob uma intensa sensação de desgraça e perigo na Samsara, o que fez maravilhas para sua Aura de Vontade.

Isso o colocou em uma posição muito complicada em relação ao seu refino.

Com sua Verdadeira Lei da Supressão fortalecida, nenhum Deus Ancestral poderia resistir às ilusões de Gravis, tornando-o imortal dentro desse Reino.

Porém, ao mesmo tempo, Gravis também não conseguia matar Deuses Ancestrais de nível nove, pois simplesmente não possuía poder suficiente para feri-los, mesmo que eles simplesmente ficassem parados sem reagir.

Isso significava que Gravis precisava lutar contra Deuses Divinos agora, e para isso, precisava aumentar seu Reino e sua compreensão das Leis.

Falando em refino, Gravis começou a se sentir bastante frustrado.

Todo mundo encontrava inúmeros oponentes no próprio nível. Era quase como se sempre houvesse alguém perfeito para se refinarem assim que colocassem o pé para fora de casa.

Essas pessoas participavam de competições, torneios, guerras, e sempre encontravam ótimas oportunidades de refino. Havia tantas opções.

E Gravis?

Era sempre um dos dois extremos. Ou ele encontrava pessoas que poderia esmagar com um pensamento, ou pessoas que poderiam esmagá-lo com um pensamento.

Não havia um meio-termo.

Isso começou a acontecer no mundo superior.

Naquela época, Gravis precisava procurar ativamente seus oponentes e ainda tinha que se manter escondido por causa de seu corpo de besta.

Ele procurou ativamente pela tartaruga.

Ele usou ativamente a tribulação de Siral para conseguir um oponente.

Mortis procurou ativamente por aquele Demônio Negro.

Gravis e Mortis buscaram ativamente por Nira.

Gravis não havia encontrado um bom oponente de forma conveniente desde então.

O mundo mais alto era ainda pior.

Mortis encontrou um único oponente na guerra, e foi isso.

Depois disso, Gravis só encontrou pessoas incrivelmente fracas, e quando isso passou, ele se deparou com algo contra o qual não podia fazer nada: sua Aura do Pecado.

Então, quando finalmente superou a questão da Aura do Pecado, Eve apareceu com o desejo de matá-lo. Ele ficou completamente impotente diante dela.

Depois, veio toda a situação com a Seita Fogo Eterno. Gravis não podia simplesmente lutar contra os outros membros, pois, naquela época, praticamente não havia Deuses Estelares realmente poderosos.

A única vez que Gravis encontrou ótimos oponentes foi na Provação do Céu.

E depois?

Gravis queria se refinar contra um Deus Ancestral de nível seis, mas, em vez disso, foi confrontado por inúmeros Deuses Ancestrais do Pináculo e Deuses Divinos que queriam matá-lo.

Como ele deveria lutar contra qualquer um deles?

Assim que entrasse em combate com um, ele chamaria todos os outros, e a vida de Gravis estaria acabada.

O que ele deveria fazer nessa situação?

Ele só podia fugir.

Nos momentos livres, Gravis havia lido algumas histórias enquanto estava com Stella, e percebeu que os protagonistas sempre encontravam convenientemente oponentes no próprio nível.

Esses anciões sempre olhavam para trás e diziam que todas essas lutas eram apenas entre a ‘geração jovem’, seja lá o que isso significasse.

Os poderosos sempre pareciam ignorar o protagonista até que ele se tornasse forte o suficiente para enfrentá-los.

O mundo real não funcionava assim!

As Seitas do Pináculo estavam tratando Gravis como se fosse parte da geração dos Deuses Ancestrais e enviando apenas Deuses Ancestrais de nível seis contra ele?

É claro que não!

Isso seria uma idiotice sem comparação!

Em vez disso, os Deuses Divinos no Pináculo estavam vigiando cada um de seus passos e agindo diretamente.

“Não posso simplesmente encontrar um oponente normal que queira lutar comigo por qualquer motivo?”, pensou Gravis com frustração. “Preciso sempre vasculhar o mundo inteiro para encontrar um bom oponente?”

“De qualquer forma, não há nada que eu possa fazer a respeito. Digo, ser perseguido por alguém muito mais poderoso que eu também é uma forma de refino, e eu consegui meu refino. Afinal, minha Aura de Vontade agora está no nível de um Deus Divino de nível quatro, e compreendi várias Leis poderosas.”

“Por que não posso simplesmente ter um refino normal?”

Gravis olhou para Mortis. — Então, quer aumentar nosso Reino primeiro antes de testarmos a Sincronicidade Elemental?

— Parece uma boa ideia — respondeu Mortis. — Como pretende fazer isso? Não temos dinheiro agora.

