Capítulo 190: Contando a História de Skye
『 Tradutor: MrRody 』
O pai de Skye ouviu pacientemente a história de Gravis, feliz ao saber pelo que seu filhote havia passado. Quando soube que Skye atingiu o nível de uma Besta de Energia de Avançada em apenas alguns meses, sentiu orgulho. O pai de Skye também pensou que havia tomado a decisão certa ao deixar Skye partir com Gravis.
Por que pensou que era a decisão certa? Tanto Skye quanto seu pai sempre haviam vivido longe da civilização, então não sabiam sobre o conhecimento superior dos humanos, suas técnicas de batalha e sistemas políticos. Durante os últimos meses, o pai de Skye havia permanecido na Guilda do Vento, e, com seus ouvidos incríveis e seu novo Espírito, aprendeu muito sobre os humanos.
Ele escutou conversas entre discípulos e anciãos, que abriram seus olhos para novas maneiras de ficar mais forte. As bestas geralmente seguiam apenas seus instintos, que as levavam a lutar e matar outras bestas igualmente poderosas. No entanto, essas lutas quase sempre terminavam com a morte de uma das partes, que se tornava alimento para a outra.
Recuar? Nos instintos das bestas, isso era algo que apenas uma besta de vontade fraca faria. Algumas das bestas que Gravis enfrentou tentaram fugir, mas eram todas bestas de vontade fraca. Uma Besta de Energia forte não recuaria, não importava o quão poderoso fosse o inimigo.
No entanto, quando o pai de Skye ouviu membros da elite falando sobre momentos em que tiveram que fugir de uma batalha, começou a refletir. Todos eram pessoas muito poderosas, e até especialistas no Reino de Formação do Espírito falaram sobre ocasiões em que tiveram que recuar com orgulho, em vez de vergonha. Para os humanos, recuar não era uma desonra, mas simplesmente outra forma de lutar.
O pai de Skye pensou sobre isso e percebeu que recuar não impediria seu caminho para o futuro. Ele aprendeu muitas lições valiosas ao conviver com os humanos e sabia que Gravis provavelmente também ensinou muitos desses conceitos a Skye. Por isso, estava feliz por ter decidido deixar Skye com Gravis.
No entanto, quando Gravis contou como matou especialistas da Guilda do Fogo e da Guilda da Escuridão e os deu de alimento para Skye, o pai de Skye ficou furioso. Ele tinha muito mais experiência que Skye e aprendera muito com os humanos. Percebeu que isso poderia prejudicar o futuro de Skye. Talvez não tivesse sido uma boa ideia deixar esse humano levar Skye, afinal.
Mas, quando Gravis contou sobre sua decisão de se separar de Skye, o pai de Skye suspirou de alívio. Aquela foi a melhor decisão que Gravis poderia ter tomado naquela situação. Pelos relatos de Gravis, o pai de Skye percebeu que seu filhote havia se tornado dependente dele. Felizmente, Gravis cortou essa dependência.
Quando Gravis terminou sua história, o pai de Skye olhou para o horizonte. Ouviu como Gravis ensinou muitas coisas e como seu filhote era forte e inteligente. Todas as suas preocupações desapareceram. Com o poder de Skye, ele não estaria em perigo no Continente Intermediário. Apenas alguém no Reino de Formação do Espírito poderia matar Skye, e Gravis já o havia ensinado sobre esses especialistas. O pai de Skye tinha certeza de que seu filhote ainda estava vivo.
— E é isso — concluiu Gravis enquanto olhava para o gigantesco pássaro ao seu lado.
O pai de Skye assentiu. — Obrigado — disse. As bestas eram simples, e um agradecimento direto era a forma mais eficaz de expressar gratidão. Gravis entendeu isso e sorriu.
— Sem problemas. Também cometi alguns erros, mas tenho certeza de que Skye vai superar isso — disse Gravis.
— Filhote vai — o pai de Skye respondeu com confiança. Em seguida, virou-se para Gravis e o observou atentamente por alguns segundos.
