Índice de Capítulo

    Os animais se reuniram em um único lugar.

    Não havia Bestas Demoníacas.

    Não havia Bestas de Energia.

    Não havia Bestas Espirituais.

    Tudo havia morrido ou se tornado um Lorde ou algo ainda mais poderoso. As bestas não precisavam mais gerar novas criaturas, pois o novo mundo lhes proporcionaria uma base de bestas mais fracas. Por isso, todas as bestas mais fracas foram forçadas a se tornar mais poderosas ou a perecer.

    Quanto aos Lordes, havia mais deles agora do que jamais houve neste mundo. O número de Bestas Espirituais sempre fora muito alto, e, ao refinar todas elas, a população de Lordes explodiu.

    No entanto, essa explosão de vida rapidamente cessava ao se observar os Reis. Havia, definitivamente, menos Reis do que antes da chegada de Gravis a este mundo.

    E o número de Imperadores era lamentável. Se todos os Imperadores lutassem entre si, talvez pudessem criar mais dois Imperadores de nível quatro, mas seria só isso. Criar um Imperador de nível cinco seria impossível.

    Diante dos Lordes estavam os Reis, e diante dos Reis estavam os Imperadores. Diante dos Imperadores estava o Imperador de nível quatro da região oeste. O Imperador de nível quatro das bestas marinhas não queria assumir a liderança, razão pela qual estava junto aos outros Imperadores.

    O Imperador de nível quatro das bestas terrestres era o general e líder das bestas.

    Ainda assim, esse imponente general e líder ajoelhava-se diante do ser à sua frente. À sua frente não estava Gravis, mas uma pequena figura humanoide feita de raízes.

    Meadow havia condensado todo o seu corpo nessa forma humana. Ela não era mais a governante das bestas, mas sim sua protetora ancestral. Não lhe seria permitido matar nenhuma besta, podendo apenas garantir a elas uma pequena área de segurança.

    Assim que alcançassem o novo mundo, ela afastaria todos os inimigos e reivindicaria dez por cento do novo mundo para as bestas. Qualquer besta que tentasse invadir essa terra seria detida por Meadow, sem que ela pudesse matá-la ou enfraquecê-la.

    Meadow havia se tornado isso: uma protetora, a criadora de um santuário.

    Obviamente, dez por cento do mundo não seriam nem de longe suficientes para as bestas deste mundo sobreviverem. Elas seriam pressionadas umas contra as outras, com pouco espaço para se movimentar. No entanto, era assim que deveria ser.

    Para incentivar a conquista e o derramamento de sangue, as bestas precisariam manter um novo território por um ano completo. Após esse período, Meadow ampliaria seu santuário.

    Mas o inimigo não era tolo. Depois de alguns anos, eles seriam capazes de perceber o padrão e fariam o possível para contestar os territórios conquistados. Claro, isso também era proposital. Quanto mais o inimigo contestasse seus territórios, melhor. As bestas poderosas deste mundo precisavam lutar e reivindicar seu poder.

    Se as bestas permanecessem apenas dentro do santuário, mais cedo ou mais tarde algumas delas lutariam entre si ou morreriam de velhice. Além disso, o inimigo tinha mais bestas, o que significava que este mundo não venceria uma corrida armamentista.

    Tudo dependia dos Imperadores e de seu poder. Se eles não fossem capazes de lutar contra muitos Imperadores de nível similar ao mesmo tempo, suas vidas seriam miseráveis para sempre, até que decaíssem no esquecimento.

    Ao lado de Meadow estava Gravis. Ele era o ser mais poderoso deste mundo, junto ao Céu. No entanto, ele já vivia em um mundo totalmente diferente. Ele era apenas um observador temporário. Seu tempo de controle sobre este mundo havia terminado, e foi breve, mas impactante.

    Ao lado de Gravis estava Orthar, que também observava as bestas.

    — Orthar, é hora — disse Gravis.

    — Estou apostando minha vida em você derrotar o Céu — disse Orthar. — Não me decepcione.

    Gravis assentiu. — Não vou.

