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    Todos ficaram chocados ao ouvir aquilo. Yersi não iria para um mundo superior, mas permaneceria no Mundo mais alto? Esse era realmente o melhor caminho para alcançar o poder supremo para ela?

    — Eu deveria ficar aqui? — Yersi perguntou, incerta.

    O Opositor assentiu. — No Mundo mais alto, ninguém diferencia entre bestas e humanos. Existem apenas cultivadores. Bestas são vistas como cultivadores corporais que dependem mais de seus corpos do que de sua Energia, enquanto humanos são cultivadores de Energia. Claro, há humanos que cultivam seus corpos e bestas que cultivam sua Energia, mas essa é a visão geral.

    — Se você quiser se refinar, pode simplesmente usar um dos portais para uma área adequada e permanecer lá. Se quiser fazer uma pausa, pode voltar para a cidade e visitar sua família. Você tem a liberdade de fazer o que quiser, mas a desvantagem é que não há muita pressão, já que sempre terá um lugar para voltar — disse o Opositor.

    — Este mundo será seu lar até o dia da sua morte — concluiu ele.

    Gravis sorriu ao ouvir as palavras de seu pai. Yersi ficaria ali. Nesse mundo, ela poderia decidir viver em paz ou continuar sua jornada de cultivo sempre que quisesse. Ainda melhor, Gravis poderia visitá-la sempre que desejasse, pelo menos até ele partir para o próximo mundo superior, o que não aconteceria tão cedo. Gravis já tinha vários planos.

    Yersi olhou para seus irmãos. Ela sabia que a dilatação temporal entre o Mundo mais alto e os mundos superiores era de um para dez. Isso significava que seus irmãos a ultrapassariam em poder muito rapidamente.

    Aris e Cera perceberam os sentimentos da irmã.

    — E daí se você tiver menos tempo para cultivar e ficar mais fraca? — Aris disse com firmeza. — Você é nossa irmã, e não esqueceremos nosso tempo juntos. Faça o que achar certo.

    — Sim! — Cera exclamou. — Você sempre cuidou de nós, e eu nunca esquecerei disso. Faça o que sentir que é o melhor!

    Yersi sorriu calorosamente com o incentivo de seus irmãos. Então, ela olhou de volta para o Opositor. — Eu aceito.

    O Opositor assentiu e se voltou para Orthar. Orthar não havia falado muito, pois todos estavam discutindo coisas aparentemente irrelevantes. Orthar era uma besta pura e não tinha laços familiares com ninguém ali.

    — Orthar — disse o Opositor. — Você já sabe o que quer fazer. Pode permanecer no Mundo mais alto, mas eu sugeriria acompanhar Gravis por um tempo até se familiarizar mais com este mundo.

    Orthar assentiu. — Lógico. Essa era minha intenção — disse ele.

    O Opositor assentiu novamente e se voltou para as três crianças. — Quando querem partir? — perguntou.

    Os três se entreolharam com certa relutância. Então, Aris se virou para o avô. — Em um mês — respondeu.

    Eles não precisavam de muito mais tempo juntos. Conhecer esse mundo era irrelevante para dois deles, e permanecer ali por anos parecia sufocante. Um mês parecia o tempo ideal para se despedirem.

    O Opositor assentiu. — Vocês podem ficar nos quartos em frente ao meu. Durante o próximo mês, façam o que quiserem — disse ele. — Se quiserem conselhos sobre como cultivar, podem me perguntar.

    Os três estavam muito gratos ao avô. Nem todos tinham acesso ao ser mais poderoso quando tinham dúvidas.

    Depois disso, todos conversaram por mais algumas horas, mas a maioria dos tópicos já havia sido abordada. Quando a conversa diminuiu, os três decidiram se retirar para seus quartos. Queriam passar o último mês juntos.

    Claro, isso incluía Gravis. Aris e Yersi tinham um laço estreito com Gravis, e também queriam passar mais tempo com ele. Mesmo que Cera não tivesse os mesmos sentimentos por Gravis que seus irmãos, ela ainda o via como um companheiro próximo.

    Durante o próximo mês, os quatro ficaram juntos na maior parte do tempo. De vez em quando, um deles procurava o Opositor para pedir conselhos. O Opositor prontamente respondia às suas perguntas. Orthar simplesmente esperava em outro cômodo, absorvendo a atmosfera diferente do Mundo mais alto.

    E, antes que percebessem, o momento da despedida chegou.

    Todos se reuniram no quarto do Opositor. Os três irmãos se olharam com relutância, mas também ansiavam por voltar ao cultivo.

    WHOOOM!

    Dois portais se abriram à frente de Aris e Cera. Eles lançaram um último olhar hesitante uns aos outros.

    PACK!

    Não antes que Gravis os puxasse para um abraço. — Sentirei saudades de vocês — disse ele, com tristeza.

    PACK!

    E então a mãe de Gravis se juntou ao abraço. — Não passamos muito tempo juntos, mas ainda assim vejo vocês como família. Também sentirei saudades — disse ela.

    Yersi retribuiu o abraço, e Aris o fez depois de alguma hesitação. Cera simplesmente permitiu que acontecesse. Ela não sentia essas coisas que os humanos sentiam e começava a aceitar isso.

    Depois de um minuto, todos se separaram novamente.

    Cera olhou para Yersi uma última vez. — Sentirei sua falta, irmã — disse ela.

    — Também sentirei sua falta, irmã — respondeu Yersi, com a voz trêmula.

    Então, Cera se virou para Aris. — Quando nos encontrarmos novamente, serei mais poderosa que você — disse ela, confiante.

    — Tente — respondeu Aris, com um sorriso. Em seguida, ele também se voltou para Yersi. — Adeus, irmã. Desejo o melhor para você — disse ele.

    — Também desejo o melhor para você — disse Yersi, com algumas lágrimas nos olhos.

    Cera atravessou o portal, que rapidamente se fechou atrás dela. Havia a possibilidade de nunca mais verem Cera novamente.

    Aris olhou para Gravis. — Quando eu voltar, serei o mais forte entre nós — disse ele, com um sorriso. — Mas, mesmo que você seja o mais fraco, ainda será meu pai.

    Gravis assentiu, também sorrindo. — Faça o seu melhor, garoto! — disse ele, com um joinha.

    Aris sorriu calorosamente uma última vez e também entrou no portal, que se fechou rapidamente.

    Aris e Cera haviam partido, e havia a possibilidade de nunca mais retornarem.

    O sorriso de Gravis se desfez quando eles desapareceram, e uma expressão de coração partido surgiu em seu rosto. Aquela poderia ter sido a última vez que ele viu os dois. Ele não queria deixá-los ir. Ele era o pai deles e tinha que cuidar deles. No entanto, Gravis sabia perfeitamente bem que precisava deixá-los ir. Eles precisavam forjar seus próprios caminhos.

    — Ei — Yersi disse suavemente, colocando uma de suas mãos no ombro de Gravis com lágrimas. — Eu ainda estou aqui. Sei o quanto isso deve ser difícil para você.

    Lágrimas surgiram nos olhos de Gravis enquanto ele abraçava sua filha com força. Ele havia se mantido forte por Aris e Cera, mas agora eles haviam partido.

    Havia um momento para ser forte.

    Havia um momento para ser fraco.

    Agora, Gravis só queria segurar sua filha. Ele só queria sentir a proximidade da família.

    Yersi começou a chorar enquanto também abraçava o pai. Ela sentia a mesma dor que ele e também queria segurar o que restava de sua família.

    Felizmente, os dois poderiam permanecer juntos.

    Um pequeno gesto, um grande impacto.
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