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    Gravis foi para sua próxima aula, e tudo se repetiu. Os alunos fizeram uma pergunta atrás da outra, e Gravis teve que responder todas sem se perder em tangentes intermináveis.

    Infelizmente, isso significou que Gravis passou mais alguns dias ensinando, o que fez com que a próxima turma exigisse o mesmo tempo.

    Tudo isso se repetiu até que Gravis tivesse passado por sete turmas diferentes. Então, finalmente, ele teve algum tempo para si.

    Após dispensar a última turma, Gravis soltou um suspiro. “É realmente difícil controlar meu tom de voz”, ele pensou. “Por causa do que aconteceu e do meu constante foco em compreender Leis, parece que desenvolvi uma aura inerente de agressividade. Felizmente, todas as crianças parecem entender isso e têm sido bastante compreensivas.”

    “Foi a decisão certa vir para cá. Talvez eu ainda não sinta uma diferença, mas só se passaram algumas semanas. Tenho bastante tempo pela frente.”

    Pela primeira vez, Gravis teve algum tempo para si novamente. No entanto, ele imediatamente começou a pensar em Leis novamente, o que não era uma boa coisa. Tornar-se mais poderoso era importante, mas Gravis sabia que precisava reduzir sua obsessão com esse objetivo.

    E, ao pensar nisso, ele percebeu algo muito importante.

    “Espera, meu objetivo?”, Gravis pensou. “Mas poder não é meu objetivo!”

    “O poder deveria ser apenas um meio para um fim, não o objetivo final”, Gravis refletiu enquanto cruzava os braços e franzia a testa. “Será que eu realmente coloquei o poder como meu objetivo?”

    Depois de alguns segundos, Gravis olhou para o céu e suspirou. “Então, esse é meu problema, hein? O poder se tornou meu objetivo em vez da liberdade ou da felicidade.”

    Gravis finalmente percebeu por que havia mudado. Tudo girava em torno do fato de que o poder havia se tornado o objetivo em si.

    “De que adianta ser extremamente poderoso se toda a sua vida é pintada em tons de cinza?”, Gravis pensou com um suspiro. “Ah, que tolo eu fui.”

    Gravis sorriu. Finalmente, ele sabia o que estava errado. Depois disso, olhou para longe do gigantesco lago e para a floresta. “Quero encontrar outras pessoas. Apenas conversar com crianças não é suficiente. Quero conhecer cultivadores que passaram pelas dificuldades do cultivo.”

    Com esse pensamento, Gravis começou a caminhar em direção à clareira onde as pessoas e as bestas realmente viviam. O vasto lago era o lar de Arc e o lugar onde ele ensinava crianças. Todos os outros viviam a alguns quilômetros de distância.

    Gravis tentou caminhar o mais devagar possível em direção à clareira. Não havia absolutamente nenhuma razão para se apressar, já que seu tempo ali era fixo de qualquer maneira.

    No entanto, era difícil andar devagar. Gravis sentia como se estivesse perdendo tempo ao caminhar tão lentamente, o que o deixava inquieto.

    “Pare de ficar nervoso!”, Gravis pensou para si mesmo. “Que razão você tem para estar nervoso? Você tem tanto tempo!”

    Gravis caminhou devagar em direção à clareira, mas, infelizmente, não aproveitou nada disso. Ele tentou ouvir o conselho de Arc e observar o mundo, mas, não importava o que ele olhasse, ele já sabia tudo sobre aquilo.

    Gravis conhecia as Leis de Composição das Plantas, o que significava que qualquer planta abaixo do Reino Imortal aparecia para ele apenas como cálculos de diferentes Leis.

    O mesmo valia para os animais. Ele via a composição de seus corpos e suas almas. Afinal, Gravis também conhecia a Lei de Nível Três da Alma.

    No entanto, perto do final, Gravis parou ao olhar para algumas plantas. Era um tipo de planta de crescimento rápido. Um tipo de samambaia verde com quase nenhuma longevidade, mas com uma velocidade de crescimento insana. Sua vida inteira começava e terminava em um único mês.

    “Eu não conheço as Leis do Crescimento das Plantas”, Gravis pensou enquanto olhava para a samambaia.