    Gravis invocou seu Anel da Vida e puxou Orthar para dentro dele. Se Gravis morresse, o Anel da Vida seria destruído, e Orthar seria jogado de volta ao mundo, que estaria completamente destruído naquele momento. Isso era uma sentença de morte certa.

    — Aris, Cera, Yersi, é a vez de vocês — disse Gravis a seus filhos, que estavam atrás dele.

    Os três assentiram. Gravis já os havia informado sobre o que aconteceria.

    — Confiamos nossas vidas a você — disse Aris.

    Gravis assentiu novamente e os convocou para dentro de seu Anel da Vida.

    Gravis sentiu uma incrível pressão de responsabilidade sobre seus ombros. Se ele morresse, Orthar e seus filhos morreriam com ele. Ele não estava mais apenas jogando com sua própria vida, mas também com a vida de seus três filhos. Ele não podia morrer, de jeito nenhum!

    — Morus — disse Gravis calmamente ao lagarto atrás dele.

    — Apostei em você. Espero não me decepcionar — disse Morus com um sorriso.

    — Não me importo — respondeu Gravis, enquanto empurrava Morus para dentro do Anel da Vida. Se Morus morresse, ele não se importaria nem um pouco. No entanto, tinha que pagar sua dívida. Não havia como evitar isso.

    O silêncio voltou, como a calmaria antes da tempestade. Em breve, todos explodiriam em uma matança implacável.

    — Céu mais elevado — disse Gravis — todos estão prontos.

    WHOOOOOOM!

    Um portal apareceu e cresceu até atingir um tamanho ridículo. A multidão de bestas reunidas poderia passar por ele sem precisar ajustar suas posições.

    Meadow viu o tamanho do portal e retornou ao mesmo tamanho que tinha quando matou aquele Errante naquela época. O portal era grande o suficiente para isso.

    Todas as suas armas foram invocadas, e seu corpo parecia queimar com fogo branco.

    Gravis teve que admitir que Meadow realmente parecia impressionante nessa forma, mesmo que fosse muito mais fraca do que ele naquele momento. Ele se perguntou como o outro mundo reagiria quando um ser tão ameaçador e quase divino aparecesse repentinamente em seu território.

    — Preparem-se! — gritou o general para as bestas.

    As bestas começaram a cerrar os dentes e estreitar os olhos. Uma aura selvagem de matança e intenção assassina parecia banhar o mundo em carmesim. Essa era a feroz intenção assassina de um mundo médio inteiro reunida em um único lugar.

    Quase um bilhão de bestas liberaram sua vontade de matar ao mesmo tempo, o que sacudiu o mundo inteiro.

    Gravis não foi afetado pela intenção assassina, assim como Meadow.

    Meadow virou-se para Gravis. — Vai levar um tempo, mas nos veremos novamente no Mundo Mais Alto — disse ela, com sua voz imponente e sedenta por sangue ecoando pelo mundo. Sua habitual voz harmoniosa havia desaparecido.

    Gravis apenas sorriu. — Nos veremos de novo, amiga — disse ele com uma voz descontraída, contrastando com a atmosfera atual.

    Meadow assentiu, virou-se para o portal e avançou por ele com toda a velocidade. Num piscar de olhos, ela desapareceu.

    — RAAAAAAAAAAAH! — gritaram todas as bestas em fúria, suas vozes reunidas distorcendo o espaço e destruindo o chão.

    Então, todos avançaram pelo portal com toda a velocidade.

    O portal era largo o suficiente, e as bestas eram rápidas o bastante para que todas passassem por ele em menos de um minuto.

    WHOOOOM!

    O portal se fechou e desapareceu, marcando o último som do mundo.

    Silêncio.

    Silêncio absoluto.

    Não havia luz.

    Não havia vento.

    A água não se movia.

    A terra não se movia.

    Não havia plantas.

    Não havia animais.

    Não havia bestas.

    Não havia vida.

    Não havia movimento.

    Sem movimento, o tempo quase perdeu seu significado.

    Esse mundo permaneceu em estase perpétua, enquanto nada dentro dele mudava.

    Apenas Gravis permaneceu como o único exemplo de vida e movimento dentro desse mundo.

    Esse não era mais um mundo real.

    Esse não era mais um mundo moribundo.

    Esse era um mundo morto.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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