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    — Olá, gostaria de encomendar uma arma para meu filho — disse um homem de meia-idade, bem cuidado, a Yersi.

    — Bem-vindo à Gravitas! Que tipo de arma você está procurando? — perguntou Yersi com um tom amigável.

    — Você tem um token de solicitação? — perguntou o homem.

    — Claro — respondeu Yersi, pegando um token de jade de uma gaveta no balcão e colocando-o sobre a mesa.

    Um token de solicitação era um formulário onde os clientes podiam especificar suas necessidades. Ele incluía perguntas sobre Técnica de Cultivo, escolha de arma, Estilo de Combate, Leis e muitos outros detalhes. Esse método era, geralmente, a forma mais eficiente de criar uma arma específica.

    O homem preencheu rapidamente o formulário e o entregou de volta a Yersi. Ela deu uma olhada e assentiu. — Isso custará 5.000 Pedras Imortais — disse.

    Era uma arma para um Cultivador no Pináculo da Compreensão das Leis, alguém do mesmo nível de Orthar. O homem à sua frente era um Imortal no início da Circulação Maior1.

    Circulação Maior? O que era isso?

    Gravis já tinha ouvido essas palavras do Magnata Negro, mas não obteve uma explicação porque foram interrompidos. Mais tarde, ao lembrar, ele perguntou novamente ao Magnata Negro, que prontamente explicou.

    Os Reinos Imortal, Rei Imortal e Imperador Imortal eram divididos em sete níveis: os três primeiros eram os Reinos de Circulação Menor (Básico, Intermediário e Avançado), enquanto os três seguintes eram os Reinos de Circulação Maior (Básico, Intermediário e Avançado). O sétimo nível era o Pináculo do Reino Imortal.

    Uma circulação representava o fortalecimento do ser completo. Embora houvesse uma diferença de um nível de poder entre todos os níveis, a diferença entre o Fim da Circulação Menor e o Início da Circulação Maior era equivalente a dois níveis. Resumindo, aquele homem tinha um poder quatro níveis acima de Gravis.

    — Tenho os materiais. Qual seria o preço se eu os fornecesse? — perguntou o cliente.

    — Nesse caso, o preço seria reduzido para 1.500 Pedras Imortais — respondeu Yersi.

    O cliente assentiu. — Parece bom, mas gostaria de pagar apenas quando visse a arma — disse.

    — Sem problemas — respondeu Yersi com um sorriso. — Por favor, entregue os materiais necessários, e sua arma estará pronta em poucos minutos.

    — Apenas alguns minutos? — o cliente perguntou, surpreso. — Tão rápido assim?

    Yersi riu um pouco e confirmou com um aceno. — Sim, nosso proprietário é um dos ferreiros mais rápidos e precisos dos Reinos Imortais. Você poderá julgar a qualidade da arma pessoalmente em alguns minutos.

    O cliente franziu a testa, mas lembrou-se de que a loja possuía o Certificado de Honestidade. Então, mesmo que a alegação de rapidez parecesse absurda, provavelmente era verdadeira.

    O cliente entregou os materiais, que desapareceram rapidamente ao serem enviados para Gravis.

    Dois minutos depois, a arma foi teleportada para a frente de Yersi, que a pegou com rapidez. Era uma arma para alguém três níveis acima dela, mas, como estava forjada para uso humano, e humanos tinham corpos muito mais fracos do que bestas, Portanto, mesmo que essa arma fosse perfeita para um Cultivador no Pináculo da Compreensão das Leis, Yersi ainda poderia carregá-la.

    Ela caminhou até o cliente e entregou-lhe a arma. — Por favor, inspecione a arma e nos diga se há algo que gostaria de modificar — disse.

    O cliente analisou a arma, dirigiu-se a uma das máquinas para testá-la e assentiu. Ainda em frente à máquina, olhou para Yersi com um sorriso malicioso. — Obrigado! — disse.

    E então, teleportou-se sem pagar.

    Yersi ficou chocada e olhou para Orthar em pânico. Orthar já havia informado Gravis assim que percebeu que o cliente havia fugido com a arma. Embora Orthar conseguisse enxergar através de muitas pessoas, ver através de um Imortal em Circulação Maior Básica era difícil, até mesmo para ele.

    Clink! Clink!

    No segundo andar, Gravis rapidamente bateu duas vezes em seu Anel de Obsidiana em um ritmo muito específico.

    SHING!

    Uma pessoa apareceu imediatamente ao lado de Gravis.

    Pack!

    Gravis lançou um pequeno cristal violeta para essa pessoa, que o pegou. — Imortal de Circulação Maior Básica — Gravis disse.

    SHING!

    E a pessoa desapareceu novamente.

    O cliente fugitivo era o que chamavam de Corredor. Um Corredor era alguém que encomendava algo e fugia sem pagar. Como Imortais, podiam se teleportar a distâncias insanas em um piscar de olhos, saindo até mesmo do alcance do Sentido Espiritual de Imperadores Imortais.

    Mesmo quando um guarda aparecia imediatamente, o Corredor já teria se teleportado centenas de milhares de quilômetros. Guardas Imperadores Imortais não conseguiriam rastreá-los, pois o espaço na cidade era caoticamente preenchido com teleportações, dificultando a leitura do espaço.

    Assim, um Corredor poderia roubar a arma, fugir, mudar sua aura e aparência, e retornar. Uma inspeção mais detalhada poderia identificar a farsa, mas os guardas não tinham tempo para inspecionar todos.

    Por esses motivos, ser um Corredor podia ser altamente lucrativo. Claro, apenas Imortais ou seres mais fortes podiam arriscar algo tão ousado.

