Capítulo 847: Filial da Seita da Vida
Gravis e Siral retornaram ao território da Aliança das Seitas, mas mantiveram suas Leis da Sutileza da Sombra ativas. Não havia motivo para interagir novamente com a Aliança das Seitas. Eles estavam ali apenas pela filial da Seita da Vida.
Após cerca de uma hora, Gravis e Siral chegaram perto da localização da filial.
Gravis olhou para o local e ergueu uma sobrancelha.
— Não é tão impressionante quanto eu imaginei — comentou Gravis.
— Mestre, esta é a residência deles — respondeu Siral respeitosamente.
Como era a residência?
Basicamente, parecia uma vila.
Havia muitos mortais andando por ali, e não parecia diferente de qualquer outra aldeia. A casa propriamente dita da filial da Seita da Vida era apenas um edifício de dois andares feito de pedra.
A única coisa especial sobre a casa era o brasão acima da entrada. Ele exibia uma figura que parecia uma chama, em forma de gota, de cor verde-esbranquiçada, semelhante a fogo verde com bordas arredondadas como lágrimas. Gravis imaginou que o símbolo provavelmente representava água e alma, o que era adequado para uma Seita focada em vida.
Gravis e Siral saíram de seu esconderijo e pousaram na vila. No entanto, nenhum mortal reagiu à sua presença.
Claro, isso se devia aos Espíritos de Gravis e Siral. Se eles não quisessem ser notados pelos mortais, simplesmente não seriam. Sua simples intenção de não serem percebidos influenciava os Espíritos fracos dos mortais, forçando-os a ignorar sua existência.
Depois de pousarem, Gravis e Siral caminharam até a filial da Seita da Vida.
Quando chegaram à entrada, nada aconteceu. Ninguém saiu para recebê-los ou expulsá-los.
— Podemos entrar — disse Siral. Gravis o havia instruído a não chamá-lo de ‘Mestre’ na frente dos outros. Se descobrissem que Gravis possuía um Anel da Vida, ele poderia morrer sem nem saber como.
Gravis assentiu e abriu a porta.
Essa porta foi o primeiro elemento que diferia dos padrões mortais. Embora o edifício parecesse comum, a porta era bastante pesada.
Pesada, claro, apenas para padrões mortais.
Mortais não conseguiriam nem movê-la, mas alguém no Reino Unidade conseguiria abri-la com esforço. Alguém no Reino Nutrição Nascente poderia abri-la com facilidade.
Quando a porta foi aberta, os mortais olharam brevemente, mas logo ignoraram. Estavam acostumados com essa porta abrindo sozinha de vez em quando. Era estranho, mas nunca aconteceu nada significativo por causa disso.
Gravis e Siral entraram e se depararam com um hall de entrada de madeira. Não havia nada de especial, nem itens peculiares em exibição. No geral, parecia uma pequena mansão mortal.
Clank!
Outra porta se abriu, e um jovem de cabelos verdes saiu. Ele obviamente havia vindo receber Gravis e Siral, mas não agia como um recepcionista típico.
O jovem franziu a testa enquanto caminhava até uma pequena mesa ao lado, claramente irritado. Em seguida, gesticulou para que Gravis e Siral se aproximassem, sem sequer olhá-los.
Gravis deu de ombros e foi até ele.
— O que vocês querem? — perguntou o rapaz, com tom irritado.
Gravis ergueu uma sobrancelha, mas decidiu não comentar. — Estou aqui para comprar um mapa do mundo.
O homem franziu a testa, confuso. — Acho que você bateu na porta errada — disse ele, ainda irritado. — Pegue seu mapa com a Aliança das Seitas. Nós curamos pessoas, não vendemos mapas.
— Acho que você não entendeu — respondeu Gravis. — Quero um mapa do mundo, não do território da Seita dos Nove Elementos.
— Certo — disse o jovem. — Mas isso não respondeu à minha pergunta.
— Você não fez uma pergunta — rebateu Gravis.
O jovem gemeu de exasperação. — Sim, eu não fiz uma pergunta, mas é óbvio o que quero dizer. Estou perguntando por que você veio até nós, uma loja de cura, se está procurando um mapa.
Gravis sorriu. — Por que eu deveria pegar um mapa de um território periférico das Regiões Centrais, se uma filial de uma Seita mais poderosa está bem aqui? — retrucou Gravis.
