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    — Isso é um absurdo! Eu exijo falar com o gerente! — alguém gritou em frente a Gravitas.

    Yersi estava diante dessa pessoa, sorrindo. — Há décadas mostramos publicamente o tempo até o Gravitas fechar. Você viu a contagem regressiva quando comprou sua arma atual. O tempo acabou, e acabamos de fechar. Você deveria ter vindo antes.

    — E o que eu faço com esta arma agora? — gritou a pessoa, furiosa, mostrando sua lança. — Já atingi o próximo Reino e não preciso mais dessa arma! Você disse que poderia comprá-la de volta por 80% do valor!

    — Como eu disse — respondeu Yersi. — Estamos fechados. Nos últimos meses, processamos principalmente a recompra das armas que forjamos anteriormente. Se você tivesse vindo antes, não haveria problemas.

    A pessoa simplesmente não desistia, mas, neste ponto, Gravis saiu da Gravitas. Orthar já estava ao lado de Yersi, sem dizer nada.

    Gravis pegou um token de jade e olhou para ele. — Concluímos nossos negócios. Por favor, prossiga com a última inspeção — disse ao token.

    Um Espírito extremamente poderoso entrou no edifício e o inspecionou por um segundo. No entanto, ninguém presente conseguiu sentir esse Espírito.

    Era o Espírito de um Deus Ancestral, o proprietário do edifício.

    — Tudo está em ordem — o proprietário transmitiu para Gravis. — Você ainda tem três meses até entregar a loja. Tem certeza de que quer entregá-la agora? Não vou reembolsá-lo.

    — Está tudo bem — respondeu Gravis. — Já encerramos.

    — Que assim seja — disse a voz.

    Whoop!

    E o token de jade na mão de Gravis desapareceu. A partir daquele momento, nenhum dos três poderia entrar no edifício, mesmo que quisessem. A chave foi devolvida ao proprietário.

    A Gravitas ficou acinzentado novamente, indicando que não havia mais ninguém dentro. O novo proprietário já havia vencido o leilão pela propriedade e aguardava o início de seu contrato.

    Gravis já havia retirado os diversos Certificados da loja. O local poderia pertencer a outra pessoa, mas os Certificados eram dele.

    A Gravitas não existia mais. O século de negócios havia terminado, e agora era hora de usar o dinheiro para aumentar seu poder.

    — Ei, quero vender minha arma! — disse o cliente irritado a Gravis.

    — Para quem? — perguntou Gravis.

    — Como assim, para quem!? — gritou ele, irritado. — Para você!

    — Desculpe, não estou interessado — comentou Gravis.

    O cliente ficou surpreso. — Mas você disse que a compraria de volta!

    — Não, eu não disse — respondeu Gravis. — Essa era a política da Gravitas, e a Gravitas não existe mais. Agora, sou apenas um cara parado na rua, assim como você.

    — Isso é um absurdo! — gritou o cliente. — Aceite a arma de volta, ou vou arruinar a reputação da Gravitas!

    — Tudo bem — disse Gravis.

    — Você vai aceitá-la de volta?

    — Não, vá em frente e arruíne a reputação da Gravitas — disse Gravis. — Por que eu me importaria com a reputação de algo que nem sequer existe mais?

    O cliente ficou ainda mais irritado. — Você é um…

    Whoop!

    E os três desapareceram.

    Agora, o cliente estava sozinho na frente da Gravitas, em choque. Depois de se recuperar, vasculhou a cidade com seu Espírito, mas não conseguiu encontrá-los.

    O cliente reclamou e resmungou várias vezes, mas era irrelevante. A Gravitas não existia mais. O que quer que ele fizesse não tinha nada a ver com Gravis, Orthar ou Yersi.

    Depois de um tempo, o cliente saiu pisando forte, furioso.

    Enquanto isso, Gravis, Orthar e Yersi apareceram na sala do Opositor.

    Assim que chegaram, Yersi suspirou aliviada e se espreguiçou. — Finalmente acabou! — disse, feliz. — Nunca mais quero lidar com outro cliente na minha vida!

    — Parabéns! — disse a mãe de Gravis, que também apareceu na sala. — Vocês ganharam uma fortuna! Ah, estou tão orgulhosa de vocês!

    PACK!

    Gravis e Yersi foram puxados para os braços da mãe de Gravis, que rapidamente os abraçou. — Meus bebês fofos concluíram seu primeiro empreendimento!

    Os dois apenas riram e retribuíram o abraço.

    Alguns segundos se passaram.

    — Vocês podem fazer isso em outro lugar? — perguntou o Opositor, com a voz neutra. — Estão nos desviando do foco.

    O Magnata Negro ainda estava sentado em frente ao Opositor, casualmente tomando um café. Os dois realmente se deram muito bem. Assim que ficaram mais confortáveis um com o outro, não pararam mais de conversar.

    — Ei! — disse a mãe de Gravis, colocando as mãos na cintura. — Você também faz parte desta família!

    O Opositor permaneceu em silêncio por alguns segundos. — Tudo bem — respondeu. — Então, o que você quer?

    A mãe de Gravis bufou enquanto ele dava uma risadinha. — Você deveria estar feliz por seu filho e sua neta! — disse ela.