    Dois minutos depois.

    SHING!

    A pessoa de antes apareceu na frente de Gravis novamente… junto com o Corredor aterrorizado.

    O Corredor sabia imediatamente que havia cometido um grande erro. Ao ver o guarda devolver o pequeno cristal a Gravis, ele rangeu os dentes.

    Como uma loja tão nova e inexperiente sabia como se proteger contra Corredores? Além disso, como os mecanismos anti-fuga foram colocados na arma em tão pouco tempo? Isso deveria ter sido dinheiro fácil!

    — Onde? — perguntou o guarda a Gravis.

    Gravis gesticulou com a cabeça para o lado e teleportou-se para o andar térreo, na frente da máquina. O guarda e o Corredor o seguiram.

    Quando os três apareceram no térreo, os clientes ficaram surpresos. Essa nova loja conseguiu lidar com um Corredor? Normalmente, lojas só aprendiam sobre a existência de Corredores depois de serem vítimas de um.

    O guarda voltou no tempo e criou uma imagem do momento em que o Corredor agradeceu e desapareceu. Em seguida, virou-se para o Corredor.

    — James, tem um contrato desta vez? — perguntou o guarda, como se conhecesse bem aquele homem.

    James, o Corredor, apenas suspirou. — Não — respondeu, derrotado.

    — Parece que foi pego de novo — disse o guarda com um sorriso. — Você sabe o que fazer.

    James suspirou novamente. — Certo — disse.

    Whoop!

    Ele convocou 11.500 Pedras Imortais. Quatro mil foram para Gravis, enquanto o restante foi para o guarda.

    Essa era a consequência de ser pego.

    Chamar os guardas não era isento de riscos. Se o guarda julgasse que as circunstâncias não favoreciam quem chamou, a pessoa teria que pagar uma grande quantia por desperdiçar seu tempo. Por isso, como reparação, o Corredor precisou pagar 50% adicionais sobre o valor do item roubado. Além disso, teve que comprar o item legitimamente, o que significava pagar 150% pelo item.

    James entregou 3.500 Pedras Imortais em materiais e pagou 1.500 Pedras Imortais pela fabricação. Como punição por seu crime, metade do valor total de 5.000 foi adicionada, forçando-o a pagar 4.000 Pedras Imortais a Gravis naquele momento.

    As outras 7.500 Pedras Imortais serviam para comprar a liberdade do Corredor. Os guardas não eram uma agência estatal ou algo do tipo. Assim como tudo na cidade, eram empregados de uma empresa. Portanto, a empresa precisava gerar lucro.

    Quando um Corredor era capturado, podia comprar sua liberdade pelo mesmo valor do item roubado, mais 50%.

    Se não conseguisse pagar, seria levado sob custódia e enviado para minerar minério por um longo período.

    Assim que Gravis recebeu o dinheiro, destruiu o cristal e o mecanismo anti-Corredores dentro da arma. Depois disso, ele rapidamente redigiu um contrato e o jogou para James, que o assinou. Afinal, agora James era o legítimo proprietário da arma.

    O guarda aceitou o dinheiro e riu alto. — James, se continuar assim, vai acabar nas minas uma hora dessas — disse com um sorriso.

    — Às vezes se ganha, às vezes se perde — respondeu o Corredor.

    — Claro, mas parece que você perde mais do que ganha — retrucou o guarda. Em seguida, virou-se para Gravis. — De qualquer forma, estou indo. Obrigado pelo dinheiro. Chamem-nos de novo — disse.

    — Sem problemas — respondeu Gravis com um sorriso.

    Então, o guarda desapareceu, deixando James ali.

    Gravis virou-se para James. — Quer comprar ou vender algo? — perguntou com um sorriso de canto.

    James suspirou. Muitas outras pessoas fugiriam em um misto de raiva e vergonha, mas ele já estava acostumado. — Sim, quanto pela arma? — perguntou, convocando a arma que havia roubado anteriormente. Aquela arma era absolutamente inútil para ele, então o melhor seria vendê-la rapidamente.

    — Armas personalizadas de nossa loja podem ser revendidas para nós por 70% do preço padrão. Isso dá 3.500 Pedras Imortais — disse Gravis.

    James suspirou novamente. — Certo — disse enquanto entregava a arma.

    Gravis rapidamente fez um contrato, que ambos assinaram. Depois disso, entregou o dinheiro a James. — Obrigado por negociar com a Gravitas — disse Gravis educadamente. Em seguida, virou-se para os outros clientes. — Bem-vindos à Gravitas. Sou Gravis, o proprietário. Se tiverem perguntas, podem falar com minha filha, Yersi — disse, gesticulando para Yersi.

    Muitas perguntas surgiram na mente dos clientes, mas não era o lugar deles para perguntar. Aquilo claramente era algo pessoal.

    Depois disso, Gravis se teleportou de volta para o segundo andar, deixando Yersi encarregada novamente.

    James, o Corredor, suspirou e saiu da Gravitas. Ele tinha sofrido uma perda significativa naquele dia. Não só entregou uma grande quantidade de materiais, como também perdeu muito dinheiro.

    Pelo menos a loja não o humilhou na frente de todos. Mas isso era apenas um pequeno consolo diante de uma situação tão complicada.

    James saiu da Gravitas e olhou para a loja com uma expressão de arrependimento.

    — Talvez eu devesse começar a ganhar dinheiro de forma legítima — murmurou para si mesmo.

    1. Anteriormente chamado de Revolução pelo autor, o sentido permanece o mesmo
    Um pequeno gesto, um grande impacto.
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