Isso chamou a atenção do rapaz. Sua expressão irritada desapareceu, substituída por uma interessada. Ele ergueu uma sobrancelha. — Hoh? Quem disse isso? — perguntou.
— Eu disse — respondeu Gravis. Então, estreitou os olhos. — Estou aqui para comprar um mapa. Vocês são um negócio, certo? Então, por que não ganhar um dinheiro extra me vendendo um?
O rapaz piscou calmamente duas vezes. — O que você está procurando? — perguntou ele.
— Quero um mapa que mostre as localizações da Seita dos Nove Elementos, da Seita da Força Primordial, da Seita de Toda Matéria, da Seita Purista, da Seita da Vida e dos territórios das bestas — explicou Gravis.
Após ouvir isso, a expressão do rapaz mudou para uma de genuína surpresa. Então, ele caiu em reflexão, olhando para o chão.
Depois de alguns segundos, ele olhou para Gravis. — Espere aqui — disse.
— Certo — respondeu Gravis.
Logo depois, outra pessoa entrou pela mesma porta. Era um homem idoso, e Gravis o reconheceu imediatamente.
Era o mesmo que havia salvado Surem naquela ocasião.
Agora que Gravis era mais poderoso, podia sentir o nível do velho. Era um Rei Imortal de Circulação Maior Intermediária, alguém no mesmo nível de um Mestre de Seita.
Isso já era impressionante para uma ‘pequena loja de cura’, mas Gravis tinha certeza de que havia mais alguém ali. Provavelmente, um indivíduo escondido por Formações, garantindo a segurança daquela filial. Caso contrário, a Aliança das Seitas poderia atacá-los facilmente.
O jovem inclinou-se para o idoso e saiu pela mesma porta. Então, o velho aproximou-se da mesa e olhou para Siral. Embora não demonstrasse, provavelmente estava surpreso ao ver um Rei Imortal de Circulação Maior ali, algo incomum.
O jovem era apenas um Imortal no Pináculo e não tinha sido capaz de sentir o poder do Siral. Todos os Mestres de Seitas dessa área pareciam montanhas na frente dele. Então, ele simplesmente presumiu que o Siral era apenas mais um Mestre da Seita.
O velho ancião notou que Gravis estava na frente, enquanto Siral estava atrás. O velho se virou para Gravis e suas sobrancelhas se franziram. Depois disso, ele começou a acariciar lentamente sua longa barba branca em pensamento.
— Você me parece familiar — disse ele.
Gravis sorriu. — Sim, nos encontramos há cerca de 40 mil anos — respondeu. — Você até me convidou para entrar na Seita da Vida.
O velho parou de acariciar a barba ao lembrar-se. — Ah, agora me lembro — disse ele. — Você é aquele Ascendente, certo? Já reconsiderou se juntar à nossa Seita? — perguntou com um sorriso.
— Ainda não quero me juntar a nenhuma Seita — disse Gravis. — Quero ver o que cada Seita mais poderosa tem a oferecer antes de tomar minha decisão.
O velho suspirou, mas assentiu. — A pressa é inimiga da perfeição, jovem amigo — disse ele. — É uma boa ideia considerar suas opções. Então, ouvi dizer que você quer conseguir um mapa?
Gravis assentiu. — Sim. Quero me refinar nos territórios das bestas antes de considerar entrar em qualquer Seita — explicou. — Minha Aura de Vontade ainda é fraca, e, assim que eu me juntar a uma Seita, provavelmente passarei muito tempo lá, ganhando dinheiro, compreendendo Leis e coisas do tipo.
O velho riu alto. — Sua Aura de Vontade é fraca? — perguntou com bom humor. — Está tentando me envergonhar? Sua Aura de Vontade é vários níveis mais forte que a minha, e você diz que é fraca?
Gravis riu junto, gostando da disposição do velho. O jovem de antes fora rude, mas esse velho era fácil de lidar. — Bem, meus objetivos não são normais — disse Gravis.
— Oh? — o velho perguntou, inclinando-se à frente, interessado. — Quais são esses objetivos anormais?
Gravis apenas sorriu. — Posso contar, mas também quero um mapa — disse.
O velho recostou-se novamente e voltou a acariciar sua longa barba.
Então, abriu um sorriso largo.
Naquele momento, Gravis recebeu uma imagem em seu Espírito.
Era um mapa!
“Bem, isso foi fácil.”

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