Gravis apenas sorriu. — Mas temos a Verdadeira Lei da Realidade Percebida. Podemos basicamente ir a qualquer lugar.

— Por que não procurar uma boa Área de Compreensão de Leis para Raio Celestial?

Mortis franziu a testa. — Isso é arriscado. Se um Deus Divino estiver lá quando emergirmos, estaremos acabados. Também não temos Energia suficiente para criar um clone.

— Bem, isso é arriscado para mim, mas não para você — disse Gravis com um sorriso. — Contanto que você não invada diretamente uma Seita do Pináculo, ninguém pode te encontrar no seu estado intangível. Deve haver algumas Áreas de Compreensão de Leis para Raio Celestial em Seitas que não são do Pináculo.

— Ok, quais são? — perguntou Mortis.

— Eu não sei! Apenas descubra — respondeu Gravis com irritação.

— Como? — perguntou Mortis.

— Eu não sei. Vá até um Pavilhão de Informações ou algo assim — respondeu Gravis.

— Onde? — perguntou Mortis.

— Alguma cidade…

E então, Gravis percebeu o que Mortis queria dizer.

Os Deuses Divinos estavam vigiando as grandes cidades, e Mortis precisaria se tornar tangível para interagir com um Pavilhão de Informações. Nesse momento, ele seria descoberto.

Especialmente a Cidade Opositora, que era a capital do comércio, estaria sob intensa vigilância. Claro, as Seitas do Pináculo não causariam problemas dentro da cidade, mas cercariam a área assim que Mortis fosse revelado.

Mortis poderia se tornar intangível, mas as Seitas do Pináculo poderiam ter métodos para revelar sua localização. Nesse momento, ele sempre teria alguém o seguindo, não importa para onde fosse.

Gravis coçou violentamente a parte de trás da cabeça em frustração. — Por que isso é tão difícil!? — ele gritou.

— Porque as Seitas do Pináculo são as governantes do mundo — respondeu Mortis calmamente.

— Eu sei disso! Essa foi uma pergunta retórica — retrucou Gravis.

— Eu sei, mas eu sou você, e com uma pergunta retórica, você está se perguntando a si mesmo, e eu apenas respondi a sua própria pergunta por meio de mim — respondeu Mortis, ainda calmo.

Gravis revirou os olhos. — Cala a boca.

— Você foi quem me perguntou.

Gravis gemeu. — Certo, certo! Você venceu! Agora, como conseguimos chegar a um Pavilhão de Informações?

— Sabe, você esqueceu de outra coisa, Gravis — disse Mortis. — Chegar ao Pavilhão de Informações é uma coisa, mas também precisamos encontrar uma maneira de pagá-los.

— Nós não temos dinheiro agora.

As sobrancelhas de Gravis se franziram.

Sempre que precisavam de dinheiro, Gravis simplesmente abria um negócio.

Mas agora?

Para um negócio, Gravis precisava de clientes, e para conseguir clientes, precisaria conduzir seus negócios em um local público. No entanto, os Deuses Divinos estavam vigiando esses lugares.

— E se matarmos alguém? — perguntou Gravis.

— Isso atrairia todos os Deuses Divinos para esse local, pelo menos nesta região. Claro, podemos ir para outro lugar, mas assim que emergirmos na superfície, qualquer Deus Divino pode nos encontrar. As Seitas do Pináculo estão absolutamente por toda parte agora, e o único local seguro é o subsolo profundo.

— Não podemos matar alguém por riqueza. Não podemos interagir com ninguém. Não podemos descobrir onde estão os recursos naturais.

Gravis coçou violentamente a parte de trás da cabeça novamente.

Ele não esperava que as Seitas do Pináculo o estivessem suprimindo a esse ponto.

Gravis nem sequer podia sair do subsolo profundo sem entrar em perigo.

Depois de um tempo em silêncio, Gravis olhou para o lado.

— Agora somos povo-toupeira.

Mortis ergueu uma sobrancelha.

— Vivemos no subsolo por toda a vida. Como povo-toupeira, temos que viver como povo-toupeira.

Mortis apenas olhou para Gravis com uma expressão estranha.

— E o que exatamente você está sugerindo? — perguntou ele.

Gravis apontou em uma direção aleatória.

— O povo-toupeira é cego e não sabe para onde ir! Então, como povo-toupeira cego, também temos que nos mover cegamente!

— Eventualmente, vamos encontrar algo que possa ser convertido em dinheiro!

Mortis piscou sem qualquer expressão de humor.

— Você sabe que o mundo mais alto é um pouco grande, certo?

— O povo-toupeira não questiona o mundo! Eles cavam! — respondeu Gravis.

Mortis piscou mais uma vez.

Então, deu de ombros.

— Certo, por que não.