    Pela primeira vez, algo tão mundano quanto uma planta mortal interessou Gravis novamente.

    Gravis aparentemente se perdeu enquanto olhava para a samambaia.

    — Ei, a samambaia te pegou! — alguém disse ao lado dele.

    Os olhos de Gravis se estreitaram, e ele olhou para o lado, vendo um adolescente.

    O adolescente deu um salto para trás ao ver os olhos de Gravis, e Gravis engasgou.

    “Seu idiota!”, Gravis gritou para si mesmo em sua mente. “Você deveria estar fazendo uma pausa, mas aqui está, compreendendo Leis novamente! Esse cara te interrompeu, e você fica com raiva? Por quê? Por causa de uma maldita samambaia que pode ajudar a compreender algumas malditas Leis de Nível Um!?”

    Gravis sentiu a raiva borbulhar dentro de si quando o adolescente o interrompeu.

    Claro, seria compreensível se Gravis ficasse bravo por ser interrompido enquanto compreendia uma Lei após alguns anos. Afinal, a interrupção poderia custar-lhe vários anos.

    No entanto, não apenas essa Lei era tão irrelevante quanto possível, como Gravis também acabara de começar. Quanto tempo ele havia perdido? Um minuto ou dois?

    Por fim, Gravis estava em uma pausa!

    — Sinto muito — disse Gravis com um suspiro. — Eu não deveria ter olhado para você daquele jeito.

    O adolescente ainda estava um pouco apreensivo, mas rapidamente se recuperou.

    A pessoa podia parecer um adolescente, mas definitivamente não era. Afinal, ele estava no Reino Imortal de Circulação Menor Intermediária. Ele tinha pelo menos mil anos de idade. Provavelmente apenas preferia estar no corpo de um adolescente.

    Um brilho apareceu nos olhos do adolescente. — Você compreendeu Leis por muito tempo? — ele perguntou.

    “Isso é realmente tão comum que todo mundo consegue adivinhar?”, Gravis pensou com um sorriso amargo.

    — Sim, por isso reagi assim. Essa samambaia me atraiu — disse Gravis.

    O adolescente assentiu e sorriu. — Foi o que pensei — disse ele. — Por isso eu disse que a samambaia te pegou.

    — Falando nisso — disse Gravis. — O que você quis dizer com a samambaia me pegou?

    — Ah, você é novo, né? — disse o adolescente.

    — Mais ou menos — disse Gravis com incerteza. — Não sou exatamente parte desta… área? Pode me chamar de professor convidado. Estou aqui principalmente para relaxar depois de uma longa sessão de compreensão de Leis e me reconectar com meu lado humano.

    — Ah, você é o novo professor? — o adolescente perguntou com admiração, enquanto Gravis assentia. — As crianças têm falado muito sobre você. Elas realmente gostam das suas aulas.

    — Que bom ouvir isso — disse Gravis com um sorriso.

    O adolescente olhou para a samambaia novamente e lembrou-se da pergunta de Gravis. — Ah, certo, a samambaia — ele disse. — O professor plantou a samambaia aqui especificamente para atrair as pessoas. Está aqui justamente por causa de pessoas como você.

    — Como assim? — perguntou Gravis.

    — Bem, é melhor mostrar às pessoas o quão fácil é se perderem — explicou o adolescente com um sorriso. — Sempre que alguém se perde na samambaia, é trabalho de outros trazê-los de volta. Isso os ajuda a perceber o quão fácil é se perderem novamente.

    Gravis assentiu. — É uma ideia bastante inteligente. Como esperado de Arc — disse Gravis.

    O adolescente achou um pouco estranho Gravis se referir a Arc pelo nome em vez de ‘professor’. No entanto, ele lembrou que Gravis não era exatamente parte de sua pequena congregação.

    — Então, quer que eu te apresente a alguns outros Imortais e Reis Imortais? — o adolescente perguntou com um sorriso.

    Gravis assentiu. — Eu apreciaria isso.

    — Certo! Então, apenas me siga — disse ele enquanto caminhava novamente em direção à clareira.

    Gravis apenas o seguiu.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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