Índice de Capítulo

    Os anos se passaram.

    Após cerca de cinco anos, os lucros da Gravitas estabilizaram e atingiram um patamar fixo. Muitos clientes entravam e saíam a cada minuto, e Yersi tinha que lidar com todos eles. Às vezes, Orthar até precisava ajudar.

    Infelizmente, o fato de Orthar ter que ajudar o distraía de sua principal função, que era adquirir novos materiais e inspecionar todos os visitantes. Por conta disso, algumas decisões equivocadas foram tomadas, e alguns clientes ficaram insatisfeitos devido a um atendimento inadequado.

    Gravis rapidamente percebeu o potencial dano que isso poderia causar a longo prazo e mudou a política. Agora, Yersi era responsável apenas pela negociação, enquanto Gravis assumia a etapa de troca. Antes, o cliente conversava com Yersi, trocava os materiais, a arma era entregue a Yersi, e Yersi repassava a arma ao cliente.

    Com a mudança, os dois últimos pontos foram assumidos por Gravis, aliviando cerca de 40% do trabalho de Yersi, o que permitiu que ela acompanhasse o fluxo de clientes.

    Com essa alteração, Orthar pôde voltar ao seu trabalho normal.

    No entanto, interagir constantemente com clientes era estressante. Mesmo sendo todos poderosos Cultivadores, lidar com clientes por anos sem pausa ainda exauria Yersi. Por isso, ela passou a ter um dia de folga a cada poucos anos.

    Isso poderia parecer exploração para mortais, mas era importante lembrar que Cultivadores poderosos tinham uma mentalidade muito mais resiliente e podiam regenerar sua concentração muito mais rápido. Apenas uma hora de descanso seria suficiente, mas Gravis dava a ela um dia inteiro.

    Orthar, por sua vez, estava lidando com os desafios de maneira exemplar, operando no limite ideal sem perder energia. Ele era como uma Formação de Matrizes, funcionando perfeitamente a 100% sem exceder ou ficar abaixo dessa marca.

    Em comparação, Gravis estava subutilizado. Criar os equipamentos levava menos tempo do que finalizar as negociações, o que tornava Yersi o gargalo no fluxo financeiro da Gravitas.

    Mesmo assim, Gravis não se importava. Ela estava fazendo o seu melhor e fazendo um trabalho excelente. Claro, se ele quisesse, poderia contratar um ajudante adicional para aumentar os lucros da loja, mas nem sequer considerou essa ideia.

    Contratar alguém novo traria um grande problema na distribuição de lucros.

    Um bom recepcionista poderia ser contratado por 20.000 Pedras Imortais por século. Esse era um pagamento excelente para a função. Um Imortal, com uma longevidade média de 50.000 anos, precisaria trabalhar apenas 100 anos para comprar duas armas adequadas.

    Contudo, Gravis não poderia contratar alguém com esse salário. Em apenas dez anos, eles já haviam feito dezenas de milhões de Pedras Imortais. Yersi, por exemplo, ganhava vários milhões de Pedras Imortais apenas trabalhando como recepcionista por esse período, o que se traduziria em dezenas de milhões em um século.

    Isso significaria que Yersi ganharia mil vezes mais do que o segundo recepcionista pelo mesmo trabalho. Obviamente, isso seria injusto, e Gravis sentiria que estava explorando a outra pessoa.

    E pagar o mesmo salário alto ao novo recepcionista?

    Isso seria ridículo. Yersi ganhava tanto porque era filha de Gravis e ele queria ajudá-la. Dar essa quantia a outra pessoa por ser recepcionista seria absurdo. Gravis não era um santo.

    Assim, no fim, ninguém foi contratado. Eles simplesmente continuariam assim até o término do contrato de locação da loja.

    Os anos continuaram passando.

    Após 34 anos de funcionamento, o Gravitas vendeu sua primeira Arma Mundial. Além disso, como o Gravitas havia fornecido o Núcleo de Mundo Intermediário, o lucro dessa única negociação foi impressionante: dez milhões de Pedras Imortais, o equivalente a mais de um ano de trabalho.

    Depois de 50 anos, venderam a segunda.

    Após 83 anos, a terceira.

    E, após 90 anos, um grande cliente chegou.

    Um Deus Estelar entrou na Gravitas.

    Com seu poder, ele conseguiu se manter oculto de todos, inclusive de Gravis. Ele observou como todos trabalhavam por várias horas e analisou como Gravis forjava as armas. Essa loja não era feita para resistir a Deuses Estelares. Afinal, por que um Deus Estelar se interessaria por uma loja tão pequena? Por isso, ele podia fazer o que quisesse na Gravitas.

    — Impressionante, não é? — uma transmissão de voz alcançou o Deus Estelar, que assentiu.

    — Você tinha razão. As armas são boas, e a velocidade de produção é incrível para um Imortal — respondeu o Deus Estelar.

