Capítulo 651: Avatar

Gravis nunca tinha ficado tão chocado e abalado em sua vida. Ele desafiara o Céu para uma luta, e o Céu acabara de demonstrar que Gravis não seria capaz nem mesmo de reagir a um ataque. Se aquele ataque tivesse sido direcionado a ele, Gravis teria morrido instantaneamente.

O que ele havia feito?

No entanto, depois que sua racionalidade voltou, ele percebeu algo.

— Isso não era uma Lei de nível cinco — disse Gravis, estreitando os olhos. — Não existem Leis de nível cinco para um mundo médio. A única Lei de nível cinco ou seis que você deveria conhecer é o próximo nível da Lei do Raio.

O Céu continuou olhando para Gravis com calma. — Você está meio certo — disse o Céu. — Isso não era uma Lei de nível cinco, mas o ataque tinha o poder de uma Lei de nível cinco. No entanto, você estava errado ao dizer que não existem Leis de nível cinco para um mundo médio. Há uma, mas nem mesmo eu a conheço.

Gravis permaneceu em silêncio, mas estava chocado. Realmente existia uma Lei de nível cinco para um mundo médio?

— Existe uma Lei de nível cinco que pode ser compreendida em um mundo médio, mas, devido à natureza desses mundos, ninguém dentro de um mundo médio pode compreendê-la, incluindo eu.

— A razão para isso é a Aura de Vontade — explicou o Céu. — Se você deseja compreender uma Lei de nível cinco, precisa de uma Aura de Vontade no nível de um Imperador Imortal, algo impossível de alcançar sem ser um Imortal no auge. No momento, sua Aura de Vontade está no pico do Reino Imortal, mas ainda não alcançou o poder de um Rei Imortal.

Gravis percebeu que as palavras do Céu faziam sentido. Como todos ascendiam no Reino Imortal, seria impossível aprender essa Lei enquanto permanecessem em um mundo médio. — Qual é essa Lei? — perguntou Gravis.

Qualquer outra pessoa estaria apavorada com as circunstâncias, mas Gravis conseguiu manter sua racionalidade. Se o Céu realmente quisesse matá-lo, ele já estaria morto. O fato de o Céu deixá-lo viver significava que o Céu, ou mais provavelmente o Céu mais elevado, queria que ele sobrevivesse.

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Ainda assim, Gravis não fazia ideia de como deveria interpretar aquela situação. No início, o Céu inferior realmente tentou matá-lo, mas agora, quando o Céu mais elevado tinha uma oportunidade de fazê-lo sem represálias de seu pai, decidira não matá-lo.

Qual era o plano? Será que queria genuinamente que ele se tornasse outro Opositor? Por quê?

— É a Lei Menor do Verdadeiro Mundo — respondeu o Céu. — É a composição de todos os seres vivos e mortos dentro de um mundo médio. No entanto, é impossível para você compreendê-la neste mundo. Meu ancestral e seu pai concordariam.

— Como você conseguiu criar um ataque com o poder de uma Lei de nível cinco sem usar uma? — perguntou Gravis. Aquela era a melhor oportunidade para aprender mais sobre Força de Batalha. Ele queria se tornar poderoso. Seu pai queria que ele se tornasse poderoso. O Céu mais elevado queria que ele se tornasse poderoso. Então, tudo bem, ele jogaria esse jogo.

Whoooom!

Algo apareceu atrás do Céu, e Gravis não fazia ideia do que era.

Era uma espécie de pequena esfera branca brilhante. Tinha apenas meio metro de diâmetro e pairava ali, sem fazer nada. Atrás da luz, Gravis pôde ver sua aparência. Quando viu, ficou chocado.

Era um pequeno mundo!

Ele podia ver montanhas minúsculas, pequenos oceanos, vulcões minúsculos e tudo o mais que um mundo teria. A única coisa ausente era vida. Esse pequeno mundo era tão desprovido de vida quanto o mundo em que Gravis estava.

— Este é um Avatar, Gravis — disse o Céu. — É isso que faz de um Imortal, um Imortal. Sem esse Avatar, um Imortal não é um Imortal. Ele é a base para todo o seu cultivo futuro, e, se for inadequado, será quase impossível torná-lo adequado novamente.

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O Céu voltou-se para o Grande Lago enquanto continuava explicando. — Quando você funde uma de suas Leis com seu ser, seu Avatar será criado. Essa Lei se tornará sua Lei Primária por todo o futuro.

— O que ele pode fazer? — perguntou Gravis.

— O Avatar aumenta o poder de sua Lei Primária em um nível. Isso significa que, se você criar seu Avatar com a Lei do Raio de Punição, seu Raio de Punição será capaz de exibir o poder de uma Lei de nível quatro. Agora entende o poder de um Avatar? — perguntou o Céu.

Gravis imediatamente percebeu o quão poderoso isso era. Se algum Ascendente desse mundo criasse seu Avatar, Meadow não teria chance contra ele. O poder de uma Lei de nível quatro era excessivamente avassalador para qualquer um resistir em um mundo médio.

Devido à sua Aura de Vontade, Gravis ainda seria capaz de vencer contra um Imortal com um Avatar, mas, assim que alguém não fosse completamente suprimido, Gravis não seria capaz de desviar ou bloquear tal ataque.

