Capítulo 682: Questão Irrelevante
Gravis olhou mais atentamente para o jovem. Aquela era uma informação muito específica, que basicamente ninguém além de sua família conhecia. No entanto, ainda existia a possibilidade de ele ter ouvido Yersi ou Orthar conversando.
— Sim, eu me diverti — disse Gravis lentamente. — Mas, de novo, o que isso importa para você?
— Não muito — disse o jovem, ainda sorrindo. — Eu apenas estou muito interessado em você.
— Eu não gosto de homens — respondeu Gravis de forma direta.
As pálpebras do jovem se contraíram levemente. Esse comentário obviamente teve algum efeito sobre ele.
Mas então, o jovem começou a rir. — Você é realmente bom nisso! — ele disse.
— Bom em quê? — perguntou Gravis.
— Em encontrar os botões certos para apertar — disse o jovem. — Você fez o mesmo quando chamou o Céu mais elevado de saqueador… você sabe, para irritar aquele Céu intermediário.
Esse cara sabia demais. Ele até lembrava as palavras exatas que Gravis usara para irritar o Céu intermediário. Apenas os Ancestrais presentes na época, seu pai, o Céu intermediário e o Céu mais elevado sabiam disso. Gravis nunca repetira essas palavras para ninguém, pois não eram realmente relevantes para sua história.
— Isso é algum tipo de Lei? — perguntou Gravis. — Alguma Lei de Leitura da Mente?
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O jovem riu um pouco. — Essa Lei existe, sim, mas, especificamente para você, ela não pode ser usada — ele disse.
— Por quê? — perguntou Gravis, estreitando os olhos.
— Porque sua mente está cheia de Raio de Punição — disse o jovem. — Nem mesmo eu consigo ler sua mente, pelo menos, não diretamente. Eu só tenho o jeito de falar, expressões faciais e gestos para fazer minhas suposições.
— Mas isso obviamente não é suficiente para adivinhar algo tão específico — disse Gravis.
— Exatamente — respondeu o jovem.
— De qualquer forma, vamos parar com esse joguinho, Gravis — disse o jovem. — Que tal uma aposta?
— Que aposta? — perguntou Gravis.
— Você adivinha minha identidade, e eu respondo uma de suas perguntas. Mas, se errar, você responde uma minha. Parece justo? — ele perguntou.
Gravis franziu o cenho. — Parece justo.
— Então, faça sua aposta — disse o jovem.
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— Você é o Céu mais elevado — disse Gravis.
O jovem continuou apenas sorrindo. — Não, eu não sou.
Os olhos de Gravis brilharam. — Interessante — ele disse. — Para ser franco, eu não achava que você fosse o Céu mais elevado.
— Então por que essa foi sua aposta?
— Porque eu queria ver como você reagiria. O fato de você não entreter essa ideia e brincar comigo significa que você tem medo do Céu mais elevado — disse Gravis. — E essa foi sua pergunta. Minha dívida está paga — ele disse, enquanto continuava andando.
O jovem apenas riu, sem dizer nada.
Gravis se afastou e, depois de algum tempo, já estava em outra rua.
O jovem permaneceu esperando.
Um minuto.
Dois minutos.
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SHING!
— Certo, por que você não me deteve? — perguntou Gravis, teleportando de volta para o jovem, com o cenho franzido.
— Porque você não irritaria seu raio por algo assim — ele disse. — Você pode até desafiar seu raio quando afronta o Céu mais elevado, mas não faria isso só para irritar alguma pessoa aleatória.
Gravis franziu a testa. Isso porque o jovem estava certo. Foi exatamente por esse motivo que ele voltou. Gravis queria irritar o jovem, já que ele também o irritara, mas acabou sendo forçado a voltar de forma constrangedora.
— Sua pergunta? — perguntou Gravis.
— Minha pergunta é bem simples, na verdade. Pode até surpreendê-lo por sua irrelevância — disse o jovem.
— Pergunte — disse Gravis, sem emoção.
— Por que você decidiu punir aquele jovem comerciante na Comunidade do Céu daquela forma? — perguntou o jovem.
De fato, Gravis ficou surpreso com a pergunta. Ela parecia completamente irrelevante.
— É verdade que é proibido matar alguém na Comunidade do Céu — continuou o jovem. — No entanto, existem maneiras. Por exemplo, você poderia simplesmente ter absorvido a Energia no Espaço Espiritual dele, forçando-o ao Reino da Unidade Inicial. Isso seria horrível para qualquer um.
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— Além disso, você poderia simplesmente tê-lo teleportado para fora da cidade e o matado lá. Diga-me, Gravis, por que decidiu puni-lo daquela forma? — ele perguntou.
— Você é relacionado a esse comerciante? — perguntou Gravis.
— Não. Não tenho nada a ver com ele — disse o jovem. — Então, sua resposta?
Gravis suspirou. Ele realmente não conseguia entender esse jovem estranho.
Gravis voltou o olhar para a estátua flutuante do comerciante. — Vários motivos, na verdade — disse Gravis. — Punir alguém é uma questão complicada. Sim, ele roubou de mim, e eu fiquei bem irritado com isso, mas o cara não merece morrer por isso. Ainda assim, estou bem bravo com ele.
— Matá-lo seria ótimo para mim, mas também não seria realmente justo. A justiça é importante para mim, mas minhas próprias emoções também são. O justo seria obrigá-lo a me dar tudo o que possuía no momento, para que a punição fosse proporcional ao crime.