    — Então, você concorda? — perguntou a voz.

    O Deus Estelar apenas sorriu. — Mesmo sem vir aqui para verificar, eu teria aceitado de qualquer forma — disse. — Suas palavras são sempre confiáveis.

    — Obrigado — respondeu a voz.

    — Bem, hora de conhecê-los — disse o Deus Estelar.

    Depois disso, ele saiu da Gravitas e entrou novamente como um cliente normal. Surpreendentemente, ele não furou a fila e esperou como todos os outros.

    Enquanto isso, Orthar informou Yersi que não conseguia ler nada sobre aquele homem, o que significava que ele era, no mínimo, um Imortal.

    Gravis também o verificou e ficou chocado.

    Ele também não conseguia avaliar o poder daquele homem!

    Era importante lembrar que Gravis era capaz de sentir o poder até mesmo de um Rei Imortal. Então, essa pessoa era, no mínimo, um Rei Imortal de Circulação Maior.

    — Interessante! — pensou Gravis. Então, imediatamente entrou em contato com o novo cliente e se apresentou.

    Após testarem um ao outro, o Deus Estelar confirmou sua identidade. Ele ficou genuinamente surpreso quando Gravis chutou que ele era um Imperador Imortal. Geralmente, nem mesmo Imortais de Circulação Maior iam àquela loja. Um bom palpite seria o Reino Rei Imortal, mas Gravis deduziu o Reino Imperador Imortal.

    Gravis quase não podia acreditar que um Deus Estelar estava em sua loja! O que alguém com um poder tão impressionante poderia querer na Gravitas?

    — Quantos Núcleos de Mundo intermediário vocês têm? — perguntou o Deus Estelar.

    — Você pode vê-los no fundo da loja — respondeu Gravis.

    O Deus Estelar olhou para o estoque de Núcleos de Mundo intermediário e franziu o cenho. — Isso é suficiente para equipar apenas uma equipe e meia — murmurou.

    “Equipes?” pensou Gravis. “Isso obviamente é um figurão de alguma grande empresa, buscando equipar várias equipes com Armas Mundiais.”

    — Vamos tentar com duas equipes — disse o Deus Estelar. — Por favor, reserve o Núcleo do Mundo que você já possui. Eu providenciarei mais três depois.

    Gravis viu uma onda metafórica de Pedras Imortais prestes a inundá-lo ao ouvir aquilo. — Claro! — respondeu.

    — Podemos agendar você para amanhã? — perguntou o Deus Estelar. — Queremos que as armas sejam perfeitas, o que exige que você trabalhe diretamente com os destinatários das armas. Gostaríamos que as armas fossem concluídas em um único dia. Ouvi dizer que você consegue fazer isso.

    Gravis assentiu. — Sem problema — respondeu.

    O Deus Estelar sorriu, e um token de jade apareceu na frente de Gravis, no segundo andar. — Por favor, vá até este endereço amanhã e mostre o token de jade à recepcionista. Ela irá levá-lo ao lugar certo.

    Gravis assentiu. — Certo — disse com um sorriso animado.

    O Deus Estelar se despediu e saiu, enquanto Gravis ativava outra Formação de Matrizes. Essa Matriz mostrava um aviso de encerramento temporário da loja, indicando o tempo em que permaneceria fechada.

    A loja fecharia em 15 horas e ficaria fechada por 48 horas, apenas por precaução.

    Os clientes notaram a mudança, mas não se importaram muito. Quinze horas eram mais do que suficientes para concluírem suas negociações.

    Yersi e Orthar ficaram surpresos. O que havia acontecido?

    — Amanhã vamos ganhar uma quantia enorme de dinheiro — disse Gravis com um sorriso. — Fui contactado por um Deus Estelar para produzir dez Armas Mundiais!

    Yersi e Orthar ficaram chocados.

    Um Deus Estelar?

    Encontrar um Deus Estelar era, na verdade, ainda mais raro do que encontrar um Deus Ancestral, devido às ações do Opositor cerca de um século atrás. Isso significava que todo Deus Estelar vivo era ou relacionado ao Opositor ou havia alcançado aquele Reino no último século. Obviamente, não havia muitos deles.

    Felizmente, devido à quantidade incrível de mundos superiores, um Imperador Imortal no Pináculo após o outro continuava a chegar ao mundo mais alto. Os mundos superiores estavam ‘produzindo’ Imperadores Imortais no Pináculo em massa! Por isso, a população de Deuses Estelares também estava se recuperando.

    — De qual empresa ele é? — perguntou Orthar. O fato de ele ter encomendado várias Armas Mundiais para Imortais indicava que estava ligado a alguma grande corporação.

    Gravis olhou para o token de jade e ficou chocado.

    Ele conhecia aquele lugar!

    Era a Companhia de Pesquisa, a empresa da qual ele havia feito parte!

    Além disso, o token de jade tinha um adendo no final:

    — Seu irmão manda um abraço!

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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