Gravis olhou em seus olhos e se sentiu um pouco desconfortável. — O que foi? — perguntou.
O pássaro virou-se novamente, olhando para o horizonte. — Humano forte demais, rápido demais. Humano desacelerar — disse.
Os olhos de Gravis se arregalaram. O pai de Skye realmente havia aprendido muitas coisas se conseguia perceber algo assim. Gravis já sabia disso. Ele estava nadando contra a corrente, tentando aumentar seu poder o mais rápido possível, mas seria isso uma coisa boa? Gravis não era tolo, e sabia que teria que fazer uma pausa em algum momento.
Gravis ainda não estava acostumado ao seu novo poder. Se fosse imediatamente para o Continente Central e começasse a aumentar seu poder de novo, ganharia novas habilidades sem ter tempo de se acostumar às atuais. Essa era uma das principais razões pelas quais Gravis não havia ido diretamente ao Continente Central. Ele precisava se familiarizar com seus poderes atuais primeiro.
Esse conceito não era intrínseco às bestas. Por isso Gravis ficou tão surpreso ao ver que o pai de Skye sabia disso. Gravis sorriu. — Eu sei. Essa é uma das razões pelas quais estou aqui, para fazer uma pausa — disse feliz.
Não havia perigo iminente à vista. Desde que Gravis chegou ao Continente Intermediário, nunca pôde relaxar de verdade. Primeiro veio a luta na árvore, depois ele teve que manter sua identidade secreta no covil de seu inimigo por vários meses, e então teve que aumentar seu poder em apenas sete dias, ou morreria. Esta era a primeira vez em que podia se soltar e fazer o que queria.
Gravis olhou para o céu enquanto balançava alegremente as pernas na árvore. “É isso que estou procurando? A sensação de liberdade? Agora, posso fazer o que quero sem medo. Mas…” Gravis olhou para o chão com um sorriso amargo. “A Seita Celestial me encontrará em algum momento. Acho que isso conta como um período de liberdade temporária.”
— Eu Continente Central. Cinco dias — disse o pai de Skye.
Gravis assentiu. O pai de Skye finalmente podia seguir seu caminho. — Desejo o melhor para você — disse Gravis.
O pai de Skye o olhou e assentiu. — Você também, humano — disse. Então, voou de volta para seu ninho. Provavelmente queria resolver algumas coisas nos próximos cinco dias antes de partir para o Continente Central.
Gravis também pulou da árvore e se espreguiçou. “Conversas são boas”, pensou. “Infelizmente, essa minha maldita Sorte Cármica é contagiosa.” Gravis olhou uma última vez para a Guilda do Vento, com um certo anseio. “Como eu gostaria de pertencer a um grupo de pessoas.” Ele suspirou uma última vez e deixou a Guilda do Vento.
O isolamento da humanidade havia cobrado seu preço quando ele chegou a este mundo inferior, mas agora ele já estava acostumado. Ele desejava estar com os outros, mas esse desejo não o afetava tanto como antes. Ele já havia percebido que fazer parte da humanidade era uma impossibilidade.
Seu objetivo de alcançar o Reino da Unidade era a coisa mais importante que tinha que fazer agora, exceto talvez se manter vivo. Assim que alcançasse o Reino da Unidade, retornaria ao seu mundo natal. Então, tudo estaria bem.
Quando Gravis foi embora, teve um último pensamento sobre toda essa situação e então se concentrou em seu próximo alvo. Provavelmente levaria cerca de 18 horas para chegar lá, se ele não fizesse uma pausa. Mas não era justamente o objetivo dele vir aqui para descansar? Por que não desacelerar, já que tinha tempo?
Assim, Gravis viajou devagar até seu próximo alvo, fazendo várias pausas para observar a paisagem no caminho. Claro, enquanto viajava, ele pensava em mais aplicações para seu raio. Várias táticas de combate passavam por sua mente, e o tempo voava.
Mais de três dias depois, Gravis finalmente chegou ao seu destino.
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