— No entanto, isso também me parece que teria saído muito barato. Então, escolhi um meio-termo. Ele obviamente já vendeu meu Emblema, o que significa que deve ter dinheiro suficiente em ativos para me pagar. Ele só precisa vender sua casa, empresa ou seja lá o que for. Isso o arruinaria financeiramente, mas ele ainda é um Cultivador no Reino Nutrição Nascente. Se ele se esforçar, pode se recuperar disso.
— Em resumo, o cara sentirá o impacto de perder sua posse mais valiosa sem morrer. Isso deve ser um pouco pior do que eu senti na época, o que o torna um pouco injusto, mas, para mim, é mais satisfatório dessa forma — explicou Gravis.
O jovem coçou o queixo. — Isso não é interessante? — ele disse. — Parece que você está dividido entre duas coisas. Diga-me, é seu raio que está dizendo para você matá-lo, ou é você mesmo?
Gravis não era mais obrigado a responder, mas aquelas palavras o fizeram refletir. — Meu Raio de Punição quer matá-lo. Ele foi contra mim, e meu raio diz que ele deveria morrer. Eu não acho que ele deva morrer por isso.
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— Mas — disse o jovem. — Quando você mata um mundo inteiro só por existir, isso não te incomoda?
— Acho que sim, mas não tenho certeza — disse Gravis. — Na verdade, não quero matar tantos seres, e foi por isso que fiz aquele acordo com o Céu mais elevado para deixar as bestas mais poderosas vivas. Ainda assim, não quero desacelerar meu cultivo apenas para salvar algumas vidas.
— Então, você evita matar alguém enquanto não for inconveniente ou interferir na seu cultivo? — perguntou o jovem.
— Exatamente — disse Gravis.
— Mas isso realmente não interfere no seu cultivo? — perguntou o jovem.
Gravis franziu o cenho novamente. — O que quer dizer?
— Toda vez que você tenta encontrar um compromisso, você se afasta ligeiramente do seu raio. Mas você também é raio ao mesmo tempo. Então, até mesmo essas pequenas decisões podem ter um impacto enorme em quem você é, mesmo que você não perceba — disse o jovem.
O interior de Gravis tremeu. Não era que ele não soubesse disso, mas ele não queria pensar nisso. Seu raio ficara muito irritado desde que Gravis poupara o Céu intermediário. Sua Lei da Liberdade permitia que ele permanecesse no controle de si mesmo, já que era mais poderosa, mas e se Gravis transformasse seu ser de Raio de Punição em Raio Divino? Então, o Raio Divino seria muito mais poderoso do que sua Lei da Liberdade.
O que aconteceria então?
— O que você acha que aconteceria se isso continuasse? — perguntou Gravis. Essa pessoa não era nada simples, e sabia demais. Foi por isso que Gravis lhe perguntou.
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— Para ser bem franco — disse o jovem com um sorriso. — Eu não faço ideia — disse ele, dando de ombros.
— O quê? — perguntou Gravis com tom irônico. — Há coisas que você não sabe?
O jovem riu novamente. — Sim, há. Afinal, nem mesmo seu pai sabe de tudo. Caso contrário, o Céu mais elevado provavelmente não estaria mais vivo. Não posso fazer uma estimativa informada sobre isso, já que não estou no nível deles.
— E em que nível você está? — perguntou Gravis, olhando para o jovem de soslaio.
— Não é interessante? — disse o jovem com uma risada, desviando o assunto. — Você me fez tantas perguntas, mas nunca perguntou quem eu realmente sou.
— Você me diria? — perguntou Gravis.
— Sim, eu diria — respondeu o jovem.
Isso deixou Gravis perplexo. — O quê? Sério? — ele perguntou.
— Sim — disse o jovem. — Não descarte sempre as soluções possíveis. Você pensa que está no controle e acredita que pode compreender bem a personalidade de outra pessoa. Isso é uma forma de controle. Mas é realmente controle quando você na verdade não está no controle e toma uma decisão incorreta?
Gravis refletiu sobre essas palavras. — Acho que é — disse lentamente. — O controle pode ser parcial, e se eu souber mais sobre a situação, ganho um pouco mais de controle. Não acho que controle seja algo preto no branco, mas um gradiente, como luz e escuridão.
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BOOOOM!
E Gravis conseguiu entender a Lei de Nível Quatro do Controle.
Os olhos de Gravis se arregalaram em choque. Ele acabara de aprender outra Lei de Nível Quatro? Assim, de repente!?
Gravis quase não podia acreditar. Uma Lei de Nível Quatro não deveria vir tão facilmente para ele!
Então, Gravis percebeu que provavelmente era obra do jovem. O jovem fez com que sua mente seguisse exatamente o caminho certo para que Gravis chegasse à conclusão correta por conta própria.
Gravis respirou fundo, virou-se completamente para o jovem e fez uma reverência. — Obrigado, Sênior — disse ele.
O jovem riu um pouco. — Eu o ajudei porque estou interessado em você — disse o jovem. — Afinal, você tem algo que me pertencia.
— Então, não quer me perguntar quem eu sou? — ele perguntou com um sorriso.
Gravis se endireitou novamente e olhou para o jovem. — Quem é você?
O jovem sorriu.
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