    — Certo, estou feliz por eles — respondeu o Opositor de maneira impassível.

    A mãe de Gravis apenas bufou novamente.

    — Pai? — chamou Gravis.

    — Sim? — respondeu o Opositor.

    — Tenho dinheiro suficiente para compreender as Leis restantes de nível três dos Elementos? — perguntou Gravis.

    — Se você se concentrar totalmente no cultivo, sem distrações, precisará de apenas 80 milhões de Pedras Imortais. No pior dos casos, precisará de 160 milhões — respondeu o Opositor.

    Gravis já estava preparado para ouvir um número alto, mas o valor real ainda o deixou chocado. Ele precisava de cerca de 100 milhões de Pedras Imortais para oito Leis de nível três!

    Era importante lembrar que uma arma para seu Reino custaria entre 50.000 e 100.000 Pedras Imortais, e armas geralmente eram as coisas mais caras que os cultivadores compravam.

    100 milhões de Pedras Imortais eram mil vezes o valor necessário para comprar uma arma para si mesmo. Muitos cultivadores precisavam economizar para conseguir comprar suas armas. Ainda assim, muitos não conseguiam adquirir uma arma adequada para seu Reino. Isso mostrava o quão caras eram as armas.

    Por isso, 100 milhões de Pedras Imortais pareciam uma quantia absurda. Matrizes de Virtualização eram realmente caras.

    — Falando em dinheiro — disse a mãe de Gravis com um sorriso.

    Gravis olhou para sua mãe e assentiu. — Sua parte, claro — disse ele. — Pegue direto do meu Espaço Espiritual.

    A mãe de Gravis sorriu calorosamente, e ele sentiu uma batida em seu Espaço Espiritual. Ele a deixou entrar, e ela rapidamente retirou uma das enormes montanhas de Pedras Imortais.

    Era importante lembrar que a mãe de Gravis possuía 20% da Gravitas. Isso significava que também recebia 20% de todos os lucros.

    — Obrigada — disse a mãe de Gravis. — Acabei de ganhar cerca de 65 milhões de Pedras Imortais só por ensinar algumas coisas para vocês.

    Poderia-se pensar que essa troca não valeu a pena. Contudo, era preciso lembrar o impacto dessas poucas palavras para a Gravitas. Sem sua mãe, Gravis não teria sabido quais Certificados comprar. Havia até a possibilidade de ele nem sequer saber de sua existência.

    Além disso, foi ela quem escolheu a loja, e a localização foi absolutamente perfeita. Com mais forjas na região, Gravis teria tido bem menos clientes.

    Sem a orientação de sua mãe, Gravis teria precisado competir com várias outras forjas e não teria conseguido vender nada por muito tempo, já que ninguém acreditaria em suas habilidades. Afinal, sem ela, Gravis não teria conhecido a importância do Certificado de Honestidade.

    Portanto, mesmo tendo reivindicado 20% de todos os lucros, é provável que o conhecimento dela tenha proporcionado mais lucro do que ela levou.

    Gravis não poderia desejar um começo melhor. Tudo havia sido perfeitamente estruturado para o sucesso. Trocar 65 milhões de Pedras Imortais pareceria um preço absurdo na época, mas agora, Gravis sabia que valeu a pena.

    — Então, pai, mãe — disse Gravis. — Hoje é oficialmente o dia em que me mudo! — completou com um sorriso.

    — E daí? — respondeu seu pai. — Você mal tem vivido aqui nos últimos 120 anos. Não faz muita diferença.

    — Argh — a mãe de Gravis bufou novamente. — Por que você não pode simplesmente ficar feliz pelo seu filho!?

    — Certo — disse o Opositor. — Gravis, bom trabalho.

    Gravis teve que rir novamente. — Obrigado, pai. Enfim, vocês três podem nos visitar a qualquer momento. Sim, até você — disse Gravis, olhando para o Magnata Negro.

    — Vou recusar educadamente — respondeu o Magnata Negro com um sorriso enquanto tomava mais um gole de café, cortesia do Opositor. Ele estava muito mais relaxado do que antes. Conversar com o Opositor o ajudou imensamente.

    Os três se despediram e deixaram o palácio.

    Whooosh!

    E apareceram em um ambiente completamente diferente.

    Uma luz cálida iluminava uma floresta silenciosa à beira de um oceano. Assim como no Grande Lago do Mundo intermediário, essa área não tinha absolutamente nenhuma forma de vida, exceto pelas plantas. Não havia animais, insetos, nada.

    Havia apenas silêncio e uma brisa suave que criava pequenas ondas no oceano.

    Este era o novo lar deles.

    Os três permaneceram em silêncio, apenas sentindo o vento e ouvindo as ondas suaves batendo na costa. Todos imediatamente se lembraram do Mundo intermediário onde haviam vivido por tanto tempo.

    Alguns minutos de silêncio se passaram enquanto eles se perdiam em nostalgia, até mesmo Orthar. Orthar era um ser muito lógico, mas isso não significava que ele não tinha emoções.

    Após algum tempo, viram até o pôr do sol. Sem dúvida, isso valia o dinheiro investido.

    — Este é um apartamento do caralho — disse Gravis, arruinando o clima com sua escolha de palavras.

    Um pequeno gesto, um grande impacto.
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