Capítulo 699: Power da Honestidade
PLOP!
O Imortal ficou surpreso quando de repente perdeu o controle sobre Gravis. Ele ainda sentia que sua Constrição Espacial estava ativa, mas Gravis simplesmente escapou, como se fosse uma enguia escorregadia deslizando de suas mãos.
— Hã? — murmurou ele, olhando novamente para Gravis.
WHOOOM!
Ele reativou seu Confinamento Espacial e tentou puxar Gravis.
PLOP!
Mas Gravis nem sequer se moveu. Era como se o espaço ao redor dele fosse líquido e ele fosse uma pedra pesada. A pressão do espaço o envolvia, mas, no final, só conseguia fluir ao seu redor.
O Imortal piscou várias vezes, confuso. Por que seu Confinamento Espacial não funcionava? Sempre funcionava, e, mesmo que não funcionasse, o Confinamento Espacial precisaria ser quebrado primeiro, seja por uma Lei poderosa ou pela Lei do Espaço de outra pessoa.
No entanto, algo rapidamente chamou a atenção do Imortal.
O Avatar de Gravis.
Ele nunca tinha visto um Avatar que se parecesse com aquele, mas isso não era o que mais o intrigava. O que o impressionou foi o simples fato de que Gravis tinha um Avatar.
— Você não deveria condensar seu Avatar ainda! — gritou o Imortal. — Você deveria esperar até encontrarmos a Lei certa para você! Agora vou ter que contatar meu supervisor e informá-lo sobre sua decisão!
Gravis apenas olhou nos olhos do Imortal. Obviamente, havia um mal-entendido.
— Eu não sou um dos seus alunos — disse Gravis.
O Imortal ficou surpreso. — Você não é? — perguntou.
— Não, sou o ferreiro que deve criar as armas para duas equipes — respondeu Gravis.
— Ah — disse o Imortal. — Então, por favor, me desculpe pelo comportamento rude. Pensei que você fosse um dos meus alunos.
Gravis assentiu, mas não sorriu. — Sem problemas.
O que estava acontecendo?
Por que essa pessoa acreditava em Gravis tão facilmente?
Não apenas o Imortal aceitou as palavras de Gravis, mas também as tomou como a verdade absoluta, sem nenhuma dúvida. É importante lembrar que havia provavelmente menos de dez Imortais na Circulação Menor Básica que haviam compreendido a Lei do Mundo Morto. Além disso, nenhum deles estaria forjando armas. Esses Imortais não precisavam de dinheiro, pois eram Discípulos Centrais das Seitas mais poderosas.
Além disso, esse Imortal deveria acreditar que alguém tinha a habilidade de criar uma Arma Mundial em apenas algumas horas?
Nenhuma pessoa sensata acreditaria nisso.
No entanto, o Immortal nem mesmo duvidou de Gravis.
E por que isso?
Simples, a Lei da Honestidade.
Poderes podiam ser usados com intenções pacíficas ou maliciosas. A Escuridão podia proteger e esconder aliados, mas também podia envenená-los. A Lei da Honestidade não era diferente nesse aspecto.
A Lei da Honestidade podia revelar o estado mental honesto do Cultivador, mas também podia sobrepujar a mente de outra pessoa.
Quando Gravis disse que era o ferreiro, a Lei da Honestidade disse diretamente ao Imortal que Gravis estava falando a verdade absoluta, por mais inacreditável que fosse. É importante lembrar que as chances de encontrar um Imortal com a Lei do Mundo Morto eram muito menores do que encontrar uma galinha de nove cabeças.
O que definia o poder da Lei da Honestidade era a Aura de Vontade.
Quase nenhuma Lei usava a Aura de Vontade como meio. Quase todas usavam a Energia do Cultivador para alimentar seu poder. Apenas as Leis Emocionais e Situacionais usavam a Aura de Vontade como meio.
Se Gravis dissesse a verdade para alguém com uma Aura de Vontade mais forte que a dele, após a supressão de nível, essa pessoa perceberia que Gravis acreditava estar dizendo a verdade. O pensamento crítico dela ainda estaria ativo. Ela também reconheceria a Lei da Honestidade.
Se as Auras de Vontade fossem aproximadamente iguais, após a supressão de nível, a pessoa não seria capaz de dizer se Gravis estava usando a Lei da Honestidade ou as Leis do Engano ou da Mentira. Ironicamente, isso significava que a Lei da Honestidade era mais fraca contra alguém de poder equivalente, mas mais eficaz contra alguém mais poderoso.
