Capítulo 667: Dinheiro!
Depois de algum tempo, os dois se separaram novamente.
O tempo com sua família ajudou Gravis a sintonizar-se com suas emoções novamente. Ele as havia reprimido por 700 anos, e desbloqueá-las foi difícil. Felizmente, a compreensão da Lei de Nível Quatro da Liberdade ajudou muito. Ele podia fazer o que queria e sentir o que queria. Não precisava mais de uma enorme sessão de choro para se sentir bem.
— Qual é o seu plano agora, Gravis? — perguntou seu pai.
Gravis sorriu. O fato de sua filha permanecer ali lhe dava mais um motivo para seguir com seu plano.
Com um sorriso, ele se virou para o pai.
— Vou abrir uma forja e ganhar muito dinheiro! — declarou ele.
Yersi ficou surpresa. Não esperava por isso. Orthar também ficou um pouco surpreso, mas rapidamente discerniu o motivo da decisão de Gravis.
— Por quê? — o Opositor perguntou com um sorriso. Ele já sabia o motivo, mas ainda assim queria ouvir a explicação de Gravis.
— Primeiro, agora sou poderoso o suficiente para viver na cidade de verdade — disse Gravis. — Não posso continuar morando com vocês dois para sempre. Caso contrário, sempre me sentirei como uma criança. Preciso de meu próprio lugar, e para isso, preciso de dinheiro.
A mãe de Gravis sorriu ao ouvir isso. Com certeza, seu filho estava se tornando um adulto. Esse também era o motivo pelo qual ela amava tanto Gravis.
A maioria de seus filhos decidia não cultivar. Por causa disso, o pai deles os elevava ao nível de Imperadores Imortais. No entanto, quando alguém jovem recebia tanto poder sem esforço, havia uma grande chance de essa pessoa se tornar arrogante e presunçosa.
A mãe de Gravis queria que eles fossem felizes, por isso apoiava essa decisão, mas também não gostava do que seus filhos frequentemente se tornavam. Por essas razões, um sentimento de alienação muitas vezes surgia. Eles ainda eram seus filhos, mas ela simplesmente não gostava de suas personalidades.
A mãe de Gravis era muito mais sintonizada com suas emoções do que o pai de Gravis. No entanto, isso também a permitia excluir facilmente pessoas de sua vida.
Isso poderia parecer contraditório à primeira vista, mas fazia sentido. O Opositor ainda não tinha certeza sobre seus sentimentos e queria aprender a amar novamente. Isso o fazia decidir não desgostar de sua família, mesmo que suas personalidades entrassem em conflito.
Enquanto isso, a mãe de Gravis não tinha problemas com isso. Ela sabia quem gostava e quem não gostava. Se algum de seus filhos se tornasse arrogante e presunçoso, era como se já estivesse morto para ela. Ela ainda se lembraria das crianças inocentes que haviam sido, mas a nova pessoa já não era mais a antiga.
Ela havia visto tantos de seus filhos morrerem que não tinha problemas em cortar contato com alguns deles. Claro, isso só valia para aqueles que realmente se tornaram arrogantes e presunçosos. Ela ainda amava os bons com todo o seu coração.
Assim, surpreendentemente, embora a mãe de Gravis fosse muito mais gentil e acolhedora do que o pai de Gravis, os filhos arrogantes batiam de frente com ela quando queriam algo. Eles tinham muito mais chances de conseguir algo com o pai.
Gravis era um dos poucos filhos que realmente conquistaram quase tudo por conta própria. Ele poderia sentir muito orgulho de seu poder, mas isso era aceitável. Afinal, ele havia conquistado quase tudo por conta própria. Se alguém coloca muito esforço em algo e sente orgulho disso, merece sentir orgulho de sua criação ou do que se tornou.
— E? — perguntou o Opositor com um sorriso. Ele sabia que havia mais motivos para Gravis querer ganhar dinheiro.
— E eu preciso estudar algumas Leis! — disse Gravis com um sorriso. — Se um Mundo intermediário tem Áreas de Compreensão de Leis, o Mundo mais alto deve ter algo ainda melhor. Aposto que não há lugar melhor para compreender Leis do que esta cidade.
— No entanto, nada é de graça neste mundo. Então, para aprender mais sobre as Leis, preciso de dinheiro. Já rejeitei seguir o caminho do Céu, o que significa que tenho que trabalhar ainda mais. O Céu disse que compreender as Leis Situacionais exige sorte e oportunidade.
— Mas — Gravis exclamou enquanto levantava o dedo indicador — outros com certeza também precisam dessas Leis, e deve haver pessoas que as conhecem. Isso significa que há uma demanda por essas Leis, e onde há demanda, há negócios a serem feitos. Tenho certeza de que, se eu tiver dinheiro suficiente, posso obter intuições sobre essas Leis. Então, preciso de dinheiro.