Isso também explicava por que esse mundo não permitia que ninguém ascendesse sem ter compreendido uma Lei de nível três. Se alguém não tivesse compreendido sua própria Lei de nível três, precisaria usar a Lei do Espaço para criar seu Avatar, já que essa seria sua única Lei de nível três.

Sim, a Lei do Espaço era poderosa, mas não seria tão útil quanto outra Lei de nível três. Um cultivador já poderia se teletransportar e comprimir o espaço. A única vantagem de atualizá-la para o nível quatro seria ampliar essas capacidades. No entanto, a Lei do Espaço não tinha poder ofensivo e suas capacidades defensivas eram fracas.

Além disso, qual seria o propósito de melhorar suas capacidades espaciais se todos já podiam se teletransportar? Além disso, quão difícil seria atualizar a Lei do Espaço? Deve haver uma forma de aprimorar o Avatar. Gravis se recusava a acreditar que os senhores supremos do mundo mais elevado usassem uma Lei de nível três ou quatro como sua Lei Primária.

Isso significava que provavelmente o Avatar poderia ser atualizado ao incluir a Lei Primária em uma Lei mais poderosa. Para o espaço, havia apenas dois caminhos disponíveis. Um seria aumentar sua pureza ao compreender a Lei de Espaço de Alto Nível no mundo superior. O outro seria fundi-lo com outras Leis.

No entanto, quão difícil seria fundir o espaço com qualquer coisa? Ele não tinha afinidade com matéria, vida ou elementos. Gravis supôs que ele poderia ser fundido apenas com as Leis da Gravidade e do Tempo, e compreender essas Leis era muito difícil, especialmente o tempo.

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Mas, se alguém usasse uma Lei específica de elemento como Avatar, teria uma ampla variedade de opções. Por exemplo, o fogo poderia ser atualizado para um fogo mais poderoso, fundir-se com outros elementos, transformar-se na Lei do Calor Supremo ou criar um elemento misto. Além disso, atualizar uma Lei de Fogo para o nível quatro impulsionaria imensamente a Força de Batalha do usuário.

Todos esses pensamentos passaram pela mente de Gravis em um instante. Assim que ele alcançou o Reino da Compreensão das Leis, a velocidade de seus pensamentos aumentou exponencialmente. Agora, como Imortal, seus pensamentos se tornaram ainda mais rápidos.

— Presumo que, se eu já tivesse condensado meu Avatar, eu não estaria vivo agora, certo? — perguntou Gravis.

— Correto — respondeu o Céu. — Meu Ancestral quer que você se torne verdadeiramente poderoso, e, se cometesse o mesmo erro novamente, não teria afinidade com o verdadeiro poder.

Gravis ergueu uma sobrancelha. — O mesmo erro novamente? O que quer dizer? — perguntou.

O Céu voltou-se para Gravis novamente. — Você já falhou em dois testes criados pelo meu ancestral — disse o Céu. — O fato de eu estar falando com você agora é prova disso.

Gravis rapidamente compreendeu o que ele queria dizer. — Imagino que esse teste tenha sido se tornar poderoso o suficiente para derrotá-lo? — perguntou.

— Correto — confirmou o Céu. — Você falhou nesse teste, que foi o segundo, e agora fui encarregado de corrigir sua inadequação.

Gravis rangeu os dentes ao ouvir as palavras do Céu. — Qual foi o primeiro teste? — perguntou.

— Seu primeiro teste foi perceber seu verdadeiro poder e o poder de seu oponente. Você não percebeu que eu precisaria conhecer todas as Leis deste mundo para ensiná-las? Não percebeu que eu deveria ter compreendido pelo menos uma Lei de nível quatro para gerir este mundo inteiro? Não percebeu que eu seria capaz de exibir todo o poder do Reino Imortal? — disse o Céu.

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— Todas essas coisas deveriam ser um alerta suficiente. Qualquer observador teria sido capaz de perceber que não havia como você me vencer sem ter compreendido pelo menos uma Lei de nível quatro.

O Céu olhou profundamente nos olhos de Gravis. — Confiança e arrogância estão separadas por uma linha tênue. Quando você acredita em seu poder enquanto luta contra um oponente um pouco mais forte, sua confiança pode lhe dar o impulso para vencer. Contudo, se seu oponente o supera por uma margem muito ampla, e você ainda acredita que sairá vitorioso, você não está confiante, mas sim arrogante. Você não ensinou essas coisas ao seu filho?

Gravis sentiu uma raiva e frustração imensas ao ouvir o Céu, mas não estava com raiva do Céu.

Gravis estava enfurecido e frustrado consigo mesmo. Se ele fosse um observador, pensaria que qualquer pessoa que decidisse lutar contra o Céu seria um idiota arrogante. Nenhuma pessoa sensata escolheria lutar contra um oponente tão esmagadoramente poderoso.

“Eu sou um idiota arrogante!” Gravis pensou com os dentes cerrados.

“Isso é exatamente o que ensinei a Aris!”

“Eu sou um mentiroso!”

“Eu sou um hipócrita!”