No entanto, se a pessoa tivesse uma Aura de Vontade mais fraca, após a supressão de nível, ela aceitaria as palavras de Gravis literalmente, sem pensamento crítico. Claro, isso só seria verdade se Gravis realmente dissesse a verdade. Meias-verdades ou desvios pertenciam à Lei do Engano.
O Imortal tinha uma Aura de Vontade mais poderosa do que seu Reino indicava. Na verdade, sua Aura de Vontade havia alcançado o nível Básico da Circulação Maior Imortal, um nível acima do seu próprio. No entanto, devido a ele estar apenas dois níveis acima de Gravis, seu nível não conseguia neutralizar o poder avassalador de uma Aura de Vontade no nível de um Rei Imortal.
Por isso, o Imortal acreditava absolutamente em tudo o que Gravis dizia, sem questionar.
Gravis tinha alguma reserva quanto a usar seu poder dessa maneira?
Não.
Por que teria? Ele estava apenas afirmando a verdade. Não importava se alguém era forçado a acreditar em suas palavras. Afinal, elas eram verdadeiras.
Infelizmente, essa situação não era tão simples. Poderia-se argumentar que tirar de alguém a capacidade de avaliar afirmações, mesmo que fossem verdadeiras, era algo próximo de lavagem cerebral ou escravidão. Por outro lado, outros poderiam dizer que isso não importava, desde que as afirmações fossem verdadeiras.
Mas as pessoas não deveriam ter a liberdade de negar a verdade?
Negar a verdade não seria fugir da vida?
Mas a verdade era realmente a verdade? E se alguém acreditasse de coração em algo que não fosse verdadeiro? Nesse caso, a Lei da Honestidade ainda funcionaria.
Era uma questão complexa.
Contudo, Gravis não se importava. Em sua opinião, não havia problema em forçar alguém a acreditar na verdade. Ele estava simplesmente dizendo o que acreditava ser a verdade. Havia algo de errado em dizer o que se acreditava ser verdade?
— Por favor, siga-me. A equipe já está esperando por você — disse o Imortal.
Mas Gravis apenas o olhou. — Você sabe que acabei de usar a Lei da Honestidade em você? — perguntou.
O Imortal assentiu. — Sei, mas não sou do tipo que foge da verdade — respondeu educadamente. — Se você não tivesse usado a Lei, eu não teria acreditado em você. No pior dos cenários, eu poderia até ter ofendido você, arruinando uma grande negociação entre nossas empresas.
— Como pode ter tanta certeza de que usei a Lei da Honestidade e não uma das outras duas? — perguntou Gravis.
O Imortal coçou a lateral da cabeça, pensativo. — Por mim mesmo, eu não poderia ter certeza. Obviamente, sua Aura de Vontade é muito mais forte do que a minha, o que torna impossível discernir verdade de mentira.
Então, ele estendeu o dedo indicador direito. — Mas este lugar me dá certeza! — disse com um sorriso. — Nenhum Imortal ousaria mentir para um funcionário da Companhia de Pesquisa dentro do próprio prédio deles, sobre algo que envolve tantas Pedras Imortais. Vários Imperadores Imortais vigiam tudo neste edifício, e, se você tivesse mentido, não estaria mais aqui.
— Portanto, mesmo que eu não acreditasse em você, eu ainda teria certeza de que o que você disse é verdade. Afinal, estamos falando de cerca de 100 milhões de Pedras Imortais. Sei meu valor e sei que não sou poderoso o suficiente para ser confiado com uma quantia tão insana de riqueza.
Gravis coçou o queixo, mas assentiu no final. — Faz sentido — disse. — Certo, poderia, por favor, me levar às dez pessoas que precisam das armas? Além disso, preciso de mais três Núcleos de Mundo intermediário para as dez armas. Só tenho o suficiente para sete.
— Isso não será um problema — disse o Imortal com um sorriso. — Siga-me.
Os dois se teletransportaram para uma localização dentro da sala, onde dez Imortais estavam reunidos, conversando.
Quando os dois apareceram, os dez Imortais se curvaram educadamente em saudação. — Saudações, professor — disseram em uníssono.
O professor assentiu uma vez e gesticulou para Gravis. — Este é o responsável por forjar suas Armas Mundiais.
Os dez olharam para Gravis, mas logo franziram o cenho ao sentirem seu poder.
Gravis era apenas um Imortal na Circulação Menor Básica, o mesmo nível que eles. Esse Imortal seria capaz de forjar Armas Mundiais em tão pouco tempo?
— Hmph — resmungou um jovem robusto com desdém.
Gravis ergueu uma sobrancelha.
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