Yersi estava intrigada. Negócios? O que era isso? Ela tinha ouvido histórias sobre a vida de seu pai, mas nunca tinha ouvido algo sobre negócios. Era algo que os humanos criaram?
Em comparação, Orthar havia absorvido o máximo de conhecimento possível de Gravis. Isso significava que ele também via o apelo dos negócios e como funcionavam. Era uma ideia genial, que ele não conseguira implementar porque não existia algo como moeda em seu antigo Mundo intermediário. Todos só precisavam de cadáveres e lutas.
Mas os humanos precisavam de mais.
Eles precisavam de Energia para cultivar.
Precisavam de recursos para armas.
Precisavam de recursos para armaduras.
Precisavam de recursos para formações de matrizes.
Precisavam de recursos para suas casas.
Precisavam de recursos para suas famílias.
Essa era outra diferença fundamental entre humanos e bestas. Bestas conseguiam acesso a Áreas de Compreensão de Leis oferecendo seus serviços, mas os humanos tinham dinheiro.
Dinheiro era ótimo!
Se alguém tivesse um problema, podia simplesmente jogar dinheiro nele até que o problema se tornasse insignificante.
Não tem poder? Compre uma arma superpoderosa ou um talismã de uso único.
Sua casa está ameaçada por um invasor? Compre uma Formação de Matrizes superpoderosa.
Precisa aumentar seu Reino? Compre uma tonelada de Pedras Imortais.
Precisa de Leis? Compre acesso exclusivo a livros, tomos, professores e Áreas de Compreensão de Leis.
Precisa de refino? Compre acesso a arenas exclusivas para o seu Reino! Os administradores encontrarão o oponente perfeito para você.
O dinheiro não podia resolver tudo completamente, mas permitia enfraquecer significativamente as dificuldades de superar um problema.
O Opositor sorriu. — E? — ele perguntou. Havia mais um motivo.
Gravis sorriu e puxou Yersi para mais perto. — E quero que minha filha tenha um ótimo Avatar quando se tornar uma Imortal.
Yersi ficou chocada. Ela não podia aceitar isso!
Uma pontada de culpa surgiu dentro dela. — Pai, eu menti anteriormente. Eu preferiria ficar com minha família do que buscar o poder supremo.
Gravis acenou com a mão de forma displicente. — Eu sei — disse ele — mas é assim que você se sente agora. Se algum dia você sentir a necessidade de aumentar seu poder novamente, quero que tenha um ótimo começo. Quero que você tenha a liberdade de escolha. Se algum dia quiser cultivar novamente e não tiver um bom Avatar, você se arrependerá, e eu não quero isso!
Yersi ainda se sentia desconfortável com a ideia. — Mas, pai, eu não teria conquistado esse poder por mim mesma.
Gravis bufou. — O quê? Você acha que vai simplesmente ganhar isso? — perguntou ele com um sorriso.
Agora, Yersi estava confusa novamente.
— Você vai me ajudar! — disse Gravis enquanto apontava para ela. — Você será minha funcionária! Vai ser a atendente da loja e será responsável por lidar com os clientes e fazê-los comprar o máximo possível.
Yersi ficou chocada. Ela? Ela deveria vender coisas? Ela nem sequer tinha ouvido falar de negócios até aquele dia! Além disso, nunca havia falado com outro humano! Como ela deveria vender alguma coisa!?
— Não se preocupe — disse Gravis com um sorriso. — Você vai pegar o jeito. Considere isso uma oportunidade de aprendizado e uma forma de se familiarizar com os humanos e com seu novo lar.
Yersi ainda se sentia insegura, mas esses sentimentos rapidamente se transformaram em gratidão. Ela era madura o suficiente para enxergar todas as facetas dessa decisão.
— Certo — respondeu baixinho, com um sorriso.
— Orthar! — Gravis gritou, apontando para Orthar.
— Oportunidade de negócios, inteligência, barganha, aquisição de recursos, estudo de mercado — respondeu Orthar imediatamente. Ele também gostou da ideia.
O dedo estendido de Gravis vacilou. — É, isso aí — disse ele, todo seu ímpeto desaparecendo.
A mãe de Gravis riu ao ver aquilo. Seu filho estava criando o próprio negócio.
Ela apenas aguardava pela inevitável pergunta.
Gravis virou-se para o pai com um sorriso constrangido.
Seu pai sabia o que estava por vir, mas ainda queria que o filho dissesse. — Sim? — perguntou.
— Ehm — Gravis disse, visivelmente envergonhado. — Você poderia me mostrar a melhor direção para criar um negócio?
— Além disso — continuou Gravis, ficando com o rosto vermelho. — Eu meio que preciso de um capital inicial. Então, poderia me emprestar algum dinheiro, por favor? Eu vou pagar, juro!
E lá estava.
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